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quinta-feira, 27 de novembro de 2014

AMAZÔNIA E OS “ADORADORES” DO CRESCIMENTO, QUE SE ACHAM HETERODOXOS...

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Sabemos agora, depois dos estudos do Antonio Donato Nobre, que nem desmatamento zero resolve. É preciso recuperar o que foi destruído.  Mas como acomodar um conflito enorme entre uma visão econômica de crescimento do PIB com a visão planetária dos cientistas pela qual precisamos reduzir o consumo absoluto de matéria e energia já para mitigar os danos que já começaram a ocorrer?  

A visão de crescimento do PIB busca sempre mais atividades para atender demandas que não param de crescer num ambiente de total desmazelo social já presente, impossível de ocorrer sem maior pressão sobre os mecanismos do planeta.  Surgiram visões oportunistas dos “adoradores” do crescimento que fingem acomodar a demanda dos cientistas preocupados com as questões planetárias através de uma série de mitos, como energia limpa, mecanismos de desenvolvimento limpo, discussão do sexo dos anjos como a precificação dos serviços ambientais que o Grupo Meadows estimou ser equivalente ao PIB global, e outras estratégias para enganarem a si mesmos ou os demais.

São visões conflitantes, dissonantes, sem intersecção alguma, é quase um mundo bipolar. Duas esferas que não se comunicam.  Até agora a única tendência observada dessa crise vem ainda dos “adoradores” do crescimento, que alegam ser possível manter o status do crescimento do PIB e obter ao mesmo tempo salvação ambiental e social.  Defendem ferreamente tais idéias, que só existem no ambiente teórico, sem tocar nenhuma questão mais urgente das populações e a situação planetária e social ao nosso lado só se deteriora dia após dia. 

Nem preciso falar que o fim da água em São Paulo, por mais aterrador que seja, é uma prova do erro fatal da teoria econômica que essa sim, deveria ser inteira revista, ao invés de ser acomodada dentro da visão oportunista e clientelista dos “adoradores” do crescimento que acreditam, sem base teórica alguma, que crescimento do PIB pode ser acomodado dentro desse planeta finito, tese verdadeira só se aqui realmente for o Jardim do Éden.

Analistas criticam falta de transparência em dados sobre desmatamento na Amazônia


segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Destruição da Amazônia: só vai terminar quando desmatarmos tudo

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Vamos fazer que nem os países ricos. Só vamos parar de desmatar quando atingirmos destruição de quase 100% como foi o caso deles.  É por isso que eles alegam não desmatar nada hoje: não dá para desmatar mais que 100%!!! 

No nosso caso isso é um risco tremendo, por conta do que já sabemos de contribuição da Amazônia para o país todo.  Mas enquanto esse modelo continuar, não devemos esperar resultados diferentes.
Resultados diferentes só ocorrerão quando mudarmos o modelo.

Não só não mudamos o modelo, como reforçamos sua tendência atual suicida com nomes pomposos como Economia Verde, Economia do Meio Ambiente, Energia Limpa, Mecanismos de Desenvolvimento Limpo, Energia Nuclear Limpa, tudo com letra maiúscula mesmo simbolizando nomes próprios (essas idéias podem até ser usadas reconhecendo suas limitações, mas de nada adiantam sem uma revisão total do paradigma vigente). Não só não mudamos o modelo, como estamos pisando o pé no acelerador.  Existe uma quantidade gigantesca de atividades se sobrepondo não para resolver esse problema, mas porque aumentam o PIB, dentro da mesma lógica atual.

Isso porque mudar o modelo significa vencer interesses arraigados difíceis de serem vencidos.  Talvez e se tivermos sorte e o Permafrost permitir, um evento cataclísmico pode ter a força de acordar a todos e salvar o que resta.

Agora só dá para salvar o que restar.  Dos ecossistemas e da vida na Terra. 


Folha, Segunda-feira 15set14

LEÃO SERVA

Amazônia queima sem notícia

Inpe atrasa vários meses a divulgação da informação sobre desmatamento e só o faz por imposição legal
A divulgação em meio ao tiroteio eleitoral escondeu o resultado do monitoramento da destruição da floresta amazônica. Entre agosto de 2012 e julho de 2013, o desmatamento foi 29% maior do que nos 12 meses anteriores (2011-12), segundo o programa Prodes, que o Inpe devia ter divulgado em maio mas só revelou na última quarta, com quatro meses de atraso.
Outro projeto de acompanhamento da degradação da Amazônia, chamado Deter, mostra que em junho e julho de 2014 os alertas de desmatamento foram 9% maiores que no mesmo período de 2013. Os resultados combinados revelam que a degradação cresce há dois anos, revertendo a redução ocorrida entre 2008 e 2012. É notícia grave, mas a imprensa, distraída com a eleição, não viu.
O Inpe tem dois programas de avaliação da destruição de nossa maior floresta. O mais antigo, Prodes, é feito desde 1988, com imagens produzidas de agosto a julho de cada ano. Os resultados são divulgados em maio do ano seguinte, quando a destruição detectada já é irreversível. Por isso, em 2004, foi criado o Deter, menos preciso (ele detecta sinais de calor) mas com resultados mensais, serve para que os órgãos públicos possam agir enquanto um ataque à floresta está em curso.
Os dois sistemas fornecem à sociedade a informação para reagir contra a redução da floresta, que influencia o clima no resto do país e no continente. O ressecamento da Amazônia é determinante para a falta de chuvas em São Paulo, por exemplo, como explicou o cientista Philip Fearnside à Folha, em março (leia emhttp://folha.com/no1431548).
Este ano, os resultados dos dois programas foram divulgados com atrasos inéditos, com implicação eleitoral. O Prodes só saiu no dia 10 deste mês porque a ONG Instituto Socioambiental interpelou o Inpe com base na Lei de Acesso a Informação. Já o Deter atrasou dois meses.
O governo federal considera nevrálgica o dado do aumento da destruição da floresta, indicadora de que perdeu o controle do desmatamento. Por isso preferiria não vê-la publicada. Nunca antes na história deste país o relatório atrasou tanto, sem que algo de anômalo se abatesse sobre o Inpe.
A repercussão na eleição é óbvia: a redução do desflorestamento aconteceu no governo Lula quando Marina Silva era ministra do Meio Ambiente; com Dilma presidente, a tendência se inverteu. Agora as duas são candidatas. A preocupação com a floresta é maior entre eleitores das grandes cidades, onde Dilma tem mais rejeição e Marina, eleitorado maior.
É também relevante para compor o quadro (do desmatamento e da omissão dos dados) a informação de que o principal polo de destruição florestal é a região de Altamira, no Pará, onde é construída a hidrelétrica de Belo Monte. É o que mostra análise de vários dados do período 2010-13 (leia em http://goo.gl/vbgxHE).
A presidente Dilma se empenhou na aprovação da usina prometendo que ela não seria vetor de destruição ambiental massiva. Mas a destruição em torno da rodovia BR-163, que cruza a região, mostra que não há controles oficiais na área.
"Não há nada de novo sob o sol", diz o bíblico "Eclesiastes": na Amazônia, o desmatamento é a regra. O que se acrescenta --e que tampouco é novo-- é a sonegação de uma informação de grande interesse social, aparentemente motivada por seus impactos eleitorais. É grave. Quem se preocupa com a Amazônia deve abrir bem os olhos.

segunda-feira, 31 de março de 2014

Amazônia está longe de estar salva

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Painel IPCC alivia previsões para Amazônia (ver matéria abaixo), mas aponta riscos que podem não mudar o seu cenário, dada a falta de decisão política para evitá-los nos Brasil e demais países sul-americanos.  Sem falar na pressão advinda do projeto patrocinado por interesses econômicos, chamado de IRSA (Integração Regional Sul-Americana).  Esse projeto é patrocinado por uma ideologia aina dominante que não vê valor algum na floresta em pé.   Será que nós economistas esquecemos que nos ensinam na escola que uma árvore só tem valor quando derrubada ao chão?  Ou que em todos os livros de macroeconomia ensinados até hoje e não na Idade Média está escrito que “os recursos da natureza são totalmente irrelevantes para o processo econômico”, apesar de ser uma teimosia nada científica completamente em desacordo com a realidade?  E que os físicos sabem que tudo à nossa volta são recursos da natureza regidos por leis que não controlamos?  A física é uma ciência, enquanto a economia não passa de fantasias voltada para solidificar o status quo dos que menos precisam de recursos, mas os que mais conseguem obtê-los, tanto na esfera social, como nacional e global.

A notícia do painel é boa, mas muito pouco animadora, porque mudança climática não é “o” problema, mas um deles, e nem o mais grave.  E se o cenário mais ameno só vai acontecer se não houver desmatamento, fogo, especulação, avanço da fronteira agrícola, então esse cenário não é provável. Não há nenhum arcabouço institucional instalado nessa região sem lei capaz de impedir essas mazelas.  Enfim, falta firmeza e decisão política para defender a floresta – e nossas vidas.  Falta entender que sem a Amazônia estaremos todos mortos.

Quando nossos interesses estão em foco somos os piores juízes das nossas ações. Nós não mudamos simplesmente porque não queremos ou nem sentimos a necessidade de.

Falta barrar a especulação imobiliária, o fogo, com firmeza, mas com uma atuação 360 graus, dando àqueles que fazem isso outra opção de participar do sistema econômico, que não agir em desespero próprio.  Nossas cidades, por exemplo, são motores de destruição contínua dos ecossistemas.  Transporte de lixo, de alimentos, de matérias primas da Ásia para empresas de cosméticoserradamente consideradas sustentáveis,  é tanta coisa errada que nem dá para pensar por onde começar. É por tudo.

É o que mais falta no nosso sistema e é o maior entrave para realmente mudarmos: vivemos um sistema que as oportunidades são distribuídas para poucos, enquanto a vasta maioria fica sem nada e isso só tem piorado.  E esses poucos ainda viram líderes de uma sustentabilidade que inexiste. Nada mudou. Pior, nosso sistema só favorece pessoas no poder que tenham natureza psicopata, segundo estudos de universidades britânicas.

Para salvar o lado ambiental, é necessário salvar primeiro o lado social.  Mas isso é mudar como lidamos com o poder. O poder foi feito para servir e não para se servir dele.  Estamos longe disso. De um pensamento integrado. Nas mãos de pessoas que nem percebem isso.   Se tivéssemos nascido na favela do Alemão não estaríamos pensando na Amazônia – quem acredita em reencarnação deve temer as próximas, dada a situação de penúria social que bilhões já vivem. Se é que as próximasreencarnações ainda poderão ser nesse planeta. Como Nicholas Georgescu-Roegen vaticinou muito antes das descobertas científicas das últimas décadas: “Se a economia do descarte e do desperdício imediato dos bens continuar, seremos capazes de entregar a Terra ainda banhada em sol apenas à vida bacteriana.”  Continuou de forma explosiva e exponencial como mostram os trabalhos do grupo de Meadows e a atualização do seu trabalho Limites ao Crescimento, com colocações extremamente válidas até hoje.  Não adiantou nada os alertas da década de 1970. O que fará adiantar os alertas atuais?

Stephen Jay Gould ao falar da maior extinção em massa de espécies animais e vegetais dos últimos 65 milhões, avisou que seria muita ingenuidade achar que essa extinção jamais se voltaria contra os causadores.  Também avisou que nem faremos mossa à vida bacteriana, o que mostra a sabedoria também em biologia de Roegen.
  

Relatório de 2007 falava em catástrofe e savana; cientistas sugerem agora que é possível proteger a vegetação dos danos climáticos

Giovana Girardi - Enviada especial/O Estado de S. Paulo
YOKOHAMA (Japão) - Há pelo menos uma boa notícia, se é que se pode dizer assim, no novo relatório do IPCC (o painel científico da ONU sobre mudanças climáticas): a Amazônia não corre mais o risco de virar uma savana até o final do século. Essa era uma das principais previsões feitas no relatório anterior, de 2007, do IPCC.
Na época, modelos climáticos apontavam que o aumento da temperatura e as mudanças climáticas levariam a uma nova configuração da vegetação em busca de um reequilíbrio com o clima diferente. Assim, em vez de permanecer como uma floresta densa chuvosa, a Amazônia responderia apresentando um menor porte, menor diversidade, menor biomassa -- mais semelhante com o nosso cerrado. Isso acabou conhecido como savanização e foi um dos pontos de maior crítica ao IPCC.
Sete anos depois, e com mais estudos disponíveis, o cenário ficou menos pessimista. É o que se pode concluir de uma versão preliminar do relatório completo do grupo de trabalho 2 do IPCC (que fala sobre impactos, vulnerabilidade e adaptação) que vazou na internet nos últimos dias. O material será chancelado no final da semana em plenária do IPCC em Yokohama, no Japão.
No capítulo que fala sobre ecossistemas terrestres, e teve como um dos autores o americano Daniel Nepstad, do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM), que há 30 anos estuda a floresta, o IPCC pontua que o novo conhecimento sobre a dinâmica da floresta melhorou e a probabilidade de ela sofrer essa transformação é bem menor que o que se imaginava anteriormente. "Apesar de que uma diminuição das chuvas e secas mais severas são esperadas no leste da Amazônia", escrevem.
O cenário do colapso da floresta foi duramente criticado alguns meses após o lançamento da segunda parte do relatório 4 do IPCC, em 2007. Na época ele se baseava em uma modelagem climática, feita pelo Hadley Center, da Inglaterra, que projetava um aumento de um ciclo vicioso: o desmatamento alimentaria uma seca, que interagiria com as mudanças climáticas e o aumento da presença de gás carbônico na atmosfera, levando a colapso de metade da floresta até o final do século 21.
O modelo, porém, nunca acertou direito o regime atual de chuvas da floresta, sempre estimava para baixo. Falava em uma média de 1.400 a 1.500 mm quando a medida nas estações meteorológicas ficava em mais de 1.700 mm. Esse erro na modelagem inicial acabou levando aos resultados mais catastróficos.
Além de os modelos terem melhorado, vários estudos experimentais conduzidos na própria floresta ao longo da última década mostraram um cenário um pouco diferente. A floresta continua sendo ameaçada por períodos de seca intensa, mas seu grande inimigo talvez seja o fogo.
"A melhor notícia trazida pelos últimos estudos é que, mesmo com a mudança climática, o homem pode mitigar os seus efeitos ao controlar o uso do fogo na agricultura", comenta o pesquisador Britaldo Soares-Filho, da Universidade Federal de Minas Gerais e especialista na dinâmica da floresta.
O fogo é ainda é um recurso bastante usado por agricultores para limpar o terreno. Mas num momento de seca ele pode se espalhar com potencial realmente danoso para a floresta. "Sem esse combate, há realmente o risco de perder a floresta, com mudança do clima ou não. É o grande gatilho para empobrecer a floresta", diz Britaldo. "Mas o clima pode agravar isso. Agora estamos em um ano muito chuvoso em Rondônia, no Acre, mas em Roraima o fogo está tomando conta. E tivemos duas grandes secas, de 2005 e 2010. A variabilidade está aumentando, a princípio", complementa.
Experimentos conduzidos por Nepstad em que trechos da floresta foram secados com painéis solares observaram o limiar da resistência à seca, com a morte de grandes árvores. "As secas naturais que tivemos depois em 2005 e em 2010 validaram o estudo: 1 bilhão de toneladas de carbono foi liberada com a morte das árvores por seca natural."
Depois foi investigado o potencial do fogo. Uma parcela da floresta queimada intencionalmente no Mato Grosso, nas cabeceiras do Xingu, teve uma mortalidade de 50% das árvores num momento de temperatura mais alta e ventos fortes.
"É possível evitar que o fogo entre na floresta. Por outro lado, o Brasil está conseguindo reduzir o desmatamento. Se essa conquista se consolidar e evitarmos o fogo, dá para manejar o que a mudança climática tem de pior a jogar no Brasil", diz Nepstad.

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Como destruir a Amazônia sem sair de casa!

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Como destruir a Amazônia sem sair de casa

*João Meirelles Filho

Se você acha que a culpa do desmatamento é do governo, você tem razão. Claro que é culpa da inoperância dos órgãos públicos, que não conseguem controlar desmatamentos, queimadas, e nem a lenha que garante o seu pãozinho de cada dia nas padarias da região e de boa parte do Brasil. Será que a culpa é só daqueles a quem você emprestou seu voto e sua confiança, daqueles a quem você passou procuração para decidir, em seu nome, o que você consome nos super-mercados? Ou será este um problema da Nação a que você e eu pertencemos, ou fingimos pertencer?
Como você se sente diante do circo anual quando o chefe da Nação esbraveja ao ver as taxas de desmatamento fora de controle e solta decretos a torto e a direito, esperando que sejam cumpridos? Você acha que seus chefes realmente levam a sério este assunto? O que eles pensam quando servem seu George (o Bush) um churrasco para ele na Granja do Torto?
Até quando você vai acreditar nesta novela? Nesta conversa de que medir desmatamento e queimadas serve para alguma coisa? Só serve para dizer o que você já sabe muito bem: a coisa vai muito mal, cada vez pior. Afinal, medir desmatamento e queimada é medir conseqüência e não causa. É como medir a febre do doente, certificar-se que ele tem mesmo febre e, ir dormir, ir fazer churrasco, nada fazer, esperando, que, se tudo der certo, um dia, o doente, se sobreviver, irá melhorar.
É assim que age o governo que você elegeu, porque, você, cidadão brasileiro, não liga a mínima para as causas que provocam desmatamento e queimada. Ou melhor, não está muito interessado em saber que quem causa a destruição da Amazônia é você mesmo, ao comer o seu bifinho de cada dia, o seu churrasquinho de fim de semana, o seu pãozinho de cada dia.
O que efetivamente causa desmatamento? Na Amazônia a resposta é muito clara: a pecuária bovina extensiva, que responde por mais de 3/4 do estrago, e bem depois, muito depois, vem as outras causas, a soja (que cresce rapidamente), a retirada de madeira (que financia as novas derrubadas e pastagens), e muitas outras que, claro, juntas, são terrivelmente devastadoras. Aliás, esta é a história do Brasil. A história da pata do boi. Assim, seus tataravôs engoliram a Mata Atlântica e a Caatinga, e seus pais e você devoram o Cerrado e a Amazônia.
Só se cria boi porque há consumidor de carne. O pecuarista só existe porque ganha mais dinheiro com o boi. Se outra coisa (legal) fosse mais lucrativa, mudaria de ramo. E o pecuarista só cria boi porque há cada vez mais consumidor querendo comer carne, carne barata.
Quem consome a carne da Amazônia é tanto quem mora na região (menos de 10% da produção), como os brasileiros das outras regiões (mais de 80%). A participação das exportações ainda é pequena, inferior a 10%, mesmo se considerar os 600 mil bois vivos que despachamos, sem pagar impostos, para a desabastecida Venezuela e o violento Líbano em guerra.
Hoje, na Amazônia, é possível produzir carne muito barata porque o alto preço social e ambiental não são considerados. O pecuarista raciocina: por que se preocupar em conservar as matas, as águas, as populações tradicionais e as milenares culturas? Por que seguir a lei trabalhista, pagar impostos, legalizar as terras, se não há fiscalização?
O Brasil decidiu (e você participa desta decisão como eleitor e consumidor) transferir 1/3 de seu rebanho para a Amazônia. Na década de 1.960 eram 1 milhão de bois na região, hoje, menos de meio século depois, são 75 milhões. Mais que em toda a Europa! Há muita gente envolvida, não são apenas aqueles 21 mil médios e grandes pecuaristas (com propriedades acima de 500 hectares). Há também 400 mil pequenos pecuaristas, em sua maior parte economicamente inviáveis.
Resultado: em menos de 40 anos, somente com a pecuária, destruímos mais de 70 milhões de hectares do mais complexo e desconhecido conjunto de florestas tropicais do Planeta. É pouco, você dirá, menos de 20% da região, ou, se preferir, meros 8% do território do Brasil.
No entanto, esta superfície é superior à soma das áreas do estado do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo e Rio de Janeiro somados. Destruídos. Para que? Para você comer picanha, picadinho e croquete mais baratos. Será que alguém realmente se beneficiou com isto? Será que os filhos dos pecuaristas realmente terão uma vida melhor porque estão na Amazônia desmatada? Dificilmente. A pecuária não consegue garantir nem a rentabilidade de uma aplicação trivial em um banco, como a poupança ou um CDB. É o pior negócioque existe, só sobrevive porque é ilegal.
De cada três bifinhos que você come, um vem da Amazônia. Você não pergunta para o seu Zé açougueiro nem para o seu Diniz do Pão de Açúcar ou para o presidente do Carrefour, ou para outro dono de supermercado de onde vem a carne. Você também não pergunta de onde vem a soja, o arroz, e tantos outros produtos. Enfim, como consumidor você sabe muito pouco sobre o que você consome, qual o seu impacto no planeta, quantos quilos de carbono, de água, de suor foram gastos para produzir o seu luxo do momento. Seu fornecedor também não se interessa por educá-lo, informá-lo, orientá-lo. Para ele responsabilidade social é comprar meia dúzia de cestinhas e docinhos de comunidades “em alto risco social” e ganhar comenda e prêmio de associações empresariais.
E se você efetivamente perguntasse ao dono do estabelecimento? E se você fosse às últimas conseqüências, abandonasse o produto na prateleira? E se, de agora em diante, você fosse 100% coerente em relação a sua responsabilidade como cidadão, cidadão comedor das Amazônias? Das Matas Atlânticas? Você deixaria de comprar a carne que vem com gosto de Amazônia queimada, devastada e escravizada? A carne que saiu do norte de Mato Grosso, do sul do Pará, do Marajó, do centro de Rondônia, do sul do Acre e do Amazonas? Você deixaria de comer a Amazônia? Você seria capaz de abandonar seu antigo fornecedor de alimentos se ele não levasse a sério a sua pergunta: de onde vem esta carne? Ou melhor, esta carne vem da Amazônia?
Se sua resposta é: tanto faz, então sugiro que desligue a televisão, vá curtir o seu quente verão de aquecimento global e tome tudo isto como conversa para boi dormir. Se, entretanto, achar que vale a pena seguir adiante, então, tome uma atitude. Pilote com mais atenção o seu carrinho de compras. A cada passo que você dá no supermercado, é você quem decide o futuro do planeta (e não o dono do reluzente estabelecimento, ou o diretor de marketing da empresa, ou o gênio da agência de propaganda que ainda insiste em usar crianças ou em desrespeitar as mulheres para vender mais).
Se você quer entregar algo da Amazônia a você mesmo, ou a seus descendentes, deixe este olhar bovino de lado, abandone seu comportamento de consumidor passivo. O mundo todo já percebeu que o Brasil está transformando a Amazônia em um imenso curral. É isto que você quer? Você acha que o mundo vai mesmo ficar de braços cruzados vendo o Brasil fazer churrasquinho da Amazônia? Pois então, vamos agir, enquanto é tempo, antes que sejamos obrigados, envergonhados, a sofrer sanções internacionais hoje inimagináveis. Vamos enviar o boi de volta para o zoológico e para o presépio, de onde jamais deveria ter saído.

João Meirelles Filho nasceu em São Paulo e mudou-se para Belém há quatro anos. É empreendedor social, autor do “ Livro de Ouro da Amazônia” (Ediouro, 2004) e dirige o 
Instituto Peabiru. Pertence à terceira geração de uma das mais prósperas famílias de pecuaristas do país.

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Brazil Debates Easing Curbs on Developing Amazon Forest

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Analisando friamente a matéria, alguns pontos interessantes:
1) A lei é boa, mas como tudo no Brasil, desde lei de S/A e outras coisas, não é respeitado. Um dos argumentos do Aldo Rebelo é que o código florestal, por ter sido universalmente desrespeitado, até por empresas famosérrimas e grandes, coloca quase todo mundo na ilegalidade. A lei é boa, mas ela não é efetiva, alias, Amazônia é terra sem presença do estado de forma dramática (se é que isso realmente mudaria alguma coisa...)
2) Acho engraçado essa baboseira toda de energia limpa, nuclear, carro elétrico, biocombustível, solar e a crença quase infantil que mais produção pode ser feita sem aumentar o desmatamento, mas a posição dos ruralistas é mais coerente com a realidade planetária do que a de muitos ambientalistas: pedem para abrir fronteira agrícola nas florestas (não com as florestas) para produzir mais. Ponto para eles enquanto a oposição vai na direção errada falando de mais bife para todos sem desmatar nada como se isso fosse possível;
3) Isso é o mais assustador, estive na Amazônia três vezes no ano passado e como a velocidade de reprodução da floresta é lenta e depende de pequenas aves, mamíferos, insetos, etc., a fragmentação florestal causada pela miríade de propriedades que se recortam em atividades e reservas e quebram a continuidade, criam bolsões de florestas a caminho da morte lenta, com o desaparecimento de uma biodiversidade crucial que não é possível de ser sustentada por quaisquer fragmentos estudados pelo INPA (vi a pesquisa de perto). Em outras palavras, essa parte é assustadora para quem quer que acredite ser parte de uma espécie animal e sabe que água e alimentos não são obtidos pela ação humana nem gratuitamente, mas sim fruto de uma teia viva e extremamente vulnerável. Por isso, esse alerta dá calafrios: “But despite Brazil’s efforts to slow deforestation, scientists say the Amazon is approaching a tipping point where enough tropical biomass has been lost to cause large areas of the forest to shift irreversibly into savanna or other less biodiverse landscapes”; Climactic changes in the rain forest have begun to alarm researchers. The Amazon suffered its worst two droughts on record last year and in 2005. “There are enough signals out there to not rush into this,” Mr. Lovejoy said. O que Lovejoy não sabe é que os dados de desmatamente são fracos, escondem a realidade e que a floresta está sendo queimada viva pelo primeiro vilão da destruição, que é a especulação imobiliária que vai sendo aberta com pontes, projetos e estradas pois lá, como no Brasil todo, um terreno só vale alguma coisa quando limpo, nada de terra de viúva, onde não tem o homem para carpinar.
Antonio Donato Nobre deu uma palestra no TEDxAmazônia que vale a pena ser assistida. Imagino o quando ele não consegue dormir, com o conhecimento que possui sobre o que está para acontecer conosco a partir do fim da Amazônia.
Enquanto isso no sul maravilha: copa do mundo, SUVs, trem bala, Neymar, morte do Bin Laden...

Hugo


May 11, 2011

Brazil Debates Easing Curbs on Developing Amazon Forest

By ALEXEI BARRIONUEVO
SÃO PAULO, Brazil — Brazil’s Congress fiercely debated changing a cornerstone environmental law on Wednesday night, a move conservationists warned could roll back one of the most effective pieces of legislation protecting forests and biodiversity in Brazil and undermine the country’s efforts to slow greenhouse gas emissions.
The debate pitted powerful agribusiness interests and the government’s own plans for infrastructure projects against scientists and environmentalists concerned that the Brazilian Amazon, one of the world’s largest forests, could be reaching a tipping point in its deforestation.
After announcing an agreement late Wednesday, the government's leader in Congress could not raise a quorum and the vote was pushed to next week.
A group of so-called Ruralistas in Congress, who favor expanding Brazil’s agribusiness, including Representative Aldo Rebelo of the Communist Party, proposed changes to the law that would open up more land for agricultural expansion. Currently the law, known as the Forest Code, requires that 80 percent of a property in the Amazon, and 20 to 35 percent of land in certain other areas, remain forest. The proposed revisions would exempt small farms from those rules, potentially accelerating deforestation, environmentalists said.
“It is a recipe for disaster,” said Thomas E. Lovejoy, of the Heinz Center for Science, Economics and the Environment.
A proposed revision was first submitted to Congress last June that claimed Brazil’s current law, first enacted in 1934, was holding back the country’s economic development.
With some countries scrambling to ensure food security, including China, Brazil stands as the nation with the greatest potential in the world to expand land for cultivation and cattle grazing, agricultural experts say. Despite restrictions in the Forest Code, Brazil has become the world’s largest exporter of beef and second only to the United States in the export of soybeans.
But despite Brazil’s efforts to slow deforestation, scientists say the Amazon is approaching a tipping point where enough tropical biomass has been lost to cause large areas of the forest to shift irreversibly into savanna or other less biodiverse landscapes. Opening up more land to cultivation could reduce rainfall in the Amazon and place vast stretches of the tropical forest at risk of this “dieback,” researchers say. About 18 percent of the Brazilian Amazon has been deforested, according to official figures.
Climactic changes in the rain forest have begun to alarm researchers. The Amazon suffered its worst two droughts on record last year and in 2005. “There are enough signals out there to not rush into this,” Mr. Lovejoy said.
Antonio Nobre, a researcher at Brazil’s National Institute of Space Studies, has complained about the lack of scientific input in the proposed changes to the Forest Code. “If we had more time to debate, we would have an opportunity to construct environmental legislation suitable for the 21st century,” Dr. Nobre said this month.
Some members of the government of President Dilma Rousseff, including her environment minister, have raised questions about the proposed revisions to the law. If it passes the lower house of Congress, it will need to be approved by the Senate. Ms. Rousseff could veto elements of the proposed changes before they become law.

Bolívia: Pare a Destruição da Amazônia

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Em apenas alguns dias, o governo da Bolívia poderá dar o sinal verde para a construção de uma gigantesca estrada ilegal que passará por uma área protegida da floresta amazônica -- mas os bolivianos estão lutando contra isso e nós podemos ajudá-los a ganhar essa causa!

O presidente Evo Morales está ajudando empresas estrangeiras a repartirem a Amazônia -- cortando árvores, explorando minérios e desenvolvendo a agricultura em grande escala no fértil solo da Amazônia. Morales está a ponto de aprovar a construção de uma estrada enorme que iria alimentar ainda mais esse ataque à floresta mais importante do mundo, mesmo tendo que violar suas próprias leis para fazer isso acontecer. Mas agora que as últimas permissões estão sendo avaliadas, as vozes dos cidadãos estão pedindo que o governo busque rotas alternativas para a estrada -- e Morales está começando a sentir a pressão.

Cerca de dois mil indígenas e suas famílias saíram em uma marcha de 600km e estão apelando para que a nossa comunidade se junte a eles. Clique abaixo para assinar a urgente petição para impedir a construção da estrada e envie essa mensagem para todos. Entregaremos a petição junto com nossos amigos indígenas no final da marcha em La Paz e diretamente ao gabinete do presidente.



Assine a petição aqui.

quarta-feira, 1 de junho de 2011

SEM A AMAZÔNIA TODOS ESTAREMOS MORTOS

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OCUPAÇÃO DA AMAZÔNIA JÁ ELIMINOU 2,6 BILHÕES DE ÁRVORES

Rio, 01 - Desde o início do processo de ocupação da Amazônia por povos não indígenas, pelo menos 2,6 bilhões de árvores foram eliminadas, estima o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no estudo "Geoestatísticas de Recursos Naturais da Amazônia Legal", divulgado hoje (1). Quase metade dessa perda (1,2 bilhão de árvores) ocorreu no Estado do Pará. A área desmatada representa 15,3% da vegetação original do bioma.

Estima-se que em 2002, ano de referência do estudo, havia aproximadamente 45 bilhões de toneladas de carbono na vegetação remanescente da região (87,3% do estoque original). A pesquisadora Rosângela Garrido destaca que os maiores estoques de carbono no solo estão em áreas de manguezal e campinarana, ameaçadas por mudanças de regras de preservação previstas no Código Florestal aprovado na Câmara dos Deputados.

As perdas de árvores estão concentradas no Leste (Pará, Maranhão e Tocantins) e no sul (Mato Grosso e Rondônia) da chamada Amazônia Legal. A pecuária aparece na publicação do IBGE como principal responsável pela alteração da cobertura original da terra, representando 51,7% da área desmatada. A vegetação secundária (que surge naturalmente, após o abandono de áreas usadas pelo homem) correspondia a 32,1%, e a agricultura, a 15,2%.

A floresta amazônica é dividida em quatro tipos de formação: florestas ombrófilas densa e aberta e florestas estacionais semidecidual e decidual. A semidecidual, concentrada nos Estados do Maranhão e de Mato Grosso, no chamado Arco do Desmatamento, foi a mais afetada proporcionalmente entre os quatro tipos de vegetação primária: teve 27,2% da área original modificada pelo homem, o que a coloca na situação de mais ameaçada.

As florestas estacionais, que fazem a transição entre as ombrófilas e o cerrado, são as formações com menor superfície: ocorrem em 5,4% da região. O IBGE destaca que "qualquer programa de proteção da diversidade de florestas da Amazônia deve dedicar especial atenção às florestas estacionais, especialmente quando estão em áreas de expansão da atividade agrossilvipastoril".

Em termos absolutos, a devastação está concentrada na ombrófila densa: 60% das árvores eliminadas existiam lá. A maior perda foi registrada no Pará (1,2 bilhão de árvores), seguido por Maranhão (584 milhões), Mato Grosso (281 milhões) e Rondônia (214 milhões). Dos 17,6 bilhões de árvores remanescentes em 2002, a maior concentração estava no Amazonas (7,4 bilhões), seguido por Pará (5,2 bilhões) e Mato Grosso (1,7 bilhão).

Água

Cerca de 45% de toda a água subterrânea potável do País está concentrada na Amazônia Legal, indica o IBGE. As maiores áreas de aquíferos porosos estão no Amazonas, Mato Grosso e Pará. De todo o território da Amazônia Legal, 12% está sujeito a inundações, inclusive áreas urbanas como Parintins, aponta o capítulo sobre relevo.

O IBGE cita os campos de petróleo e gás de Urucu, no Amazonas, ao destacar o potencial para exploração de combustíveis fósseis do subsolo da região, formado predominantemente por rochas sedimentares.

A Amazônia Legal ocupa 5.016.136,3 quilômetros quadrados, que correspondem a 59% do território nacional. Nela vivem em torno de 24 milhões de pessoas, segundo o Censo 2010, distribuídas em 775 municípios nos Estados do Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins (98% da área estadual), Maranhão (79%) e Goiás (0,8%).

Além de conter 20% do bioma Cerrado, a região abriga todo o bioma Amazônia, o mais extenso dos biomas brasileiros. Ele corresponde a 1/3 das florestas tropicais úmidas do planeta e detém a mais elevada biodiversidade, o maior banco genético e 1/5 da disponibilidade mundial de água potável, informa o IBGE.

(Felipe Werneck)


quinta-feira, 26 de maio de 2011

Luto

Por favor se comentar deixe um email para contato.

Luto. Seguimos sem nada pela frente para comemorar. Nada, absolutamente nada de realmente novo na área socioambiental que mude o destino triste da humanidade, já em curso desastroso para muitos. Se há dúvida, só ir visitar os hospitais públicos. Se há dúvida, só ir visitar a Amazônia de perto e ver ela sendo queimada viva com dados escabrosamente falhos para contar o que ali está acontecendo. Evidências não faltam, não apenas o emblemático e previsível assassinato de José Cláudio Ribeiro e Maria do Espírito Santo que avisaram várias vezes que iam ser mortos. Justiça será feita? Muito pouco provável. José Cláudio disse no TEDxAmazôniaTriste. E nossa sociedade emasculada não tem poder para fazer absolutamente nada, mesmo que quisesse. Isso é o pior, não basta mudar a consciência geral das pessoas, seria necessário dar-lhes instrumentos, porque eles não existem. O ser humano foi privado de qualquer participação útil no processo. E no mundo todo. Mentes vazias cheias de desejos inúteis e pouca capacidade de mudar seu destino, decidido da pior forma possível por outrem é agora nosso principal calvário.

De: Raul Silva Telles do Vale

Assunto: desagravo ao PV - favor circular em tua lista



relendo a msg que passei, a qual vc encaminhou a tua lista, vi que fui infeliz ao citar a participação do PV no processo de votação do código florestal.

Embora pessoalmente discorde dos destaques que o PV escolheu, isso é absolutamente secundário em relação ao papel que o partido teve nessa história toda. O partido como um todo, e alguns deputados em especial (destaque para Sirkis, Sarney, Rosane, o ex-deputado Edson Duarte), foi incansável na briga, e lutou até o final.

A menção que fiz foi infeliz porque deixou transparecer que a atuação do partido foi equivocada, o que não é minha avaliação. A derrota que colhemos não foi por causa do PV, mas apesar dele. Penso apenas que os destaques poderiam ter sido outros, sobre os quais teria como argumentar melhor, mas, como disse, isso é mais do que secundário no processo, pois mesmo que fossem aqueles que pessoalmente julgo ótimos, e mesmo que houvesse uma argumentação perfeita, ainda assim seriam derrotados naquela correlação de forças.

Assim, por uma questão de justiça, e já que a mensagem acabou circulando para além do público interno ao qual se destinava originariamente, peço que circule também esse justo desagravo para não deixar mals entendidos.

abs

Raul Silva Telles do Valle
Advogado
Coordenador Adjunto
Programa Política e Direito Socioambiental
Instituto Socioambiental
www.socioambiental.org


Citando Raul Silva Telles do Vale :

Ontem foi um dia vergonhoso. O velho Brasil do correntão, da pistolagem, do nacionalismo predatório, venceu um round. O Brasil "real" se impôs ao Brasil que queremos.

O assassinato do casal de extrativistas no Pará, Zé Claudio e Maria do Espirito Santo, foi um anúncio de que o Brasil real está bem vivo. Na disputa com madeireiros, aliados de sempre dos futuros pecuaristas "extensivos", o casal, ameaçado há tempos, tombou. Hoje os jornais estão divulgando esse brutal assassinato, e vamos fazer uma notícia a respeito, com mais informações, pois por enquanto não temos muitas.

Na Câmara dos Deputados esse Brasil real se manifestou com o mesmo nível de brutalidade. Nossos representantes aprovaram por 410 votos favoráveis, contra 63 contrários, o texto "das pegadinhas" apresentado por Aldo Rebelo há duas semanas (abaixo a lista dos votantes). Não contentes com isso, e com apoio maciço de PMDB/DEM/PSDB/PCdoB (blocão dos gente fina), aprovaram ainda a emenda 164, que, em resumo, acaba com as APPs no país. Essa emenda diz que qualquer atividade agrosilvipastoril (agrícola, pecuária ou silvicultural), bem como outras (quais?) definidas pelos estados, pode ser permitida em APPs, no passado (até 2008) e no futuro. Ou seja, se eu quiser derrubar uma encosta ou beira de rio para colocar pasto (produção de carne/leite), a lei está autorizando.

Eu sinceramente achei boa a aprovação dessa emenda. Se ela fosse derrotada, corríamos o risco de que fosse passada a imagem à sociedade de que o mal maior teria sido afastado e que o texto-base aprovado está "razoável", já que contou com o apoio do governo. Pelo menos agora, com uma emenda absurda, e que foi aprovada contrariando a orientação de governo, temos alguma chance de que o Planalto se mexa a tempo para que a história no Senado seja diferente, ou seja, para que um novo texto seja produzido, pois do jeito que está ou veta tudo ou seremos o primeiro país do mundo a deixar de ter uma legislação de proteção às florestas. Porque o texto-base é isso: uma não legislação.

O destaque da noite ficou para o discurso desastroso do Vacarezza. Nunca vi uma coisa daquelas. Pessoalmente penso que ele fez de propósito, pois não pode ser tão imbecil. Pra quem não acompanhou, ele, para defender a derrubada da emenda 164, ameaçou o plenário com o veto e, mais, disse que num regime presidencialista o parlamento "perde" e é "menor" quando contraria uma ordem do presidente (!).
Foi a senha para que a oposição (e o PMDB) subissem no palanque e transformasse o assunto em uma disputa entre poderes, mais do que entre governo x oposição ou ambientalistas x ruralistas.

Mas outro destaque ficou para o PT. Diante da notícia, vinda ainda de manhã, que Aldo não mudaria uma vírgula do relatório apresentado (ele já sabia que qquer coisa que apresentasse seria aprovada), o partido teve que decidir qual posição adotar. Foi pra votação interna. O Governo, pasmem, orientou votar favoravelmente ao texto do Aldo, mesmo com ele discordando. A senha era "muda no senado, mas precisamos votar as MPs que estão para vencer". Com base nisso, e numa discussão acirrada, ganhou a posição de aprovar o texto do Aldo, por 27 a 24. Quem viu o discurso do Paulo Teixeira sem saber dessa prévia não entendeu nada. Ele disse que o texto precisava de várias modificações, mas que seria modificado no Senado. Ele mesmo acabou votando favoravelmente ao texto, assim como o Vacarezza.
Ainda assim tivemos 35 votos do PT. E na votação da emenda 164, quase todos do PT (menos um cara do AC).
Por fim, devo ressaltar que PV e PSOL até que tentaram, mas não conseguiram. A meu ver, mesmo no PV, faltou quem pudesse argumentar com propriedade para defender a rejeição do texto e a aprovação dos destaques - pessimamente escolhidos - que fizeram. O PSOL conseguiu fazer uma argumentação melhor.

No final, a cena foi o Lupion beijando o Aldo. Todos muito felizes, pois conseguiram aprovar a emenda que dava a eles o que faltava no texto-base. Na galeria, agroboys engravatados aplaudindo, enquanto o pessoal da FETRAF, CUT e CONTAG (até a CONTAG) cabisbaixos. Nós, então, não preciso nem dizer.

Ainda amanhã faremos uma reunião para avaliação e planejamento dos próximos passos. Ainda temos o Senado, onde há alguma chance de mudança caso o Governo queira. E onde podemos trabalhar melhor. Mas o quórum de ontem da câmara é suficiente para derrubar qquer modificação no senado e, inclusive, um veto presidencial. Ou o governo entrar duro, ou vai ser jantado novamente. Tudo depende da prioridade que dará ao tema. Até o momento, embora ascendente, foi baixa.

abs

Raul Silva Telles do Valle
Advogado
Coordenador Adjunto
Programa Política e Direito Socioambiental
Instituto Socioambiental
www.socioambiental.org


----- Mensagem encaminhada -----
De: "Renata A. Alves"
Enviadas: Quarta-feira, 25 de Maio de 2011 9:51:07 (GMT-0300) Auto-Detected
Assunto: Codigo Floretal: deputados a favor e contra

http://congressoemfoco.uol.com.br/noticia.asp?cod_canal=1&cod_publicacao=37176
Veja como cada deputado votou o texto-base do relatório de Aldo
Rebelo sobre o novo Código Florestal:

> DEM
> Abelardo Lupion PR Sim
> Alexandre Leite SP Sim
> Antonio Carlos Magalhães Neto BA Sim
> Arolde de Oliveira RJ Sim
> Augusto Coutinho PE Sim
> Claudio Cajado BA Sim
> Davi Alcolumbre AP Sim
> Eduardo Sciarra PR Sim
> Efraim Filho PB Sim
> Eleuses Paiva SP Sim
> Eli Correa Filho SP Sim
> Fábio Souto BA Sim
> Felipe Maia RN Sim
> Ferna ndo Torres BA Sim
> Guilherme Campos SP Sim
> Heuler Cruvinel GO Sim
> Hugo Napoleão PI Sim
> Irajá Abreu TO Sim
> Jairo Ataide MG Sim
> Jorge Tadeu Mudalen SP Sim
> José Nunes BA Sim
> Júlio Campos MT Sim
> Júlio Cesar PI Sim
> Junji Abe SP Sim
> Lira Maia PA Sim
> Luiz Carlos Setim PR Sim
> Mandetta MS Sim
> Marcos Montes MG Sim
> Mendonça Prado SE Sim
> Onofre Santo Agostini SC Sim
> Pauderney Avelino AM Sim
> Paulo Cesar Quartiero RR Sim
> Paulo Magalhães BA Sim
> Professora Dorinha Seabra Rezende TO Sim
> Rodrigo Maia RJ Sim
> Ronaldo Caiado GO Sim
> Vitor Penido MG Sim
> Walter Ihoshi SP Sim
> Total DEM: 38
>
> PCdoB
> Aldo Rebelo SP Sim
> Alice Portugal BA Sim
> Assis Melo RS Sim
> Chico Lopes CE Sim
> Daniel Almeida BA Sim
> Delegado Protógenes SP Sim
> Edson Pimenta BA Sim
> Evandro Milhomen AP Sim
> Jandira Feghali RJ Sim
> Jô Moraes MG Sim
> Luciana Santos PE Sim
> Manuela D`Ávila RS Sim
> Osmar Júnior PI Sim
> Perpétua Almeida AC Sim
> Total PCdoB: 14
>
> PDT
> Ademir Camilo MG Sim
> André Figueiredo CE Sim
> Ângelo Agnolin TO Sim
> Brizola Neto RJ Não
> Damião Feliciano PB Sim
> Dr. Jorge Silva ES Sim
> Enio Bacci RS Sim
> Felix Mendonça Júnior BA Sim
> Flávia Morais GO Sim
> Giovani Cherini RS Sim
> Giovanni Queiroz PA Sim
> João Dado SP Sim
> José Carlos Araújo BA Sim
> Manato ES Sim
> Marcelo Matos RJ Sim
> Marcos Medrado BA Sim
> Miro Teixeira RJ Não
> Oziel Oliveira BA Sim
> Paulo Pereira da Silva SP Sim
> Paulo Rubem Santiago PE Não
> Reguffe DF Não
> Salvador Zimbaldi SP Sim
> Sebastião Bala Rocha AP Obstrução
> Sueli Vidigal ES Sim
> Vieira da Cunha RS Não
> Wolney Queiroz PE Sim
> Zé Silva MG Sim
> Total PDT: 27
>
> PHS
> Felipe Bornier RJ Sim
> José Humberto MG Sim
> Total PHS: 2
>
> PMDB
> Adrian RJ Sim
> Alberto Filho MA Sim
> Alceu Moreira RS Sim
> Alexandre Santos RJ Sim
> Almeida Lima SE Sim
> André Zacharow PR Sim
> Aníbal Gomes CE Sim
> Antônio Andrade MG Sim
> Arthur Oliveira Maia BA Sim
> Átila Lins AM Sim
> Benjamin Maranhão PB Sim
> Camilo Cola ES Sim
> Carlos Bezerra MT Sim
> Celso Maldaner SC Sim
> Danilo Forte CE Sim
> Darcísio Perondi RS Sim
> Edinho Araújo SP Sim
> Edinho Bez SC Sim
> Edio Lopes RR Sim
> Edson Ezequiel RJ Sim
> Eduardo Cunha RJ Sim
> Elcione Barbalho PA Sim
> Fabio Trad MS Sim
> Fátima Pelaes AP Sim
> Fernando Jordão RJ Sim
> Flaviano Melo AC Sim
> Francisco Escórcio MA Sim
> Gastão Vieira MA Sim
> Gean Loureiro SC Sim
> Genecias Noronha CE Sim
> Geraldo Resende MS Sim
> Henrique Eduardo Alves RN Sim
> Hermes Parcianello PR Sim
> Hugo Motta PB Sim
> Íris d e Araújo GO Sim
> João Arruda PR Sim
> João Magalhães MG Sim
> Joaquim Beltrão AL Sim
> José Priante PA Sim
> Júnior Coimbra TO Sim
> Leandro Vilela GO Sim
> Lelo Coimbra ES Sim
> Luciano Moreira MA Sim
> Lucio Vieira Lima BA Sim
> Luiz Otávio PA Sim
> Manoel Junior PB Sim
> Marcelo Castro PI Sim
> Marinha Raupp RO Sim
> Marllos Sampaio PI Sim
> Mauro Benevides CE Sim
> Mauro Mariani SC Sim
> Mendes Ribeiro Filho RS Sim
> Moacir Micheletto PR Sim
> Natan Donadon RO Sim
> Nelson Bornier RJ Sim
> Newton Cardoso MG Sim
> Nilda Gondim PB Sim
> Osmar Serraglio PR Sim
> Osmar Terra RS Sim
> Paulo Piau MG Sim
> Pedro Chaves GO Sim
> Professor Setimo MA Sim
> Raimundão CE Sim
> Raul Henry PE Sim
> Reinhold Stephanes PR Sim
> Renan Filho AL Sim
> Rogério Peninha Mendonça SC Sim
> Ronaldo Benedet SC Sim
> Rose de Freitas ES Sim
> Saraiv a Felipe MG Sim
> Solange Almeida RJ Sim
> Valdir Colatto SC Sim
> Washington Reis RJ Sim
> Wladimir Costa PA Sim
> Total PMDB: 74
>
> PMN
> Dr. Carlos Alberto RJ Sim
> Fábio Faria RN Sim
> Jaqueline Roriz DF Sim
> Walter Tosta MG Sim
> Total PMN: 4
>
> PP
> Afonso Hamm RS Sim
> Aguinaldo Ribeiro PB Sim
> Arthur Lira AL Sim
> Beto Mansur SP Sim
> Carlos Magno RO Sim
> Carlos Souza AM Sim
> Cida Borghetti PR Sim
> Dilceu Sperafico PR Sim
> Dimas Fabiano MG Sim
> Eduardo da Fonte PE Sim
> Esperidião Amin SC Sim
> Gladson Cameli AC Sim
> Iracema Portella PI Sim
> Jair Bolsonaro RJ Sim
> Jeronimo Goergen RS Sim
> José Linhares CE Sim
> José Otávio Germano RS Sim
> Lázaro Botelho TO Sim
> Luis Carlos Heinze RS Sim
> Luiz Argôlo BA Sim
> Luiz Fernando Faria MG Sim
> Márcio Reinaldo Moreira MG Sim
> Missionário José Olimpio SP Sim
> Nelson Meurer PR Sim
> Neri Geller MT Sim
> Paulo Maluf SP Sim
> Raul Lima RR Sim
> Rebecca Garcia AM Sim
> Renato Molling RS Sim
> Roberto Balestra GO Sim
> Roberto Britto BA Sim
> Rober to Dorner MT Sim
> Roberto Teixeira PE Sim
> Sandes Júnior GO Sim
> Simão Sessim RJ Sim
> Toninho Pinheiro MG Sim
> Vilson Covatti RS Sim
> Waldir Maranhão MA Sim
> Zonta SC Sim
> Total PP: 39
>
> PPS
> Arnaldo Jardim SP Sim
> Arnaldo Jordy PA Não
> Augusto Carvalho DF Sim
> Carmen Zanotto SC Sim
> César Halum TO Sim
> Dimas Ramalho SP Sim
> Geraldo Thadeu MG Sim
> Moreira Mendes RO Sim
> Roberto Freire SP Não
> Rubens Bueno PR Sim
> Sandro Alex PR Sim
> Stepan Nercessian RJ Sim
> Total PPS: 12
>
> PR
> Aelton Freitas MG Sim
> Anthony Garotinho RJ Sim
> Aracely de Paula MG Sim
> Bernardo Santana de Vasconcellos MG Sim
> Diego Andrade MG Sim
> Dr. Adilson Soares RJ Sim
> Dr. Paulo César RJ Não
> Francisco Floriano RJ Sim
> Giacobo PR Sim
> Giroto MS Sim
> Gorete Pereira CE Sim
> Henrique Oliveira AM Sim
> Homero Pereira MT Sim
> Inocêncio Oliveira PE Sim
> Izalci DF Sim
> João Carlos Bacelar BA Sim
> João Maia RN Sim
> José Rocha BA Sim
> Laercio Oliveira SE Sim
> Liliam Sá RJ Não
> Lincoln Portela MG Sim
> Lúcio Vale PA Sim
> Maurício Quintella Lessa AL Sim
> Maurício Trindade BA Sim
> Neilton Mulim RJ Sim
> Paulo Freire SP Sim
> Ronaldo Fonseca DF Sim
> Sandro Mabel GO Sim
> Tiririca SP Sim
> Vicente Arruda CE Sim
> Wellington Fagundes MT Sim
> Welling ton Roberto PB Sim
> Zoinho RJ Sim
> Total PR: 33
>
> PRB
> Acelino Popó BA Sim
> Antonio Bulhões SP Sim
> George Hilton MG Sim
> Heleno Silva SE Sim
> Jhonatan de Jesus RR Sim
> Jorge Pinheiro GO Sim
> Márcio Marinho BA Sim
> Otoniel Lima SP Sim
> Ricardo Quirino DF Sim
> Vilalba PE Sim
> Vitor Paulo RJ Sim
> Total PRB: 11
>
> PRP
> Jânio Natal BA Sim
> Total PRP: 1
>
> PRTB
> Aureo RJ Sim
> Vinicius Gurgel AP Sim
> Total PRTB: 2
>
> PSB
> Abelardo Camarinha SP Sim
> Ana Arraes PE Sim
> Antonio Balhmann CE Sim
> Ariosto Holanda CE Sim
> Audifax ES Não
> Domingos Neto CE Sim
> Dr. Ubiali SP Sim
> Edson Silva CE Sim
> Fernando Coelho Filho PE Sim
> Gabriel Chalita SP Sim
> Givaldo Carimbão AL Sim
> Glauber Braga RJ Não
> Gonzaga Patriota PE Sim
> Jefferson Campos SP Sim
> Jonas Donizette SP Sim
> José Stédile RS Sim
> Júlio Delgado MG Sim
> Keiko Ota SP Sim
> Laurez Moreira TO Sim
> Leopoldo Meyer PR Sim
> Luiz Noé RS Sim
> Luiza Erundina SP Não
> Mauro Nazif RO Sim
> Pastor Eurico PE Sim
> Paulo Foletto ES Sim
> Ribamar Alves MA Sim
> Romário RJ Sim
> Sandra Rosado RN Sim
> Valadares Filho SE Sim
> Valtenir Pereira MT Sim
> Total PSB: 30
>
> PSC
> Andre Moura SE Sim
> Antônia Lúcia AC Sim
> Carlos Eduardo Cadoca PE Sim
> Deley RJ Não
> Edmar Arruda PR Sim
> Erivelton Santana BA Sim
> Filipe Pereira RJ Sim
> Hugo Leal RJ Sim
> Lauriete ES Sim
> Marcelo Aguiar SP Sim
> Nelson Padovani PR Sim
> Pastor Marco Feliciano SP Sim
> Ratinho Junior PR Sim
> Sérgio Brito BA Sim
> Silas Câmara AM Sim
> Stefano Aguiar MG Sim
> Takayama PR Sim
> Zequinha Marinho PA Sim
> Total PSC: 18
>
> PSDB
> Alfredo Kaefer PR Sim
> André Dias PA Sim
> Andreia Zito RJ Sim
> Antonio Carlos Mendes Thame SP Sim
> Antonio Imbassahy BA Sim
> Berinho Bantim RR Sim
> Bonifácio de Andrada MG Sim
> Bruna Furlan SP Sim
> Bruno Araújo PE Sim
> Carlaile Pedrosa MG Sim
> Carlos Alberto Leréia GO Sim
> Carlos Brandão MA Sim
> Carlos Roberto SP Sim
> Carlos Sampaio SP Sim
> Cesar Colnago ES Sim
> Delegado Waldir GO Sim
> Domingos Sávio MG Sim
> Duarte Nogueira SP Sim
> Dudimar Paxiúba PA Sim
> Eduardo Azeredo MG Sim
> Eduardo Barbosa MG Sim
> Hélio Santos MA Sim
> João Campos GO Sim
> Jorginho Mello SC Sim
> Jutahy Junior BA Sim
> Luiz Carlos AP Sim
> Luiz Fernando Machado SP Sim
> Luiz Nishimori PR Sim
> Manoel Salviano CE Sim
> Mara Gabrilli SP Sim
> Marcio Bittar AC Sim
> Marcus Pestana MG Sim
> Nelson Marchezan Junior RS Sim < br>Otavio Leite RJ Sim
> Paulo Abi-Ackel MG Sim
> Pinto Itamaraty MA Sim
> Raimundo Gomes de Matos CE Sim
> Reinaldo Azambuja MS Sim
> Ricardo Tripoli SP Não
> Rodrigo de Castro MG Abstenção
> Rogério Marinho RN Sim
> Romero Rodrigues PB Sim
> Rui Palmeira AL Sim
> Ruy Carneiro PB Sim
> Valdivino de Oliveira GO Sim
> Vanderlei Macris SP Sim
> Vaz de Lima SP Sim
> Wandenkolk Gonçalves PA Sim
> William Dib SP Sim
> Total PSDB: 49
>
> PSL
> Dr. Francisco Araújo RR Sim
> Dr. Grilo MG Sim
> Total PSL: 2
>
> Psol
> Chico Alencar RJ Não
> Ivan Valente SP Não
> Total Psol: 2
>
> PT
> Alessandro Molon RJ Não
> Amauri Teixeira BA Não
> André Vargas PR Sim
> Angelo Vanhoni PR Sim
> Antônio Carlos Biffi MS Não
> Arlindo Chinaglia SP Sim
> Artur Bruno CE Não
> Assis do Couto PR Sim
> Benedita da Silva RJ Sim
> Beto Faro PA Sim
> Bohn Gass RS Sim
> Cândido Vaccarezza SP Sim
> Carlinhos Almeida SP Sim
> Carlos Zarattini SP Sim
> Chico D`Angelo RJ Não
> Cláudio Puty PA Não
> Décio Lima SC Sim
> Devanir Ribeiro SP Sim
> Domingos Dutra MA Não
> Dr. Rosinha PR Não
> Edson Santos RJ Sim
> Eliane Rolim RJ Sim
> Emiliano José BA Sim
> Erika Kokay DF Não
> Eudes Xavier CE Não
> Fátima Bezerra RN Não
> Fernando Ferro PE Não
> Fernando Marroni RS Não
> Francisco Praciano AM Não
> Gabriel Guimarães MG Sim
> Geraldo Simões BA Sim
> Gilmar M achado MG Sim
> Henrique Fontana RS Não
> Janete Rocha Pietá SP Não
> Jesus Rodrigues PI Não
> Jilmar Tatto SP Não
> João Paulo Lima PE Não
> João Paulo Cunha SP Sim
> Jorge Boeira SC Sim
> José De Filippi SP Sim
> José Guimarães CE Sim
> José Mentor SP Sim
> Joseph Bandeira BA Sim
> Josias Gomes BA Sim
> Leonardo Monteiro MG Não
> Luci Choinacki SC Sim
> Luiz Alberto BA Não
> Luiz Couto PB Sim
> Márcio Macêdo SE Não
> Marco Maia RS Art. 17
> Marcon RS Não
> Marina Santanna GO Não
> Miriquinho Batista PA Sim
> Nazareno Fonteles PI Não
> Nelson Pellegrino BA Sim
> Newton Lima SP Não
> Odair Cunha MG Sim
> Padre João MG Não
> Padre Ton RO Não
> Paulo Pimenta RS Não
> Paulo Teixeira SP Sim
> Pedro Eugênio PE Sim
> Pedro Uczai SC Não
> Policarpo DF Sim
> Pro fessora Marcivania AP Não
> Reginaldo Lopes MG Sim
> Ricardo Berzoini SP Sim
> Rogério Carvalho SE Não
> Ronaldo Zulke RS Sim
> Rui Costa BA Sim
> Ságuas Moraes MT Sim
> Sérgio Barradas Carneiro BA Sim
> Sibá Machado AC Não
> Taumaturgo Lima AC Sim
> Valmir Assunção BA Não
> Vicente Candido SP Sim
> Vicentinho SP Sim
> Waldenor Pereira BA Não
> Weliton Prado MG Sim
> Zé Geraldo PA Sim
> Zeca Dirceu PR Sim
> Total PT: 81
>
> PTB
> Alex Canziani PR Sim
> Antonio Brito BA Sim
> Arnaldo Faria de Sá SP Sim
> Arnon Bezerra CE Sim
> Celia Rocha AL Sim
> Danrlei De Deus Hinterholz RS Sim
> Eros Biondini MG Sim
> João Lyra AL Sim
> Jorge Corte Real PE Sim
> José Augusto Maia PE Sim
> José Chaves PE Sim
> Josué Bengtson PA Sim
> Jovair Arantes GO Sim
> Nelson Marquezelli SP Sim
> Nilton Capixaba RO Sim
> Paes Landim PI Sim
> Ronaldo Nogueira RS Sim
> Sabino Castelo Branco AM Sim
> Sérgio Moraes RS Sim
> Silvio Costa PE Sim
> Walney Rocha RJ Sim
> Total PTB: 21
>
> PTC
> Edivaldo Holanda Junior MA Sim
> Total PTC: 1
>
> PTdoB
> Cristiano RJ Sim
> Lourival Mendes MA Sim
> Luis Tibé MG Sim
> Total PTdoB: 3
>
> PV
> Alfredo Sirkis RJ Não
> Antônio Roberto MG Não
> Dr. Aluizio RJ Não
> Fábio Ramalho MG Não
> Guilherme Mussi SP Não
> Lindomar Garçon RO Não
> Paulo Wagner RN Não
> Ricardo Izar SP Não
> Roberto de Lucena SP Não
> Roberto Santiago SP Não
> Rosane Ferreira PR Não
> Sarney Filho MA Não
> Total PV: 12

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Ibama chama agentes do Brasil todo para a Amazônia

Por favor se comentar deixe um email para contato.

A explosão no desmatamento na Amazônia fez o Ibama suspender todas as suas operações de fiscalização no país para concentrar esforços na contenção da derrubada.

O governo acredita que o pulo nos índices de desmate é resultado da perspectiva de afrouxamento da legislação com o novo Código Florestal.

A determinação do Ibama foi baixada na segunda-feira, num memorando às superintendências de todo o país.

O documento, obtido pela Folha, determina que todas as operações de fiscalização do PNAPA (o plano anual de operação do Ibama) que não tenham relação com o combate ao desmatamento na Amazônia sejam suspensas. Para 2011, o programa tinha 1.300 operações previstas.

"Não adianta combater o tráfico de animais, por exemplo, se o habitat deles foi para o saco", diz o presidente do Ibama, Curt Trennepohl. "Foi a decisão mais lógica. Temos de estancar a hemorragia em Mato Grosso."

Agentes dos Estados também estão sendo deslocados em massa para a Amazônia. Segundo Trennepohl, há cerca de 520 homens na região agora. O número deve crescer, já que só do Rio Grande do Sul, nesta semana, serão deslocados mais 60 agentes.

O governo foi surpreendido pela retomada da devastação, principalmente em Mato Grosso. Dados preliminares do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), a serem divulgados na semana que vem, sugerem um repique sem precedentes desde o final de 2007, quando o governo baixou o embargo de crédito aos desmatadores (gênese da polêmica atual sobre o Código Florestal).

Pulo do gato - O diretor do Inpe, Gilberto Câmara, recusou-se a fornecer o dado, alegando que ele ainda está sob verificação. "O gato subiu no telhado. Falta ver o tamanho do pulo".

A expectativa em relação à mudança no código, em discussão no plenário da Câmara, é considerada pela área ambiental do governo um dos principais fatores por trás da aceleração da derrubada.

Como já é tradição na Amazônia, o setor produtivo se antecipa a decisões do poder público e derruba a floresta.

Neste ano, em MT, o objetivo do desmatamento seria criar "áreas consolidadas" antes da aprovação do código para ganhar anistia.

Parlamentares ruralistas e entidades do setor têm vendido à base que o novo código permitiria a manutenção de áreas rurais consolidadas e abriria a possibilidade de consolidar o uso de áreas de preservação permanente.

A retomada do preço das commodities no mercado internacional e a anistia ao desmatamento concedida pela recém-aprovada lei de zoneamento do Estado também são apontadas como causas possíveis do repique.

Segundo Trennepohl, a devastação tem se concentrado na região produtora de grãos do Estado, e o desmate é sobretudo para agricultura. (Fonte: Ana Flor e Claudio Angelo/ Folha.com)

Data da notícia: 16/05/2011 - 00:00:04
Última modificação: 15/05/2011 - 20:49:33

Segue troca com meu amigo da Amazônia:

Caríssimo Hugo,

Mais do que esperado. Sem falar o estresse hídrico de milhões de árvores com as duas maiores secas da região numa sequência histórica, dos anos de 2005 e 2010. O “sul maravilha” não imagina o que isso pode acontecer e num prazo curto. Aqui há um vazio tão oco de conhecimento, que aproveitadores aparecem toda hora e fingem estar salvando a Amazônia, fingem usar seus produtos e o trabalho de suas comunidades, para vender produtos no sul e no mundo com essa falsa bandeira. Essa filosofia (sustentabilidade) ainda não nasceu e está cheia de elos perdidos. Ponto para a economia do alto carbono que segue ilesa, a despeito de tantos reclamos.

Como já lhe disse várias vezes, a Amazônia está sendo queimada viva, não há presença do Estado e o principal motor é a especulação imobiliária que vem a reboque das megaobras dos políticos politiqueiros, que mesmo antes de estarem prontas pontes e estradas, os grileiros aparecem e chegam pelas bordas dos rios, arrancando igarapés, ou pelas bordas das estradas. Desmatam e não são detidos, ao contrário, isso porque no Brasil um terreno ou terra só tem valor sem matas - e isso precisa ser modificado pela política do IBAMA e do ICMBIOs em relação aos proprietários que preservam, porque aqui no Brasil, incrivelmente, os proprietários mais incomodados e ameaçados de desapropriação para criação de parques são justamente os que defendem e protegem as suas matas.

Quando você esteve aqui no ano passado, mostramos isso a você. Sem falar que a tecnologia de fiscalização por satélite no Brasil é estranhamente desatualizada e os dados na verdade subestimam a destruição florestal daqui. Isso tem sido questionado por vários institutos sérios do mundo todo. Enfim, é muito pior que imaginamos, todos os biólogos sabem que fragmento florestal que resta do esquartejamento da Amazônia são pedaços de florestas sem capacidade reprodutiva a caminho da morte, isso estudado e observado em qualquer tamanho de fragmento florestal, não só nos mais pequenos como se imaginava antes.

Amazônia está próxima do tipping point, isso deveria ser ponto de preocupação máxima. O mais desesperador é ver as políticas dos países sul-americanos que dividem a Amazônia com o Brasil. Tem um vídeo que mostra um vídeo com escala temporal acelerada o que acontece na Bolívia. O mundo emergente está igual a China ou o centro-oeste brasileiro, que punha placas nos seus portos e estradas décadas atrás: “Problemas ambientais no seu país? Venha para cá!” ou “Queremos a poluição de São Paulo”, no caso brasileiro.

No Sul Maravilha a maior parte das obras é feita com madeira sem nota da floresta daqui, sabia disso?

Pode parecer exagero para alguns, mas você está certo quando diz “sem a Amazônia todos estaremos mortos”.

Abraço do seu sempre amigo idoso,

Virasin

Colaboradores