terça-feira, 24 de julho de 2012

Precificação dos serviços da natureza sem mudança de valores não irá mudar a visão errada dos economistas

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Esse assunto está ganhando corpo na teoria econômica tradicional que não quer jamais reconhecer seus erros teóricos gravíssimos, pelos quais assumem uma total separação entre economia e natureza até hoje nos livros "impostos" aos estudantes de macroeconomia. Os economistas sequer questionam como um problema criado pelo próprio mercado - que se baseia nesse conjunto de valores que ignora a natureza - irá ser solucionado pelo mercado.

Pior, nem atentam ao fato que não dá para colocar preço em tudo à nossa volta e itens importantes da nossa realidade só possuem valor intrínseco. Precificação da natureza é mero paliativo, senão inútil completamente, caso não leve a uma mudança de valores e a um reconhecimento dos riscos enormes que corremos hoje com esse modelo disseminado para todos os quatro cantos do orbe.

Apenas um serviço da Amazônia equivale a 50,000 Itaipus. Espero ver em vida as pessoas fazendo fila para pagar por isso e por todo o resto, principalmente países ricos como Alemanha e Estados Unidos que só não colapsaram como a Ilha de Páscoa graças a usurpação gratuita da natureza e dos povos de outros territórios via comércio global.

Também espero ver em vida a valoração mudar as regras do comércio global com todos os governos agindo nessa direção e contra interesses mesquinhos.  Isso ajudaria a mudar o fiasco que foi a tal Comissão Stiglitz que para não prejudicar o comercio global fez de tudo para não remover a invisibilidade da natureza no sistema. Afinal Stiglitz é da turma que acredita que a economia pode ser maior que o planeta.

Finalmente espero ver em vida o momento no qual empregos e bem estar estarão relacionados a redução absoluta de matéria e energia em escala global, porque prosperidade até agora acelerando entropia não só é a maneira burra de fazer como concentrou riqueza e destruiu as liberdades.

Lógico que mesmo que minha vida não fosse curta, jamais verei isso, pelo menos no andar de cima.

Estamos no Titanic e não sabemos se estamos antes ou depois da colisão. Não sabemos nem se dá tempo de mudar a rota. Em outras palavras, não é mais tempo de discussões inúteis como dar valor a natureza que o poder não quer reconhecer. Não é mais tempo de discussões mas de ações.

O mais chocante é que os governos sabem isso.


Hugo

quinta-feira, 5 de julho de 2012

André Trigueiro, Washington Novaes sempre na direção certa

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Compartilho com vcs o texto do A.Trigueiro e o comentário que fiz logo abaixo nesse endereço da rede: http://www.mundosustentavel.com.br/2012/07/todos-somos-ceticos/#comment-1790.  Logo abaixo tem o texto do Washington Novaes, também nesse endereço:  http://www.remaatlantico.org/Members/suassuna/artigos/capital-natural-como-recolocar-o-pais-nos-trilhos-artigo-de-washington-novaes/view.

E também, como analista das economias fora do Brasil e há 25 anos nesse trabalho, tenho algumas ponderações:

1) a crise de 2008 não terá um final, porque se trata da crise final do sistema atual;
2) não devemos dar nomes aos sistemas (capitalismo, socialismo, etc.), porque todos tem o mesmo ponto de partida equivocado, que é a separação entre o sistema sócio-econômico e o sistema que o aloja, o planeta e seus ecossistemas; essa nomenclatura não é útil, tem muito mais natureza política do que prática; na verdade as maiores economias estatais do planeta são Estados Unidos, Alemanha e Japão;
3) a crise final vai trazer o colapso para perto de todos nós, 75% da humanidade já vive de alguma forma o extremo desse colapso em diferentes formas (emocionais, materiais), muito provavelmente ele vai se estender para o resto;
4) não houve mudança alguma até agora, apesar da tentativa de alinhar nosso sistema com o meio ambiente tenha vindo para o discurso, na prática as atividades fomentadas são todas elas contrárias a esse alinhamento, a saber: energia limpa, agricultura transgênica, petróleo, automóveis, construção, metalurgia, mineração, agrotóxicos, bens de consumo, etc.
5) uma mudança só ocorrerá quando o modelo de desenvolvimento se desprender do PIB que não captura o aumento de consumo de matéria e energia e quando a discussão sair do aspecto quantitativo e caminhar para o aspecto qualitativo:
      - PIB, bem estar/emprego e consumo de matéria e energia possuem várias combinações como na tabela abaixo.  Quando relacionamos PIB com aumento ou redução de consumo de matéria e energia, sempre imaginamos ser possível apenas a possibilidade 1, mas na verdade há as outras e a mais desconcertante é redução do PIB com aumento do impacto ou a possibilidade 3; outra evidência desconcertante é que hoje não há mais relação alguma entre aumento do PIB e melhora do bem estar e do emprego num conceito mais amplo e menos efêmero ou cíclico e embora todos acreditem na possibilidade a, só estamos observando hoje a possibilidade b e assusta muito a crença largamente difundida contrária à realidade social do crescimento:

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6) A mudança levaria a uma outra relação, na qual  PIB seria abandonado, como na tabela seguinte.  Não seria mais calculado produção de bens e serviços, apenas bem estar e emprego permanente ligado ao consumo de matéria e energia e o objetivo de uma economia sustentável é a possibilidade 2 apenas.  A tabela simplifica demais as ações necessárias para esse resultado, que passa pelo abandono total do modelo de negócios vigente e mudança radical no padrão de consumo.  Esse é o único caminho para salvar a humanidade e nós não o escolhemos ainda.
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Hugo Penteado

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Capital Natural: Como recolocar o País nos trilhos? Washington Novaes

[O Estado de S.Paulo] Diante da afirmação do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon – confirmada em alto e bom som na Rio+20 por vários chefes de Estado e de governo -, de que “o atual sistema econômico no mundo está falido”, que se pretende fazer? E com que acordos, já que as transformações terão ou teriam de ser planetárias e na conferência nem se conseguiu chegar a acordos setoriais sobre águas oceânicas, biodiversidade, metas de desenvolvimento sustentável e combate à pobreza?
Publicado em julho 4, 2012 por HC

Mata Atlântica, em São Paulo. Foto de arquivo
Mata Atlântica, em São Paulo. Foto de arquivo
Melhor, então, ficar com a nossa própria casa e ver por onde seria possível avançar. Embora, no momento em que se apregoa que o País já tem um modelo de desenvolvimento sustentável, se continuem praticando políticas que incentivam o consumo, até com isenções de impostos em áreas problemáticas, e apesar de o próprio representante do Instituto Ethos ter mencionado essa insustentabilidade, na conferência do Rio de Janeiro (Valor, 15/6).
Pode-se começar pela questão do consumo. Anteontem, este jornal divulgou a estimativa do WWF segundo a qual, se todas as pessoas no mundo tivessem o mesmo padrão de consumo dos paulistanos, seriam necessários 2,5 planetas como a Terra para provê-lo. Se o padrão fosse o da média dos paulistas, menor, ainda assim seriam necessários 2 planetas. A chamada “pegada ecológica” dos paulistanos (hectares necessários para atender ao consumo de uma pessoa) seria de 4,38 hectares e a dos paulistas, de 3,52 hectares – quando a média disponível no mundo é de 1,8 hectare por pessoa. Mas a pegada, aqui, varia por extrato social: 1,8 hectare para quem recebe até dois salários mínimos; e 11,5 hectares, para acima de 25 salários mínimos.
Quando se vai para o Semiárido brasileiro, vê-se que nada menos do que 12 milhões de pessoas (60% do total) afetadas pela seca passam por fortes dificuldades. Não são diferentes de 2,1 bilhões de pessoas que já vivem em terras áridas no mundo – com a agravante de que a desertificação avança 12 milhões de hectares (120 mil quilômetros quadrados) a cada ano no planeta. Já se decidiu que 40% de R$ 1,2 bilhão destinado ao plano estratégico de combate à desertificação que o País começa a construir irá para o Semiárido. Mas será suficiente, se os últimos diagnósticos do clima no País dizem que a região poderá perder, em poucas décadas, pelo menos 20% das chuvas já escassas?
Mostrou-se, no Rio de Janeiro, que 85% dos estoques pesqueiros nos oceanos estão esgotados ou diminuindo rapidamente. Por isso seria necessário pôr fim aos subsídios ao setor pesqueiro, cerca de US$ 50 bilhões por ano, mas os países donos das maiores frotas (Japão, Noruega, Estados Unidos, entre outros) se opõem com vigor. E menos de 1% das águas oceânicas está protegido. Também aqui, no Brasil, há subsídios e o respectivo ministério fala em multiplicar por dez as capturas, ainda que os estudos científicos mostrem toda a costa nacional, da Bahia ao Sul, com as principais espécies capturadas já a caminho da extinção.
Na área da biodiversidade o panorama também é melancólico. No mundo, as perdas ficam entre US$ 2 trilhões e US$ 4,5 trilhões por ano, como disse no Rio o secretário da Convenção de Biodiversidade, Bráulio Dias. E há quase 20 mil espécies com risco de extinção, segundo estudo da União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais. Seriam necessários US$ 18,8 bilhões anuais para enfrentar o problema, criar áreas de conservação. Mas só 5 dos 92 países que assinaram o respectivo protocolo em Nagoya (2010) o ratificaram.
No Brasil, de acordo com o IBGE (Estado, 19/6), 38% da vegetação nativa já desapareceu – 14% na Amazônia; 49,1% no Cerrado; quase 90% na Mata Atlântica; 46% na Caatinga; 64% nos Pampas; e 15% no Pantanal. Na Amazônia, apesar de ter havido redução, ainda perdemos mais 6,4 mil quilômetros quadrados no último levantamento.
Apesar disso tudo, em matéria de “capital natural” o Brasil ainda se situa em 5.º lugar entre os países estudados pela Universidade da ONU e pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma). Mas essa não é a nossa prioridade, quando ainda parecemos imersos numa mistura de desenvolvimento econômico a qualquer custo e política externa independente, como se estivéssemos no fim do governo Kubitschek e início do governo Jânio Quadros. O IBGE assegura que já estuda a implantação da contabilidade ambiental nas contas nacionais, considerando os recursos hídricos, florestais e energéticos – tal como fazem países como a Costa Rica, a Colômbia, Filipinas, Botswana e Madagascar. Seria o discutido Produto Interno Bruto (PIB) Verde, caminho pelo qual a Costa Rica, por exemplo, teria triplicado o seu PIB.
Mas é um caminho difícil, já que seria necessário calcular também as perdas de capital. E já se mencionou aqui o levantamento da Universidade da ONU, que, ao estudar o período 1990-2008, viu o aumento do PIB chinês (422% no período) cair para apenas 37%. O próprio PIB brasileiro caiu para pouco mais de um terço do registrado no período, pelo mesmo critério.
Há um impasse no mundo, diante do diagnóstico de que o consumo global está 50% acima da disponibilidade e de que se configura uma crise de finitude de recursos naturais. Sem caminhos planetários aceitos por todos os países para enfrentá-la.
Mas isso não quer dizer que estejamos condenados à inação. Ao contrário, países com capital natural abundante em tantas áreas, como o Brasil, certamente têm uma vantagem comparativa que será extraordinária nos tempos que se avizinham. Mas ela terá de ser acompanhada por estratégias de produção e consumo compatíveis. Será essa a marca de uma política que se pretenda sustentável no tempo e no espaço.
Que se fará, entretanto, nesta quadra de tantas mesquinharias políticas, que ignora todas as grandes questões no mundo e no País? É este o desafio para a sociedade: definir quem vai representá-la para colocar o País nos trilhos adequados.
Washington Novaes é jornalista
Artigo originalmente publicado em O Estado de S.Paulo.

quarta-feira, 4 de julho de 2012

Economic collapse

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Meu comentário publicado no FT logo abaixo da matéria:


Sorry to say, but in this current economic model, jobs will not improve, just the opposite. While we do not have social companies, focused in promoting people´s freedom, participation, well being and while the current business model is  focused in destroy other´s people ways of lives, we are going nowhere.

What we need is a radical change from this economic model, that is socially destructive and it is also facing a huge setback for not respecting planet boundaries.

Humankind reached its worst moment in history.  What is being decided is not helping to revert the current disruption.  In fact, what governments are doing in keeping the same model is increasing the damages.  There is no future for an economic model based on eternal growth based mainly in stupid and unconscious consumption financed by debt viable by fiat money.   It was not always so, this happened to be the common way only in the last five decades.

We have a chance, but only if we tear up economic textbooks and decide to use real science to drive our future.  It is time for the economists stopping being so autists and to face that economic theories are a complete failure to explain reality, just for ignoring overlapping dimensions of our society.

It is not the economy, stupid. It is the theory that only is in place because pleases people less interested i n the future of humankind.

Hugo

terça-feira, 3 de julho de 2012

Hospitais

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Segue abaixo meu comentário referente à matéria do uol no endereço:
http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/1113434-mulher-fingiu-ter-arma-para-p
ai-ser-atendido-em-hospital-leia-depoimento.shtml#anc6174276


Enquanto politicos como Lula e Jose Alencar e todos nao se tratarem via
convenio de saude ou SUS isso nunca sera resolvido.  Meu pai levou um tombo
e ficou hospitalizado uma semana no hospital Santa Helena esperando a
aprovacao dos materiais para fazer a cirurgia. O q mais me espanta eh que
ele ocupou um leito de hospital por uma semana a toa, caso a
liberacaotivesse sido feita a tempo.  Ficar uma semana no leito deitado com
o femur trincado agravou o quadro cardiaco dele e uma cirurgia simples
custou internacao de 30 dias porque ele teve um ataque cardiaco depois.
Deveria ser obrigatorio por lei politicos e familiares soh usarem os
servicos publicos pelos quais sao responsaveis, isso inclui saude,
transportes e educacao.  Finalmente, o esposo de uma parente minha com
cancer ficou hospitalizado nos Servidores Publicos, onde tambem apesar do
esforco dos medicos e funcionarios, a falta de recursos torna o atendimento
precario.  Por que Lula nao foi tratar seu cancer nesse hospital?


Hugo

Colaboradores