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quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

O erro eternamente perseguido

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Não há uma só variável no modelo dos economistas que contabilize a contribuição irreproduzível e fundamental dos serviços da natureza. Para a pouca análise feita dentro do mainstream, o que há é apenas a conclusão que os recursos naturais tangíveis, como metais, petróleo, são completamente dispensáveis e irrelevantes para o processo econômico.

Tamanho erro não se justifica à luz do conhecimento científico das últimas décadas, bem como não se confirma mais pelos fatos evidenciados todos os dias.

A mania de crescimento se não for logo abandonada, irá transformar nosso planeta fértil e cheio de vida em uma rocha seca. Quando o problema do buraco da camada de ozônio surgiu, houve um lobby gigante da maior empresa produtora dos gases causadores (CFCs), que atrasou implementar a solução por mais de 10 anos. O que estava em jogo? Nada mais nada menos que a vida na Terra, sem essa frágil camada, o DNA é destruído.

Há claras evidências do fracasso do modelo de crescimento. Estados Unidos é um exemplo desse projeto que terminou em catástrofe. O crescimento é um motor de enriquecimento das classes mais favorecidas e os projetos de assistência social visam perpetuar uma situação de empobrecimento geral da população com duas finalidades nada éticas: 1) a primeira é a de justificar mais crescimento para abastecer quem menos precisa, afinal, só o crescimento irá tirar a população da pobreza, embora isso possa ser negada por qualquer análise menos fria e 2) a segunda é criar atividades reconhecidamente éticas que são portas abertas para as mais absurdas e anti-éticas manobras de corrupção envolvendo governos e empresas (no Brasil - e no mundo - isso é recorrente, dinheiro para assistir pessoas doentes ou com fome sendo roubados por políticos e empresários sem alma alguma para voltar ao Universo).

Como romper com tudo isso?

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Nosso suicídio coletivo a cada dia

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O que se vê nas aparições de membros importantes da elite dita transformada ainda é um pensamento “in the box” ou dentro da caixa, que é sinônimo de nenhuma mudança de paradigma à vista, à despeito das enormes evidências contrárias ao pensamento dominante atual que, por sinal, ameaça a todos, sem exceção alguma à vista.

Esse pensamento “in the box” frequentemente visto possui três fundamentos:

1) não existe a menor noção que o nosso maior problema não é falta de energia, mas excesso, dado que nós desperdiçamos 50% da energia produzida. Por conta desse erro fatal, nossos propositores não possuem a menor noção que é muito mais viável planetária e ecologicamente projetos com objetivo de redução desse desperdício nessa e em várias outras áreas. Cortar o desperdício é a única esperança de nos salvarmos e embora essa seja uma importante parte da solução, ela não é aceita pelo sistema onde conseguimos a proeza de transformar mais em menos: mais produção, menos empregos, qualidade do ar, de vida, de esperança; mais informação, menos educação; mais remédios, menos saúde; mais carro, menos transporte; e por aí vai.

2) pregam a necessidade de energia limpa, mas não existe energia limpa e sim energia um pouco mais limpa e migrar das fontes atuais gradativamente para fontes novas e mais ambientalmente amigáveis seria o segundo passo depois de cortar o desperdício. Nem uma palavra em mudar todo o sistema de transporte e reduzir o excesso de mobilidade com o qual invadimos o planeta desnecessariamente e de forma suicida.

3) não enxergam os limites da Terra em nenhum momento. Após cortar o desperdício e mudar a matriz energética teríamos que reconhecer os limites e parar de focar em crescimento para focar em ganhos sociais e distribuição. É difícil entender isso, mas não temos só um problema de energia, mas um problema de matéria ou de esfacelamento dos ecossistemas que mantêm os serviços ecológicos que sustentam toda a vida na Terra, inclusive a humana. A energia é obtida para construir e movimentar coisas, casas, carros, pessoas e bilhões de quinquilharias degenerativas num sistema fechado e finito como a Terra. A menos que tenhamos resolvido nosso conflito de identidade se somos uma divindade ou uma espécie animal a favor do primeiro, a produção de mais energia, mesmo que mais limpa, estará ainda mantendo nossa rota de colisão contra a Terra.

Essa visão “business oriented” e a crença de que só temos problema de energia se acopla perfeitamente bem à visão autista absurda dos economistas que acreditam que o sistema econômico é totalmente descolado do meio ambiente e que a economia pode ser maior que o planeta. Ou que o planeta - pasmem - é um subsistema da Economia. Ou que os serviços ecológicos e recursos naturais, mesmo os tangíveis, como petróleo, metais e água, são desprezíveis e irrelevantes para explicar o crescimento econômico - e dá-lhe preço zero neles, uma distorção de mercado que não será corrigida por ele mesmo, apenas por uma mudança geral de valores que, mesmo entre os mais despertos, está ainda longe de acontecer. O nosso atual conjunto de valores determina que quanto mais viável economicamente for uma atividade, menos viável ambientalmente ela é. Quando falarmos dessa mudança, precisamos começar por aí: nossos valores e nosso entendimento do nosso papel vulnerável em relação à Terra.

Hugo Penteado

Colaboradores