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terça-feira, 23 de setembro de 2014

Cadastramento rural ajuda a limitar as ocorrências

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Difícil.  A teoria econômica atrapalha muito.  Economia Verde é um mito.  Em relação à natureza não somos produtores, mas consumidores. Só a natureza produz. Não existe Economia Não Verde. Fico pasmo de ver o mito de separação da teoria econômica neoclássica que destruiu nosso planeta e nossa sociedade ser abraçado por aqueles que supostamente trabalham para resolver esse dilema.  Esse mito de separação declara que a total separação entre o sistema econômico e natural é uma hipótese que não prejudica nenhuma conclusão. 

Nesses moldes para um economista uma árvore só tem valor quando derrubada ao chão. Bom, isso vale para todo e qualquer serviço ecológico, considerado um brinde dos deuses, inatingível por qualquer uma das nossas ações.  Ou seja: brincam de faz de conta: faz de conta que a floresta não está sendo destruída, faz de conta que a floresta continuará prestando serviços essenciais como regeneração e produção da água e do solo e do clima, e por aí vai.

Nós economistas não temos uma só variável nos nossos modelos que contabilize qualquer contribuição da natureza, seja o que for.  É o mito da separação.  Há outros mitos, na verdade esse ramo virou uma fábrica de mitos.

Difícil mudar as consequências, quando não se muda as causas. Acho muito pouco provável que a destruição das florestas seja interrompida seja aqui ou no resto do mundo.  Iremos nos tornar uma Ilha de Páscoa Global. Basta ver o que as empresas sustentáveis de cosméticos estão causando de destruição ao importar óleo de palma da Ásia.  Isso é uma atividade, mas todas vão na mesma direção.  Por mais evidências à nossa volta, seguimos sem mudança de rota alguma e as variáveis críticas seguem na sua inabalável deterioração exponencial ininterrupta, enquando discutimos o sexo dos anjos.

Nem os paliativos (pagamentos de serviços ambientais, cadastramento rural, tributação ambiental, etc.) conseguem avançar.  Tudo é paliativo enquanto não mudamos nosso paradigma e nosso modelo mental.  Não somos deuses, somos só uma espécie animal a mais, entrelaçada e dependente do resto.

Abraço


Hugo


Cadastramento rural ajuda a limitar as ocorrências

Por Timóteo Camargo | Para o Valor, de Boa Vista
Andre Penner/AP
"Não existe bala de prata contra o desmatamento", afirma Justiniano de Queiroz Netto, gestor do Programa Municípios Verdes (PMV) do governo do Pará, que tem como meta zerar o desmatamento no Estado até 2020. Mesmo distante da solução cabal - de agosto de 2013 a julho de 2014 o número de alertas de desmatamento aumentou em 22% no Estado - as ações do programa criado em 2011 têm bons resultados e ajudam o Pará a vislumbrar um horizonte mais claro em sua relação com a floresta.
Nos três primeiros anos do PMV, a retirada de cobertura vegetal nativa no Pará caiu 21%, enquanto a redução média na Amazônia Legal foi de 9%. De agosto de 2013 a janeiro de 2014, o recuo alcançou 30% no Estado, segundo dados do Sistema de Detecção do Desmatamento na Amazônia Legal em Tempo Real, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
Um passo decisivo para a eficiência das ações de combate e contenção foi o avanço do Estado na adesão ao Cadastro Ambiental Rural (CAR), do Ministério do Meio Ambiente. Em 2013, cerca de 37 mil imóveis rurais ingressaram no cadastro, totalizando mais de 105 mil imóveis rurais - ou 60% da área cadastrável no Estado. O CAR possibilita a gestão in loco das ocorrências observadas por satélite e o controle dos limites das áreas produtivas e restritas em cada propriedade. "O desmatamento está aumentando e nós sabemos onde. (O combate) é uma agenda que depende de estratégias", diz Netto.
Dos 144 municípios paraenses, 104 aderiram ao Municípios Verdes e seis sairam da lista de desmatadores.
Em um Estado com área equivalente a duas vezes o território da França, a municipalização da gestão ambiental é a chave do programa. A proposta do PMV é articular municípios, sociedade civil, iniciativa privada, Ibama e os Ministérios Públicos Federal e Estadual no combate ao desmatamento e no incentivo à produção rural sustentável. "Tudo começa com um pacto com a sociedade local, que deve entender que desmatamento não é sinônimo de desenvolvimento; que o desenvolvimento está ligado à sustentabilidade", afirma Justiniano Netto.
A adesão ao programa é voluntária. Porém, o ingresso ocorre por meio da assinatura do 'Pacto pelo Desmatamento Zero', junto ao Ministério Público Federal, o que garante estabilidade jurídica e política para a continuidade do programa. "O município não pode desistir de forma unilateral", explica.
O secretário municipal de Meio Ambiente de Paragominas, Felipe Zagalo, afirma que o documento torna o compromisso do município impessoal: "A pressão pelo aumento de áreas é enorme, mas nenhum prefeito quer estar envolvido com o desmatamento", diz.
Dos 144 municípios paraenses, 104 aderiram ao Municípios Verdes. Seis conseguiram sair da lista dos desmatadores da Amazônia mantida pelo Ministério do Meio Ambiente. Outros cinco estão próximos de deixar o rol, que, entre outras penalidades, impede o acesso a financiamento e embarga o comércio da produção rural local.
O Programa Municípios Verdes atua em duas frentes: a articulação interinstitucional e a regulação ambiental. A articulação inicia com a criação de um comitê gestor para estabelecer metas e estratégias em cada município. Também envolve ações de impacto local, como o estabelecimento do licenciamento ambiental em nível municipal, o treinamento de pessoal e o acesso do município ao sistema de CAR da Secretaria do Meio Ambiente do Pará.
O PMV funciona como secretaria especial da Casa Civil e, do ponto de vista da regulação, atua na revisão e atualização das normas de sustentabilidade no estado. O Governo do Pará criou em 2013 o ICMS Verde, que repassa aos municípios parte da arrecadação com o tributo estadual, de acordo com critérios ambientais. Também no ano passado, um decreto governamental garantiu aos municípios participantes do programa acesso a um processo especial de regularização fundiária, condicionado ao cumprimento das metas do programa.
A experiência de Paragominas foi a inspiração para o PMV. O município de 103 mil habitantes no Leste do Pará ocupou o posto de maior desmatador do Brasil e em dois anos virou o jogo para se tornar referência em sustentabilidade. Para isso assumiu plenamente a gestão ambiental. "Depois da municipalização, todos os nossos problemas são resolvidos aqui e com mais agilidade", afirma Zagalo.
O sistema de emissão de licença ambiental por meio de audiências é um exemplo da inovação do município. O primeiro encontro é marcado para cerca de 20 dias após o processo ser protocolado pelo proprietário. Fábio Patto Kanegae, diretor administrativo da New Agro Comércio e Representações obteve em agosto a licença para um projeto da empresa. Ele afirma que, além de ajudar no planejamento, o procedimento traz segurança e evita problemas com fiscalização: "Todas as confrontações, limites e formas legais do projeto são tratados na audiência e você sai sabendo de fato o que pode fazer na propriedade", afirma. "Da entrada à liberação não deu 60 dias. Antes, quando era em Belém, chegava a levar mais de um ano", conta.
Nos próximos meses, o Programa Municípios Verdes se prepara para expandir a atuação, com foco sobretudo nos municípios menos povoados ou com dificuldades orçamentárias. O programa aprovou junto ao Fundo Amazônia do BNDES um projeto no valor de R$ 82,4 milhões para realizar e entregar ações direto ao produtor sem onerar o município. Da primeira parcela já na conta do programa, R$ 10 milhões serão licitados para a realização do CAR.
O projeto prevê a criação de 11 bases locais para atender de três a quatro municípios cada. "O Pará é grande e pretendemos ter essa capilaridade por meio de consultorias", explica Justiniano Netto.

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Destruição da Amazônia: só vai terminar quando desmatarmos tudo

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Vamos fazer que nem os países ricos. Só vamos parar de desmatar quando atingirmos destruição de quase 100% como foi o caso deles.  É por isso que eles alegam não desmatar nada hoje: não dá para desmatar mais que 100%!!! 

No nosso caso isso é um risco tremendo, por conta do que já sabemos de contribuição da Amazônia para o país todo.  Mas enquanto esse modelo continuar, não devemos esperar resultados diferentes.
Resultados diferentes só ocorrerão quando mudarmos o modelo.

Não só não mudamos o modelo, como reforçamos sua tendência atual suicida com nomes pomposos como Economia Verde, Economia do Meio Ambiente, Energia Limpa, Mecanismos de Desenvolvimento Limpo, Energia Nuclear Limpa, tudo com letra maiúscula mesmo simbolizando nomes próprios (essas idéias podem até ser usadas reconhecendo suas limitações, mas de nada adiantam sem uma revisão total do paradigma vigente). Não só não mudamos o modelo, como estamos pisando o pé no acelerador.  Existe uma quantidade gigantesca de atividades se sobrepondo não para resolver esse problema, mas porque aumentam o PIB, dentro da mesma lógica atual.

Isso porque mudar o modelo significa vencer interesses arraigados difíceis de serem vencidos.  Talvez e se tivermos sorte e o Permafrost permitir, um evento cataclísmico pode ter a força de acordar a todos e salvar o que resta.

Agora só dá para salvar o que restar.  Dos ecossistemas e da vida na Terra. 


Folha, Segunda-feira 15set14

LEÃO SERVA

Amazônia queima sem notícia

Inpe atrasa vários meses a divulgação da informação sobre desmatamento e só o faz por imposição legal
A divulgação em meio ao tiroteio eleitoral escondeu o resultado do monitoramento da destruição da floresta amazônica. Entre agosto de 2012 e julho de 2013, o desmatamento foi 29% maior do que nos 12 meses anteriores (2011-12), segundo o programa Prodes, que o Inpe devia ter divulgado em maio mas só revelou na última quarta, com quatro meses de atraso.
Outro projeto de acompanhamento da degradação da Amazônia, chamado Deter, mostra que em junho e julho de 2014 os alertas de desmatamento foram 9% maiores que no mesmo período de 2013. Os resultados combinados revelam que a degradação cresce há dois anos, revertendo a redução ocorrida entre 2008 e 2012. É notícia grave, mas a imprensa, distraída com a eleição, não viu.
O Inpe tem dois programas de avaliação da destruição de nossa maior floresta. O mais antigo, Prodes, é feito desde 1988, com imagens produzidas de agosto a julho de cada ano. Os resultados são divulgados em maio do ano seguinte, quando a destruição detectada já é irreversível. Por isso, em 2004, foi criado o Deter, menos preciso (ele detecta sinais de calor) mas com resultados mensais, serve para que os órgãos públicos possam agir enquanto um ataque à floresta está em curso.
Os dois sistemas fornecem à sociedade a informação para reagir contra a redução da floresta, que influencia o clima no resto do país e no continente. O ressecamento da Amazônia é determinante para a falta de chuvas em São Paulo, por exemplo, como explicou o cientista Philip Fearnside à Folha, em março (leia emhttp://folha.com/no1431548).
Este ano, os resultados dos dois programas foram divulgados com atrasos inéditos, com implicação eleitoral. O Prodes só saiu no dia 10 deste mês porque a ONG Instituto Socioambiental interpelou o Inpe com base na Lei de Acesso a Informação. Já o Deter atrasou dois meses.
O governo federal considera nevrálgica o dado do aumento da destruição da floresta, indicadora de que perdeu o controle do desmatamento. Por isso preferiria não vê-la publicada. Nunca antes na história deste país o relatório atrasou tanto, sem que algo de anômalo se abatesse sobre o Inpe.
A repercussão na eleição é óbvia: a redução do desflorestamento aconteceu no governo Lula quando Marina Silva era ministra do Meio Ambiente; com Dilma presidente, a tendência se inverteu. Agora as duas são candidatas. A preocupação com a floresta é maior entre eleitores das grandes cidades, onde Dilma tem mais rejeição e Marina, eleitorado maior.
É também relevante para compor o quadro (do desmatamento e da omissão dos dados) a informação de que o principal polo de destruição florestal é a região de Altamira, no Pará, onde é construída a hidrelétrica de Belo Monte. É o que mostra análise de vários dados do período 2010-13 (leia em http://goo.gl/vbgxHE).
A presidente Dilma se empenhou na aprovação da usina prometendo que ela não seria vetor de destruição ambiental massiva. Mas a destruição em torno da rodovia BR-163, que cruza a região, mostra que não há controles oficiais na área.
"Não há nada de novo sob o sol", diz o bíblico "Eclesiastes": na Amazônia, o desmatamento é a regra. O que se acrescenta --e que tampouco é novo-- é a sonegação de uma informação de grande interesse social, aparentemente motivada por seus impactos eleitorais. É grave. Quem se preocupa com a Amazônia deve abrir bem os olhos.

terça-feira, 2 de setembro de 2014

Development without Deforestation - Desenvolvimento sem Desmatamento

Por favor se comentar deixe um email para contato.

Vai para minha lista de leitura num futuro espero não muito distante.

Espero que o texto tenha respondido a seguinte pergunta:

Não é possível desenvolvimento, nos moldes atuais, baseado em crescimento econômico eterno de estruturas e populações humanas, sem desmatamento desenfreado à luz do que já ocorre hoje em várias partes do mundo, com os últimos ataques indo para Ásia, África, Canadá e ainda Brasil, cuja pretensão do setor agrícola é expandir a fronteira agrícola na Amazônia, conforme afrouxamento de legislação pertinente e seminários promovidos pelo “agribusiness”.  Ou seja, tal resultado só é possível com uma revisão total do modelo e teoria econômicos que não enxergam nenhum limite ecológio ou físico para suas pretensões de expansão contínua.

Os únicos lugares sem desmatamento na Terra hoje são onde já se desmatou tudo que era possível e agora conseguem manter e reflorestar com matas secundárias com a ajuda do comércio global, transferindo produção suja para países sem compliance ambiental algum, como se os mapas dos países realmente existissem sobre o nosso planeta, que na verdade é uno e não há salvação ambiental enquanto os estragos ecológicos não forem atribuídos aos seus principais responsáveis e todos enxergarem os limites planetários.

Portanto, fim do desmatamento somente quando sairmos da economia submetida a crescimento exponencial, baseada em desperdício e ineficiência, cujas tecnologias só servem para piorar as varáveis críticas.  Precisamos usar as tecnologias existentes mas esquecidas para reverter o ataque da humanidade contra os ecossistemas e estabilizar os danos dos quais já teremos consequências inevitáveis, devido ao atraso e a permanência do estrago feito no planeta. 

Dessa guerra contra os ecossistemas jamais sairemos ilesos, vide a maior extinção em massa de espécies animais e vegetais da história desse planeta em curso hoje e é muita ingenuidade achar que tal extinção não irá se voltar contra os causadores.  O pior desse extinção é que ela é endógena, não é um asteróide que está para colidir com a Terra, está sendo fabricada pelo nosso sistema econômico linear, degenerativo e infinito, dentro de um planeta finito, regenerativo e circular.  Está sendo mantido por uma mentalidade econômica ensinada para 100% dos estudantes de economia, pela qual se acredita corajosamente que a Terra é um subsistema da economia.  Nem precisamos dizer que a finalidade tautológica do crescimento pelo crescimento não tem como objetivo nenhum trazer ganhos sociais e ambientais para a humanidade, o que é mais pecaminoso.

O fim do desperdício de alimentos que terminam no lixo, por exemplo, já seria suficiente para alimentar 2 bilhões de pessoas por um ano.  Disseminação de nutrição saudável e de produção local de alimentos com princípios bio-orgânicos tem o poder de reduzir em 80% o impacto nos ecossistemas e alimentar muito mais pessoas.

Revisão do sistema de transportes, saindo do extremo da economia global (produção há milhares de quilômetros) para produção local, com o fim de viagens aéreas e no lugar vídeo-conferências, além de trocar turismo global por turismo local com a finalidade das comunidades se conhecerem mais e se preservarem tem um poder de redução do impacto sobre os ecossistemas não menor.

O fim do lixo, que é mantido graças aos lucros polpudos que abastecem empresas e empreiteiras, também teria o poder de reduzir o impacto de forma vultosa.

Enfim, é preciso achar outro modelo no lugar do modelo atual da casa-carro-viagem-ao-exterior que determina as vidas sem sentido e comezinhas da população humana que vive esse modelo e
daqueles muitos ou a maioria que desejam vivê-lo, sem saber que jamais conseguirão, por mais que eudeusem as celebridades inventadas.

terça-feira, 12 de agosto de 2014

Development without Deforestation - Desenvolvimento sem Desmatamento

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Vai para minha lista de leitura num futuro espero não muito distante.



Espero que o texto tenha respondido a seguinte pergunta:

Não é possível desenvolvimento, nos moldes atuais, baseado em crescimento econômico eterno de estruturas e populações humanas, sem desmatamento desenfreado à luz do que já ocorre hoje em várias partes do mundo, com os últimos ataques indo para Ásia, África, Canadá e ainda Brasil, cuja pretensão do setor agrícola é expandir a fronteira agrícola na Amazônia, conforme afrouxamento de legislação pertinente e seminários promovidos pelo “agribusiness”.  Ou seja, tal resultado só é possível com uma revisão total do modelo e teoria econômicos que não enxergam nenhum limite ecológio ou físico para suas pretensões de expansão contínua.

Os únicos lugares sem desmatamento na Terra hoje são onde já se desmatou tudo que era possível e agora conseguem manter e reflorestar com matas secundárias com a ajuda do comércio global, transferindo produção suja para países sem compliance ambiental algum, como se os mapas dos países realmente existissem sobre o nosso planeta, que na verdade é uno e não há salvação ambiental enquanto os estragos ecológicos não forem atribuídos aos seus principais responsáveis e todos enxergarem os limites planetários.

Portanto, fim do desmatamento somente quando sairmos da economia submetida a crescimento exponencial, baseada em desperdício e ineficiência, cujas tecnologias só servem para piorar as varáveis críticas.  Precisamos usar as tecnologias existentes mas esquecidas para reverter o ataque da humanidade contra os ecossistemas e estabilizar os danos dos quais já teremos consequências inevitáveis, devido ao atraso e a permanência do estrago feito no planeta. 

Dessa guerra contra os ecossistemas jamais sairemos ilesos, vide a maior extinção em massa de espécies animais e vegetais da história desse planeta em curso hoje e é muita ingenuidade achar que tal extinção não irá se voltar contra os causadores.  O pior desse extinção é que ela é endógena, não é um asteróide que está para colidir com a Terra, está sendo fabricada pelo nosso sistema econômico linear, degenerativo e infinito, dentro de um planeta finito, regenerativo e circular.  Está sendo mantido por uma mentalidade econômica ensinada para 100% dos estudantes de economia, pela qual se acredita corajosamente que a Terra é um subsistema da economia.  Nem precisamos dizer que a finalidade tautológica do crescimento pelo crescimento não tem como objetivo nenhum trazer ganhos sociais e ambientais para a humanidade, o que é mais pecaminoso.

O fim do desperdício de alimentos que terminam no lixo, por exemplo, já seria suficiente para alimentar 2 bilhões de pessoas por um ano.  Disseminação de nutrição saudável e de produção local de alimentos com princípios bio-orgânicos tem o poder de reduzir em 80% o impacto nos ecossistemas e alimentar muito mais pessoas.

Revisão do sistema de transportes, saindo do extremo da economia global (produção há milhares de quilômetros) para produção local, com o fim de viagens aéreas e no lugar vídeo-conferências, além de trocar turismo global por turismo local com a finalidade das comunidades se conhecerem mais e se preservarem tem um poder de redução do impacto sobre os ecossistemas não menor.

O fim do lixo, que é mantido graças aos lucros polpudos que abastecem empresas e empreiteiras, também teria o poder de reduzir o impacto de forma vultosa.

Enfim, é preciso achar outro modelo no lugar do modelo atual da casa-carro-viagem-ao-exterior que determina as vidas sem sentido e comezinhas da população humana que vive esse modelo e
daqueles muitos ou a maioria que desejam vivê-lo, sem saber que jamais conseguirão, por mais que eudeusem as celebridades inventadas.

segunda-feira, 2 de junho de 2014

Brasil perdeu cerca de 24 mil campos de futebol de Mata

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Da Newsletter da SOS Mata Atlântica

No dia da Mata Atlântica (27 de maio), a Fundação e o INPE divulgam novos dados do Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica. Após dois anos da aprovação do novo Código Florestal, infelizmente a taxa de desmatamento nas áreas de Mata Atlântica continua a subir - aumentou 9% em comparação com o período anterior. O Brasil perdeu cerca de 24 mil campos de futebol do bioma mais ameaçado do país. É preciso que os brasileiros se mobilizem em defesa da nossa floresta.
 (FOTO: Flickr Creative Commons/Glauco Umbelino)


1)      Enquanto o modelo for esse – crescimento a qualquer custo, destruidor de empregos e oportunidades, apenas para concentrar renda, poder e riqueza nas mãos de poucos, o resultado não vai mudar. Temos que atacar a causa – modelo, teoria e modo de pensar das pessoas.  A destruição das matas é mera consequência, assim como uma das maiores extinções e a primeira extinção endógena da vida nesse planeta (esse termo vale explicar depois) ;
2)      Países que querem impor seu modelo ao resto do planeta como “solução”, embora estejam vivendo situações grosseiras, tem taxa de desmatamento zero simplesmente porque já desmataram tudo, a saber, Estados Unidos e Europa. São Paulo e Rio de Janeiro que são um espelho deles também não aparecem nas estatísticas, tem pouco ou nada para destruir.
3)      Enquanto a solução for na margem do sistema com idéias de tecnologia salvadoras, não há mudança de rota.

O sistema inteiro depende do crescimento que só se justifica através de mais crescimento, um fim em si mesmo.

Tudo indica que entraves ao crescimento alheios às observações da teoria econômica autista já sejam fatos corriqueiros no mundo, como por exemplo, falta de terra para expansão urbana, falta de água para expansão industrial, falta de solo para expansão agrícola, falta de renda familiar para consumo, falta de empregos para melhoria da qualidade de vida, etc.

As crises recentes são uma demonstração clara que o crescimento foi mantido mesmo com fatores contrários de forma qualitativa cada vez pior e sujeito a solavancos, via alavancagem de famílias e bancos, desequilíbrios financeiros grotescos, bolha de preços de ativos, corrupção e estelionato sem medidas contra as poupanças das pessoas, aumento da concentração de riqueza e renda, aumento do desemprego estrutural com um sem número de moradores de ruas em lugares que não haviam.

Para complicar ainda mais, temos evidências claras que a continuação do crescimento significa o fim da vida na Terra e a solução é mudar radicalmente esse modelo.  O mais incrível é que no meio disso tudo, uma estrutura forte de estabilizadores sociais e ambientais precisa ser construída para poder fazer a transição para um novo modelo equilibrado sem convulsões ou sofrimento exagerado das populações.

Hugo

Nossos destinos são determinados pelos que detém o poder de imprimir moeda (hoje,  bits  de computador;  Wall  Street, Federal Reserve, Bancos  Centrais,  The City) , que além de provocar  excesso  de oferta   (EUA pré  1929) , provocam   escassez  conforme   uma ou outra política maximize os  seus  lucros,  implementando  ou destruindo economias . Tudo indica que os objetivos das grandes corporações  e  dos bancos incluem retorno a curtíssimo prazo. Retorno rápido do capital investido. Exploram trabalho escravo e sub emprego. O Brasil é uma colônia de banqueiros  (  disse Gustavo Barroso) com “spreads” literalmente assassinos. A História vive de surpresas. Mas existe uma grande força empurrando na direção do caos climático, Como sabemos, porém, quase todo fenômeno econômico e social está prenhe com seu contrário. Aliás , Georgescu fala rapidamente sobre o conceito  da  dialética: uma  perturbação objetivando um movimento numa direção pode resultar no seus  contrário,  oposto ao resultado desejado.   Veremos.

Edison

O professor Paulo Roberto Silva tem uma tese interessante que faz sentido: a escassez é inventada pelo sistema, a começar pelas necessidades intermináveis dos consumidores e como na teoria se define bem econômico e bem natural. Mas Édison, acho que você como eu deve entender a nossa aflição com isso tudo.  Agora me dei conta o quanto o tema de sustentabilidade foi abandonado em todas as suas frentes nos últimos anos e após a crise de 2008.  Para pensar em sustentabilidade os capitães do sistema precisam de prosperidade na forma como eles pensam, através de depósitos polpudos em suas contas individuais.  Com bilhões nas nossas mãos eles dizem: “Ok, vamos pensar em sustentabilidade.”  Como se sustentabilidade pudesse ser um anexo do sistema e não o sistema inteiro, uma reviravolta nas idéias.  É muito simples, vamos parar de achar que a Terra é um subsistema da economia e inverter, é a economia que é um subsistema.  Vamos parar de achar que a economia só serve para alimentar grandes corporações inalcançáveis em termos de accountability social e ambiental e passar a exercer a sua influência na direção de ajudar as pessoas.

Ontem alguém viu o programa do Globo Repórter sobre jovens no crack? É isso. Como podemos andar pelas ruas, pagando 45% das nossas rendas em impostos a governos corruptos e viver numa extrema violência, em cidades totalmente poluídas, com insegurança hídrica crescente e com pessoas sem chances de absolutamente nada?

Aqui é crítico, mas o problema não é inexistente nos EUA. Se a métrica de determinar quem é desempregado em número de semanas não tivesse sido diminuída da época de Reagan, o desemprego não teria parado de subir nos EUA.  A medida de desemprego não é técnica, é política, a queda de desemprego tem que agradar os governos e não tem significado prática para a vida das pessoas. Nosso sistema, principalmente em se tratando dos jovens olhando seus futuros, está completamente desmantelado para atender os anseios e trazer oportunidades para todos. Cada vez menos sobra desse sistema para quem está nas suas franjas. É surreal. E nisso, dia a dia, reuniões de agropecuaristas querendo expandir a fronteira para produzir alimentos para o resto do mundo que não precisamos, enquanto nosso arroz e feijão agora é importado.

Quando será que poderemos determinar nossos destinos e sair dos universos elevadíssimos da academia científica de onde não desce quase nem uma migalha para os moradores do complexo do Alemão?

Hugo

Concordo inteiramente. O desmoronamento está integrado, e é econômico, social, e moral. Os fenômenos deste desmoronamento estão interligados. São subsistemas de um organismo, numa visão sistêmica,  holística.  São componentes  de um sistema complexo, interligados e  interdependentes, e a ser estudado como tal. Os problemas econômicos e ecológicos, ainda mais, são considerados “super wicked”, isto é, são problemas nos quais o  que se chama de “soluções “ , são na verdade  escolhas, opções,  cujas  consequências não são , digamos,  matematicamente determinadas. Eu tive o privilégio de poder apresentar um   trabalho sobre a natureza   “super wicked “ dos problemas ecológicos e econômicos, no encontro da  EcoEco em  Vitória, para uma estimulante e rara  audiência. Creio que o  título  foi “A questão dos problemas da classe “wicked” (WP) e “super wicked” (SWP) - Ecologia e Economia. Uma introdução” Se desejar mando uma cópia para seu e-mail.

As raízes da Economia e da Ecologia não estarão na Filosofia e na Moral?  Em cérebros como Adam  Smith; Emerson, Thoreau?


Citações pertinentes, especialmente a segunda:
“Stephen Hawking said, the present century will be the century of complexity. Heinz Pagels was more specific:
“I am convinced that the nations and people who master the new sciences of complexity will become the economic, cultural, and political superpowers of the next century (meaning the present century).”
De: “Complexity Explained”, disponível  em:


Edison




segunda-feira, 13 de junho de 2011

A sociedade reage - Ricardo Young

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Nesta semana que passou, a presidente Dilma Rousseff prorrogou por 180 dias o decreto que obrigava os agricultores a averbar suas reservas legais com o objetivo de regularizar a situação de suas propriedades.

Sem a prorrogação, o prazo teria vencido dia 11 passado e imporia àqueles que não cumpriram a determinação legal pesadas multas e sanções que demonstrariam que o país não mais tergiversaria nas questões do desmatamento. Pois bem, tudo sugere que mais uma vez serão anistiados os infratores.

Enquanto aqui em Pindorama brinca-se em serviço e abusa-se da condição de país de maior extensão de florestas contínuas do planeta, a China, país devastado pela degradação ambiental e com riscos reais de desertificação, toca como prioridade nacional o projeto da " Grande Muralha Verde", que pretende reflorestar 356 mil quilômetros quadrados de terra, até 2050.

O Brasil é o país com a maior reserva hídrica do planeta, mas algumas regiões, como o Sudeste, já sentem os problemas da escassez do recurso, com prejuízo para algumas lavouras.

Não é por acaso que a FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação) advertiu em relatório na última quinta-feira que a mudança climática terá graves consequências na disponibilidade de água destinada à produção de alimentos e na produtividade dos cultivos durante as próximas décadas.

A garantia da perenidade da água está na governança deste recurso. E a base desta governança é o Código Florestal, com as regras que definem APPs e RLs, recuperação e manejo. Todas essas normas protegem as nascentes e, com isso, a produção de água tão necessária para a agricultura.

Nossa maior commodity não é a soja, a carne ou o café. É a água! Somos os maiores exportadores de água do mundo.

Assim, é exatamente para que se garanta o desenvolvimento agrário do pais é que o compromisso com a recomposição das RLs e das APPs não pode ser adiado.

A maioria dos partidos e o governo federal parecem não entender essa correlação entre o Código Florestal e o desenvolvimento econômico.

Como resposta, a sociedade civil organizada iniciou uma mobilização cujo arco de alianças não se vê desde as Diretas Já. O Comitê em Defesa das Florestas e do Desenvolvimento Sustentável do Brasil, instalado na última semana, promete dar muito, mas muito trabalho ao governo nos próximos meses.

Novas formas de fazer politica começam a surgir e apontam esperança contra a estreiteza abissal que parece tomar conta das forças políticas hegemônicas do país.

quarta-feira, 3 de março de 2010

No modelo de crescimento econômico atual - mesmo com a ladainha obtusa da sustentabilidade e energia limpa - a Amazônia estará perdida para sempre

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No modelo de crescimento econômico atual - mesmo com a ladainha obtusa da sustentabilidade e energia limpa - a Amazônia estará perdida para sempre.
Sem a Amazônia todos estaremos mortos.
No pequeno artigo abaixo não comentaram a sempre conclusiva abordagem do Smithsonian Tropical Institute sobre os estúpidos projetos de investimentos no Brasil e na Venezuela, cujos resultados são extremamente danosos.
Por que não investir se i=f(t), i para investimento e t para tempo e p=f(t)=0, p para perdas? Ou seja as perdas relacionadas a investimentos que se expandem continuamente até o infinito são consideradas nulas...

Amazônia só tolera mais 3% de desmate

Publicado por Manoel Mendes em 02/02/2010, Novidades.

Se o desmatamento da Amazônia -que já consumiu 17% da floresta- atingir a marca de 20%, o aquecimento global se encarregará de destruir o que sobrou, afirma uma compilação de estudos sobre a região feita pelo Banco Mundial. As conclusões do documento, que reúne vários estudos publicados nos últimos anos, levam em conta simulações do comportamento da Amazônia em diferentes cenários projetados pelo IPCC (painel do clima da ONU). Os cientistas identificaram que o efeito conjunto de incêndios, desmatamento e mudança climática empurra a floresta para um estado onde ela perde sua “massa crítica” para sobrevivência.
Como as árvores tropicais são importantes para regulação do clima e do regime de chuvas, forma-se uma espécie de efeito dominó que afeta todo o bioma. No pior cenário, a floresta da Amazônia encolhe 44% até 2025. O volume das precipitações tende a aumentar durante o período de chuvas e diminuir nos de seca, afetando a vazão dos rios de toda a bacia.
O leste da Amazônia -que é contíguo ao Nordeste- terá as consequências mais graves. O período de seca aumentará e o clima mais quente contribuirá para o avanço da vegetação típica do semiárido. Até 2025, a região poderá perder 74% de sua atual área de floresta. Já no sul da Amazônia, pelo menos 30% dessa área de floresta tropical terá sido substituída por cerrado até 2025.
Assim como a caatinga, esse tipo de vegetação tem árvores menores, que absorvem menos gás carbônico da atmosfera. Mais carbono no ar, então, contribui para o aquecimento global, expandindo os impactos para o resto do país. No Nordeste, por exemplo, as estiagens devem se tornar ainda mais prolongadas, prejudicando a agricultura e a geração de energia elétrica na região.
“É a primeira vez que um trabalho avalia esses abalos (aquecimento global, incêndios e desmatamento) conjuntamente. A situação é grave. Precisamos tomar medidas imediatas”, avalia Thomas Lovejoy, presidente do Comitê Científico Consultivo Independente do relatório do Banco Mundial.
Embora indique que parte das perdas na Amazônia sejam inevitáveis, o documento propõe ações de reflorestamento como solução. Estudioso da região há mais de 30 anos, Lovejoy afirma que elas são “imprescindíveis” e devem começar pela Amazônia oriental.
Para Carlos Nobre, do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), o reflorestamento é importante, mas insuficiente. “Não adianta nada se os países não diminuírem as emissões de gases-estufa”, diz.
(Fonte: Folha de S. Paulo)

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