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quarta-feira, 8 de abril de 2015

Situação Ambiental atual dos EUA

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Agora temos uma visão no mundo que só há poluição e problema ambiental na China, não nos EUA.

Esse texto procura desmontar essa visão.

SITUAÇÃO AMBIENTAL ATUAL DOS EUA

Primeiro derrubar o mito que os EUA não provocou desastres ambientais locais e que a sua situação atual é tranquila, temos esses pontos para destacar, mas que não refletem a situação toda e a qual indicaria Lester Brown e seu compêndio State of Earth para fazer um levantamento mais cuidadoso:

• Menos de 5% das florestas naturais foram preservadas no território norte-americano, um dos maiores países em território, com 9.363.123 km2 .

• Através do espalhamento urbano (urban sprawl) mais da metade dos rios americanos, lagos e zonas estuárias estão completamente poluídos, segundo dados oficiais do governo (que são questionáveis).  Mesmo sendo uma economia avançada, depende e muito de uma expansão urbana e de construções continuamente num território finito, fenômeno que destrói terras férteis, agricultura e causa uma poluição ambiental sem limites.  A população americana cresce quase 3 milhões (incluindo a imigração líquida) todos os anos e essas novas moradias vão atender essa demanda maior por casas. 

• Os quatro principais estados agrícolas dos Estados Unidos - Colorado, Oklahoma, Kansas e Texas -  extraem água de um aquífero fóssil - o Ogallala - que é sempiterno, ou seja, não tem taxa de reposição. Foi formado há milhões de anos atrás e seu estoque é finito.  Estima-se que até 2025 a produção agrícola dos Estados Unidos nestes estados enfrentará declínio significativo. Esses estados dominam a produção agrícola dos Estados Unidos.  Até 2025, a população americana deve aumentar em 59 milhões de pessoas.

• A situação hídrica da Califórnia é extrema, a pior em milhares de anos, com o estado sem água na superfície (regime de chuvas) e no volume subterrâneo que foi superbombeado acima da capacidade de sustentação e segundo a Nasa só há água disponível para um ano.

• O delta do Rio Mississipi está sendo invadido pelo mar a uma velocidade incrível, matando a agricultura e os animais através da salinização da água e do solo. Cientistas mostraram que isso aconteceu por um desastre ambiental e que as chances de reverter esse processo são pequenas, além de custar às atuais populações locais milhões de dólares.

• A pegada ecológica dos Estados Unidos é de 10,3 hectares, sendo que dada a população global atual o máximo que cada um poderia dispor é de 1,7 hectare (figura 1).  A pegada ecológica dos países ricos ainda não se transformou em um problema global por causa dos países pobres, mas com o avanço material das populações atrasadas na China e de outros países na Ásia, no Brasil e em outros lugares, a insustentabilidade planetária pode surgir, aumentando as já atuais tensões sociais e militares da Terra.

• Em termos de pegada ecológica, acima da capacidade biossistêmica, a Europa não é muito diferente dos EUA.  A situação da Alemanha é muito parecida com a dos EUA (figura 2).   

Figuras 1 e 2
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• Uma criança americana com expectativa de vida de 80 anos deverá consumir 800.000 kw de energia elétrica, 2.500.000 litros de água, 21.000 toneladas de gasolina, 220.000 quilos de aço, 1000 árvores e gerar 60 toneladas de lixo urbano, a maior parte deste consumo representando por um enorme desperdício.  A criança americana produz uma sobrecarga ambiental 30 vezes maior que a brasileira, 35 maior que a indiana e 280 vezes maior que a haitiana. A disseminação deste padrão de consumo para as populações afluentes coloca em xeque o já frágil equilíbrio ambiental do globo terrestre.

Etc.

IMPACTO DOS EUA E DOS DEMAIS PAÍSES QUE POSSUEM PEGADA ECOLÓGICA ACIMA DA SUA BIOCAPACIDADE NO RESTO DO MUNDO:

A tragédia ambiental do modelo econômico dos EUA é muito mais relevante, porque se trata de um modelo que está se disseminando para o resto do mundo. Trata-se de uma economia que já se tornou totalmente inviável localmente, mas que está causando um colapso planetário ao ser copiada pelas nações remanescentes.  No passado a situação foi muito pior que a atual.  O histórico de extinção de espécies animais e vegetais e de destruição de ecossistemas dos EUA é pavoroso.   Nova Iorque, nos anos 1950, era irrespirável também.  A quantidade de chumbo e enxofre nos combustíveis era cavalar.

EUA não entraram em colapso por uma razão muito simples: comércio global, no qual as trocas ambientais são a custo zero, mas tem importância enorme para os países ambientalmente deficitários, como os EUA. Vamos imaginar que no planeta Terra, os EUA fossem o único território, cercado por oceanos. Já teria entrado em colapso ambiental (e social) na década de 70.  A partir de um ponto os EUA começou a transferir parte das sua produção suja para o resto do mundo e passou a limpar o seu país às custas dos outros países.  Não só o mundo e os EUA se beneficiaram do trabalho escravo da China, como começaram a sugar recursos da natureza de países superavitários de forma truculenta.  Não é à toa que 1.000.000 de km2 da Amazônia já foram comprometidos e mais ainda do Cerrado.  Essa troca entre países, a custo zero, não é só fundamental para manter os lucros elevados das empresas, como para manter o fluxo de serviços ecológicos indisponíveis num sem número de nações na Ásia (China, Japão), Europa e Estados Unidos.   Dentre esses países, um grande superavitário é o Brasil, com 5.000.000 de km2 ainda em florestas naturais, mas com esses ecossistemas atingindo seu ponto de ruptura, a partir do qual pode haver um colapso severíssimo sem precisar mais nenhum ataque contra o ecossistema (figura 3).  A principal corrupção do Brasil é entregar o Cerrado e a Amazônia a tratores de multinacionais e empresas coligadas para exportar soja e carne para os países deficitários (o que significa fazer uso de uma quantidade grotesca de água que só nós temos excendente), enquanto agora somos importadores liquidos de arroz, feijão e banana, três produtos essenciais da dieta brasileira (vem da Ásia e da China, com metal pesado e transgênicos...).

Figura 3
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A IDEOLOGIA OCULTA POR TRÁS DE TUDO ISSO

Existe uma ideologia no mundo hoje seguida pelo Banco Mundial e pela ONU que é mais ou menos assim: 'Hoje os países que mais destroem florestas e poluem são os países pobres e em desenvolvimento. Os países ricos não fazem mais isso. Solução: enriqueça os países pobres.  Lógico que os países ricos destroem pouco, não dá para destriur mais que 100%. Quer dizer, até dá, mas dos outros países, via comércio global.

Quanto a fotos nos EUA, tenho certeza, que se olharmos para o presente (Golfo do México, New Orleans) e para o passado, vamos encontrar coisas piores que na China. Mas vamos lá:

https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh94I5IGbJA-pXG76kr1XFp0tIt8RI5i2RPs399mLwkOXENLyYm5Kei_4uAQ52KS073Kw6JKPYrHPN0mHtOwVZaf5J7LOQffHzVCkKK0X7afnWU9vZqGC5LIEGgmJB_6rB0OEfJdKw0omYl/s1600/explosao_int_ap_20102204.jpg
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Praia de Finisterre, derramamento de petróleo acontece com certa frequência nos EUA

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Destruição de quase todos os manguezais em New Orleans explica mais da metada de tragédia causada pelo Katrina, assim como fim de barreiras florestais explicam a gravidade de fenômenos naturais como tempestades e tornados nos EUA

Sugiro a leitura desse artigo sobre as tragédias ambientais dos EUA:



Tem a crítica à teoria econômica e ao modelo econômico criados pelas universidades dos EUA e que estão destruindo o futuro da humanidade, além de destruir o meio ambiente, destruiu as democracias que viraram plutocracias com governos na direção apenas dos interesses errados dos mais ricos e das suas corporações, destruíram as liberdades humanas, provocaram a pior concentração da história da humanidade principalmente nos países ricos e, causaram a maior extinção em massa de espécies animais e vegetais dos últimos 65 milhoes de anos (o aquecimento global em curso é um problema, não "o" problema e não é causa, mas apenas consequência desse modelo).

domingo, 25 de abril de 2010

40 anos do Dia da Terra

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Segue um comparativo entre a situação global de hoje com a de 1970. Merece uma leitura cuidadosa, pois deixa mais claro o pano de fundo dos negócios e das demais atividades humanas.

O texto destaca o papel da educação e do desenvolvimento de infraestrutura (sistemas de energia, transporte, habitação e manufatura) que não seja tão dependente de matéria e energia ao longo do tempo.

Merece atenção o fato de que as mudanças climáticas representam a crise mais proeminente, mas não a única.

O texto é mais uma evidência do poder de comunicação e de avaliação da Pegada Ecológica.


40 Years of Earth Day: The Planet Then and Now

On April 22, 1970, the first observation of Earth Day took place, a massive series of gatherings, demonstrations and discussions across the U.S. that many credit as the birth of the modern environmental movement. An oil spill off the California coast was the event that triggered U.S. Senator Gaylord Nelson to launch Earth Day – but concerns about environmental health and the detrimental effects of industrialization were growing, over issues such as pesticide use, oil spills, poor air quality, pollution, loss of wilderness to development and declining biodiversity. Heralded as a resounding success, the first Earth Day resulted in the implementation of a number of U.S. environmental policies, and the movement quickly went global.

Yet today, the environmental challenges we face dwarf those that touched off that first celebration. And the planet we honor on Earth Day is a far different place from that of just four decades ago.

§ World population has almost doubled, from 3.7 billion to 6.9 billion

§ The amount of land paved over to build houses, cities and roads has increased 75 percent, from 228 million global hectares to 400 million global hectares, according to Global Footprint Network’s 2009 National Footprint Accounts

§ The amount of productive forest land required for fuelwood, paper and timber products, has gone up 53 percent to close to 2 billion global hectares

§ The productive land and sea area we need for food – for fishing, crops and grazing our livestock – has increased 69 percent, to 5.6 billion global hectares.

But the most staggering increase is reflected in our carbon Footprint, the amount of productive land area that would be needed to absorb our carbon emissions:

§ Since 1970, our total carbon Footprint has more than tripled, from 2.9 to 9 billion global hectares. Carbon has also gone from being a smaller part of humanity’s total Footprint than cropland, to outstripping every other area of demand by a significant margin.

The result of this ecological overspending is clear from the crises we are confronting now – most prominently climate change, but also:

§ biodiversity loss

§ deforestation

§ fisheries collapse

§ soil erosion and other problems.

Earth has changed from a place where we could operate as if resources were limitless, to one in which resource constraints are becoming a pressing and increasingly decisive concern.

Growing Footprints on a Small Planet
In 1970, the world still had significant ecological reserves. Humanity used resources and produced carbon emissions at a rate that the planet’s ecosystems could keep up with. By the time Earth Day was 15 years old, however, humanity was in ecological overshoot: using resources and producing CO2 at a rate that exceeded what the Earth could regenerate and reabsorb.

Today, it would take the resources of 1.4 Earths to renewably produce all the resources we consume and absorb the carbon dioxide emissions we create. Global Footprint Network research shows that if we continue at the current rate, by the time we celebrate Earth Day’s 60th anniversary, we will require the resources of two Earths to sustainably meet human demands. Reaching this level of demand may well be impossible.

(Use our newly expanded personal calculator and determine your own Ecological Footprint.)

The good news is, we can change our trajectory.

Infrastructure, because of its long life, will play an especially important role in determining whether the sustainability challenge will be successfully met.

Just as the choices we made in 1970 still shape the way we live today, the energy, transportation, housing and manufacturing systems we build today will chart the course for our future.

If we invest in systems that can operate on a small Footprint, that do not have negative impacts on biocapacity, and that are flexible and resilient in the face of changing resource constraints, they will provide lasting benefits. If, on the other hand, we design infrastructure that is dependent on a high level of resource throughput, or that damages or depletes the ecological services that make its operation possible, any benefits gained will be at best short-lived.

Similarly, the way we manage agricultural, water and forestry systems will determine whether they will be able to provide an ongoing stream of renewable resources and carbon sequestration services.

In countries with rapidly expanding populations, education—especially of women— along with improved health care and access to family planning options, can help mitigate the contribution of population growth to local and global overshoot.

(Download our recent report: The Ecological Wealth of Nations: The Earth’s biocapacity as a new framework for international cooperation.)

Confronting the Future
The first Earth Day showed that major public movements can have significant effects in shifting policies and values.

As we note its 40th anniversary, we have a choice. Do we continue with business as usual, careening toward critical limits not just in atmospheric carbon build-up, but in biodiversity, freshwater, fisheries, soil quality and other systems? Or do we begin the rethinking and retooling we need to change the arc of human demand, and bend it toward living within nature’s means?


Colaboradores