Alguns pontos do artigo da Míriam Leitão interagem com a visão de economia ecológica:
- a humanidade é uma espécie animal como outra qualquer e não pode, nem deve, manter crescimento populacional absoluto positivo. O dado que ela dá da Índia é assustador: mais 500 milhões de pessoas. Ainda gostaria de descobrir porque China e Índia possuem populações tão gigantes, mas no Brasil a população aumenta 1,5 milhão todos os anos, até 2050, a dos Estados Unidos, aumenta 3 milhões todos os anos. Apesar da taxa de crescimento cair, eu só posso considerar isso positivo se a humanidade for capaz de povoar outros planetas e se nossas demandas e dejetos pudessem ser atendidas por recursos imateriais e intangíveis e não por recursos e ecossistemas finitos do planeta Terra....
A comunidade científica quando assinou um alerta para a Humanidade pediu o imediato estancamento do crescimento populacional. Quando fizeram esse alerta éramos pouco mais de 5 bilhões, hoje somos quase 7. Ainda bem que fizeram o alerta.
Os ecossistemas estão sofrendo uma pressão inalcançável por conta desse contingente populacional e da pressão dos mais ricos no seu consumo desenfreado. Nossa ganância será o fim da trajetória humana da Terra se assim continuarmos.
Recebi um email de um amigo economista meu e ele disse: só recebo seus textos de meio ambiente, queria receber os de economia. Eu eu corrige sua demanda: "Só uma correção: quando mando texto do meio ambiente, falo também de economia, porque não dá para separar os dois. Estou aprendendo a duras penas que se de um lado os economistas ignoram a dimensão ambiental e humana, alguns ambientalistas ignoram a dimensão econômica e humana. Cada um vive no seu extremo, embora essas três dimensões estejam sempre juntas e quando escrevo sobre meio ambiente, com certeza estou também nas outras dimensões, elas não estão nunca separadas. Os ambientalistas e economistas ecológicos estavam certos ao dizer que o meio ambiente é e sempre foi o sistema mais importante, mas nenhum dos dois deve ignorar que o ser humano faz parte da natureza e interage com ela.
Na verdade, se quiserem explicar toda essa crise sistêmica na qual estamos, não dá mais para usar o ferramental teórico econômico neoclássico que existe e sim migrar para uma área onde todas as dimensões estejam juntas, porque essa crise é fruto de um enorme desmazelo social e a pior das crises ainda não aconteceu e será a fruto do desmazelo ambiental. As três dimensões não só devem ser olhadas juntas, como na escala de importância correta: planeta é mais importante que a economia e as pessoas; as pessoas são mais importantes que a economia. Na verdade a economia depende das pessoas e do planeta e não há um só exemplo na história da humanidade de fim de um ou os dois pilares sem a civilização não ter entrado em colapso.
Míriam Leitão - Panorama Econômico - O Globo 07-12-08
Risco maior
Aqui na coluna escrevi, em 3 de outubro: “Fomos atingidos.” Isto foi na época da “marolinha”, quando o governo achava que o Brasil não seria atingido. Agora é a época em que o presidente usa expressões impróprias para descrever a situação. De lá para cá, o governo andou feito barata tonta. Lá fora a crise tem se agravado. Desmoronou de vez a idéia de que os emergentes poderiam segurar o mundo. Os BRICs estão com sérios problemas. O terrorismo na Índia é mais um fator para espantar o investimento estrangeiro. Em plena era da covardia do capital, ela mostra um lado que foi ignorado nos tempos do capital abundante: as tensões étnicoreligiosas e o conflito explosivo com o Paquistão. A Índia, apontada como candidata a potência, tem 46% das mulheres analfabetas e uma taxa extravagante de crescimento populacional, que a levará a ter quase 500 milhões de habitantes a mais em 2050. Na Rússia, a corrupção atingiu proporções endêmicas, mas o principal problema imediato é como lidar com a abrupta queda dos preços do petróleo, do gás e dos metais, que respondem por 80% das exportações do país. A disparada dos preços levou o governo russo a inflacionar as despesas. As empresas se alavancaram tendo como base seu valor em bolsa, mas a queda das ações foi de 70% este ano. Elas estão mais endividadas que seu patrimônio. Inúmeras distorções vão aparecendo no país. A China tem uma enorme população excluída e no campo. O crescimento fazia a fila andar. Se ela crescer abaixo de 6% ao ano, a fila não anda. Da última vez que o país não cresceu, o governo massacrou estudantes na principal praça da capital. As tensões sociais, e os desastres ambientais, vão cobrar a conta nesta redução do ritmo de crescimento do país. Mesmo assim, comparada à Índia e à Rússia, a China ainda está melhor. O Brasil também está melhor que outros, mas as despesas públicas de custeio e de pessoal subiram muito nos últimos anos, criando uma restrição fiscal ao aumento do investimento público como forma de ajudar a reativar a economia. A promessa do presidente, de não gastar um centavo de custeio, chega tarde e há aumentos salariais já garantidos aos funcionários públicos, que vão elevar em R$ 40 bilhões a folha salarial nos próximos anos. Folha que passou a ter 300 mil funcionários civis e militares a mais no governo Lula. O governo já estrangulou os gastos públicos. Agora, a única saída é reduzir o superávit primário, mas mesmo isso pode ser insuficiente. Tudo que era brilhante não reluz mais. As reservas de R$ 200 bilhões — melhor tê-las do que não telas — não estão impedindo a disparada do dólar. O governo ainda repete que o fato de ter reservas altas e ser credor em dólar nos protege contra a crise externa. Falta explicar a incapacidade do Banco Central de vencer o overshooting do câmbio e o ataque especulativo que o real vem sofrendo. Há razões concretas para que o dólar tenha subido de patamar, mas isso não explica toda a alta. O Banco do Brasil e a Nossa Caixa, de São Paulo, puseram R$ 8 bilhões nas financeiras das montadoras e a venda de carros continua caindo. O governo distribuiu ajudas fiscais para quem bateu primeiro na sua porta. Patético, por exemplo, o incentivo para a venda de motos. Em mais uma das decisões confusas, baixou uma MP para que a Caixa Econômica virasse sócia das construtoras. A idéia foi criticada pelas próprias construtoras e agora a Caixa desistiu. A Petrobras pegou um empréstimo jumbo na Caixa. A ministra Dilma Rousseff disse que era um absurdo criticar a operação. Criticou-se a crítica como se ela fosse traição à pátria e, agora, o presidente Lula admitiu que a operação “tirou liquidez das pequenas empresas”. Na Câmara, o petista Arlindo Chinaglia se propõe a apressar a aprovação da redução da jornada sem redução de salário. Isso só ajuda os metalúrgicos do ABC e meia dúzia de categorias com forte lobby em Brasília, mas aumenta o custo das empresas numa hora de crise. Outras medidas tópicas, setoriais, para atender aos lobbies, estão sendo pensadas. A que horas teremos governo? Quando o Ministério da Fazenda dará alguma demonstração de que tem autonomia e capacidade para pensar numa resposta coerente para a crise econômica? Redução de imposto distribuída a conta-gotas para grandes empresas ou setores não resolve crise alguma. A Vale não está demitindo porque os impostos são altos ou porque não tem crédito, mas porque a demanda dos seus produtos caiu abruptamente no mundo. Uma redução horizontal de impostos para toda a economia é mais eficiente do que a abertura de um balcão de favores de Brasília. Se o setor privado puder se apropriar de uma parte maior da renda que o governo engole, terá mais energia para atravessar um período que será difícil de qualquer maneira. O desafio das autoridades econômicas não pode ser a luta inútil para manter a qualquer preço o ritmo de 4% a 4,5% de crescimento. Isso é o pior caminho para aumentar o déficit da conta corrente e impedir a queda da inflação. O governo precisa de uma resposta lógica e eficiente à crise. Do contrário, o país ouvirá do médico aquele diagnóstico que o presidente Lula definiu com uma falta de compostura que presidentes não deveriam ter, mas que já está se tornando habitual.
A comunidade científica quando assinou um alerta para a Humanidade pediu o imediato estancamento do crescimento populacional. Quando fizeram esse alerta éramos pouco mais de 5 bilhões, hoje somos quase 7. Ainda bem que fizeram o alerta.
Os ecossistemas estão sofrendo uma pressão inalcançável por conta desse contingente populacional e da pressão dos mais ricos no seu consumo desenfreado. Nossa ganância será o fim da trajetória humana da Terra se assim continuarmos.
Recebi um email de um amigo economista meu e ele disse: só recebo seus textos de meio ambiente, queria receber os de economia. Eu eu corrige sua demanda: "Só uma correção: quando mando texto do meio ambiente, falo também de economia, porque não dá para separar os dois. Estou aprendendo a duras penas que se de um lado os economistas ignoram a dimensão ambiental e humana, alguns ambientalistas ignoram a dimensão econômica e humana. Cada um vive no seu extremo, embora essas três dimensões estejam sempre juntas e quando escrevo sobre meio ambiente, com certeza estou também nas outras dimensões, elas não estão nunca separadas. Os ambientalistas e economistas ecológicos estavam certos ao dizer que o meio ambiente é e sempre foi o sistema mais importante, mas nenhum dos dois deve ignorar que o ser humano faz parte da natureza e interage com ela.
Na verdade, se quiserem explicar toda essa crise sistêmica na qual estamos, não dá mais para usar o ferramental teórico econômico neoclássico que existe e sim migrar para uma área onde todas as dimensões estejam juntas, porque essa crise é fruto de um enorme desmazelo social e a pior das crises ainda não aconteceu e será a fruto do desmazelo ambiental. As três dimensões não só devem ser olhadas juntas, como na escala de importância correta: planeta é mais importante que a economia e as pessoas; as pessoas são mais importantes que a economia. Na verdade a economia depende das pessoas e do planeta e não há um só exemplo na história da humanidade de fim de um ou os dois pilares sem a civilização não ter entrado em colapso.
Míriam Leitão - Panorama Econômico - O Globo 07-12-08
Risco maior
Aqui na coluna escrevi, em 3 de outubro: “Fomos atingidos.” Isto foi na época da “marolinha”, quando o governo achava que o Brasil não seria atingido. Agora é a época em que o presidente usa expressões impróprias para descrever a situação. De lá para cá, o governo andou feito barata tonta. Lá fora a crise tem se agravado. Desmoronou de vez a idéia de que os emergentes poderiam segurar o mundo. Os BRICs estão com sérios problemas. O terrorismo na Índia é mais um fator para espantar o investimento estrangeiro. Em plena era da covardia do capital, ela mostra um lado que foi ignorado nos tempos do capital abundante: as tensões étnicoreligiosas e o conflito explosivo com o Paquistão. A Índia, apontada como candidata a potência, tem 46% das mulheres analfabetas e uma taxa extravagante de crescimento populacional, que a levará a ter quase 500 milhões de habitantes a mais em 2050. Na Rússia, a corrupção atingiu proporções endêmicas, mas o principal problema imediato é como lidar com a abrupta queda dos preços do petróleo, do gás e dos metais, que respondem por 80% das exportações do país. A disparada dos preços levou o governo russo a inflacionar as despesas. As empresas se alavancaram tendo como base seu valor em bolsa, mas a queda das ações foi de 70% este ano. Elas estão mais endividadas que seu patrimônio. Inúmeras distorções vão aparecendo no país. A China tem uma enorme população excluída e no campo. O crescimento fazia a fila andar. Se ela crescer abaixo de 6% ao ano, a fila não anda. Da última vez que o país não cresceu, o governo massacrou estudantes na principal praça da capital. As tensões sociais, e os desastres ambientais, vão cobrar a conta nesta redução do ritmo de crescimento do país. Mesmo assim, comparada à Índia e à Rússia, a China ainda está melhor. O Brasil também está melhor que outros, mas as despesas públicas de custeio e de pessoal subiram muito nos últimos anos, criando uma restrição fiscal ao aumento do investimento público como forma de ajudar a reativar a economia. A promessa do presidente, de não gastar um centavo de custeio, chega tarde e há aumentos salariais já garantidos aos funcionários públicos, que vão elevar em R$ 40 bilhões a folha salarial nos próximos anos. Folha que passou a ter 300 mil funcionários civis e militares a mais no governo Lula. O governo já estrangulou os gastos públicos. Agora, a única saída é reduzir o superávit primário, mas mesmo isso pode ser insuficiente. Tudo que era brilhante não reluz mais. As reservas de R$ 200 bilhões — melhor tê-las do que não telas — não estão impedindo a disparada do dólar. O governo ainda repete que o fato de ter reservas altas e ser credor em dólar nos protege contra a crise externa. Falta explicar a incapacidade do Banco Central de vencer o overshooting do câmbio e o ataque especulativo que o real vem sofrendo. Há razões concretas para que o dólar tenha subido de patamar, mas isso não explica toda a alta. O Banco do Brasil e a Nossa Caixa, de São Paulo, puseram R$ 8 bilhões nas financeiras das montadoras e a venda de carros continua caindo. O governo distribuiu ajudas fiscais para quem bateu primeiro na sua porta. Patético, por exemplo, o incentivo para a venda de motos. Em mais uma das decisões confusas, baixou uma MP para que a Caixa Econômica virasse sócia das construtoras. A idéia foi criticada pelas próprias construtoras e agora a Caixa desistiu. A Petrobras pegou um empréstimo jumbo na Caixa. A ministra Dilma Rousseff disse que era um absurdo criticar a operação. Criticou-se a crítica como se ela fosse traição à pátria e, agora, o presidente Lula admitiu que a operação “tirou liquidez das pequenas empresas”. Na Câmara, o petista Arlindo Chinaglia se propõe a apressar a aprovação da redução da jornada sem redução de salário. Isso só ajuda os metalúrgicos do ABC e meia dúzia de categorias com forte lobby em Brasília, mas aumenta o custo das empresas numa hora de crise. Outras medidas tópicas, setoriais, para atender aos lobbies, estão sendo pensadas. A que horas teremos governo? Quando o Ministério da Fazenda dará alguma demonstração de que tem autonomia e capacidade para pensar numa resposta coerente para a crise econômica? Redução de imposto distribuída a conta-gotas para grandes empresas ou setores não resolve crise alguma. A Vale não está demitindo porque os impostos são altos ou porque não tem crédito, mas porque a demanda dos seus produtos caiu abruptamente no mundo. Uma redução horizontal de impostos para toda a economia é mais eficiente do que a abertura de um balcão de favores de Brasília. Se o setor privado puder se apropriar de uma parte maior da renda que o governo engole, terá mais energia para atravessar um período que será difícil de qualquer maneira. O desafio das autoridades econômicas não pode ser a luta inútil para manter a qualquer preço o ritmo de 4% a 4,5% de crescimento. Isso é o pior caminho para aumentar o déficit da conta corrente e impedir a queda da inflação. O governo precisa de uma resposta lógica e eficiente à crise. Do contrário, o país ouvirá do médico aquele diagnóstico que o presidente Lula definiu com uma falta de compostura que presidentes não deveriam ter, mas que já está se tornando habitual.
6 comentários:
Olá, o Leonardo me recomendou seu blog, esse post é um questionamento que eu tenho me feito há algum tempo! Penso na população que cresce e que também está envelhecendo, ou seja o planeta está se entupidoooo de gente e acredito que logo ele não terá mais a capacidade de suporte para se sustentar e sustentar principalmente a nossa espécie, que no decorrer dos anos vem exigindo e desgastando demais a Terra, tirando o que pode e o que não pode e deixando outras espécies a margem... Tenho visto o alcance da medicina, o que vou falar pode parecer frio, mas, vejo como uma realidade, antigamente apareciam pestes, viroses, doenças bacterianas que assolavam a humanidade e de uma forma elas controlavam o aumento da população, assim como os animais predadores... ficavam somente os mais fortes que resistiam! Voltando a medicina, descobriu-se a cura, prevenção ou tratamento pra muitas doenças, ou quem não morre vai conseguindo sobreviver mais tempo... a tendência é a medicina ir protelando mais a morte e as pessoas vivendo cada vez mais... veja bem, se ninguém mais morrer onde vamos conseguir sustento???? e a aposentadoria??? que vai pagar tudo isso??? Temo chegarmos no futuro em um tempo de competição, onde brigaremos, mataremos por água, comida, terra, ar, ainda mais que crescemos tanto e por ainda termos uma economia muito extrativista, mesmo com a agricultura, exploramos demais o solo, água entre outros recursos naturais. Acho realmente que deveremos adotar uma política para conter o crescimento populacional, mas, aí esbarramos na maioria das vezes nas questões religiosas... é tudo muito complicado e difícil, ainda mais com o governo mantendo programas como bolsa família, auxílio a mulher rural, parece que as pessoas estão tendo filhos para obter estes recursos... não quero parecer fria, calculista, mas, temos que cair na real... a coisa daqui um tempo vai ficar feia!!!
esqueci de deixar o email tem no meu blog, mas aqui está danielalima1000@hotmail.com
vi os vídeos de entrevistas, esclarecedores e sensibilizadores
Quanta surpresa. Você vai no blog do Heitor Penteado “Nosso futuro comum" e encontro um post da Miriam Leitão!!!!
Ai postei esse comentário
Essa pessoa para mim só sabe assustar as pessoas levando-as a uma posição política desfavorável ao atual governo. Quem sempre postulou que o mercado deva ser o Deus inquestionável da Economia com o dogma de que a iniciativa privada com regulamentos acordados com a sociedade é privada de sua criatividade e eficiência e conseqüentemente que a expansão econômica possa ser alavancada com a especulação como aconteceu nas finanças globalizadas causou um aquecimento de consumo que chega a prejudicar e muito o meio ambiente. Precisamos ainda tomar cuidado não só com a Miriam, mas com todos os economistas não comprometidos com o trinômio; planeta, pessoas e economia. Ela só está preocupada em manifestar que a solução é aprofundar o liberalismo econômico com estado mínimo e este não tem força nem de impedir o desmatamento pois o que permeia na sociedade é o lucro a qualquer custo, ou melhor sem custo de preservar o meio ambiente.
luizmbarros@hotmail.com
Luiz,
Acho que precisamos tomar cuidado com opiniões radicais e com trancamento do diálogo, porque isso não gera aprendizado, harmonia nem evolução. A Míriam Leitão é uma pessoa que conheço bem e tem ótimas intenções e está aberta ao diálogo e é o que importa. Você tem toda razão em fazer as perguntas que fez, mas pode ter certeza, a Míriam é capaz de ouvi-las e é capaz de discuti-las. Ela tem uma preocupação enorme com os jovens e com os afrodescendentes brasileiros e com as questões sociais. O que precisamos fazer é manter o diálogo para fazer as perguntas juntos, com pensamentos e idéias diferentes. Esse tal de liberalismo que é mal utilizado porque nem os neoliberais clássicos acreditavam na baboseira intelectual que grassa aí à nossa volta precisa ser questionado ao máximo. A economia não pode ser maior que o planeta e a economia tem que servir as pessoas e não o inverso. E o planeta é a entidade maior que rege nossas vidas e de todos os seres vivos e se teimarmos em ignorar isso vamos desaparecer, não há dúvida.
Abraço Hugo
Acessando minha caixa de entrada vejo sua resposta em 16/01/09 de um comentário meu em 10/01/09 sobre um post da Miriam Leitão. Ora o presidente tem 70% de aprovação e autoridade para falar do jeito que quer. Tem obrigação com esta maioria por isso queria protegê-la dizendo marolinha. Qualquer cidadão entendeu sem curso na Soborne, estes preocupados em tirar proveito maior ainda com a crise. Veja sempre assim, como você diz band aid em câncer, quando usam dos conhecimentos acadêmicos contra a maioria. O mêdo é uma das formas da mídia para coagir subliminarmente a sociedade a não se posicionar como maioria. Aprendi com Noam Chomsky sobre o mêdo (disse assustar)e agora com Michael Moore que querem salvar o capitalismo financeiro aterrorizando os americanos. Será para todo sempre que vai continuar a destruição do planeta? Os economista pregam as lengas lengas de sempre alavancadas pela TV da Miriam Leitão. Cortar gastos significa, os sociais. Diminuir impostos como nos EUA só dos ricos e agora para dar um ar de honestidade de toda a economia conf. a Fiesp. Nunca vejo a Miriam criticar os bancos por embolsarem parte da liberação dos compulsórios conforme Berluzzo. Mas não só uma vez, deviam ser constantes suas críticas aos defeitos do capitalismo desregrado. Veja que até a Sadia, obrigando o Furlan a voltar e a Votorantim quanto perderam com os derivativos, o Nassif dizendo que não são as empresas que erram, mas os corporativos dirigentes. Não se vê uma doutrinação humanizadora para a colaboração, a cogestão. Ricardo Semler devia ser “endeusado” As posturas aceitas só de pessoas formadas que por tal só elas podem dizer o que querem. Dogmas que devem ser aceitos por exemplo a privatização da saúde e educação, meios de comunicação como TV e Rádio, alem de empresas públicas, como Telesp que qualifico como piratização. Quem não sente no couro o que elas fazem com a população. Aí nos enrolam dizendo: Vocês têm que reclamar. Ora permitem o assalto como o atendimento do telemarketing agora modificado depois de muita reclamação. Onde estava as Agencias cooptadas pelas empresas. Enfim não se adota um paradigma para gerar lucros, mas fruto de um bom atendimento da população.
Sempre os mesmos discursos dos antipopulistas, digo eu antimaioria, só o governo engole os recursos, nunca vi ela falar de forma pragmática que o capitalismo sem regras ou sem taxação do mercado de capitais esse não engole recursos. As aplicações financeiras não pagam impostos. Que petulância em falar dos males do Governo que existem mas nunca falar dos males da livre iniciativa, que seria por exemplo não se colocarem como lobby (ABERT)lá em Brasília contra a televisão estatal. Estando em construção, por não existir ainda plenamente, digital e interativa, não pode ser acusada de nenhum defeito. Vejo ela falar dos defeitos das atuais concessões?. A quem pertence as ondas eletromagnéticas de difusão? Ao Estado, ao povo, ao coletivo à maioria. Quem lê lá longe como foram concedidas as TV e sua função educativa fica horrorizado com o que vemos. Depois ainda criticam H. Chaves que não privatizou a TV que usava a concessão para fomentar o Golpe, mas não renovou a concessão. Prova insofismável naquele documentário de uma TV estrangeira que lá estava e mostra direitinho como foi. Manipulação pura contra a democracia já que ele foi eleito pela população) Ah mas esse exemplo não serve. O que serve são as nossas TV(s) e Rádios como a CBN que não perdem oportunidade de malhar o governo. Saem com esse eufemismo de direito da livre expressão ou o do informar. Livre expressão? E a minha e a da população? Informar, existem milhares de informações, aquelas que causam pânico e as que causam ânimo. A do presidente qual é? As da Mirian?
Por isso é difícil implementar o Planeta, pessoas, economia. Nesse esquema quem furou? Sei que você disse que os neoliberais clássicos não aprovariam as falcatruas do subprime, derivativos, Madoff, GM, Chrysler e tudo mais, mas colocaram nas suas bocas que eles e que queriam a mão invisível, o livre mercado (sem lei), e a famosa COMPETIÇAO, usando meios de comunicação aos quais a Mirian integra. Olha se não houver o oposto, ,ou seja o correto que é a COLABORAÇÃO, a economia acaba com as pessoas e com o planeta. Daí as vezes eu perder a paciência. A expansão agropecuária tão alardeada pela bancada do agronegocio, só fala pela boca da Kátia Abreu, para o governo ajudar com os insumos (poluentes) que aumentaram devido o dólar. Nunca uma preocupação com o meio ambiente. Só querem transgenia com a falsa preocupação de acabar com a fome. A fome tem acabado? O aumento populacional só pode ser contido pela Educação de massa, por ora pergunto; Quem polue mais os pobres que se espremem em coletivos ou quem anda de Gol a álcool como eu?
Continuarei a acessar “Nosso Futuro comum”, como um dos preferidos para ajudar na luta. A propósito não entendi o plano do seu novo livro. Quem cometeu erros? Não entendi, desculpe. Todos estamos cometendo, uns menos outros mais como esses que querem salvar o capitalismo financeiro, colocando economia acima das pessoas.
Luiz, entendo sua impaciência e revolta, é necessário ter muito estômago no mundo atual, mas temos que seguir adiante cuidando pelo bem comum. O que as elites e os poderosos ainda não entenderam é que quando o barco afundar, eles não vão estar em outro lugar, senão dentro do barco e que os maiores inimigos deles não são os que fazem as críticas, mas os que as ignoram. As elites ignoram que elas não só não servem de exemplo do que devemos ser nesse mundo, como ignoram o fato que elas irão naufragar junto com a humanidade, pois dela fazem parte e isso é inexorável.
Abraço
Hugo
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