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terça-feira, 8 de setembro de 2015

Natural Gas Drilling Produces Radioactive Wastewater

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Só rindo... aqui no mercado financeiro o gás natural do shale é bem vindo, porque é gás e gás é considerado "energia limpa", aquele mito que alguns iluminados gostam de abraçar junto com energia nuclear sem sequer ter lido qualquer documento técnico mais sério... O Cerrado (putz, estamos realmente atingindo um nível de brincar cada vez mais com o precipício) já está aberto para shale!  E esses dias atrás, Obama em carne e osso filmou e mostrou o que anda acontecendo no Alaska, ele próprio fez um vídeo de alerta.  Para um presidente refém de "certas" indústrias todas listadas no Dow Jones Sustainability, acho que já está batendo o desespero...
Hugo

 “Natural Gas Drilling Produces Radioactive Wastewater

Wastewater from natural gas drilling in New York State is radioactive, as high as 267 times the limit safe for discharge into the environment and thousands of times the limit safe for people to drink

sexta-feira, 16 de maio de 2014

Energia nuclear é limpa?

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É... se desconsiderarmos o comissionamento e descomissionamento do combustível e das usinas, se desconsiderarmos a mineração do urânio, se desconsideramos as estruturas JAMAIS construídas para armazenar os resíduos (99% encontra-se até hoje sem destino final).

Energia nuclear é segura?

Sim, se desconsiderarmos que um só evento extremo, como por exemplo, derretimento da Tchernobyl, ser capaz de contaminar toda a água da Europa Ocidental.

Sim, se desconsiderarmos que o aumento de câncer e as crianças que nasceram completamente deformadas depois de Tchernobyl são inexistentes.  Teve poucos mortos felizmente.

http://monstersports.com.br/blog/wp-content/uploads/2011/03/consequencianuclear.jpg

A energia nuclear é barata?


Atualmente construído um CARÍSSIMO sarcófago em torno novamente de Tchernobyl. Fukushima passa por operações bilionárias também. Esses recursos poderiam estar sendo melhor usados se. evitássemos desperdício de energia estimado pelo New Economics Foundation em 73%.

Precisamos de mais energia?

Sim, se desconsiderarmos a maluquice de um sistema submetido a crescimento exponencial onde só duas coisas aumentam o PIB: ineficiência e desperdício e todas as outras mazelas, como destruição social, ambiental, instabilidade financeira, briga entre povos, extinção da vida, etc. tivessem custo zero e nem estivessem acontecendo aqui na Terra e sim em outro planeta.

segunda-feira, 7 de abril de 2014

Economia continua contra o meio ambiente

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O crecimento medido pelo PIB e aumento da economia material é rota de colisão com a Terra. Isso não pode continuar mais, a menos que tenhamos desistido de manter a vida nesse planeta.

Precisamos cortar os exageros, os desperdícios, as ineficiências e no limite estancar o crescimento absoluto (não relativo) de populações e estruturas.  Num planeta finito como a Terra, não só em serviços ecológicos, mas em água e solo para comportar tudo isso, o crescimento já virou decrescimento das bases de sustentação dos seres vivos e fim da qualidade de vida há muito tempo. 

Num novo modelo sem as ideologias dominantes, o foco seria distribuição, equilíbrio com os ecossistemas e qualidade de vida.

O que precisamos mais além de ficar sem água em São Paulo numa das anomalias mais grotescas no Brasil inteiro desde final de 2013 para acordar?

O fim da vida?  Essas análises da pressa da licença ambiental, não correspondem a realidade atual do planeta. Mas continuam dentro da teoria econômica pela qual os recursos da natureza são considerados totalmente irrelevantes para o processo econômico e isso ainda é ensinado até hoje (ver matéria abaixo). Nenhum dos lados está certo enquanto não houver um equilíbrio e uma escala de importância e acima de tudo uma avaliação dos resultados sociais e ambientais das atividades implementadas de forma coerente, coesa e sistêmica.

Hugo


Burocracia faz concessão de usina da Votorantim vencer antes de gerar energia
Na divisa entre SP e PR, a usina foi concedida por decreto presidencial em 1988 à Companhia Brasileira de Alumínio e, desde então, passou por três estudos de impacto ambiental, uma licença prévia suspensa e muitas mudanças no projeto
RIBEIRA (SP) E ADRIANÓPOLIS (PR) - Em quatro anos, a concessão da Hidrelétrica de Tijuco Alto, na divisa entre os Estados de São Paulo e Paraná, vai acabar sem que nenhum centímetro de barragem tenha sido erguido e nenhum megawatt de energia, gerado. Concedida em setembro de 1988, por meio de decreto presidencial, a usina é o exemplo do quanto é complexo e burocrático o processo para conseguir levantar um projeto no Brasil.
Durante 26 anos, a hidrelétrica - da Companhia Brasileira de Alumínio (CBA), do Grupo Votorantim - fez parte de uma verdadeira novela, com idas e vindas. Foram três estudos de impacto ambiental, uma licença prévia suspensa e várias mudanças no projeto para se adequar às exigências de órgãos ambientais, de patrimônio histórico e das comunidades. Ainda assim, não há uma posição concreta sobre a obra de R$ 600 milhões.
Segundo o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama), o processo está com a análise técnica encerrada, mas a emissão da licença prévia depende de manifestação positiva da Fundação Cultural Palmares. Em 2012, a instituição deu parecer favorável ao empreendimento, de 144 MW. Mas, no mesmo ano, voltou atrás sob a alegação de que novas consultas deveriam ser feitas com as comunidades quilombolas na área de influência da usina. As reuniões, previstas para janeiro, ainda não foram feitas. Procurada, a fundação não respondeu à reportagem.
Calcula-se que a empresa já gastou mais de R$ 50 milhões em projetos, audiências públicas e compra de propriedades. Sem saber da dificuldade que enfrentaria para tirar o projeto do papel, a CBA comprou 60% (5.511 hectares) da área necessária para a construção da usina. Além disso, comprou equipamentos para a hidrelétrica, como grades das comportas do reservatório. Uma parte do material se perdeu. Outra está à espera da liberação da usina.
O canteiro de obras, onde cerca de 80 pessoas trabalharam para elaborar os estudos na década de 90, continua intacto na beira do Rio Ribeira de Iguape. Os escritórios ainda guardam materiais informativos da época das audiências públicas e os mapas com a localização da barragem, da casa de força e de toda a área de influência da usina.
Histórico. Os entraves na construção da hidrelétrica começaram em maio de 1994, três meses depois de a Secretaria de Meio Ambiente do Estado de São Paulo conceder a licença prévia. O Ministério Público Federal suspendeu a decisão, alegando que o licenciamento teria de ser feito pelo Ibama. A partir daí, teve início a novela que virou o empreendimento.
A cada ano que passava, uma nova exigência era feita e as posições iam mudando. Enquanto um órgão aprovava, o outro dava um passo atrás. Em 2007, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) deu parecer favorável ao projeto, enquanto o Instituto Chico Mendes, à época recém-criado, pediu mudanças para preservar as cavernas localizadas na região. No ano seguinte, o Iphan mudou de ideia e também solicitou novos estudos sobre as cavernas.
Um dos pontos de discórdia era a Gruta do Rocha, famosa na região e que foi classificada como grau máximo de relevância por ser hábitat de uma nova espécie de escorpião. Mas, segundo o presidente da Votorantim Energia, Otavio Rezende, esse problema já foi superado. Uma nova solução de engenharia foi criada para evitar que as cavernas fossem inundadas com a construção da hidrelétrica. Ele explica que um muro será construído para evitar qualquer tipo de prejuízo às grutas.
A solução, no entanto, não convence o exército de ambientalistas contrários ao empreendimento. O coordenador do Programa Vale do Ribeira do Instituto Socioambiental (ISA), Nilto Tatto, diz que há na região cerca de 500 cavernas com grande biodiversidade e que poderiam ser afetadas.
Na avaliação dele, o solo da região é sensível e, portanto, a solução de construir muros pode não ser eficaz. "Tijuco Alto tem uma série de problemas. Na origem, o termo de referência emitido pelo Ibama não contemplou o rio todo e, portanto, a empresa só fez os estudos ambientais de um trecho." Além disso, diz ele, as comunidades não foram informadas sobre todos os riscos do projeto, como o caso de contaminação da água por causa das antigas explorações de chumbo na região.
Para a CBA, projetos e programas especiais foram desenhados para resolver o problema e evitar a contaminação. "Todas as pendências foram resolvidas. Não há mais nenhum óbice ao projeto", diz Rezende, lembrando que a usina resolverá um dilema antigo dos moradores da região, que são as constantes enchentes no período de chuva.

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Pra começar 2014.

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Amigos,

Nós que acreditamos que a economia é um subsistema da Terra e não o contrário como querem muitos economistas (até os ditos ambientalistas) sofremos muito quando emitimos nossa opinião.
Até entre nós o diagnóstico, as causas e as soluções divergem muito.

Se não ouvirmos uns aos outros, por mais que discordemos, não aprendemos, iremos para o fim da nossa civilização de vez.

Por exemplo, eu acho um absurdo falarmos em energias renováveis (mito) e de acreditarem que precisamos de mais energia, quando esse sistema desperdiça energia nababescamente com coisas inúteis.  Temos que combater o desperdídio e a ineficiência desse sistema, não inventar novos sistemas produtivos de energia, enganosamente chamados de “energia limpa” onde até a nuclear entra aí…

Ouço um silêncio sepulcral quando toco nesse assunto.  Quando digo que mais sistemas, sejam quais forem, só aceleram nossa rota suicida, ninguém fala nada e quando digo que nada mudou e a economia de alto carbono está firme como uma rocha principalmente nas reuniões de sustentabilidade como a Rio +20 ou PRI ninguém fala nada. Quando somamos todas as iniciativas de sustentabilidade das empresas que só buscam lucros de curto prazo com mais consumo inconsciente e destruidor de matéria e energia que levará inevitavemente ao fim da vida na Terra, ninguém também se pronuncia, embora todos sonhem em ter netos.

Enfim, precisamos nos ouvir.

Abraço a todos e feliz 2014,

Hugo

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Para os que defendem energia nuclear

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Para os que defenderm energia nuclear, sem terem lido o capítulo 9 do livro “Renewable Energy Cannot Sustain a Consumer Society” é sempre bom saber que o pouco que vaza na mídia sobre o muito que vaza ainda em Fukushima é bastante assustador...

A pergunta que não quer se calar: por que construir usinas hidrelétricas no fragilíssimo ecossistema da Amazônia da qual todos nós dependemos para estar vivos e se não fizemos isso, porque fazer uso de energia nuclear, da qual 99% do resíduo gerado desde seu início nesse planeta não tem ainda destino final (mais um “presentinho” para as gerações futuras?) se 73% da energia é desperdiçada e se já sabemos que não dá para manter uma economia crescente do descarte imediato dos bens e do desperdício num sistema fechado como a Terra?

O dilema de energia e suas fontes (nuclear ou Amazônia, hidrelétrica ou termoelétrica) e outras quizumbas só existem se continuarmos acreditando que o planeta é um subsistema da economia, sem vaos comunicantes.  Acho que não dá mais para acreditar nesse absurdo. Acho...

Operadora registra novo vazamento de água radioativa em Fukushima


DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
O operador da usina nuclear japonesa de Fukushima disse nesta quinta-feira que outro tanque com água altamente contaminada transbordou, provavelmente jogando o líquido no oceano Pacífico, no segundo episódio do tipo em menos de dois meses.
Segundo o porta-voz da Tokyo Electric Power (Tepco), Masayuki Ono, o vazamento foi descoberto em um tanque de contenção distante de onde 300 toneladas de água tóxica escaparam em agosto. Cerca de 430 litros de água vazaram em um período de 12 horas após o erro de um funcionário.
O representante afirma que o operário calculou mal a capacidade do tanque, que está inclinado por uma irregularidade no piso. Segundo ele, a água caiu em uma vala que deságua no oceano Pacífico, a 300 metros do reservatório.
A empresa afirmou que a água que vazou continha 200 mil bequerels por litro de isótopos radioativos que emitem radiações beta, como o estrôncio-90. Para este elemento, o limite legal no Japão é de 30 bequerels por litro.
O novo vazamento é apontado com mais uma consequência da falta de capacidade da operadora de estocar a água usada para resfriar os reatores, desprotegidos após o acidente nuclear de 2011, provocado pelo tsunami que atingiu o Japão e a região da usina.
Segundo Ono, a empresa está enchendo os tanques até a borda e bombeia a água da chuva acumulada nas áreas dos tanques de contenção. Na última terça (1º), a empresa anunciou que cerca de quatro toneladas do líquido vazou no solo do terreno da usina em uma operação de transferência.
GOVERNO
Nesta quinta, o principal porta-voz do governo japonês, Yoshihide Suga, disse que os últimos vazamentos são um exemplo de que os esforços da Tepco são insuficientes. O governo tomará medidas para tratar da questão da água, ele disse, acrescentando achar que a situação estava sob controle.
A Tepco vem contando com tanques construídos às pressas para conter o excesso de água de resfriamento lançada sobre os reatores danificados em Fukushima Daiichi, onde três unidades sofreram sobrecarga nuclear e explosões de hidrogênio depois de um terremoto e de um tsunami em março de 2011.
Em meio a um crescente alarme internacional, o governo do Japão disse no mês passado que iria financiar os esforços para melhorar o gerenciamento da água na usina.

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Not to have doubts about how shale gas was welcomed in America...

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From Project Syndicate where sit economautists or economechanists (a hybrid of autism, mechanicism and economics that are undermining the children´s future):

Still, there are often-overlooked reasons for optimism about America’s future potential growth. A recent McKinsey Global Institute study identifies five mutually reinforcing “game changers” that could have a significant effect on GDP growth, productivity, and employment in the US by 2020: shale energy, big-data analytics, exports in knowledge-intensive industries, infrastructure investment, and talent development. Two of these – shale energy and big-data analytics – build on ongoing technological breakthroughs in which the US has a strong lead and depend primarily on private-sector action, not macroeconomic or structural policies.

To our delight, full text can be seen in this web address: http://www.project-syndicate.org/commentary/america-s-next-growth-engines-by-laura-tyson

If you have doubts about how growthmania works as the sole commander-in-chief around the world, take a look in the other bright papers there…

Hugo Penteado

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Xisto

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Amigas/os,

Aqui trechos de um mail nos avisando que estão prospectando gas de xisto no Mosaico de Grande Sertão Veredas. Em anexo, maiores detalhes sobre isso.
Vejam o link de Cidades e Solução, bastante assustador. Anuncia grandes leilões incluindo gás de xisto ainda p este ano, na Caatinga, norte do Cerrado, Sul, Recôncavo, etc. 

Essa já é pauta muito importante da questão ambiental no Brasil. Mais uma...

Acredito que seria muito importante uma mobilização das ONGs, especialmente em MG. 

Repassem, facebookem, twittem para os seus contatos mais estratégicos. 


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.... Segue link sobre a exploração de Gás de Xisto, causando enormes impactos ambientais e risco de contaminação do solo e da água. A existência desse gás na região é comprovada, e já foi citada até na obra de Guimarães Rosa. Algumas empresas estão fazendo a prospecção desse material aqui na região, sendo elas a Shell e a Petra. Acho importante começarmos a nos informar sobre esse processo para discutirmos enquanto Mosaico. Penso que esse desafio será ainda maior e mais complicado do que as PCHs. O Governo do Estado está apoiando as ações de prospecção desse gás por aqui. Enfim...

Vejam o vídeo no Link abaixo. Com certeza não é isso que queremos para o nosso território.

http://g1.globo.com/globo-news/cidades-e-solucoes/platb/2013/05/02/inedito-gas-de-xisto-problema-ou-solucao/
 Chocante!!!

Sobre isso em MG:


  
O próprio Guimarães em Grande Sertão Veredas já fazia menção dos indícios de que aquela região de Minas havia o que hoje os especialistas chamam de hidrocarbonetos. “Em um lugar, na encosta, brota do chão um vapor de enxofre, com estúrdio barulhão, o gado foge de lá, por pavor”, escreveu o autor ainda nas primeiras páginas de seu livro mais famoso. Nas pequenas cidades por onde Guimarães passou, até hoje os sertanejos tem causos e lendas a contar envolvendo o gás. Como Marcolino Ferreira, gari da cidade de Buritizeiro, que garante ter visto seu pai cozinhar peixe na beira do rio com o gás que brota da terra. “Lá na localidade de Remanso do Fogo é assim, o gás vaza do chão”, conta ele”.

***

Infelizmente, enquanto o modelo econômico for regido por uma teoria econômica falsa, conforme apontado por  Nicholas Georgescu Roegen há muitas décadas atrás, qualquer esforçom nosso será em vão.  As ONGs fazem um esforço louvável para defender o meio ambiente, mas nenhum para mudar o modelo econômico do qual também acabam, como todos nós, fazendo parte. Estamos presos, ou melhor, emasculados.  As únicas palavras que são ouvidas são crescimento econômico ou “Economia do Meio Ambiente” que são dois nomes para praticamente a mesma coisa, quando se olha a equação de matéria e energia.  A cada dia surgem novas idéias mirabolantes sobre como fazer para acelerar a destruição.  Mineração submarina também é de dar calafrios. E simpósios de sustentabilidade e desenvolvimento sustentável num forte exemplo de impulso colossal da economia do alto carbono e de consumo excessivo com viagens transoceânicas como a Rio+20? 

Hoje o cenário dos EUA é endeusado pelos iluminados do mercado financeiro justamente pela redução dos custos de energia via óleo de xisto, o que aumenta a competitividade do país e o crescimento econômico, únicas variáveis dentro dessa ficção que movimenta o mundo. Não há uma palavra sequer sobre seus custos ambientais.  Vale o lembrete que a precificação ou pagamento dos serviços ambientais terão impacto desprezível quando 100% da realidade é regida por um sistema de preços no qual uma teoria econômica falsa que agrada muito nosso conjunto de valores diz que os processos econômicos são neutros para a natureza, além de previsíveis e reversíveis.  Além da certeza injustificável sobre a neutralidade, surge a perfeita substituição, quando numa certa manhã o famigerado Robert Solow afirma que o capital produzido pelo homem é um perfeito substituto dos serviços da natureza.  Sua teoria errada é estudada até hoje com outras baboseiras nas escolas de economia e nós não retrucamos em absoluto.  O resultado é exatamente esse: uma total loucura disseminada e desconectada da realidade, levando toda a vida una desse planeta – e nós mesmos - para uma dolorosa extinção.  Uma viagem que não vai ser fácil, nem tranquila, muito provavelmente suscetível à amargas surpresas cada vez mais lancinantes.


Hugo

sexta-feira, 25 de maio de 2012

NÃO PRECISAMOS DE MAIS ENERGIA MAS DO FIM DO DESPERDÍCIO

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Argumentos errados, desconhecimento técnico, obstrução da realidade por interesses políticos são nuvens que levam a ... conclusões erradas.

É isso que Monbiot fez.  E o mais incrível, ao invés de ganhar críticos, ganhou aderentes.

A tese pró-energia nuclear do Monbiot é de "Tchernobyl causou poucas mortes e por isso podemos usar à vontade (?!?) - como se morrer ou não morrer fosse a única questão ligada aos problemas do Tchernobyl e como se quantidade de mortes fosse um fator decisório: se morrer pouco tudo bem, se morrer muito não. Bom, o trabalho fotográfico das crianças deformadas por Tchenobyl é bastante convincente. Basta uma delas para decidirmos contra.

https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiB2aBpuQ15vcOpjKEa2HjlIm0eszEJEeat7fKopPVfoRsoBC63U3QGMjcm79I-YQOxg-c0L_dgrcGUOWI2QaT-9l8RdV9BKozQn5S-_nK39mDHZgtjlJw3O0WXN2jXEIYqr_51XrboNsc/s1600/Chernobyl+-+vitimas+8.jpg

https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjXXbYqXYh49cZZ1OvM6g8cngdBk7PExfN85hyoWyM4cNhDYqy5OQr9P2RdXjsL4Dn81puuVnKodGp7CWXKSpkCfepJigDbJ6C0og7W2y36oOved9fg7Kzu6YjGynZg1N8Kc9k7rG7uG6lI/s400/nuclear-ChernobylCriancas.jpg

Outro argumento comum é que energia nuclear não emite carbono, que é outro mito, se levarmos em conta comissionamento e descomissionamento de usinas, do combustível usado, a mineração e o transporte do combustível, dos materiais, o compartimento dos resíduos dos quais 99% ainda hoje não tem destino final.  Enfim, não sofremos de falta de energia e sim de excesso de desperdício e não precisamos de mais energia e sim de menos, se quisermos reduzir os problemas que criamos e aumentar as chances de continuarmos na Terra.



quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Desesperador

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Os números desses papers (link no fim do texto) só serão atingidos se o mundo do faz de conta dos economistas não for faz de conta e sim real.
Faz de conta que a produção brota do nata.
Faz de conta que a economia está totalmente separada da natureza, do tamanho do planeta, dos serviços ecológicos.
Faz de conta que o crescimento econômico jamais é deseconômico.
Faz de conta que o crescimento gera justiça social e bem estar e não guerras e devastação.
Faz de conta que poderemos dessalinizar e ressalinizar a água dos oceanos a um custo energético mínimo.
Faz de conta que a economia pode ser maior que o planeta.
Faz de conta que iremos usar terras de outros planetas para depositar nossas produções.
Faz de conta que a produção, a partir de um determinado ponto crítico, irá se tornar imaterial.
Faz de conta que as leis da termodinâmica são falsas.
Faz de conta que a economia não é uma pseudo-ciência autista que não se comunica com nenhuma outra descoberta científica relevante, como aquecimento global e a maior extinção em massa de espécies animais e vegetais dos últimos 65 milhões de anos causadas por nossa espécie.
Faz de conta que do ponto de vista da biologia não somos todos um e que o ser humano não faz parte dessa teia da vida sem a qual não teríamos água, ar para respirar, comida.
E para finalizar,
Faz de conta que todo esse faz de conta não rege universalmente todas as decisões governamentais e empresariais a nossa volta e que isso não irá causar a extinção da vida desse planeta e da nossa espécie animal.
Faz de conta.



sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Ted Trainer: cuidado com as bobagens das energias renováveis

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Amigos da Economia Ecológica,

Um bom livro sobre esse enorme mito das energias renováveis - que não estão sendo produzidas em substituição às energias tradicionais, mas em adição às energias tradiconais - é o do Ted Trainer, do ano passado: "Renewable Energy Cannot Sustain a Consumer Society".

O capítulo 9 é particularmente interessante porque revela a farsa da energia nuclear: 1) emite gás carbônico até dizer chega; 2) todos os resíduos da produção das últimas décadas estão em compartimentos provisórios, 3) não há urânio para produzir em quantidade segura e suficiente. George Monbiot é nosso novo Bjon Lomborg. E pior que tem gente que abraça as suas idéias. Ele não é de todo ruim, mas embarcou no seu excesso de vaidade, do qual se tornou a sua principal vítima. Nenhuma das energias renováveis propostas oferece solução viável para a falta de energia no instante zero, para a demanda atual, quiçá para a demanda que se acredita aumentar com os emergentes.

Alguns excertos do livro do Ted Trainer:

"There is nan overwhelmingly powerful,never questioned, assumption that all these problems [redução cavalar da emissão de gases do efeito estufa da matriz energética atual] can and will be solved by moving to renewable energy sources. That is, it is generally believed that sources such as the sun and the wind can replace fossil fuels, providing the quantitites of energy that consumer society will need, in the forms and at the times that they are needed [o desafio de atender os países emergentes dentro de uma demanda igual a dos países ricos]. Surprisingly, no literature has explored whether this is possible. Wildly optmistic and highly challengeable claims are often encountered."

"However renewables face formidable problems with respect to the two forms of energy which consumer society demands in enormous quantitites, viz. electricity and liquid fuels. The fundamental issue in both cases has to do with the quantity of energy that can be delivered reliably, not dollar cost or "energy return"."

"Exxagerated, misleading, questionable and demosntrably false claims are often encountered in the promotional literature. Minor technical advances which might or might not become significant in the long run are announced as miraculous solutions. Doubts regarding the potential of renewable technologies are rarely if ever heard from within these fields."

O mito de termos só problema de energia é largamente difundido. Trainer escreve: "For forty years the argument has been accumulating that our resource consuming and environmentally expensive way of life is grossly unsustainable, for many reasons besides energy difficulties." Bingo! "All our problems will rapidly become worse if we continue to be obsessed with constantly increasing production and consumption, living standards and the GDP. Yet these are the fierce and supreme commitments of just about all governments, economists and people, and we have an economic system that cannot work without them." Bingo novamente: os reais defensores de um novo modelo deviam estar estudando a forma de desvincular a saúde financeira dos sistemas econômicos que nos sustentam a todos da necessidade estúpida de crescimento que é um fim em si mesmo. O mais incrível de tudo isso é que esse mito é abraçado por pessoas que dizem ter uma proposta diferente a tudo que foi feito pela teoria econômica tradicional teórica e aplicada. Não conseguem perceber o erro que é não admitir que produzir mais energia apenas reforça o modelo atual, sem alteração alguma da sua formulação e paradigma.

O que nós podemos dizer da situação atual? O cenário nos próximos 40 anos serão de mudanças perturbadoras no planeta. Nunca jamais atingiremos um nível justo e equilibrado das populações na prosperidade econômica se tentarmos replicar o modelo dos países ricos, possível apenas para 200.000.000 de terráqueos, para o resto da população global. A população humana irá recuar e jamais irá atingir as projeções de 9,5 bilhões de habitantes em 2050. Nenhum dos indicadores ambientais, econômicos e planetários irão melhorar: haverá aumento em termos absolutos da concentração de gases do efeito estufa na atmosfera, do lixo, da poluição, de resíduos, do desmatamento ou desnaturalização dos ecossistemas, extinção contínua da vida, mais mudanças climáticas, tudo isso com perda de bem estar, instabilidade políticas com guerras e ou crises econômicas.

Essa é a rota enquanto dormimos abraçados com os mitos de energias renováveis, de termos só um problema de energia, o mito da escassez (quando desperdiçamos matéria e energia alucinadamente), com a meta universal de crescimento econômico a qualquer custo e necessária para a salvação social de todos enquanto um par de chineses constroem réplicas do Taj Mahal para morar...

Leia o artigo do Ted Trainer, recomendo fortemente o livro dele.

Abraço a todos,


Hugo


Energia eólica já é mais barata que térmica a gás no Brasil


AGNALDO BRITO
DE SÃO PAULO

O custo da energia eólica no Brasil, uma das principais fontes renováveis do mundo, já é menor do que o da energia elétrica obtida em termelétricas a gás natural.

O governo classificou essa situação como o novo paradigma do setor elétrico brasileiro. Em alguns casos, a energia eólica também tem custo inferior ao das usinas movidas a biomassa de cana.

Esse foi o principal resultado dos dois leilões realizados pelo governo entre quarta e ontem, em São Paulo.

A Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) organizou leilões para garantir a oferta de energia às distribuidoras a partir de 2014. Foram contratados 1.929 MW em nova capacidade, que terá de ser montada em três anos.

Hoje, dos 110 mil MW de potência instalada no Brasil, 5.700 MW são provenientes de energia eólica.

Os preços dessa energia surpreenderam. Os valores por MWh (megawatts/hora) oscilaram entre R$ 99,54 e R$ 99,57 (a térmica a gás, em geral, está acima de R$ 120). Em leilões anteriores, o preço da eólica estava acima de R$ 130 o MWh.

Há pouco mais de dois anos, o valor passava de R$ 200 por megawatt-hora.

AEROGERADORES

A situação do setor começou a virar neste ano. Só com a contratação de ontem, o Brasil viabilizou a montagem de mil aerogeradores.

Segundo Maurício Tolmasquim, presidente da EPE (Empresa de Pesquisa Energética), existem hoje quatro empresas produzindo aerogeradores no Brasil.

"Nos certificamos se essa demanda contratada nos dois leilões poderia ser atendida pela indústria local. E a resposta é que há capacidade para atender", diz.

As quatro fábricas têm capacidade anual para montar 2,8 mil MW em aerogeradores, ou 1.400 unidades.

Além dessas fábricas, o governo informou que outras quatro empresas discutem com o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) a instalação de unidades industriais.

O consumidor será beneficiado com essa redução de preço, mas o efeito ainda será residual na conta de luz

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Mais uma da série "Querida, acho que destruí o mundo..."

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Como existe uma "mega escassez de energia (idéia falsa, mas amplamente difundida)" para "satisfazer o mega desperdício de energia (idéia verdadeira, mas amplamente ignorada)", não é de se admirar que vamos alagar a Amazônia inteira se preciso for e, qualquer problema com isso, significa que o Brasil não será capaz de sustentar nem 10 milhões de pessoas, caso a floresta pereça com nossas investidas variadas. Não se enganem, porque todo dia de manhã, aparecem mil novas idéias criativas para satisfazer a nossa megalomania do crescimento de demandas inúteis, num modelo onde vigora soberano o mito de total separação entre economia e meio ambiente, onde a valoração do planeta, da biodiversidade, dos seus serviços ambientais é nula. Por que valorar a natureza, se ela é inesgotável e o sistema econômico é neutro para o meio ambiente? Mais do que isso, porque ficar preocupado, se sabemos que o planeta é um subsistema da economia, que pode de fato sem maior que o planeta pela nossa inventiva tecnologia, mito do qual faz parte até o mito de energia limpa - "road to hell is paved with good intentions" é um ditado que não poderia ser tão bem aplicado como agora. Isso só terá fim quando não ser mais possível viver sobre esse planeta. Tamanho erro negado até por aqueles que não deveriam negar e que embarcam na defesa da energia nuclear, cujo custo de limpeza, só de Fukushima, será de 250 bilhões de dólares...


*POR-USINAS-GOVERNO-VAI-REDUZIR-ÁREAS-DE-PROTEÇÃO*

Unidades de conservação ficam na Amazônia e têm alta biodiversidade

Documentos do Instituto Chico Mendes mostram que redução pedida pela
Eletronorte não tem estudo técnico

*CLAUDIO-ANGELO*
Folha de S. Paulo, 7/jun11

O governo vai reduzir sete unidades de conservação na Amazônia para
permitir a construção de seis hidrelétricas- uma delas seria a quarta
maior do país.

O palco da nova investida energética do Planalto é o vale dos rios
Tapajós e Jamanxim, no Pará, uma das áreas mais preservadas e mais
biodiversas da floresta.

O movimento acontece num momento em que o Brasil sofre pressão
internacional por causa do aumento no desmatamento, relacionado ao
Código Florestal, e do licenciamento da hidrelétrica de Belo Monte, no
rio Xingu.
Segundo o ICMBio (Instituto Chico Mendes para a Conservação da
Biodiversidade), a ideia é ter um projeto de lei ou Medida Provisória
determinando a redução das áreas protegidas até agosto.

Documentos internos do instituto, obtidos pela Folha, mostram que a
proposta foi feita sem estudos técnicos e tem oposição unânime dos
chefes das unidades.
Segundo eles, as usinas alagariam 3.200 km² (duas vezes a área da
cidade de São Paulo). Sua instalação subverteria a razão de ser das
unidades de conservação.

LAGOS

O pedido de redução foi feito em janeiro pela Eletronorte. A estatal
entregou ao ICMBio mapas com as partes das áreas protegidas que serão
alagadas pelos reservatórios.

A megausina de São Luiz do Tapajós, a principal do complexo, terá
6.133 megawatts, quase a potência somada de Jirau e Santo Antônio, no
rio Madeira.

Seu lago deve atingir parte do parque nacional da Amazônia, o mais
antigo da região Norte, e das Flonas (Florestas Nacionais) de Itaituba
1 e 2. A segunda maior usina do complexo, Jatobá, terá 2.338 megawatts
e alagará parte da Flona Itaituba 1.

SEM ESTUDOS

Os parques integram o mosaico de unidades de conservação da BR-163,
criado pela então ministra Marina Silva (Meio Ambiente)em2005para
conter o desmatamento e a grilagem de terras na região. É o maior
conjunto de áreas protegidas do país.

A maioria não estudos detalhados de biodiversidade.

Os chefes das áreas protegidas afirmam que a proposta de redução da
Eletronorte foi feita "na caneta", sem estudo técnico nem ambiental. O
mapa elaborado pela estatal da área a ser alagada no parque nacional
da Amazônia, por exemplo, inclui um trecho da Transamazônica, que
teria de ter seu traçado refeito -passando por dentro do parque.

Procurado pela Folha, o presidente do ICMBio,Rômulo Mello, disse que
as reduções estão sendo discutidas e ainda não têm aval do instituto.
Ele afirmou, porém, que a redução dos parques não é nenhuma surpresa.

"Quandoas UCs[unidades de conservação] foram criadas, já havia acordo
entre os ministérios" sobre os estudos para a construção das usinas. A
Eletronorte afirmou, por meio da assessoria, que não pode se
manifestar sobre o tema, pois o assunto está em discussão na
Presidência. O Ministério de Minas e Energia não havia se pronunciado
até o fechamento desta edição.

quarta-feira, 11 de maio de 2011

PROTESTOS CONTRA USINAS NA PATAGÔNIA CHILENA

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É o triste estertor da humanidade querer devastar um lugar como a Patagônia chilena para produzir energia que não precisamos. É o triste e último estertor. O mesmo se vê na Amazônia, onde Belo Monte e apenas a primeira de uma série. Essas obras ficarão como feridas sangrentas e evidentes de tudo aquilo que foi feito de errado e cegamente, supostamente em prol do bem comum, claramente apenas para beneficiar alguns que também se descobrirão ameaçados e arrependidos, mas apenas tardiamente.

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Santiago, 10 de mayo de 2011

El *PROGRAMA CHILE SUSTENTABLE* lamenta profundamente la aprobación, por 11 votos a favor y una abstención, del proyecto HidroAysén, que aportaría 2.750 MW al Sistema Interconectado Central (SIC), con un costo cercano a los US$ 7.500 millones y que generaría, al menos, 3 millones 770 mil toneladas de emisiones de CO2.

Además, repudiamos la detención de nuestra directora ejecutiva Sara Larraín, quien junto a otros representantes de organizaciones ambientalistas y otras 60 personas, fue llevada hasta un retén policial mientras se manifestaba de manera pacífica en las inmediaciones de la Plaza Baquedano, en pleno centro de la capital.

Junto con esto, debemos informar de la acción de terceros, quienes intervinieron nuestra página Web (www.chlesustentable.net) dejándola fuera de servicio e impidiéndonos informar a la comunidad de las consecuencias y hechos que rodean la construcción de las 5 centrales hidroeléctricas proyectadas que, según la encuesta Ipsos de abril, es rechazada por el 61% de la comunidad.

Agradeceremos su difusión y cobertura. Atentamente, Comunicaciones Chile Sustentable

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Never believe anything until it has been officially denied

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Depois da defesa “científica” da energia nuclear por Monbiot, que alguns abraçaram com ardor e com o mesmo “cientificismo”, essa frase se aplica perfeitamente bem: “Never believe anything until it has been officially denied”. Gostaria de saber se Monbiot moraria na vizinhança de uma usina nuclear, cujos danos foram negados “em cima de informações precisas fornecidas por um dos regimes mais abertos do planeta, com pouquíssimas dificuldades de estabelecer elos causais e sem nenhuma influência lobbista”. Sim: é uma ironia.

Mas, mudando de assunto, eu nunca acreditei que o território dos países se expandisse, como pregam todas as escolas econômicas, mas fiquei em dúvida agora, parece que a disputa atual por terras está em choque com essa “verdade”.

A notícia abaixo é uma prova contundente que o território dos países é constante e que mesmo com aumento de produtividade, infinita substituição de recursos ou mesmo com a crença infantil de Robert Solow e Joseph Stiglitz que o capital “produzido” pelo homem (máquinas, equipamentos, etc.) é um perfeito substituto da natureza, diversas atividades competem por um espaço finito e esse fator está se tornando um grande limitador e escasso (ao que tudo indica o planeta não é um limitador para acúmulo de dejetos radiativos em fluxo exponencialmente crescente...):

Green Acres: China crop shortfalls

More signs of Green Acres, take a look at the Bloomberg News article, "China Crops In Short Supply As Fewer Farms Spur Food Prices." China's farmland shrank by 8.33 million hectares (20.6 million acres) in the past 12 years according to China's top agriculture adviser. Land under cultivation has almost fallen to the 120 million hectare limit set by the Chinese government. Farmland is being consumed by factories, housing, desertification and an effort to reforest the country side. The drop in farmland combined with rising food demand means China is less likely to feed itself. This will drive the price of Ag commodities higher as China increasely turns to global export markets to fill its foodstuff needs. Here are some tidbits from the Bloomberg article: 1) According to the UN's Food and Agriculture Organization, global food output will have to climb 70 percent between 2010 and 2050 as the world population swells to 9.1 billion people and rising incomes boost meat and dairy consumption and 2) China, the world's biggest grain producer, was a net exporter of soybeans until 1995. This year it's forecast to import 57 million tons, or almost 60 percent of global trade.

O texto acima revela que: 1) não será possível alimentar 9,1 bilhões de pessoas de forma sustentável; 2) cada vez mais provável que jamais chegaremos a esse número, totalmente ao contrário, possível retrocesso com o colapso energético-ambiental ligado aos enormes atrasos ecológicos e mudanças sistêmicas; 3) a única forma de aumentar a produção é ampliar a área cultivada para cima dos remanescentes florestais e outras áreas de grande interesse ecológico, como pântanos (vide exemplo do aumento na safra desse ano de 4.000.000 de hectares nos EUA em cima de hotspots como pântanos e áreas antes ambientalmente protegidas...).

Moral da história: parece que o território dos países é de fato constante e não pode ser incrementado quando tiver sido totalmente ocupado (na verdade bem antes de ser totalmente ocupado, o colapso dos serviços ecológicos já se transformará em um enorme limitador).

A superclasse vai levar quanto tempo para descobrir que a Terra é um Titanic sem bote salva-vidas?

terça-feira, 5 de abril de 2011

Conversa com o filho

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Tive a seguinte conversa com meu filho de 8 anos, com quem na escola foi discutido assuntos de energia limpa.

Papai, papai, a produção de energia eólica e solar é limpa?

Não, filho, todas elas dependem de uma série de materiais que precisam ser produzidos, escavados, trocados ao longo do tempo, como baterias de lítio, minérios, e no caso da energia ligada a vento, se o vento faltar, não há outra alternativa senão queimar combustíveis. Além de ser uma solução tecnológica pobre para uso em larga escala.

Mas papai, papai, essa é a moda agora, a produção de energia eólica e solar não significa a não-produção de energia com base em combustíveis fósseis, como petróleo, gás e carvão? Melhor dizendo, para cada uma nova usina eólica e solar construída, destrói-se uma usina baseada na queima de petróleo, gás ou carvão?

Não, as usinas eólicas, biocombustíveis, solar, nuclear, etc. estão sendo adicionadas às usinas existentes.

Papai, papai, supondo por uma fantasia na imaginação das pessoas, que as novas usinas ditas limpas emitam zero carbono, isso significa que não haverá redução alguma de emissão absoluta de carbono na atmosfera, como demandam os cientistas?

Sim, mas na verdade, irá aumentar. Só o quociente de emissão por unidade de produto é que irá cair, mas em termos absolutos, sim vai aumentar e aumentar os riscos de mudança climática numa hora péssima, porque o sol chegou com uma atividade... bom, deixa prá lá.

Papai, papai, isso significa que vai aumentar a demanda por matérias-prima, solo, território e isso para gerar energia para as pessoas continuarem na farra da matéria e energia, viajando para lá para cá, consumindo que nem umas malucas como se não houvesse amanhã? E pior, um grupo pequeno, mais ou menos 10% da população humana fazendo uso de 90% dessa energia e matéria?

Sim.

Papai, papai, se não é energia limpa, não significa continuidade da carbonização da nossa estreitíssima atmosfera?

Sim.

Papai, papai, quer dizer que energia limpa, economia neutra em carbono não passam de mitos para manter a mesma falta de noção de limites planetários e de ignorar os riscos de sobrevivência da nossa espécie humana na Terra se continuarmos a acelerar a economia ao invés de focar na distribuição, na circularidade, no fim do desperdício?

Sim, nada a adicionar.

E as pessoas ainda escrevem e fazem palestras sobre isso?

Sim.

E aquele moço, o Monbiot, que agora se diz a favor da energia nuclear e vendo a confusão que Japão vai passar com a contaminação irremediável de 5% do território japonês? E ainda não sabemos o que podemos fazer com o fluxo de resíduos radioativos, cujos estoques estão aumentando sobre um planeta finito, não é um erro, não seria melhor cortar o desperdício de energia?

Sim, o desperdício de energia na Terra só não é percebido pelos $%#@*&$. Só a luzinha do seu computador acesa e do resto dos aparelhos da casa consomem 10% da energia produzida na Terra e elas estão acesas inutilmente. Se essas luzinhas fossem eliminadas, só com esse gesto, não seria necessário nenhuma energia nuclear no planeta inteiro.

Mas papai, papai, o fato de não ter havido um acidente nuclear que complicasse bastante a vida na Terra não vai na mesma linha da humanidade achar que porque o planeta nunca nos expulsou, jamais o fará?

Sim filho, essa é a filosofia do nunca morri, estou conversando com você agora e portanto nunca morri. Isso não significa que jamais morrerei, mas algumas pessoas $#@&%&* assumem isso. Vale para a nuclear e o planeta: nunca um grande evento ocorreu e aí assumem corajosamente que isso nunca acontecerá.

Papai, papai, somos uma espécie animal inteligente?

Bom filho, se você imaginar uma espécie animal onívora que come toneladas de carne que simplesmente apodrecem no intestino e para esse hábito provocam um enorme desmatamento de florestas, uma crueldade impensável contra os bichos e tornam as pessoas vulneráveis a doenças degenerativas, degradação ambiental, bom, se você olhar por esse prisma, pode ser burrice ou inconsciência ou os dois. Se você olhar o hábito de andar para lá e para cá sozinhos em carros que pesam três toneladas, numa velocidade média urbana inferior ao passo de uma galinha, fica difícil associar inteligência a isso. Somos inteligentes sim, mas estamos dando poucas provas disso, estou tentando ser generoso aqui... Agora é hora de dormir filho e esperar o dia de amanhã.


P.S.: Caso não tenha ficado claro, essa é uma obra de ficção quaisquer semelhança com acontecimentos reais terá sido mera coincidência.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Rússia investe na perfuração oceânica de petróleo no Ártico

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A exploração de petróleo é prova da nossa ineficiência energética e do mito que falta energia para nos atender, quando na verdade, se a eficiência energética fosse adotada, conseguiríamos manter o sistema atual com 73% menos energia produzida globalmente, segundo a New Scientist e com isso, os mecanismos de sustentação da vida na Terra, dos quais dependemos, não estariam tão ameaçados...

Rússia investe na perfuração oceânica de petróleo no Ártico

O oceano Ártico é um lugar proibido para a perfuração de petróleo. Mas isso não impediu a Rússia de mergulhar nele – ou as companhias de petróleo ocidentais de a seguirem ansiosamente.
A Rússia, onde as reservas de petróleo em terra estão lentamente se esgotando, assinou no mês passado um acordo de exploração do Ártico com a gigante do petróleo britânica BP, cujas perspectivas de perfuração oceânica nos Estados Unidos se reduziram por conta do desastre no Golfo do México no ano passado. Outras companhias de petróleo ocidentais, reconhecendo a abertura de Moscou para novas perfurações oceânicas, estão em negociações similares com a Rússia.
As novas reservas de petróleo russas se mostrariam essenciais para o fornecimento mundial nas próximas décadas, agora que o país ultrapassou a Arábia Saudita como maior produtor de petróleo mundial, e enquanto a demanda global por petróleo continuar aumentando.
Mas à medida que as iniciativas da Rússia em alto mar avançam, as companhias de petróleo estarão se aventurando onde outros grandes países em torno do oceano Ártico – principalmente os EUA e o Canadá – temem permitir que a exploração de reservas de petróleo avance, tanto por motivos de segurança quanto por motivos ambientais.
Depois que o acidente da BP no Golfo no ano passado evidenciou as consequências de um derramamento catastrófico no oceano, as agências reguladoras dos EUA e do Canadá se concentraram nos desafios especiais do Ártico. A camada de gelo e os icebergs representam grandes ameaças para as plataformas de perfuração e para as equipes. E se houver derramamento de óleo no inverno, a limpeza aconteceria em meio à escuridão total que engolfa a região durante esses meses.
Na semana passada, a Royal Dutch Shell postergou planos para perfurar na costa do Ártico no Alaska, enquanto a companhia ainda enfrenta obstáculos por parte de reguladores cautelosos em Washington.
Os russos, que controlam uma área de perfuração mais promissora no oceano Ártico do que os EUA e o Canadá juntos, têm uma visão bem diferente.
À medida que suas reservas na Sibéria envelhecem, a produção diária da Rússia, sem nenhuma nova exploração, poderá ser reduzida em quase um milhão de barris até 2035, de acordo com a Agência Internacional de Energia. Com sua economia dependente do petróleo e do gás, que respondem por cerca de 60% de todas as exportações, a Rússia vê pouca escolha a não ser perfurar o oceano – usando parceiros estrangeiros para fornecer a tecnologia e dividir os bilhões de dólares de custos de desenvolvimento.
E além disso, o desastre do golfo encorajou a Rússia a seguir adiante com a BP como sua primeira parceira. Na visão do primeiro-ministro russo, Vladimir Putin, hoje a BP é a companhia mais segura de se contratar para fazer o trabalho no oceano, depois de ter aprendido sua lição no Golfo.
“Um homem que já apanhou vale por dois que nunca apanharam”, disse Putin, citando um provérbio russo, depois que a BP assinou seu acordo no Ártico com a Rosneft, a companhia de petróleo estatal russa. A parceria demanda que as companhias explorem três seções no Mar de Kara, um corpo de água costeira cercada por gelo ao norte da Rússia central.
O acordo da BP não obteve muita reação da população na Rússia, em parte porque o movimento ambientalista é fraco, mas também porque os políticos da oposição não têm como impedir ou bloquear o processo.
O Ártico tem um quinto das reservas mundiais de petróleo e gás natural não descobertas e passíveis de extração, estima a Pesquisa Geológica dos EUA. De acordo com um relatório de 2009 do Departamento de Energia, 43 das 61 reservas significativas de petróleo e gás do Ártico estão na Rússia. O lado russo do Ártico é particularmente rico em gás natural, enquanto o lado norte-americano é rico em petróleo.
Enquanto os EUA e o Canadá hesitam, outros países estão abrindo espaço no Ártico para o setor. A Noruega, que no ano passado resolveu uma disputa territorial com a Rússia, está se preparando para abrir novas áreas de perfuração no Ártico.
No ano passado, a Groenlândia, que se tornou semi-autônoma em relação à Dinamarca em 2009, permitiu que a Cairn Energy fizesse algumas perfurações preliminares. A Cairn, uma companhia escocesa, está planejando quatro ouros poços este ano, enquanto a ExxonMobil, Chevron e Shell também devem começar a perfurar na área nos próximos anos.
Mas dos cinco países com costa no oceano Ártico, a Rússia é o que mais se beneficiaria com a exploração e o desenvolvimento da região.
“A Rússia é uma das peças fundamentais do fornecimento mundial de petróleo”, disse Daniel Yergin, historiador do petróleo e presidente da IHS Cambridge Energy Research Associates. “Ela tem um papel crucial na balança global de energia. O Ártico será um dos fatores críticos para determinar quanto petróleo a Rússia produzirá em 15 anos e exportará para o resto do mundo.”
Seguindo o modelo do acordo da BP, a Rosneft está negociando acordos de parceria com outras grandes companhias de petróleo impedidas de atuar na América do Norte e com intenção de explorar o fundo o Ártico na costa norte da Rússia. Entre elas está a Shell, disse o seu diretor-executivo no ano passado. O diretor-executivo da Rosneft, Eduard Y. Khudainatov, disse que outros representantes de companhias de petróleo estrangeiras fizeram fila do lado de seu escritório nos últimos dias. Artur N. Chilingarov, explorador polar, tornou-se um símbolo das ambições de Moscou no Ártico desde que andou num minissubmarino e colocou uma bandeira da Rússia no fundo do oceano sob o Pólo Norte, alegando a posse do local pela Rússia numa expedição de 2007.
“O futuro está no fundo do oceano”, disse Chilingarov, membro do Parlamento russo, numa entrevista. “Já perfuramos a terra até secá-la.”
A Rússia tem sido uma potência dominante do petróleo no Ártico desde que a União Soviética começou a fazer descobertas importantes nas reservas em terra de Tazovckoye, no litoral da baía de Ob na Sibéria em 1962. Os EUA não ficaram muito atrás, com a descoberta da reserva da baía de Prudhoe, em águas rasas, no Alaska, cinco anos depois.
A novidade é a movimentação em direção ao oceano.
As águas do Ártico são particularmente perigosas para a perfuração por causa do frio extremo, longos períodos de escuridão, neblinas densas e ventos com força de furacão. O gelo cobre a região por oito a nove meses durante o ano e pode bloquear a passagem de navios de socorro no caso de uma explosão. E, observam os ambientalistas, as baleias, ursos polares e outras espécies dependem dos frágeis habitats da região.
Essas preocupações impediram novas perfurações nas águas árticas do Alaska desde 2003, apesar de um grande declínio na produção de petróleo no Estado e do lobby intensivo das companhias de petróleo.
No Canadá, a perfuração oceânica no Ártico foi postergada enquanto o Conselho Nacional de Energia revê as regulações após o derramamento do Golfo.
Mas a Rússia está pressionando para seguir adiante. A decisão central para abrir o Ártico russo foi aprovada pelo parlamento em 2008, como uma emenda a uma lei sobre recursos do subsolo. Ela permitiu ao Ministério de Recursos Naturais transferir trechos do oceano para companhias de petróleo estatais num processo sem concorrência que não envolveu relatórios ambientais detalhados.
Até recentemente a Rússia via o mar de Kara, onde a BP e a Rosneft pretendem perfurar, como um lixão de gelo. Durante anos, a marinha soviética jogou lixo nuclear no mar, incluindo vários reatores usados de submarinos que foram jogados de embarcações em lugares não revelados.
Executivos da Rosneft dizem que sua perfuração exploratória não produzirá radiação.
Mas em todo caso, Chilingarov, o defensor das alegações da Rússia sobre o pólo, diz que um pouco de radiação não é nada para se preocupar. Ele disse que seu filho nasceu em Novaya Zemlya, um local de teste de armas nucleares no Ártico durante a Guerra Fria, e hoje é “um pouco mais alto” que ele.
“Em pequenas doses”, diz Chilingarov, “a radiação é boa para o crescimento.”
Tradução: Eloise De Vylder

http://noticias.uol.com.br/midiaglobal/nytimes/2011/02/21/russia-investe-na-perfuracao-oceanica-de-petroleo-no-artico.jhtm

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