sábado, 31 de outubro de 2009

PLANTADORES DE SOJA TRANSGÊNICA APAVORADOS

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Atualizado e Publicado em 27 de outubro de 2009 às 13:00
http://www.viomundo .com.br/voce- escreve/plantado res-de-soja- transgenica- apavorados/ ?utm_source= twitterfeed&utm_medium=laconi

A presença do sorgo resistente ao glifosato, em lavouras no norte da Argentina, já foi reconhecida pelo principal organismo encarregado de vigiar as ervas daninhas resistentes a herbicidas. Essa descoberta é um pesadelo que se tornou realidade para os produtores de soja transgênica. O glifosato é o herbicida seletivo de maior venda no mundo e sua expansão acelerou-se com os cultivos transgênicos como os da soja Roundup Ready, da Monsanto. O resultado era previsível: cedo ou tarde, apareceriam espécies resistentes às estratégias desenhadas e implementadas por este modelo de agricultura. O artigo é de Alejandro Nadal.

Fantasma assombra plantadores de soja transgênica

por Alejandro Nadal, em La Jornada, via Carta Maior

Um fantasma percorre os campos do Chaco, norte da Argentina. Após meses de investigação e acaloradas disputas, confirmou-se a existência de uma variedade de sorgo (Sorghum halepense – também conhecido no Brasil como capim Massambará, Pasto Russo ou Erva de São João) resistente ao herbicida glifosato, na província de Salta. É o primeiro caso de uma variedade de sorgo resistente ao glifosato desde que esse herbicida começou a ser usado no mundo, há três décadas. A difusão desta erva daninha através das colheitadeiras que circulam por todos os lados após cada safra não é um bom augúrio.

A presença do sorgo resistente ao glifosato já foi reconhecida pelo principal organismo encarregado de vigiar as ervas daninhas resistentes a herbicidas (www.weedscience. org). Essa descoberta é um pesadelo que se tornou realidade para os produtores de soja transgênica. É também uma lição para a Sagarpa (organização mexicana de proteção fitossanitária) , que acaba de autorizar ilegalmente as primeiras plantações experimentais de milho transgênico no México. É o primeiro passo no caminho para autorizar a plantação comercial e consolidar a liberação do milho geneticamente modificado no México, centro de origem deste cultivo de importância mundial.

Vamos por partes. O Sorghum halepense é uma das dez principais ervas daninhas que afetam a agricultura de climas temperados. É uma erva daninha perene, dotada de grande capacidade de reprodução e sobrevivência ao controle por meios mecânicos. A ironia é que em muitos países, incluindo a Argentina, foi introduzido como uma espécie forrageira, por sua alta produtividade e capacidade de adaptação. Em poucos anos, converteu-se em uma praga cujo combate com agentes químicos teve grandes custos para os agricultores e para a biodiversidade.

Na luta contra essa “erva daninha perfeita” vinha se usando o glifosato, herbicida de amplo espectro que destrói, em plantas superiores, a capacidade de sintetizar três aminoácidos essenciais. É o herbicida seletivo de maior venda no mundo e sua expansão acelerou-se com os cultivos transgênicos como os da soja Roundup Ready, da Monsanto, geneticamente modificada para aumentar sua resistência ao glifosato. Hoje, a soja transgênica é plantada em cerca de 18 milhões de hectares na Argentina. Esse cultivo transformou a paisagem rural do pampa, transtornando as relações sociais que permitiam a pequena agricultura e abrindo as portas para o agronegócio em grande escala. As exportações de soja são o principal sustento da política fiscal Argentina: 18% da receita fiscal total vêm do imposto sobre as vendas de soja ao exterior. Mas o colapso desta bolha da soja é uma questão de tempo. A aparição do sorgo resistente ao glifosato é só um aviso. A soja transgênica usa um pacote tecnológico de plantio direto (ou lavragem mínima), onde se deixa o mato cobrir a terra para protegê-la da chuva e do vento. Isso reduz os riscos de erosão, mas deve ser acompanhado de um incremento no uso de herbicidas. Esse tipo de cultivo está associado a um crescimento espetacular do uso destes insumos: em apenas dez anos, o consumo de glifosato passou de 15 a 200 milhões de litros.

O resultado, no final do caminho, era de se esperar: cedo ou tarde, apareceriam espécies resistentes às estratégias desenhadas e implementadas por este modelo de agricultura comercial. Com a difusão do pacote tecnológico da soja transgênica, essa resistência apareceria mais rapidamente, pois o processo de co-evolução (que, no fundo, é o que rege esse fenômeno) iria se acelerando. É o que acontecerá também com o milho transgênico cujo plantio está sendo autorizado agora no México. A aparição de insetos resistentes à toxina produzida nos cultivos transgênicos Bt é uma questão de tempo.

Ainda não há registro de grandes populações resistentes à toxina Bt, mas em parte isso se deve à estratégia que consiste em deixar refúgios de plantas não transgênicas nas áreas plantadas. Nos Estados Unidos, essa prática tem sido acompanhada pelo uso complementar de inseticidas. Mas a advertência de ecólogos e agrônomos segue vigente: essas estratégias só retardam o processo de aparição de insetos resistentes ao Bt, não o detém. O cultivo de milho transgênico no México aumentará a probabilidade de surgimento de populações de insetos resistentes ao Bt em um menor espaço de tempo. Esse não é o único problema, mas o exemplo do sorgo na Argentina é um sinal que não devemos ignorar.

A trajetória tecnológica dos cultivos geneticamente modificados nos conduz a um beco sem saída. É claro que, para as empresas e seus cúmplices no governo, este é um bom instrumento para tornarem-se donas do campo, transformando- o em seu espaço de rentabilidade. Para a Sagarpa e o governo (falando aqui do caso mexicano) nada deve se interpor entre as companhias transnacionais e a rentabilidade, nem sequer a débil legislação sobre biossegurança que foi desenhada para servir aos interesses dessas mesmas empresas.

* Alejandro Nadal é economista, professor pesquisador do Centro de Estudos Econômicos, no Colégio do México. Colaborador do jornal La Jornada, onde este artigo foi publicado originalmente dia 20 de outubro.

Tradução: Katarina Peixoto

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Para além do PIB e do IDH

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VALOR - 27/10/2009
Para além do PIB e do IDH
José Eli da Veiga
Quase toda a capacidade cerebral dos seres humanos é usada para continuar crendo no que já acostumaram a aceitar como verdade. Ínfima é a disponibilidade para se colocar em dúvida alguma convicção. Pior: a chance é nula se a novidade esbarrar em ideias repisadas como se fossem insuspeitas conclusões científicas. Detesta-se qualquer pensamento que abale algum fundamento aprendido na escola, principalmente nos grandes manuais usados no ensino superior. Por isso, reflexões que rompem visões convencionais estão fadadas à rejeição do silêncio.

Só o fenômeno descrito no parágrafo acima pode explicar o desdém com que está sendo tratada a decisiva contribuição da CMEPSP: comissão que ficou mais conhecida pela trinca de nomes de seus três principais coordenadores - Joseph Stiglitz, Amartya Sen e Jean-Paul Fitoussi - do que por sua missão de rever a "mensuração do desempenho econômico e do progresso social". Há mais de um mês está disponível o relatório final em www.stiglitz-sen-fitoussi.fr. Seus produtos anteriores foram comentados nesta coluna em quatro textos que podem ser baixados de www.zeeli.pro.br: 15/abr/08, 10/jun/08, 30/set/08 e 07/jul/09.

Das quinze recomendações do relatório final, as cinco que se referem especificamente à superação do tosco PIB não poderiam ser mais incisivas: 1) passar a olhar para renda e consumo em vez de olhar para a produção; 2) considerar renda e consumo em conjunção com a riqueza; 3) enfatizar a perspectiva domiciliar; 4) dar mais proeminência à distribuição de renda, de consumo e de riqueza; 5) ampliar as medidas de renda para atividades não-mercantis.

Trata-se de um claro reconhecimento de que está inteiramente obsoleto o viés produtivista que orientou a montagem do atual sistema de contabilidades nacionais. No contexto de meados do século passado, a maior preocupação dos técnicos que o conceberam só poderia ter sido mesmo o aumento da produção, como está muito bem documentado no melhor livro sobre o tema: "A History of National Accounting", de André Vanoli (IOS Press: 2005; originalmente em francês, editora La Découverte: Paris, 2002). Porém, passados uns 60 anos, chega a ser assustador que o desempenho econômico das nações continue a ser medido
quase que exclusivamente por aumentos da produção mercantil interna e bruta.

A produção pode aumentar enquanto a renda diminui e vice-versa, desde que se leve em consideração a depreciação, os fluxos de renda para dentro e para fora do país, e as diferenças entre os preços de produção e de consumo. Além disso, mesmo a renda e o consumo não serão bons indicadores de desempenho se não estiverem cotejados à riqueza. Para que se tenha um verdadeiro balanço da economia nacional, é preciso que ela imite a contabilidade das empresas, pois são cruciais as contas de patrimônio e as de endividamento.

Segundo a CMEPSP, a melhor maneira de superar as limitações da vetusta contabilidade que leva ao PIB é adotar o que chama de "perspectiva domiciliar". Em países da OCDE que já fazem esses cálculos, ficou bem claro que a renda domiciliar real aumenta menos que o PIB. É preciso levar em conta os pagamentos de tributos que vão para o governo, os benefícios sociais alocados pelo governo, e os pagamentos de juros que os domicílios fazem às corporações financeiras. Também é crucial que não sejam ignorados os serviços não-monetários prestados pelo governo às famílias, principalmente pelos sistemas de saúde e de educação.
Ainda sobre o PIB, a Comissão também preconiza mais audácia no sentido de que a mensuração do desempenho econômico venha a incluir atividades não-mercantis, principalmente as de serviços pessoais decorrentes de relações de parentesco. Sugere que o melhor ponto de partida poderá ser a realização de estimativas sobre o uso do tempo pelas pessoas.

Além de medir direito o desempenho econômico, também será necessário avaliar a qualidade de vida sem cair na ambiguidade do IDH: Índice de Desenvolvimento Humano. Neste caso, a proposta que acabou vingando é tão complexa que estará fora do alcance de países que não tiverem sofisticados sistemas públicos de estatística. Para começar, a Comissão gostaria que todo o acúmulo já existente sobre avaliações subjetivas de bem-estar fosse incorporado em avaliações de qualidade de vida. E isso, mesmo depois de apontar quais são as questões ainda não resolvidas pelas pesquisas voltadas à aferição de satisfação com a vida e de experiências hedônicas. A ideia é que as agências oficiais de estatística ao menos comecem a levá-las a sério, incluindo em seus levantamentos as questões que já se mostraram válidas em "surveys" não-oficiais e menos abrangentes.

Outra grande ênfase do relatório está na terceira dimensão: a da absoluta necessidade de que os aspectos propriamente ambientais da sustentabilidade sejam acompanhados pelo uso de indicadores físicos bem escolhidos. A rigor, isso poderia ser interpretado como uma adesão à abordagem da Pegada Ecológica. Porém, o relatório sintetiza muito bem as várias críticas já feitas à metodologia da pegada, destacando cinco problemas: os que se referem a terras utilizadas pela agropecuária, a terrenos destinados à construção, a recursos pesqueiros e florestais e à maneira de calcular a pegada carbono, que já constitui mais de 50% da pegada ecológica. E são ainda mais incisivas e meticulosas as críticas aos demais indicadores de sustentabilidade já propostos.

Resumindo, o recado é claro: buscar bons indicadores não-monetários da aproximação de níveis perigosos de danos ambientais, como, por exemplo, os que estão associados à mudança climática. É possível deduzir, então, que se as intensidades-carbono das economias viessem a ser bem calculadas, poderiam ser os indicadores das contribuições nacionais à insustentabilidade global. E, melhor ainda, se surgissem medidas parecidas para o comprometimento dos recursos hídricos e para a erosão de biodiversidade. Esse trio seria suficiente para mostrar a que distância se está da sustentabilidade.

José Eli da Veiga é professor titular da Faculdade de Economia (FEA) e orientador do Programa de Pós-Graduação do Instituto de Relações Internacionais (IRI) da Universidade de São Paulo, escreve mensalmente às terças.
Página web: www.zeeli.pro.br

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Nosso suicídio coletivo a cada dia

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O que se vê nas aparições de membros importantes da elite dita transformada ainda é um pensamento “in the box” ou dentro da caixa, que é sinônimo de nenhuma mudança de paradigma à vista, à despeito das enormes evidências contrárias ao pensamento dominante atual que, por sinal, ameaça a todos, sem exceção alguma à vista.

Esse pensamento “in the box” frequentemente visto possui três fundamentos:

1) não existe a menor noção que o nosso maior problema não é falta de energia, mas excesso, dado que nós desperdiçamos 50% da energia produzida. Por conta desse erro fatal, nossos propositores não possuem a menor noção que é muito mais viável planetária e ecologicamente projetos com objetivo de redução desse desperdício nessa e em várias outras áreas. Cortar o desperdício é a única esperança de nos salvarmos e embora essa seja uma importante parte da solução, ela não é aceita pelo sistema onde conseguimos a proeza de transformar mais em menos: mais produção, menos empregos, qualidade do ar, de vida, de esperança; mais informação, menos educação; mais remédios, menos saúde; mais carro, menos transporte; e por aí vai.

2) pregam a necessidade de energia limpa, mas não existe energia limpa e sim energia um pouco mais limpa e migrar das fontes atuais gradativamente para fontes novas e mais ambientalmente amigáveis seria o segundo passo depois de cortar o desperdício. Nem uma palavra em mudar todo o sistema de transporte e reduzir o excesso de mobilidade com o qual invadimos o planeta desnecessariamente e de forma suicida.

3) não enxergam os limites da Terra em nenhum momento. Após cortar o desperdício e mudar a matriz energética teríamos que reconhecer os limites e parar de focar em crescimento para focar em ganhos sociais e distribuição. É difícil entender isso, mas não temos só um problema de energia, mas um problema de matéria ou de esfacelamento dos ecossistemas que mantêm os serviços ecológicos que sustentam toda a vida na Terra, inclusive a humana. A energia é obtida para construir e movimentar coisas, casas, carros, pessoas e bilhões de quinquilharias degenerativas num sistema fechado e finito como a Terra. A menos que tenhamos resolvido nosso conflito de identidade se somos uma divindade ou uma espécie animal a favor do primeiro, a produção de mais energia, mesmo que mais limpa, estará ainda mantendo nossa rota de colisão contra a Terra.

Essa visão “business oriented” e a crença de que só temos problema de energia se acopla perfeitamente bem à visão autista absurda dos economistas que acreditam que o sistema econômico é totalmente descolado do meio ambiente e que a economia pode ser maior que o planeta. Ou que o planeta - pasmem - é um subsistema da Economia. Ou que os serviços ecológicos e recursos naturais, mesmo os tangíveis, como petróleo, metais e água, são desprezíveis e irrelevantes para explicar o crescimento econômico - e dá-lhe preço zero neles, uma distorção de mercado que não será corrigida por ele mesmo, apenas por uma mudança geral de valores que, mesmo entre os mais despertos, está ainda longe de acontecer. O nosso atual conjunto de valores determina que quanto mais viável economicamente for uma atividade, menos viável ambientalmente ela é. Quando falarmos dessa mudança, precisamos começar por aí: nossos valores e nosso entendimento do nosso papel vulnerável em relação à Terra.

Hugo Penteado

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Céticos e realidade

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O mais ridículo disso tudo é o ser humano ficar discutindo se há ou não aquecimento global na Terra, quando queimar combustíveis fósseis e lançar bilhões de toneladas na nossa atmosfera finíssima e fragilíssica é inquestionavelmente um dano irreversível, uma vez que estamos falando de materiais que nesse instante infinitesimal planetário não há como ser limpo... O mais ridículo é quem defende essas teses contrárias não ter noção do tamanho do risco caso estejam errados. O mais ridículo é não terem se dado conta que transformamos nosso planeta, a única casa que possuímos, numa lata de lixo conosco dentro, sendo soterrados vivos, com bilhões de cacarecos e construções e populações crescentes que já são estruturas demasiadas para o frágil equilíbrio que sustenta a vida na Terra. O mais ridículo é os cientistas falarem o que falam e os economistas manterem uma visão autista da realidade com uma teoria econômica falsa que acredita até os dias de hoje que o sistema econômico pode ser maior que o planeta, que o sistema econômico é totalmente separado da natureza, que os equipamentos produzidos pelo homem são perfeitos substitutos da natureza, que existe infinita substitutabilidade dos materiais da natureza e que os recursos naturais e serviços ecológicos são totalmente irrelevantes para o crescimento econômico e por conta disso não há uma só variável no modelo dos economistas que considerem a natureza como variável explicativa.

Isso é muito sério, independente de qualquer coisa, estamos em rota de colisão com a Terra e o aquecimento global é apenas um dos problemas, não é o problema. Quando vamos falar mais da maior extinção em curso e em massa da vida dos últimos 65 milhões de anos, causada em décadas, de forma antropogênica. Será que vai demorar muito para percebermos a nossa ingenuidade em achar que essa extinção jamais se voltará contra os causadores?

Basta lembrar que aqui na Terra todos os seres vivos dependem de todos os seres vivos. Está na hora de falar da defesa do meio ambiente e da biodiversidade da seguinte forma: sem eles, pereceremos. Sem a Amazônia, todos estaremos mortos. Quem sabe mostrando nossa vulnerabilidade e nossa dependência, conseguimos trazer mais consciência para Kátia Abreu?

Hugo Penteado

Os 'céticos' do clima no Senado americano

Se você prestar atenção nas caixas de comentários das notícias e reportagens publicadas online sobre mudança climática, cedo ou tarde vai acabar notando uma rica fauna de opiniões um tanto quanto surpreendentes.

Os espécimes incluem desde gente que vê nisso tudo uma grande conspiração dos países ricos para brecar o desenvolvimento dos pobres ou, no extremo oposto do espectro ideológico, uma grande conspiração de burocratas e cientistas sustentados pela ONU para garantir seus empregos.

Continue lendo o texto aqui.

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Sobre "Nobel de Economia"

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Segue comentário sobre a matéria abaixo:
Em primeiro lugar, existe um factóide (de tanto falar, é considerado verdade) sobre o Prêmio Nobel da Economia. Não existe esse prêmio. O prêmio que existe é o Sveriges Riksbank, criado em 1968 pelo banco central da Suécia, com o seguinte título: "Prémio de Ciências Económicas em Memória de Alfred Nobel". Foi e é sempre incorretamente referido como "Prêmio Nobel da Economia" e pouca gente sabe disso. Favor corrigir. A Fundação Nobel criou prêmios para ciências que consideravam úteis para a humanidade.
O prêmio concedido a essa cientista é um alerta para os economistas autistas que ainda trabalham um modelo de crescimento econômico eterno num planeta finito. Não percebem que o sistema econômico, é um subsistema dependente e vulnerável do planeta. Enfim, os economistas continuam autistas: não há uma só variável nos modelos econômicos que reconheça a importância dos recursos naturais e dos 20 serviços ecológicos para o processo econômico, inclusive água, sem a qual não teríamos nada. Nem petróleo: como representa só 2% do custo de produção, os economistas declaram que é totalmente desimportante para explicar o crescimento econômico até os dias de hoje (desde quando o valor é uma boa medida de importância?). É como se o sistema econômico estivesse em marte e não tivesse relação alguma - nem de entrada nem de saída - com o sistema ambiental e planetário do qual depende. Tudo isso depois de mais de 60 anos de críticas e evidências.
Um país desenvolvido precisará de novas idéias, até porque a nação mais importante do mundo, os Estados Unidos, atingiu tudo aquilo que desejamos - níveis elevados de demanda - mas tudo isso às custas de um desastre ambiental monumental e de uma desigualdade social gigante e, mesmo assim, terminou em uma crise global cuja solução ainda não foi dada, pois apesar do otimismo atual, o armário está cheio de "esqueletos". A pergunta é: porque uma nação desenvolvida que conseguiu vender tanto, ter um mercado consumidor tão expressivo e, mesmo assim, entrou numa crise financeira e econômica aguda, cuja solução foi injetar trilhões de dólares? Será que o crescimento não se tornou um fim em si mesmo, desvinculado de objetivos maiores - e de uma boa avaliação?
Hugo Penteado
segunda-feira, 19 de outubro de 2009 | 14:46
Na semana passada, argumentei que o Nobel da Paz de Obama sinaliza que o mundo mudou. Hoje quero falar de um assunto parecido, mas dessa vez tem a ver com o Nobel de Economia.
Você conhece o Nobel de Economia, não conhece? É aquele prêmio outorgado anualmente pela Academia de Ciências da Suécia a um homem de terno e gravata. Pois então. Vocês viram o que aconteceu com o Nobel de Economia na semana passada?
Clique aqui para continuar lendo este texto.
Por Denis Russo Burgierman

Festival Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental

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Palestra do Hugo no dia 24/10.

PROGRAMAÇÃO FICA NO RIO2009
Data: 22 a 25 de outubro (quinta a domingo)
Horário: das 16:00 h às 23:00 h
Local:
Auditório Arte SESC
Rua
Marquês de Abrantes, 99


Informações: 2245-5657


22/10 – Quinta-feira


18h00 – Solenidade de abertura
18h30 – O que fazer com o seu lixo orgânico? – especial Minhocasa
19h30 – Palestra de abertura: Indígenas brasileiros. Resistência Cultural, Ambiental e Religiosa. Palestrante: Vincent Carelli, diretor de Corumbiara, melhor filme do FICA 2009. Mediadora: Paula Saldanha.
21h00 – Exibição de Corumbiara. Melhor filme do FICA 2009, de Vincent Carelli. Documentário. 118min. Pernambuco (2009).
23h00 – Encerramento

23/10 – Sexta-feira


16h00 – Abertura
16h15 – Não é Nada. Melhor curta-metragem. Direção: Yacine Sersar. Ficção. 10mim. França (2008).
16h30 – Mudança no Mar. Melhor longa-metragem. Direção: Barbara Ettinger. Documentário. 86mim. EUA (2009).
18h00 – Morrendo em Abundância. Melhor média-metragem. Direção: Yorgos Avgeropoulos. Documentário. 51mim. Grécia (2008).
19h00 – Arrakis. Melhor média-metragem. Direção: Andréa Di Nardo. Documentário. 23mim. Itália (2008).
19h30 – Mar de Dentro. Melhor curta-metragem. Direção: Paschoal Samora. Documentário. 14mim. São Paulo (2008).
20h00 – Palestra: Como a população do Rio de Janeiro reage à crise ambiental? Saiba o que são e para o que servem os indicadores de sustentabilidade. Palestrante: Sérgio Besserman Vianna. Mediadora: Angélica Nascimento. 21h30 – Encerramento


24/10 – Sábado


16h00 – Abertura
16h15 – Por trás do Mundo. Melhor série televisiva. Direção: Jakob Gottschau. Dinamarca (2008). 1º capítulo: Os Mendigos de Addis Ababa. 28mim30seg.
16h50 – 2º capítulo: Quando a Chuva Cai.
17h25 – A Árvore da Música. Melhor filme na opinião dos jornalistas que cobriram o FICA. Direção: Otávio Juliano. Documentário. 80mim. São Paulo (2009).
19h00 – Palestra: Ecoeconomia: uma Nova Abordagem. Hugo Penteado. Mediador: Eduardo Diniz.
21h35 – A Próxima Mordida. 2ª melhor produção goiana. Direção: Ângelo Lima. Documentário. 33mim30seg. Goiás (2009).
22h10 – Encerramento

25/10 – Domingo


16h00 – Abertura
16h15 – Bode Rei, Cabra Rainha. Melhor média-metragem. Direção: Helena Tassara. Documentário. 48mim. São Paulo (2008).
17h10 – Ressignificar. Melhor produção goiana. Direção: Sara Vitória. Documentário. 16mim35seg. Goiás (2009).
17h30 – kalunga. Melhor filme eleito pelo júri popular. Direção: Sylvestre Campe, Luiz Elias e Pedro Nabuco. Documentário. 77mim. Goiás (2009).
19h00 – Palestra: COP 15: O mais importante encontro ambiental da história que acontecerá em dezembro deste ano, na Dinamarca. Palestrante: André Trigueiro. Mediador: Túlio Brandão.
21h30 – Encerramento

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Fome é causada pela má distribuição e não pela falta de alimentos

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A gente vive a falsa noção de escassez alimentada por um sistema que, por interesse próprio, não corta ineficiência nem desperdício nem descarte, para ficar montado em cima de fluxos de produção cujos lucros finais vão para poucos.

¼ da comida termina no lixo

½ da energia produzida é desperdiçada

Lixo

Descarte

Obsolescência programada

Quebra programada

Impostos de produtos novos iguais ao dos usados

Conserto mais caro que comprar um novo

Etc

E a lavagem cerebral que fez todos os consumidores do mundo ficarem completamente inconscientes em relação ao lixo que geram e que coloca a vida por mais essa canal na direção da extinção...

Abraço Hugo

Fome é causada pela má distribuição e não pela falta de alimentos

Em 2050, a população da Terra deverá chegar a 9 bilhões de pessoas. Já hoje não se consegue alimentar os atuais 6 bilhões. Especialistas alertam que será preciso encontrar novas concepções para lidar com o problema.

Se em 2008 o número de vítimas da fome no mundo havia sido reduzido para menos de 1 bilhão, já em junho de 2009 essa marca foi ultrapassada. Neste ano, o número de famintos aumentou em 150 milhões. Muitas das soluções encontradas em certos países em desenvolvimento não dão mais conta do crescimento populacional.

A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) já tinha reconhecido há 20 anos que "o problema não é tanto a falta de alimentos, mas a falta de vontade política". Como a pobreza é o principal causador da fome, esta diminui em países que empreendem políticas capazes de gerar empregos e renda. Em contrapartida, onde há ditaduras e despotismo, há fome e morte por inanição.

Além disso, nos últimos anos, houve logo três crises que fizeram aumentar o número de famintos no chamado Terceiro Mundo. De 2007 a 2008, os custos extremamente altos de alimentos provocaram um aumento da fome. Mal os preços haviam baixado novamente, tais países foram atingidos pela crise financeira e pela recessão global, que provocou um colapso das exportações. A isso, somam-se as secas e más colheitas causadas pela mudança climática.

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Desenvolvimento era sinônimo de industrialização

No entanto, há suficiente alimento no mundo para o sustento diário de todos os habitantes do planeta, afirma Benedikt Haerlin, da fundação Zukunftsstiftung Landwirtschaft, que apoia projetos ecológicos e sociais no setor agrícola.

"Hoje produzimos alimentos demais. Muito mais do que seria necessário para alimentar a população atual, sendo que ainda nem estamos perto de esgotar o potencial da alimentação direta. E, para pequenos produtores rurais, dobrar a produção custa pouco", argumenta Haerlin, que participou da elaboração do Relatório Internacional sobre Ciência e Tecnologia Agrícolas para o Desenvolvimento (IAASTD, na sigla em inglês) de 2008.

O desenvolvimento rural e agrário esteve por muito tempo fora de moda. Desenvolvimento era sinônimo principalmente de industrialização, exportação e urbanização. Hoje, mais da metade da população mundial vive em cidades – e, aos poucos, percebe-se que todos precisam comer e que nas cidades nada se planta.

Isso se reflete também na ajuda ao desenvolvimento. O Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional (FMI) passaram a conceder empréstimos para o desenvolvimento agrário.

Problema não é a quantidade

"Se temos 1 bilhão de pessoas que passam fome por não ter dinheiro para comprar comida e outro bilhão de clinicamente obesos, alguma coisa está obviamente errada", alerta Janice Jiggings, do Instituto Internacional para Meio Ambiente e Desenvolvimento em Londres. "O sistema agrário saiu do controle e, no futuro, não estaremos mais em condições de nos alimentar de forma pacífica e civilizada. Precisamos mudar todo o sistema. O consumidor já nota isso e, aos poucos, os políticos também."

Utilizar adubo artificial em solo ressecado a fim de duplicar a produção agrária não é a solução. Atualmente, a agricultura já é uma das atividades que mais prejudicam o meio ambiente, não apenas sob o aspecto do desmatamento em favor de plantações e monoculturas, mas também porque a agricultura industrial contribui consideravelmente para a emissão de gases-estufa na atmosfera.

"A ideia de que somos cada vez mais numerosos e por isso precisamos produzir mais é equivocada. Precisamos é produzir melhor. Menos da metade dos grãos hoje em dia é destinada à alimentação, enquanto a maior parte serve para fabricar rações animais, biocombustíveis e outros produtos industriais.", explica Haerlin. "Aí fica claro que o problema não é se somos ou não materialmente capazes de produzir mais, e sim se há comida suficiente lá onde é necessária."

Menos desperdício

Já hoje existe mais comida que o necessário, garante o diretor-executivo do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), Achim Steiner. E sem cultivar um quilômetro quadrado que seja a mais, seria possível alimentar toda a população do planeta.

"Ao mesmo tempo em que temos uma crise de alimentos, jogamos fora 30% a 40% dos alimentos produzidos. Ao invés de nos perguntarmos onde podemos encontrar mais terra para cultivar ou se será preciso plantar na Lua, deveríamos olhar para o nosso quintal. Temos que encontrar estímulos financeiros para evitar que se jogue comida fora", conclui.

Autor: H. Jeppesen / K. Zawadzky / R Abdelmalack
Revisão: Augusto Valente

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Limites da Terra

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Agência FAPESP – Identificar e quantificar os limites da Terra que não podem ser transgredidos ajudaria a evitar que as atividades humanas continuem causando mudanças ambientais inaceitáveis. A afirmação, de um grupo internacional de cientistas, está em artigo destacado na edição desta quinta-feira (24/9) da revista Nature.

Segundo eles, a humanidade deve permanecer dentro dessas fronteiras para os processos essenciais do sistema terrestre se quiser evitar alterações ambientais de dimensões catastróficas. Esses limites representariam os espaços seguros para a ação e para a vida humana.

O conceito de limites (ou fronteiras) planetários representa um novo modelo para medir as agressões ao planeta e define espaços seguros para a existência humana. Seguros tanto para o sistema terrestre como para o próprio homem, por consequência.

Johan Rockström, da Universidade de Estocolmo, na Suécia, e colegas sugerem nove processos sistêmicos principais para esses limites: mudanças climáticas; acidificação dos oceanos; interferência nos ciclos globais de nitrogênio e de fósforo; uso de água potável; alterações no uso do solo; carga de aerossóis atmosféricos; poluição química; e a taxa de perda da biodiversidade, tanto terrestre como marinha.

Para três desses limites da ação humana – ciclo do nitrogênio, perda da biodiversidade e mudanças climáticas –, os autores do artigo argumentam que a fronteira aceitável já foi atravessada. Afirmam também que a humanidade está rapidamente se aproximando dos limites no uso de água, na conversão de florestas e de outros ecossistemas naturais para uso agropecuário, na acidificação oceânica e no ciclo de fósforo.

O estudo dá números para esses limites. Para o ciclo do nitrogênio, por exemplo, antes da Revolução Industrial a quantidade de nitrogênio removido da atmosfera para uso humano era zero. O limite estabelecido pelo estudo é de 35 milhões de toneladas por ano. Parece muito, mas os valores atuais são de 121 milhões, mais de três vezes além do limite aceitável.

A taxa de perda de biodiversidade, calculada em número de espécies extintas por milhão de espécies por ano era de 0,1 a 1 até o início da era industrial. O limite proposto pelo estudo é de 35, mas o valor atual passou de 100.

O consumo de água potável por humanos era de 415 quilômetros cúbicos por ano antes da Revolução Industrial. Hoje, chegou a 2.600, perigosamente próximo ao limite sugerido de 4.000 quilômetros cúbicos por ano.

Os pesquisadores destacam a necessidade de se estabelecer os limites também para a emissão de aerossóis atmosféricos e de poluição química, apesar de não haver, atualmente, dados suficientes para tal definição.

Transgredir uma única dessas fronteiras planetárias por um tempo demasiadamente longo é o suficiente, argumentam, para promover alterações ambientais “abruptas e inaceitáveis que serão muito danosas ou até mesmo catastróficas à sociedade”. Além disso, quando um limite é derrubado, os níveis de segurança dos outros processos acabam sendo seriamente afetados.

“Embora a Terra tenha passado por muitos períodos de alterações ambientais importantes, o ambiente planetário tem se mantido estável pelos últimos 10 mil anos. Esse período de estabilidade – que os geólogos chamam de Holoceno – viu civilizações surgirem, se desenvolverem e florescerem. Mas tal estabilidade pode estar em risco”, descrevem os autores.
“Desde a Revolução Industrial, um novo período surgiu, o Antropoceno, no qual as ações humanas se tornaram o principal condutor das mudanças ambientais globais”, destacam. Segundo os pesquisadores, se não fosse a pressão promovida pelo homem, o Holoceno continuaria ainda por muitos milhares de anos.

O artigo A safe operating space for humanity, de Johan Rockström e outros, pode ser lido por assinantes da Nature em www.nature.com.

sábado, 17 de outubro de 2009

Terror no Japão

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Em 1993, a ARCA Brasil, com apoio técnico e financeiro da WSPA, promoveu a reabilitação e devolução ao habitat natural do golfinho Flipper, o último animal desta espécie em cativeiro no Brasil. Richard O'Barry, um dos especialistas que orientou a ação produziu um documentário sobre a prática assassina das caçadas na terra do sol nascente e foi entrevistado pelo Fantástico no último domingo (11 de outubro).

Confira reportagem que fala brevemente sobre a ação da ARCA e a tentativa de O'Barry de mudar a situação dos golfinhos no Japão expondo os absurdos que acontecem por lá:

http://video.globo.com/Videos/Player/Noticias/0,,GIM1139945-7823-PRODUTOR+DE+FLIPPER+SE+DIZ+ARREPENDIDO+PELO+SUCESSO+DA+SERIE,00.html

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

I JORNADA ECOLÓGICA - Centro Cultural UFMG

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I JORNADA ECOLÓGICA (com mini-curso do Hugo)

EDUCAÇÃO E VIDA NA TERRA
23 de outubro de 2009
Centro Cultural da UFMG

O quarto relatório do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas da ONU foi assinado por milhares de cientistas que denunciaram as ameaças à vida do planeta: destruição da camada de ozônio, aquecimento global, derretimento das calotas polares e geleiras com elevação do nível do mar e destruição de cidades costeiras, desaparição de milhares de espécies, desertificação de amplos territórios etc. Essa tragédia já está acontecendo no Brasil e no mundo, como uma consequência natural da sociedade de consumo. Crescem os atentados diretos e diários contra os seres vivos, humanos e não-humanos: fome, esterelização de sementes, engorda e matança cruel de animais para consumo, contaminação de fontes de água potável. Todos esses distúrbios ambientais e mercadológicos geram conflitos sociais e culturais pois a Terra é nossa casa comum.

Considerando que nós, educadores, não podemos ficar indiferentes a essa situação, o Programa d e Ensino, Pesquisa e Extensão A tela e o textoconvida a todos para sua Jornada Ecológica, onde serão discutidas propostas educacionais que contribuam para se criar uma relação sustentável entre os viventes da Terra.

Os principais objetivos da Jornada Ecológica são:
- contribuir para a mudança de paradigmas dos educadores, proporcionando uma leitura da vida e do texto em bases ecológicas;
- estimular o desenvolvimento de múltiplos saberes sobre a vida na Terra, por meio de debates entre profissionais das diversas áreas do conhecimento; - refletir sobre as relações entre humanos e não-humanos a partir dos depoimentos de ativistas da causa animal;
- desenvolver formas de inteligência coletiva e responsabilidades ecológico-sociais, assumindo propostas educacionais que atendam às demandas e aos problemas da atualidade.


PROGRAMAÇÃO

09h00 Palestra de abertura: Ecologia + Educação com resultados práticos. Palestrante: Ronaldo Vasconcelos, Secretário Municipal Adjunto do Meio Ambiente.
10h00 Intervalo
10h30 Sessões simultâneas de comunicações
12h00 Almoço
13h00 Oficinas

1) “Como fazer comida vegetariana” Ministrante: Mariana Licéia, professora, tradutora, vegana, participa do movimento ecológico e de proteção animal;

2) “Cuidados básicos com os animais domésticos” Ministrante: Teresa Cristina Alves Brini Motta, veterinária, homeopata. Membro do Serviço Physis e da coordenação do curso de homeopatia para veterinários do Instituto Mineiro de Homeopatia;

3) “Protegendo o ecossistema. A evolução das embalagens: informações para uma nova geração de consumidores conscientes” Baseado no livro de autoria da facilitadora, tem como objetivo revelar o ciclo de vida dos materiais utilizados na confecção de embalagens dos produtos, levando os participantes a refletir sobre os diferentes impactos sociais e ambientais que estão por trás das prateleiras dos supermercados. Ministrante: Deborah Munhoz: Química e Mestre em Saneamento, Meio Ambiente e Recursos Hídricos. É consultora em Gestão da Qualidade de Vida e Sustentabilidade da ÉTHICA Consultoria e Treinamento.

14h30 Intervalo
15h00 Sessões simultâneas de depoimentos (projetos bem sucedidos).
16h30 Intervalo
17h00Palestra de encerramento Palestrante: Paula Brugger, professora da Universidade Federal de Santa Catarina, pesquisadora de meio ambiente, ecóloga, vegana.
18h00 Atividade cultural
19h00Minicurso Economia Ecológica e SustentabilidadeMinistrante: Hugo Penteado, Mestre em economia pela USP, autor do livro Ecoeconomia: uma nova abordagem, economista chefe e estrategista de investimento s do ABN AMRO Asset Manegment desde 1997.

Resumo do minicurso: Apresentação de uma síntese dos problemas socioambientais criados por nosso sistema econômico de forma contínua, diária e crescente. Exame da teoria econômica tradicional que, ignorando os fatores sócio-ambientais, baseia -se em leis da física de 200 anos atrás. A cegueira das políticas de governos/empresas e os desastres ambientais. Análise das teorias de Nicholas Georgescu-Roegen e sua ruptura com o pensamento hegemônico.

Inscrições

Valor da jornada (sessões de comunicação, paletras e uma oficina): R$12,00 (com certificado de participação ou de apresentação de trabalho).
Valor Minicurso: R$30,00 (com certificado).

O formulário de inscrição para participação deverá ser preenchido e enviado, juntamente com os dados do comprovante de depósito, para o e-mail telatexto@gmail.com, preenchendo o campo assunto com JORNADA ECOLÓGICA.

Depósito: Banco do Brasil
Conta: 43027-7
Agência: 3610-2
Cliente: Associação Tela e Texto

Envio dos resumos: Os interessados em apresentar comunicação ou depoimento deverão enviar os resumos para o e-mail: setorverde.telatexto@gmail.com até o dia 30 de setembro de 2009, no formato Tim es New Roman, fonte 12, espaço 1,5, até 400 palavras, contendo as seguintes informações: título do trabalho, nome completo do autor, departamento/ instituição em que está vinculado e e-mail para contato.

Informações:(31) 3586-2511
E-mail: telatexto@gmail.com

Rejane H Neves

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

II Seminário Paranaense - Investindo no Futuro - Foz do Iguaçu, PR.

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II Seminário Paranaense - Investindo no Futuro - Foz do Iguaçu, PR.
21 a 23 de outubro de 2009

21/10/2009

18h – Credenciamento
19h – Abertura com autoridades
19h30 – Palestra Inaugural: “Sustentabilidade – Investindo no Futuro”
Hugo Penteado – Economista

21h00 – Coquetel

22/10/2009
SALA 1 – INVESTIMENTOS E ASPECTOS ATUARIAIS

9h – Palestrantes: Otoni Gonçalves Guimarães – Coordenador de Atuária, Contabilidade e Investimentos do MPAS
Ivens Zschoerper Linhares – Auditor do Tribunal de Contas do Estado do Paraná
10h15 – Coffee
10h30 – Palestrantes:Paulo Ricardo Di Blasi – Consultor Financeiro e Professor da FGV e do IBMEC
Renato Follador – Consultor Previdenciário

12h30 – Almoço Livre

14h – Debates com os palestrantes
Moderador: Renato Follador – Consultor Previdenciário
15h30 – Coffee
15h45 – Palestra: Aspectos Atuariais
Otoni Gonçalves Guimarães – Coordenador de Atuária, Contabilidade e Investimentos do MPS
18h – Encerramento do dia

SALA 2 – Benefícios Previdenciários e Aspectos Jurídicos Controversos

9h – Palestra: Atos de Pessoal – Aposentadorias e Pensões
DIJUR – Tribunal de Contas do Estado do Paraná
10h15 – Coffee
10h30 – Palestra: Atos de Pessoal – Aposentadorias e Pensões
DIJUR – Tribunal de Contas do Estado do Paraná
11h45 – Debates com os palestrantes
Moderador: Mauro Borges – Diretor Jurídico da Paraná Previdência

12h30 – Almoço Livre

14h – Palestra: ON 02/2009
Delúbio Gomes – Diretor do Departamento de RPPS’s do Ministério da Previdência
15h30 – Coffee
15h45 – Palestra: ON 02/2009
Delúbio Gomes – Diretor do Departamento de RPPS’s do Ministério da Previdência
17h30 – Debates com os palestrantes
Moderador: Mauro Borges – Diretor Jurídico da ParanaPrevidência
18h – Encerramento do dia

SALA 3 – Saúde do Trabalhador, Perícia Médica

9h – Palestra: “Legislação relativa à saúde do trabalhador e sua aplicação no serviço público” Enoque dos Santos Ribeiro – Procurador Regional do Trabalho
10h15 – Coffee
10h30 – Debates

12h – Almoço Livre

14h – Palestrante: Cláudio Trezub – Presidente da Sociedade Brasileira de Perícia Médica
Médico Perito do Estado do Paraná e do Município de Curitiba
15h30 – Coffee
15h45 – Debates
18h – Encerramento do dia

23/10/2009

SALA 1 – INVESTIMENTOS E ASPECTOS ATUARIAIS

9h – Palestra “A prática na gestão financeira dos RPPS´s”
Mário Lobo Filho – Diretor Financeiro da ParanáPrevidência
10h – Palestra “Cenário Econômico para 2010”
André Paes – Coordenador da Pós Graduação da FAE em Mercado Financeiro

SALA 2 – Benefícios Previdenciários e Aspectos Jurídicos Controversos

9h – Palestra "Principais irregularidades constatadas nos processos de aposentadorias e pensões"
Gabriel Guy Leger – Procurador do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas do Estado do Paraná


10h – Palestra “Aspectos jurídicos controvertidos na concessão de benefícios”
Majoly Aline dos Anjos Hardy – Assessora Jurídica do Instituto de Previdência dos Servidores do Município de Curitiba

10h15 – Intervalo

SALAS 1 E 2
10h30 – Palestra Encerramento:
Demetrius Hintz – Presidente do Inst. Prev. Santa Catarina e Presidente da ABIPEM
11h30 – Perguntas
12h – Cerimônia de Encerramento

As abelhas estão sumindo - Blog Action Day

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O problema climático está sendo tratado com uma questão isolada por quase todas as mentes pensantes, exceto os cientistas sérios da Terra. Os problemas ambientais planetários, que são vastos e ameaçadores, e que não se resumem apenas no aquecimento global, derivam das nossas ações diárias, do nosso comportamento em relação à natureza e da rota de colisão que decidimos traçar contra a Terra, guerra da qual não sairemos vencedores. Ecossistemas extremamente interligados estão em vias de passar por uma transformação brusca e não linear, caso essas ações diárias ligadas ao nosso modelo de produção e consumo não sejam abolidas.

Houve duas grandes extinções naturais da vida na Terra, causadas por mudanças climáticas bruscas. Nunca houve, desde os 4,6 bilhões de anos da Terra, mudança tão rápida, como o aumento em apenas 200 anos da concentração dos gases do efeito estufa na nossa finíssima atmosfera. Nunca houve também uma extinção antropomórfica como a atual ou que tivesse sido causado por apenas uma espécie. O fato aterrador é que a humanidade está produzindo a terceira maior extinção já registrada. Todos falam do problema climático, mas mal comentam que já está em curso o maior processo de extinção em massa de espécies animais e vegetais dos últimos 65 milhões de anos. A questão não é mais se vai acontecer, mas como podemos impedir o agravamento dessa tragédia. A Índia parou de produzir arroz e açúcar, a Austrália leite, os eventos climáticos extremos aqui no Brasil são noticiados quase que diariamente; o pólo norte tinha uma calota polar do tamanho dos Estados Unidos por milhões de anos, que durante o verão se reduz a 15% e em 2014 irá desaparecer por completo. A sorte é que essa calota já flutua nos oceanos e não aumenta o nível da água, mas cria feedbacks positivos ao substitiur a reflexão por absorção do calor dos raios solares com a menor superfície branca. Os feedbacks positivos começam a se alavancar em cascata, ameaçando as tundras, onde há uma quantidade colossal de gás metano que é 20 vezes mais poderoso que o gás carbônico para o aquecimento global. A situação piora e ameaça enormemente grande parte da população quando continentes gelados derreterem, elevando o nível dos oceanos em vários metros. Cientistas russos mostram que a inundação das cidades litorâneas é muito maior que o aumento do nível dos oceanos, por conta do efeito da maré. É na verdade um múltiplo. Essas mudanças ocorrerão quando a resiliência da Terra for vencida e além de ser irreversível a partir desse ponto, a mudança é brusca e tornará a vida inviável quase que inteiramente. Os cientistas, como Martin Rees, já declaram que a probabilidade do homem terminar o século XXI é bem pequena.

Como economista ecológico estou cada vez mais convencido que a minha ciência – a Economia – é totalmente cega e autista. Para ser um economista de verdade teríamos que entender as atuais ciências planetárias, a física, até porque a Economia é uma irmã siamesa da física. Nicholas Georgescu-Roegen foi lamentavelmente ignorado, embora sem ele grande parte da teoria tradicional não existiria. Não devemos mais, por falta de coragem, manter um discurso apenas orientado aos negócios e atender os interesses dos grupos líderes, porque daqui em diante, nesse ritmo de colisão com o planeta, não temos mais nada a perder. E nesse futuro, não haverão vencedores, os homens mais poderosos do mundo, mesmo eles, pertencem à nossa espécie animal ameaçada e a regra planetária ignorada por quase todos é que todos os seres vivos dependem de todos os seres vivos. Não existe poder humano ou econômico que mude essa interdependência. Se os líderes da economia e das nações não entenderem ou perceberem que estamos discutindo novas idéias de negócios desse novo mito chamado economia verde numa mesa que está dentro do Titanic, realmente iremos perecer. A filosofia do “não posso abrir mão do lucro, mas posso abrir mão do planeta” não irá resolver o problema climático - e planetário, pois aquecimento global não é "o" problema, mas um deles.

No fundo não temos um problema climático, mas um problema moral. Se vamos mudar nossos valores e nossa consciência a ponto de motivar as lideranças a promover mudanças reais e não meramente paliativas é uma pergunta sem resposta. No entanto, para alguns é muito grave viver essa dúvida, porque tudo aquilo que consideramos grátis pela natureza – água, energia, clima e comida – está ameaçado, terrivelmente ameaçado e não pode mais ser considerado uma bênção. Se todos os animais e plantas desaparecessem da Terra, a água sumiria junto. Não há uma só variável no modelo dos economistas que contabilize a contribuição inigualável e irreproduzível da água, dos 20 serviços ecológicos que mantém toda a vida e nem dos recursos naturais tangíveis, como ferro e petróleo, onde nos modelos por uma série de mágicas estatísticas são considerados nos livros consagrados de macroeconomia totalmente irrelevantes para explicar o processo econômico. Os recursos naturais tangíveis (os únicos analisados pela teoria tradicional) são vistos como irrelevantes porque representam pouco do custo da produção. Desde quando a importância de algum item pode ser diretamente proporcional a seu custo? Temos que nos conformar que para alguns itens não é possível atribuir valor algum - e nem necessário. Essa idéia estapafúrdia deveria ser testada na prática e pedir que os Estados Unidos parem imediatamente de importar 75% do petróleo que consomem. Se afinal é irrelevante para o processo, porque correr tão esganiçadamente atrás desse recurso, que ainda por cima, causa o efeito estufa da Terra?

Os economistas continuam acreditando que a Terra é um subsistema da economia e que não há limites para o crescimento. Com isso não temos ainda uma mudança de paradigma e de discurso e o blablablá de sustentabilidade só faz lembrar um velho ditado francês: quanto mais as coisas mudam, mais elas continuam as mesmas. O Banco Mundial declara que a causa do problema ambiental é a pobreza e que é possível sim manter o crescimento econômico e ao mesmo tempo eliminar a pobreza e salvar o planeta. Não é o planeta que está ameaçado e sim nós. Essa ideologia nega, portanto, todas as descobertas científicas do maior e único consenso científico internacional atual. Essa comunidade já assinou vários alertas para a humanidade, mais de 1700 cientistas, mais de 100 prêmios Nobel. Ninguém fala do desperdício de tudo, da energia por exemplo, a busca de mais fontes de energia é desnecessária, já que desperdiçamos metade. E por aí vai

Não dá mais para continuar assim. O renomado paleontólogo norte-americano Stephen Jay Gould teve uma pequena disputa com economistas norte-americanos, que sem sua autorização dispararam a seguinte convicção: “De acordo com Gould, toda vida na Terra está fadada à extinção, por isso se o sistema econômico causar alguma extinção, estamos prestando um favor à natureza.” Gould entrou no debate avisando que nunca tinha participado de algo tão estúpido, dizendo: “É verdade, toda vida na Terra está fadada à extinção, só 1% de toda vida que surgiu nesse planeta existe hoje. Mas isso ocorre em eras geológicas, de milhões de anos, e não em décadas e nem causada por uma única espécie. Milhões ou bilhões de anos é uma régua temporal que nosso cérebro que só vive décadas não é capaz de entender. É muita ingenuidade achar que essa extinção jamais irá voltar contra os causadores.” Ingenuidade brutal, porque comemos, vivemos e respiramos graças aos ecossistemas e aos seres vivos e não graças à nossa tecnologia, que é um mero adereço. Einstein escreveu que se as abelhas sumissem, os animais sumiriam e os homens tambem, em quatro anos.

As abelhas estão sumindo. No longo prazo todos estaremos mortos, mas como espécie animal seríamos praticamente imortais. Ao que tudo indica, não mais.


Hugo Penteado
Autor do livro Ecoeconomia Uma nova Abordagem, Lazuli, 2008, 2ª.edição
(Sugestões e comentários de Eduardo Passeto)
______________________________________________________________
Este post é parte do Blog Action Day. O Blog Action Day é um evento anual que reúne blogueiros de todo o mundo postando textos sobre o mesmo assunto, no mesmo dia. O objetivo é disseminar uma discussão mundial e simultânea sobre um tema de interesse coletivo, sendo o maior evento de mudança social na web. O tema desse ano é Mudanças Climáticas.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

A simple change in attitude

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A simple change in attitude

Thoughts after reading Herman Daly’s Beyond Growth

How to solve the equation between poverty and the planet’s capacity to sustain life on Earth?

The way forward is to recognize the limit – that we cannot expand the flow of matter and energy to meet our ever-growing demands, and indeed there are some who say that in reality it is necessary to contract.

If this is true – if the limit exists (forgive the conditional: it is obvious that it exists) – we face the second problem: how to give those who have nothing the comfort they deserve if we are unable to provide any further growth in these flows?

Very simple: through policies of distribution of income, efficiency and reduction of waste.

Here, the gains that we can make are gigantic. Our waste of matter and energy is monumental. It is estimated that in Brazil the gains from reduction of waste and inefficiency could avoid, for example, the need to build any new and potentially destructive power plants, even mini-hydro plants, and even so double the supply of energy.

Why do we always choose the most stupid and inefficient options?

Because we have not woken up to the fact that all the things we consider as a given – water, energy, climate, food – are under threat, and will disappear entirely, together with ourselves, if we continue to act in this way: as a cancer always growing in the closed system that is our Earth.

The scope that we have available for distribution of income and wealth is also gigantic. Just as it is not necessary for a multi-billionaire to have more billions, the concentration of riches, principally in the rich countries, is self-evident – even immoral, shameful. As an illustration, since the 1970s the only income that has risen in the USA (after tax and inflation) – indeed it has almost doubled – is that of the richest 1% of the population (a good book on this is Wealth and Democracy by Kevin Phillips).

The two poorest quintiles have seen their income, on the same comparison, fall by almost a quarter. And there are still people who believe in this model – which can only be explained by self-interest: because there is not only the concentration of wealth that exists, there are its beneficiaries. This is a small problem of ethics and responsibility, that we have not yet faced; and all the indications are that when we do, we may likely do so in the worst way possible.

To think that growth is the only way of solving the problem of poverty is to condemn humanity, and life on this planet, to death. To think that without growth we will crystallize the social inequalities is to invert the causal relationship: growth today, as it is effected and measured, is an important mechanism of social differentiation, not the reverse. This brings us back to the same error of thinking that the economy has no planetary frontiers, nor limits – economic ideas that govern the entire social-environmental world that is falling to pieces around us.

The challenge of change is very great. It begins with the minds of almost all of us – since by an impressive, interest-driven, daily and maniacal stupidity, in our present debates the only subject is the opportunities for profit and growth, which amount to a philosophy that “we cannot do without profit, but we can do without the planet”.

No-one is yet discussing – nor pointing out – who are the real beneficiaries of all this, and what is the true underlying social and environmental contract of this project.

Hugo Penteado

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Uma mudança simples de atitude

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Uma mudança simples de atitude
Uma breve nota após leitura do livro Beyond Growth de Herman Daly

Como resolver a equação entre pobreza e a capacidade do planeta sustentar a vida na Terra?

O caminho é reconhecer o limite - não podemos expandir o fluxo de matéria e energia para atender nossas demandas sempre crescentes e há os que falam que na verdade já é necessário retroceder.

Se isso for verdade - o limite existe (desculpa a condicional, é óbvio que o limite existe!) - caímos no segundo problema: como dar àqueles que não tem nada o conforto e a liberdade que merecem se não podemos mais crescer aqueles fluxos?

Muito simples, através de políticas de distribuição de renda, de eficiência e de redução de desperdício.

Os ganhos que podemos fazer aí são gigantes. O nosso desperdício de matéria e energia é monumental. Estima-se no Brasil ganhos com corte de desperdício e ineficiência que evitariam a necessidade de construir qualquer usina destruidora mesmo as pequenas centrais hidrelétricas e com isso dobrar a oferta de energia. Por que sempre optamos pelas opções mais burras e ineficientes? Porque ainda não acordamos para o fato que aquilo que consideramos dado - água, energia, clima, comida - está ameaçado e irá desaparecer inteiramente - junto conosco - se continuarmos agindo dessa forma: como um câncer sempre crescente num sistema fechado e finito como a Terra.

Na parte de distribuição de renda e riqueza, o espaço também é gigante. Assim como não é necessário um multibilionário ter mais bilhões, a concentração de riqueza, principalmente nos países ricos, é imoral e vergonhosa. Para se ter uma idéia, nos EUA desde os anos 70 a única renda que subiu (após impostos e inflação) e quase dobrou foi a dos 1% mais ricos (um bom livro sobre isso é Wealth and Democracy de Kevin Philips). Os dois quintis mais pobres viu sua renda na mesma conta cair quase um quarto. E há ainda quem acredita nesse modelo, algo que só se explica por interesse próprio, pois não é só a concentração de riqueza que existe, há também os comensais dela. Um pequeno problema de ética e responsabilização que ainda iremos enfrentar e tudo indica que faremos isso da pior forma.

Achar que crescimento é a única forma de resolver o problema de pobreza é condenar a humanidade e a vida desse planeta à morte. Achar que sem crescimento iremos cristalizar as diferenças sociais é inverter a relação causal: o crescimento hoje, tal como ele é feito e mensurado, é um importante mecanismo de diferenciação social e não o contrário. Isso nos remete à mesma tolice de achar que a economia não tem fronteiras planetárias nem limites - idéias econômicas que regem o mundo inteiro socioambiental se esfacelando à nossa volta. O desafio de mudança é bem grande, começa com as mentes de quase todos, pois por uma burrice impressionante, interesseira, diária e maníaca, nos debates atuais o único tema que se fala são oportunidades de lucros e crescimento, dentro da filosofia que "não posso abrir mão do lucro, mas posso abrir mão do planeta." Nada de discutir - nem mostrar - quem são os reais beneficiários disso tudo e qual é o contrato social e ambiental desse projeto.

Hugo Penteado

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Earthscan

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Ver abaixo: provável que esse seja mais um livro para pesquisas sérias - e não abordagens que criam novos mitos falsos, como a discussão de novas tendências de investimentos (em energia, só em energia, como se tivéssemos só problema de clima e de energia para resolver e como se esses problemas não estivessem interligados com todo o resto). Essa discussão pobre e interesseira é feita hoje por homens de negócios sentados em uma mesa em busca de ganhar mais dinheiro com oportunidades "verdes", sem perceberem que a mesa está dentro do Titanic. Lord Stern é um ícone dessa visão míope, pois ouvi de sua boca que "não há problema algum com o crescimento econômico, desde que consigamos uma economia com níveis baixos de emissão de carbono." Os novos iluminados agradam sua platéia com a convicção que é possível salvar o planeta e ao mesmo tempo fazer lucros disso. Na verdade, não é o planeta que precisa ser salvo, mas poucos se deram conta disso e continuam achando que tudo aquilo que é fundamental à vida está garantido para sempre: água, ar, clima, comida, energia e materiais baratos corriqueiramente desperdiçados etc.

Não podemos nos enganar. Essa filosofia de oportunidades "verdes" está apenas consertando os problemas do sistema econômico, mas não promove mudança alguma e as pessões sociais e ambientais continuam aumentando. A pergunta que ninguém faz é como consertar o sistema, ao invés de apenas consertar suas consequências.

Hugo

Dear all

Earthscan will be publishing Tim Jackson’s book Prosperity Without Growth: Economics for a Finite Planet on November 2nd 2009 (also the embargo date, which has been updated to coincide with an event on that date).

The book is a substantially revised and updated version of Jackson’s controversial study for the Sustainable Development Commission, an advisory body to the UK Government. The study rapidly became the most downloaded report in the Commission’s nine year history when it was launched earlier this year and in recent weeks has contributed to a burgeoning debate about economic growth and its consequences for the planet – President Sarkozy has asked world leaders to join a revolution in the measurement of economic progress, Sir Nicholas Stern has warned ‘at some point we would have to think about whether we want future growth’, and John Prescott has called the current economic growth model 'immoral'.

Tim Jackson’s ground-breaking study has already challenged conventional economic thinking in the run up to the climate negotiations at Copenhagen and we believe it is destined to change the terms of the debate for some time to come. Review editors can reply to this email to request a bound proof review copy. If you would like to place a pre-publication order now, please enter code PWGPP in the voucher box when you order online here, for a 20% discount.

Some links related to the book:

>> The full Table of Contents

>> Tim Jackson’s blog from the Balaton Group

>> Pre-publication endorsements – from Clare Short, Lord Anthony Giddens, Bill McKibben, James Gustave Speth, Herman Daly, Oliver James and others

>> A collection of recent news articles on economic growth

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Uma breve nota após leitura de Herman Daly (Beyond Growth)

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Como resolver a equação entre pobreza e a capacidade do planeta sustentar a vida na Terra?

O caminho é reconhecer o limite - não podemos expandir o fluxo de matéria e energia para atender nossas demandas sempre crescentes e há os que falam que na verdade já é necessário retroceder.

Se isso for verdade - o limite existe (desculpa a condicional, é óbvio que o limite existe!) - caímos no segundo problema: como dar àqueles que não tem nada o conforto e a liberdade que merecem se não podemos mais crescer aqueles fluxos?

Muito simples, através de políticas de distribuição de renda, de eficiência e de redução de desperdício.

Os ganhos que podemos fazer aí são gigantes. O nosso desperdício de matéria e energia é monumental. Estima-se no Brasil ganhos com corte de desperdício e ineficiência que evitariam a necessidade de construir qualquer usina destruidora mesmo as pequenas centrais hidrelétricas e com isso dobrar a oferta de energia. Por que sempre optamos pelas opções mais burras e ineficientes? Porque ainda não acordamos para o fato que aquilo que consideramos dado - água, energia, clima, comida - está ameaçado e irá desaparecer inteiramente - junto conosco - se continuarmos agindo dessa forma: como um câncer sempre crescente num sistema fechado e finito como a Terra.

Na parte de distribuição de renda e riqueza, o espaço também é gigante. Assim como não é necessário um multibilionário ter mais bilhões, a concentração de riqueza, principalmente nos países ricos, é imoral e vergonhosa. Para se ter uma idéia, nos EUA desde os anos 70 a única renda que subiu (após impostos e inflação) e quase dobrou foi a dos 1% mais ricos (um bom livro sobre isso é Wealth and Democracy de Kevin Philips). Os dois quintis mais pobres viu sua renda na mesma conta cair quase um quarto. E há ainda quem acredita nesse modelo, algo que só se explica por interesse próprio, pois não é só a concentração de riqueza que existe, há também os comensais dela. Um pequeno problema de ética e responsabilização que ainda iremos enfrentar e tudo indica que faremos isso da pior forma.

Achar que crescimento é a única forma de resolver o problema de pobreza é condenar a humanidade e a vida desse planeta à morte. Achar que sem crescimento iremos cristalizar as diferenças sociais é inverter a relação causal: o crescimento hoje, tal como ele é feito e mensurado, é um importante mecanismo de diferenciação social e não o contrário. Isso nos remete à mesma tolice de achar que a economia não tem fronteiras planetárias nem limites - idéias econômicas que regem o mundo inteiro socioambiental se esfacelando à nossa volta. O desafio de mudança é bem grande, começa com as mentes de quase todos, pois por uma burrice impressionante, interesseira, diária e maníaca, nos debates atuais o único tema que se fala são oportunidades de lucros e crescimento, dentro da filosofia que "não posso abrir mão do lucro, mas posso abrir mão do planeta." Nada de discutir - nem mostrar - quem são os reais beneficiários disso tudo e qual é o contrato social e ambiental desse projeto.

Hugo Penteado

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Copenhagen e Copenhagen

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Se não formos corajosos na Conferência do Clima da ONU, no final do ano, as Olimpíadas podem ser jogos sem vencedores

5 de agosto de 2016. Milhares de pessoas protagonizam a cerimônia de abertura da 31ª. edição das Olimpíadas, transmitida para todo o planeta a partir do Rio de Janeiro. Foram anos de investimento, planejamento e muito trabalho para que a escolha feita no dia 2 de agosto de 2009 em Copenhagen tivesse um desfecho feliz. Mas uma outra escolha, também em Copenhagen, também em 2009, mudou tudo. Foi em dezembro, quando delegações de todos os países-membros da Organização das Nações Unidas se reuniram para deliberar sobre a continuação do Protocolo de Kyoto. O objetivo oficial era reverter a então tendência de aquecimento global provocada pelos altíssimos níveis de emissão dos gases que provocam o efeito estufa, notadamente o gás carbônico oriundo da queima de combustíveis fósseis. Oficiosamente, no entanto, ocorreu a III Guerra Mundial: uma guerra diplomática, de palavras e manobras, aparentemente sem vítimas fatais. Ledo engano: na abertura das Olimpíadas de 2016 já se conhecem as primeiras vítimas do confronto.

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sábado, 3 de outubro de 2009

Plano B para salvar a civilização

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Ricardo Voltolini



Acabo de viver a rica experiência de editar o Plano B 4.0-- Mobilização para Salvar a Civilização, o importante livro de Lester Brown, um dos mais notáveis pensadores mundiais da sustentabilidade.


Fundador do WorldWatch Institute, em 1974, e presidente do Earth Policy Institute desde 2001, Brown ficou conhecido pela série de relatórios “O Estado do Mundo” e também por ser um militante de ideias claras para os grandes desafios ambientais da humanidade. Nesses tempos de aquecimento global, ele tem sido um porta-voz qualificado da transição para uma economia de baixo carbono e interlocutor frequente de líderes políticos em todo o mundo.

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aqui e leia o artigo na íntegra.

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Preferir Marina - Por José Eli da Veiga

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São Paulo, quinta-feira, 01 de outubro de 2009

TENDÊNCIAS/DEBATES
Preferir Marina
JOSÉ ELI DA VEIGA

A PROFUNDA convicção de que o Brasil só se tornará uma nação desenvolvida se vier a ser simultaneamente competitivo e ambientalmente sustentável é o que move todos os que já veem na senadora Marina Silva a melhor solução pós-Lula. E, para explicar os motivos dessa aposta, são unânimes em também enfatizar valores de vida e de convivência consagrados na sexagenária Declaração Universal dos Direitos Humanos.

Porém, alguns revelam duas sérias propensões a dúvidas ou restrições.

Por um lado, que a espiritualidade de Marina possa trazer prejuízos ao racionalismo iluminista que vem ajudando a sociedade a se livrar de inúmeras superstições e preconceitos limitadores de autonomia individual e de liberdades cívicas.

Por outro, que as inescapáveis circunstâncias políticas da viabilização de sua candidatura não ofereçam as imprescindíveis condições de governabilidade.

Na primeira tendência chega a haver insinuações de atitude obscurantista pelo fato de Marina Silva não ser categórica sobre meia dúzia de questões: acesso legal das mulheres ao aborto, direito de usar drogas leves, conquistas da comunidade LGBT, educação científica separada da religiosa nas escolas confessionais e normas de biossegurança para cultivos transgênicos ou pesquisas com células-tronco.

Antes de tudo, não se deve esquecer que são questões sobre as quais há sérias controvérsias ético-científicas que racham a sociedade brasileira. Podem ser ótimas para inquirir a senadora, porque ela assume sua condição de evangélica.

Mas, fosse ela tão hipócrita quanto exigem as práticas mais costumeiras da política, tais polêmicas nem seriam lembradas. Muito menos usadas em tentativas de estigmatizá-la ou tachá-la de fundamentalista.

Pois bem, eu sou ateu há mais de 40 anos e radical adepto do darwinismo generalizado. Entendo as religiões como frutos da adaptação cultural.

Por isso, não tenho dúvida em optar pelos valores humanos que guiam a senadora. Pois eles são infinitamente superiores àqueles preferidos por materialistas vulgares e que servem até para justificar toda a nojeira que tem sido praticada no Senado e na Câmara dos Deputados pelos dois oligopólios partidários.
Por que deveria eu ter aversão a uma crente que nutre mais respeito pela diversidade cultural e pelas liberdades civis do que todas as raposas políticas juntas? Apenas uma lembrança: as que agora bajulam o ilegítimo e horrendo regime iraniano.
Sobre a segunda tendência, como estimar as chances de governabilidade? A base de apoio de um governo Marina será necessariamente construída pela atração daquilo que há de melhor no PT e no PSDB, alijando do poder os arranjos que foram montados por oligarcas com o propósito de chantagear os presidentes FHC e Lula. Só Marina poderá isolar essa corja.

Se der Ciro ou Dilma, o poder será exercido em parceria com esquema bem semelhante ao que está sendo regido por Sarney, Renan, Temer & Cia. Ltda. Se der Serra ou Aécio, esse mesmo arranjo será recauchutado sob a égide dos demos.

Por isso, a pergunta básica ao eleitor bem informado é: o que será melhor para a sociedade brasileira? Um governo de rude gerência executiva, necessariamente refém de sinhozinhos que organizam e comandam fisiológicos e oportunistas de todas as siglas e regiões, ou uma coalizão entre social-democratas e verdes conduzida por meiga, firme e serena seringueira negra com larga experiência política senatorial e ministerial?

Além disso, não será melhor que a chefia do Estado siga rigorosamente código de ética em que a sustentabilidade ambiental seja algo intrínseco?

Ou seria melhor que ficasse para quem já foi capaz de falsificar méritos universitários e ignora os riscos que corre a espécie humana, por falta de precaução com uma dezena de problemas usualmente classificados de "ambientais", mas que, a rigor, são de segurança e tão sérios quanto a violência alimentada pelo narcotráfico ou por todas as máfias e gangues que põem em xeque o Estado de Direito?

Enfim, está mais do que na hora de parar com esse besteirol de dizer que a alternativa verde seria "ambientalista". O que a distingue de candidaturas vermelhas, rosas ou de colorida plumagem não é qualquer apego romântico à preservação da natureza. Ao contrário, é a consciência de que não haverá desenvolvimento se o crescimento econômico minar a sustentabilidade ambiental. De que crescer sem conservar é cavar a própria cova.

JOSÉ ELI DA VEIGA , 61, é professor titular da Faculdade de Economia da USP. www.zeeli.pro.br

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Mudança zero

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Essa gente do governo e do mundo empresarial que dita as regras da economia e da sociedade são tão incompletas intelectualmente e tão idiotas que é irritante assisti-las na sua litania sagrada do crescimento etermo, como se o planeta não importasse, como se as pessoas não importassem. Pior, a mentira é tão grande, que eles dizem se importar com as pessoas. Nada mais distante da realidade concentrada nas mãos de poucos que decidem pelo pior de todos nós anida hoje em dia e apesar de tantos alertas científicos.

Não sei se é cegueira. Se for cegueira menos mal. Se não for, meu Deus, estamos diante das piores almas que jamais houve no universo inteiro e ainda há, amigos meus que dizem, no Universo monstros piores com os quais, se não tivermos sorte ou merecimento, iremos continuar cruzando seus caminhos.

A forma como seguem com suas idéias idiotas sobre o mundo e sobre o bem estar que dizem perseguir para nós, meros mortais, beira o insuportável. Sinto repetir isso, quero que meu leitor tenha em mente que toda a prosperidade atual do mundo rico no qual quatro bilhões de seres humanos estão bem longe só existe e ainda persiste porque foi empurrado para debaixo do tapete o equivalente a bilhões de pessoas e outros milhões de quilômetros quadrados em florestas, ecossistemas, serviços da natureza e outros bichos. Somente matando a vida e a fonte da vida a prosperidade tal como ela é foi possível. O pior, essa é a única fórmula que eles têm em mente, portanto, não se enganem com o discurso bem recebido de sustentabilidade, pois não se acopla com uma real mudança de atitude de ninguém e em lugar algum. Aqueles que conseguem se ludibriar com esses sinais tão esperados do quanto estamos hoje despertos e na busca de uma mudança real, estão tão loucos quanto o sistema suicida à nossa volta.

Nada mudou. Nada aparentemente mudará enquanto os binóculos que os capitães usam para ver o mundo que querem ver, esconde a dura realidade que irá despencar sobre todos nós. Quando eles falam da China maravilhosa tal como ela é, porque irão vender até vento lá dentro para aquela população gigante e esquecem os seus descalabros sociais, ambientais e políticos, todos nós deveríamos desconfiar que não são pessoas sérias ou bem informadas.

Pouco há para ser feito senão lamentar o porquê de tanta ignorância e egoísmo e arrogância.

Nada mudou e não mudará, pelo menos esses são os únicos sinais que temos pela frente. E todo o frenesi com Copenhagen, mesmo que no melhor cenário de decisões governamentais, nada mudará, pois não temos, como tantos da elite iluminada acreditam, apenas problema de aquecimento global e energia. Eu só lamento os verdadeiros cientistas da Terra assistirem essa encenação toda sem falar nada, sem brigar para valer, porque já atingimos um ponto que como seres humanos não temos mais nada a perder. Pode ser que na verdade falam, mas suas letras não aparecem nos papéis ou painéis que todos olham. Suas letras passam ao largo da falta de consciência que existe hoje na Terra sobre o quanto estamos ameaçados, sobre quanto estamos vulneráveis e cegos.

A falta de consciência fez todos nós acreditarmos que somos deuses e não uma espécie animal. Com essa tola e injustificável crença a nosso respeito iremos terminar nossos dias da pior forma possível e de forma coletiva iremos provavelmente desaparecer da Terra que seguirá sua jornada ainda banhada em sol sem a nossa presença nefasta.

Hugo Penteado

Colaboradores