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quarta-feira, 8 de abril de 2015

Situação Ambiental atual dos EUA

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Agora temos uma visão no mundo que só há poluição e problema ambiental na China, não nos EUA.

Esse texto procura desmontar essa visão.

SITUAÇÃO AMBIENTAL ATUAL DOS EUA

Primeiro derrubar o mito que os EUA não provocou desastres ambientais locais e que a sua situação atual é tranquila, temos esses pontos para destacar, mas que não refletem a situação toda e a qual indicaria Lester Brown e seu compêndio State of Earth para fazer um levantamento mais cuidadoso:

• Menos de 5% das florestas naturais foram preservadas no território norte-americano, um dos maiores países em território, com 9.363.123 km2 .

• Através do espalhamento urbano (urban sprawl) mais da metade dos rios americanos, lagos e zonas estuárias estão completamente poluídos, segundo dados oficiais do governo (que são questionáveis).  Mesmo sendo uma economia avançada, depende e muito de uma expansão urbana e de construções continuamente num território finito, fenômeno que destrói terras férteis, agricultura e causa uma poluição ambiental sem limites.  A população americana cresce quase 3 milhões (incluindo a imigração líquida) todos os anos e essas novas moradias vão atender essa demanda maior por casas. 

• Os quatro principais estados agrícolas dos Estados Unidos - Colorado, Oklahoma, Kansas e Texas -  extraem água de um aquífero fóssil - o Ogallala - que é sempiterno, ou seja, não tem taxa de reposição. Foi formado há milhões de anos atrás e seu estoque é finito.  Estima-se que até 2025 a produção agrícola dos Estados Unidos nestes estados enfrentará declínio significativo. Esses estados dominam a produção agrícola dos Estados Unidos.  Até 2025, a população americana deve aumentar em 59 milhões de pessoas.

• A situação hídrica da Califórnia é extrema, a pior em milhares de anos, com o estado sem água na superfície (regime de chuvas) e no volume subterrâneo que foi superbombeado acima da capacidade de sustentação e segundo a Nasa só há água disponível para um ano.

• O delta do Rio Mississipi está sendo invadido pelo mar a uma velocidade incrível, matando a agricultura e os animais através da salinização da água e do solo. Cientistas mostraram que isso aconteceu por um desastre ambiental e que as chances de reverter esse processo são pequenas, além de custar às atuais populações locais milhões de dólares.

• A pegada ecológica dos Estados Unidos é de 10,3 hectares, sendo que dada a população global atual o máximo que cada um poderia dispor é de 1,7 hectare (figura 1).  A pegada ecológica dos países ricos ainda não se transformou em um problema global por causa dos países pobres, mas com o avanço material das populações atrasadas na China e de outros países na Ásia, no Brasil e em outros lugares, a insustentabilidade planetária pode surgir, aumentando as já atuais tensões sociais e militares da Terra.

• Em termos de pegada ecológica, acima da capacidade biossistêmica, a Europa não é muito diferente dos EUA.  A situação da Alemanha é muito parecida com a dos EUA (figura 2).   

Figuras 1 e 2
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• Uma criança americana com expectativa de vida de 80 anos deverá consumir 800.000 kw de energia elétrica, 2.500.000 litros de água, 21.000 toneladas de gasolina, 220.000 quilos de aço, 1000 árvores e gerar 60 toneladas de lixo urbano, a maior parte deste consumo representando por um enorme desperdício.  A criança americana produz uma sobrecarga ambiental 30 vezes maior que a brasileira, 35 maior que a indiana e 280 vezes maior que a haitiana. A disseminação deste padrão de consumo para as populações afluentes coloca em xeque o já frágil equilíbrio ambiental do globo terrestre.

Etc.

IMPACTO DOS EUA E DOS DEMAIS PAÍSES QUE POSSUEM PEGADA ECOLÓGICA ACIMA DA SUA BIOCAPACIDADE NO RESTO DO MUNDO:

A tragédia ambiental do modelo econômico dos EUA é muito mais relevante, porque se trata de um modelo que está se disseminando para o resto do mundo. Trata-se de uma economia que já se tornou totalmente inviável localmente, mas que está causando um colapso planetário ao ser copiada pelas nações remanescentes.  No passado a situação foi muito pior que a atual.  O histórico de extinção de espécies animais e vegetais e de destruição de ecossistemas dos EUA é pavoroso.   Nova Iorque, nos anos 1950, era irrespirável também.  A quantidade de chumbo e enxofre nos combustíveis era cavalar.

EUA não entraram em colapso por uma razão muito simples: comércio global, no qual as trocas ambientais são a custo zero, mas tem importância enorme para os países ambientalmente deficitários, como os EUA. Vamos imaginar que no planeta Terra, os EUA fossem o único território, cercado por oceanos. Já teria entrado em colapso ambiental (e social) na década de 70.  A partir de um ponto os EUA começou a transferir parte das sua produção suja para o resto do mundo e passou a limpar o seu país às custas dos outros países.  Não só o mundo e os EUA se beneficiaram do trabalho escravo da China, como começaram a sugar recursos da natureza de países superavitários de forma truculenta.  Não é à toa que 1.000.000 de km2 da Amazônia já foram comprometidos e mais ainda do Cerrado.  Essa troca entre países, a custo zero, não é só fundamental para manter os lucros elevados das empresas, como para manter o fluxo de serviços ecológicos indisponíveis num sem número de nações na Ásia (China, Japão), Europa e Estados Unidos.   Dentre esses países, um grande superavitário é o Brasil, com 5.000.000 de km2 ainda em florestas naturais, mas com esses ecossistemas atingindo seu ponto de ruptura, a partir do qual pode haver um colapso severíssimo sem precisar mais nenhum ataque contra o ecossistema (figura 3).  A principal corrupção do Brasil é entregar o Cerrado e a Amazônia a tratores de multinacionais e empresas coligadas para exportar soja e carne para os países deficitários (o que significa fazer uso de uma quantidade grotesca de água que só nós temos excendente), enquanto agora somos importadores liquidos de arroz, feijão e banana, três produtos essenciais da dieta brasileira (vem da Ásia e da China, com metal pesado e transgênicos...).

Figura 3
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A IDEOLOGIA OCULTA POR TRÁS DE TUDO ISSO

Existe uma ideologia no mundo hoje seguida pelo Banco Mundial e pela ONU que é mais ou menos assim: 'Hoje os países que mais destroem florestas e poluem são os países pobres e em desenvolvimento. Os países ricos não fazem mais isso. Solução: enriqueça os países pobres.  Lógico que os países ricos destroem pouco, não dá para destriur mais que 100%. Quer dizer, até dá, mas dos outros países, via comércio global.

Quanto a fotos nos EUA, tenho certeza, que se olharmos para o presente (Golfo do México, New Orleans) e para o passado, vamos encontrar coisas piores que na China. Mas vamos lá:

https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh94I5IGbJA-pXG76kr1XFp0tIt8RI5i2RPs399mLwkOXENLyYm5Kei_4uAQ52KS073Kw6JKPYrHPN0mHtOwVZaf5J7LOQffHzVCkKK0X7afnWU9vZqGC5LIEGgmJB_6rB0OEfJdKw0omYl/s1600/explosao_int_ap_20102204.jpg
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Praia de Finisterre, derramamento de petróleo acontece com certa frequência nos EUA

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Destruição de quase todos os manguezais em New Orleans explica mais da metada de tragédia causada pelo Katrina, assim como fim de barreiras florestais explicam a gravidade de fenômenos naturais como tempestades e tornados nos EUA

Sugiro a leitura desse artigo sobre as tragédias ambientais dos EUA:



Tem a crítica à teoria econômica e ao modelo econômico criados pelas universidades dos EUA e que estão destruindo o futuro da humanidade, além de destruir o meio ambiente, destruiu as democracias que viraram plutocracias com governos na direção apenas dos interesses errados dos mais ricos e das suas corporações, destruíram as liberdades humanas, provocaram a pior concentração da história da humanidade principalmente nos países ricos e, causaram a maior extinção em massa de espécies animais e vegetais dos últimos 65 milhoes de anos (o aquecimento global em curso é um problema, não "o" problema e não é causa, mas apenas consequência desse modelo).

segunda-feira, 11 de agosto de 2014

REINVENTANDO A RODA...

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 Um dos fatos mais impressionantes dos dias atuais pode ser resumido numa frase de Einstein: “O maior sintoma de loucura tos tempos atuais é querer sempre fazer as mesmas coisas esperando resultados diferentes.

Dois comentários sobre duas duas séries da TV:

Do Jornal da Globo sobre a dura batalha dos chineses contra a poluição. A realidade dramática de uma nação castigada pela fumaça do carvão e dos veículos automotores. O material pode ser replicado e se presta a múltiplos usos, inclusive - ou principalmente - pedagógico.     

Um dos maiores mitos da atualidade é que o mundo rico é limpo, sem poluição e que o problema se restringe à China e aos países atrasados.  Enquanto se supõe erradamente que os países ricos encontraram a fórmula de aliar elevada riqueza a um meio ambiente limpo, mito amplamente abraçado por vários iluminados e pessoas incapazes de desferir qualquer crítica ao nosso sistema, seguimos firmes com o mito tão propalado pelo Banco Mundial: “O problema da poluição e da destruição das florestas é um problema dos países pobres.  Os países ricos deixaram para trás esses problemas. Para resolver o problema nos países pobres, enriqueça-os.”    Em outras palavras, todos copiem o modelo dos países ricos.   A verdade é que os avançados não só tem sérios problemas de poluição, como diminuíram o agravamento desse problema para países fora de suas fronteiras e a custo zero via comércio global. Sim, o custo da poluição e da destruição do clima e dos serviços ecológicos sem os quais não haverá vida mais na Terra é zero, e isso não mudar mesmo com as mágicas do Pavan Sukdev.   Enfim, nos EUA o problema é seríssimo também, “shale gas” é a cereja do bolo.  O letreiro Hollywood é frequentemente apagado pela poluição. Paris ficou imersa na mesma poluição a ponto de não ser possível ver a Torre Eiffel e o prefeito proibir trânsito de automóveis e dar passagens de ônibus gratuitas aos usuários.  Se Estados Unidos estivessem sozinhos na Terra, cercados por oceanos, sem comércio global algum, já teriam entrado em colapso total há muito tempo. Aqui em São Paulo vivemos numa bolha marrom. Isso não é um problema chinês, é um problema do modelo econômico e da teoria econômica autista falsa, que acredita que a Terra é um subsistema da economia, quando é justamente o oposto.  Nesse modelo, não existe limites ecológicos e o sistema econômico pode ser maior que o planeta.

A BBC lançou uma série sobre consumismo (3 episódios, total 3 hrs), chamada Os Homens que Fizeram Agente Gastar: desvenda os segredos do porque nós compramos. Jacques Peretti investiga o que nos mantém viciados em gastos, e enfrenta (entrevista) alguns dos homens por trás de alguns produtos mais vendidos no mundo, e estratégias de vendas que começam dentro de nossa mente. (Mas não chega aos impactos ambientais do fenômeno).  Links da BBC e da Open University sobre a série:



O item 2 é antigo, Nicholas Georgescu-Roegen, cuja crítica irrefutável encontra sem o menor uso na atualidade, falava muito sobre isso no final dos anos 1960. Estamos atrasadíssimos.  Ele satirizava os comerciais de aparelho de barbear descartáveis e escreveu em um de seus textos: “use o cinzeiro do seu carro e jogue ele e o cinzeiro no lixo”.  Ele foi um grande crítico da “throw-away” economy. Essa economia, se continuasse (e continuou a despeito de sua contribuição que foi ignorada), seria capaz de entregar, segundo Roegen, a Terra ainda banhada em sol apenas à vida bacteriana, a qual não faremos nem mossa, como escreveu Stephen Jay Gould.  Pelo menos a vida bacteriana irá se salvar, enquanto São Paulo já ficará terrivelmente sem água e ninguém fala sobre isso. Sim, a economia do desperdício e do consumo suicida se formou nos últimos 50 e 60 anos e nenhum poder vigente quer alterá-la, porque vivemos sob a égide da maximização de lucros que só se materializa com vendas financiadas por emissão monetária e de crédito sem lastro dos bancos centrais ao redor do orbe e caminhamos para uma nova crise, igual a anterior, mas cada vez mais difícil de ser resolvido (se é que será resolvida).  E essa economia do marketing funciona bem, porque aquilo que mais agrada o ser humano é a desgraça alheia e o que mais incomoda é a felicidade alheia. Para vender só associar felicidade ao sucesso e o sucesso ao consumo de bens inúteis, foi essa a fórmula encontrada no período entre guerras mundiais, como descreve Jeremy Rifkin no seu livro O Fim do Emprego. O mais importante é que o consumo não é mais financiado pela renda do trabalho, que estagnou nos países ricos, mas pelo crédito lastreado em bolhas de ativos...  Bom lembrar que o marketing é o segundo maior orçamento empresarial do planeta, só perde para a indústria das armas.  Uma empresa de insumos agrícolas ficou um pouco preocupada com os orgânicos, mas afinal disse: “Temos o marketing”.   Mudar para quê?

terça-feira, 5 de agosto de 2014

Cai poluição de riachos da Serra do Mar (SC)

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Comentário:

Solução tem e mais do que suficiente para evitar o pior, embora estejamos atrasados mais de 50 anos.  O que não tem é um diagnóstico claro, que impõe claramente a mudança do modelo e não perfumarias acessórias, além de vontade política para mudar o atual modelo.  Não por essa ordem, porque se houver vontade política com o diagnóstico equivocado atual, o resultado será pior. 

O diagnóstico correto significa avaliar friamente todo o blablablá de economia verde, sustentabilidade, mecanismo de desenvolvimento limpo, energia limpa, etc. e verificar se mesmo que tudo isso seja implementado (porque até agora nada foi feito), se a piora das variáveis críticas será revertida.  Até agora, só para registro, as variáveis críticas continuam piorando exponencialmente junto com o crescimento exponencial do PIB.

Tem que haver uma relação de causalidade entre dignóstico, medidas propostas e reversão do colapso planetário social e ambiental.  Desconfio que as pessoas acham que essa relação de causalidade não é necessária, o que não surpreende muito, dado o estágio profundamente inicial de mudança que ainda estamos.

Cai poluição de riachos da Serra do Mar (SC)

Um projeto piloto [  http://www.ra-bugio.org.br/projetosemandamento.php?id=36  ] de baixo custo reduziu consideravelmente a poluição por esgoto doméstico de riachos da Serra do Mar na localidade de localidade de Itoupava-Açu, no Município de Schroeder (SC).

O projeto foi idealizado pelo Instituto Rã-bugio para Conservação da Biodiversidade, ONG sediada em Jaraguá do Sul, com financiamento do FEPEMA - Fundo Especial de Proteção ao Meio Ambiente de Santa Catarina.

Consistiu na instalação de 47 fossas sépticas com filtro nas residências de famílias de baixa renda e um programa de educação ambiental com as escolas públicas de Schroeder, Jaraguá do Sul e Guaramirim, da região cortada pelo rio Itapocuzinho que recebe água dos afluentes beneficiados pelas ações do projeto.

Nas atividades educativas ao ar livre, parte dos estudantes foi conduzida até os locais onde foram instaladas as fossas sépticas para observar a gravidade dos problemas ambientais decorrentes da poluição dos riachos da Serra do Mar devido ao lançamento de esgoto doméstico sem tratamento.

Para se verificar a eficácia do projeto foram coletadas amostras da água em determinados pontos de quatro afluentes do rio Itapocuzinho contaminados por esgoto doméstico, antes e depois das instalações das fossas sépticas, em fevereiro e julho deste ano. As amostras foram enviadas para um laboratório fazer a contagem do número mais provável (NMP) de coliformes fecais, que é a densidade média de bactérias Escherichia colipresentes em 100 mililitros de água, um teste padrão para se determinar a contaminação da água.

O grupo de bactérias coliformes é considerado como o principal indicador de contaminação bacteriológica de origem fecal e determina a segurança do uso da água. O teste de contagem de coliformes fecais é empregado para se avaliar a poluição de cursos de água, eficiência de desinfecção de sistemas de tratamento de água, de efluentes industriais e domésticos, balneabilidade de praias e monitoramento sistemático para classificação da qualidade da água de rios.

Os resultados obtidos da contagem de coliformes fecais (NMP/100 ml) antes e depois das instalações das fossas sépticas foram:

Local de coleta
ANTES
DEPOIS
Ponto 1
1454
156
Ponto 2
34480
486
Ponto 3
32550
3452
Ponto 4
3180
379
Ponto 5
1870
62

O projeto não teve a ambição de acabar com a poluição do rio Itapocuzinho, mas de demonstrar que é possível por meio de medidas de simples reduzir significativamente a contaminação por esgotos domésticos em uma boa extensão de todos os rios e riachos da Serra do Mar, devolvendo a grande diversidade de vida para estes ambientes aquáticos.

Fotos do projeto e outras informações



Instituto Rã-bugio para Conservação da Biodiversidade
Jaraguá do Sul – Santa Catarina


Conheça o Centro Interpretativo da Mata Atlântica – Jaraguá do Sul



Acompanhe nosso Projeto de Educação Ambiental nas escolas para salvar a MATA ATLÂNTICA


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terça-feira, 3 de junho de 2014

Poluição em Londres e em Paris, não só em Pequim!

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Construiu-se uma ideologia falsa que os países ricos não são poluídos e não tem problemas de poluição e as revistas ideológicas como The Economist sempre pró-crescimento a qualquer custo num planeta finito só falavam da poluição da China, como se a China estivesse fazendo alguma coisa diferente dos países cujo modelo ela copiou e cujo resultado é idêntico aos países de origem!!!

Para completar, a maior parte da produção chinesa tem dedo das corporações internacionais ali dentro que operam liberadas de rigores com a questão ambiental. A equação não fecha: ao deixar a China virar uma grande produtora mundial sem nenhuma restrição ambiental, os países ricos mantiveram seus territórios um pouco menos poluídos, mesmo assim, essa notícia de Londres e recentemente de Paris mostram que a poluição existe e em grau semelhante ao da China.   Surreal!!!  EUA e EUROPA, mesmo transferindo todo o custo ambiental e social via exportações para lugares sem controle algum como a China, conseguem ainda ter níveis de contaminação de água e de poluição arrasadores.  Uma prova que atingimos limite planetários de capacidade natural de limpeza dos resíduos lançados. E ainda queremos continuar crescendo essas estruturas, num ambiente finito e autoregulado, sem nenhum accountability...

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Cidades e Soluções - INÉDITO!

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POLUIÇÃO MATA! - Parte 2
Conheça os resultados finais da experiência científica que mediu os impactos da poluição de São Paulo sobre o jornalista André Trigueiro.
Durante seis horas ele foi constantemente monitorado pela equipe de especialistas coordenada pelo Dr. Paulo Saldiva (USP).
Sofisticados aparelhos registraram a pressão arterial, freqüência cardíaca, inalação de poluentes, exposição a ruído, umidade e temperatura.
Os resultados são impressionantes!
Confira a chamada do programa: http://glo.bo/iDGJvY

Cidades e Soluções: Hoje, 11/5 às 23h30 na Globo News

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Cidades e Soluções inédito!

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Poluição mata! - parte 1

Uma equipe de especialistas coordenada pelo Dr.Paulo Saldiva (USP) mediu cientificamente os impactos sofridos pelo jornalista André Trigueiro durante algumas horas circulando por São Paulo a pé,de carro e de metrô.Pressão arterial, frequência cardíaca,inalação de poluentes, exposição a ruído,umidade e temperatura foram registrados por sofisticados aparelhos. E os resultados são impressionantes.

ü Globo News, nesta quarta-feira, 4/5 às 23:30h

Horários alternativos:

Dom 21:30

Seg 03:05, 08:30, 16:30
Qui 12:30
Sab 05:30

Confira a chamada do programa: http://glo.bo/iDGJvY

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

China ordena fechamento de 2000 indústrias poluidoras

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O governo chinês estabeleceu redução de 20% do uso de energia por unidade de produto em 2006-2010, referente ao 11o plano quinquenal deles. No período 2006-2009 a redução foi de 16,6% e na primeira metade do ano de 2010 a intensidade subiu 0,10%. O governo dificilmente atingirá a meta, mas não sei por qual razão, a ênfase em atingi-la é enorme. Talvez porque na primeira metade do ano os acidentes ambientais aumentaram 98%. Teve três seríssimos, sequer foram noticiados aqui no Ocidente, excetuando o do petróleo em Dalian. Esses acidentes destruíram vários rios. O outro motivo, não menos possível, é que o "desenvolvimento chinês" está saindo da costa para o interior e a bacia dos rios estão todas lá e o governo teve um colapso maior do que se imagina.

Note que essas metas chinesas e outras no mundo todo vivem o "mito do quociente", sei que muitos apontam esse mito (o seu livro Mundo em Transe deixa isso bem claro e Ademar Romeiro em suas palestras aponta o "mito do quociente" como uma das maiores evidências contrárias ao pensamento atual). A meta do quociente pode ser atingida, mas o que importa para um sistema fechado e finito é o resultado absoluto. Ele é sempre crescente quando medidos poluição, efluentes, contaminações...

Esse assunto chegou no mercado financeiro não por causa da questão ambiental, totalmente ignorada, mas pelo efeito negativo que poderia ter no crescimento da produção industrial. E, na verdade, a maior parte dos relatórios prevê que o governo irá abandonar essa meta no meio da desaceleração global, por conta do efeito negatino no crescimento que já se encontra em desaceleração. O mito de total separação entre economia e meio ambiente e de não ser possível ter resultados econômicos favoráveis com resultados ambientais favoráveis está impresso em 100% das análises e das práticas ainda, apesar de tanto barulho que já fizemos. No mercado financeiro, sustentabilidade continua sendo cosmético ou produto de prateleira, sem mudar uma virgula sequer a rota de colisão atual com a Terra, da qual jamais sairemos vencedores.

Hugo Penteado

China ordena fechamento de 2000 indústrias poluidoras

Fabiano Ávila, do CarbonoBrasil (apud Mercado Ético: 10/08/2010 14:13:53)

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"Este é o alerta mais forte que o governo já deu para as empresas.
Pela primeira vez esse tipo de medida, já mencionada diversas vezes,
realmente irá sair do papel e temos inclusive os detalhes das
instalações que devem ser fechadas", afirmou Zhou Xizeng, analista do
Citic Securities Co para a Bloomberg.
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Foi na base da canetada e da ameaça de corte de subsídios, empréstimos
e de licenças de uso de terras, que o governo deu até setembro para
que 2087 empresas fechem suas instalações que estiverem fora dos
critérios mínimos de consumo de eletricidade e de emissões de gases do
efeito estufa.

As metas chinesas prometidas internacionalmente envolvem reduzir a
intensidade energética em 20% e cortar as emissões por unidade do PIB
em 45% até 2020 com relação aos níveis de 2005.

"Acelerar a eliminação de instalações obsoletas é fundamental para
alterar o padrão de crescimento econômico, reestruturar a economia e
aumentar a eficiência e a qualidade de nosso desenvolvimento", afirma
uma declaração do Ministério da Indústria e Tecnologia da Informação.

O uso da energia por unidade do PIB cresceu 0,09% nos primeiros meses
desse ano com relação a 2009. É o primeiro aumento desde 2006. Antes
disso, essa taxa havia conseguido uma redução contínua de 14,4%.

A Agência Internacional de Energia anunciou recentemente que a China
ultrapassou os Estados Unidos no ano passado e se tornou o maior
consumidor de eletricidade do planeta. O governo chinês ainda não
reconhece esse dado.

Anos de crescimento desordenado

A rápida industrialização chinesa, que transformou o país em uma
potência mundial, teve altos custos para o meio ambiente e a
sociedade. Na busca de atender a demanda de uma população gigantesca
que começou a ter poder de compra, as indústrias nunca primaram pelos
critérios mais rígidos de uso de recursos e tratamento de efluentes.
Por isso hoje a China é a terceira maior economia do mundo, mas também
possui as cidades com as piores condições de poluição do ar e da água.

A idéia do governo agora é ir "limpando" os setores industriais, ao se
livrar o mais rápido possível daquelas fábricas que não se encaixam
nos requisitos mínimos de qualidade e eficiência. Mas isso terá um
custo.

A medida irá reduzir em 100 milhões de toneladas a produção de cimento
e em 35 milhões de toneladas a de ferro. Isso equivale a uma queda de
5% no total que o país produz atualmente dos dois recursos.

Gigantes mundiais como a Aluminum Corp. of China Ltd, conhecida como
Chalco, e o Hebei Iron & Steel Group serão afetadas. A maior parte das
empresas ainda não se manifestou sobre a decisão do governo.

Porém a Chalco afirmou que não apenas vai cumprir a ordem como vai ir
além e fechar instalações obsoletas por vontade própria. A companhia
deve reduzir sua produção em 120 mil toneladas métricas, o equivalente
a 3% de sua capacidade em 2009.

"Este é o alerta mais forte que o governo já deu para as empresas.
Pela primeira vez esse tipo de medida, já mencionada diversas vezes,
realmente irá sair do papel e temos inclusive os detalhes das
instalações que devem ser fechadas", afirmou Zhou Xizeng, analista do
Citic Securities Co para a Bloomberg.

No começo deste ano, A China já havia estabelecido novos padrões
ambientais para produtores de aço e removido subsídios para o consumo
de eletricidade de setores onde antes esse tipo de ajuda era
considerada estratégica, como na mineração.

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Custo da poluição

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''Custo da poluição'' é de R$ 14 por segundo

Valor se refere a tratamentos respiratórios e cardiovasculares

Fernanda Aranda e Alexandre Gonçalves

Os custos da poluição, pela primeira vez, foram mapeados fora das fronteiras de São Paulo. Estudo obtido pelo Estado mostra que são R$ 14 gastos por segundo (R$ 459,2 milhões anuais) para tratar sequelas respiratórias e cardiovasculares de vítimas do excesso de partícula fina - poluente da fumaça do óleo diesel . O valor é dispensado por unidades de saúde públicas e privadas de seis regiões metropolitanas do País.

A mesma pesquisa, produzida pelo Laboratório de Poluição da USP e seis universidades federais, mostra que, além dos paulistas, respiram ar reprovado pelos padrões da Organização Mundial da Saúde (OMS) as regiões do Rio, Belo Horizonte, Porto Alegre, Curitiba e Recife. "A poluição não é mais privilégio de São Paulo e os impactos são diretos na saúde cardiovascular do brasileiro", diz Antônio Carlos Chagas, presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC).

Pelo ensaio científico, 8.169 pessoas são internadas anualmente com problemas cardíacos atribuídos à partícula fina. Paulo Saldiva, coordenador do Laboratório de Poluição da USP, explica que a substância funciona "como uma espécie de Sedex de outras impurezas no organismo e é um dos poluentes que mais afeta a saúde".

Os dados mostram ainda que obter o título de maior frota de veículos do Brasil também rende liderança ainda mais expressiva na categoria "prejuízos". São Paulo concentra 61% das mortes relacionadas à poluição, apesar de responder por 57% da quantidade de carros que existe nos locais estudados.

Além do excesso de gases tóxicos emitidos pelos escapamentos, outro fator que contribui para o primeiro lugar paulista, avaliam os especialistas, é a produção científica sobre os males da poluição. Ensaios recentes já produziram um inventário sobre os problemas em decorrência dos gases em São Paulo. As publicações associam que desde o trato respiratório é afetado - com asma, bronquite e sinusite -, passando pelo sistema cardiovascular, atingindo as funções metabólicas (diabete, pressão alta) e chegando até ao sistema reprodutivo, com associação à infertilidade.

As pesquisas em São Paulo incentivaram a produção em outras metrópoles. O cardiologista Evandro Mesquita, da Universidade Federal Fluminense, começou a cruzar os dados de arritmia e enfarte em dias marcados pelo excesso de poluentes. Quando o Instituto do Coração de SP (Incor) fez teste parecido no ano passado, encontrou aumento de 11% de morte por ocorrência cardíaca.

No Rio, a pesquisa da USP mostra que são 1.434 pacientes do coração internados por ano. A reportagem teve acesso ao estudo na ação civil pública que o Ministério Público de São Paulo move contra a Petrobrás e 13 montadoras de veículos pedindo indenização para vítimas da poluição. Segundo o promotor do Meio Ambiente do MP, José Isamel Lutti, o valor indenizatório terá "como parâmetro" a pesquisa.

Além das internações, também foram calculadas as mortes nas regiões: 11.559 pessoas com mais de 40 anos (31 vidas por dia).

A Petrobrás, por meio de assessoria de imprensa, informou que não foi notificada sobre a ação, ajuizada em março deste ano.

MORTES E CUSTOS

São Paulo: 7.187 mortes/ano e R$ 335 mi com internação

Rio: 2.975 mortes e R$ 68,7 mi

Porto Alegre: 722 mortes e R$ 27,6 milhões

Curitiba: 389 mortes e R$ 15,9 milhões

Belo Horizonte: 180 mortes e R$ 9,7 milhões

Recife: 106 mortes e R$ 2,6 mi

terça-feira, 17 de março de 2009

Transformamos a Terra em lixeira e não queremos arcar com as consequências...

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Só existe uma solução: lixo zero. A natureza da qual dependemos não joga nada no lixo. Nós, os seres humanos coisificados individualizados achamos que temos o direito divino de transformar a Terra, nossa casa e a casa de todos os seres vivos, em lixeira. Pior, achamos que nossas almas irão fazer isso sem consequência alguma, revogando a lei universal de causa e efeito...

O planeta está ameaçado pela poluição

Entre o litoral da Califórnia e o Havaí, uma área enorme ganhou um triste apelido: o Lixão do Pacífico. Levadas pela corrente marítima, toneladas e toneladas de sujeira, produzidas pelo homem, se acumulam num lugar que já foi um paraíso.

Um oceano de plástico, uma sopa intragável, de tamanho incerto e aproximadamente 1,6 mil quilômetros da costa entre a Califórnia e o Havaí e que, segundo estimativas, seria maior do que a soma de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Goiás.

É o Pacífico, o maior dos oceanos, agredido pela humanidade onde a humanidade raramente chega. Há plástico e plâncton, lixo e alimento, tudo misturado. Poluindo o paraíso, confundindo as aves, criando anomalias - como a tartaruga que cresceu com um anel de plástico em volta do casco - e matando os moradores do mar.

Mas qual será afinal o tamanho exato gigantesca massa de lixo que se acumula no Oceano Pacifico? Será que a gente ainda tem tempo para limpar tudo isso? E os animais? Se adaptam ou sofrem as consequências?

Charles Moore viajava pelo Pacífico, entre o Havaí e a Califórnia, quando resolveu arriscar um novo caminho. "Foi perturbador. Dia após dia não víamos uma única área onde não houvesse lixo. E tão distantes do continente”, lembra o capitão.

Como um descobridor nos tempos das Navegações, Charles Moore foi o primeiro a detectar a massa de lixo. E batizou o lugar de Lixão do Pacífico. Primeiro, viu pedaços grandes de plástico, muitos deles transformados em casa para os mariscos. Depois, quando aprofundou a pesquisa, o capitão descobriu que as águas-vivas estavam se enrolando em nylon e engolindo pedaços de plástico. O albatroz tinha um emaranhado de fios dentro do corpo.

"Antes não havia plástico no mar, tudo era comida. Então os animais aprenderam a comer qualquer coisa que encontram pela frente. Você pode ver que eles tentaram comer isso [pedaço de embalagem]. Mas não conseguiram", diz o capitão.

Com a peneira na popa, o capitão e sua equipe filtram a sopa de plástico e fazem medições. Já descobriram, por exemplo, que 27% do lixo vem de sacolas de supermercado. Em uma análise feita com 670 peixes, encontraram quase 1,4 mil fragmentos de plástico.

São informações valiosas, fonte de pesquisa e argumentos para a grande denúncia de Charles Moore: "Gostaria que o mundo inteiro percebesse que o tipo de vida que estamos levando, isso de jogar tudo fora, usar tantos produtos descartáveis, está nos matando. Temos que mudar, se quisermos sobreviver".

Um gesto despreocupado, uma simples garrafa de plástico esquecida em uma praia da Califórnia. Muitas vezes ela é devolvida pelas ondas e recolhida pelos garis. Mas grande parte do material plástico que é produzido nessa região acaba embarcando em uma longa e triste viagem pelo Oceano Pacifico.

Pode ser também depois de uma tempestade. O plástico jogado nas ruas é varrido pela chuva, entra nas galerias fluviais das cidades e chega até o mar; ou vem de rios poluídos que desembocam no oceano.

No caminho, os dejetos do continente se juntam ao lixo das embarcações e viajam até uma região conhecida como o Giro do Pacífico Norte. Diversas correntes marítimas que passam às margens da Ásia e da América do Norte acabam formando um enorme redemoinho feito de água, vida marinha e plástico.

Mas, outra vez uma tempestade, um vento forte, talvez, e parte do lixo viaja para fora da sopa, até uma praia distante.

Estamos numa praia linda e deserta de uma região praticamente desabitada do Havaí. Não era para ser um paraíso ecológico? Mas Kamilo Beach recebe tantos dejetos marítimos que acabou virando um lixão a céu aberto. Basta procurar um pouquinho para entender a origem de todo o plástico que chega até a praia. Em uma embalagem, caracteres chineses. Uma bóia de pescadores provavelmente veio do Japão. Um pouco mais adiante, há o pedaço de um tanque de plástico com ideogramas coreanos.

E olha que Kamilo Beach está mais de 1 mil quilômetros distante do Lixão do Pacífico, no extremo sudoeste da ilha de Hilo, no Havaí. Kamilo Beach dificilmente vê um gari. O plástico que chega lentamente pelo mar vai ficando esquecido no paraíso.

Há dois anos, depois que se mudaram para cá, Dean e Suzzane Frazer resolveram fazer de Kamilo um alerta planetário. Suzanne pergunta: "Será que o governo japonês, por exemplo, sabe quanto plástico o Japão está mandando para o Havaí?"

Dean vem trazendo um galão que, sem dúvida, chegou da Ásia. Tem também tubo de shampoo usado nos Estados Unidos e sacos de plástico sabe-se lá de onde. Agora, são todos farrapos do mar. As mordidas impressas no plástico levaram os ambientalistas a mudar de alimentação.

"O que acontece é que as toxinas estão se acumulando ao longo da cadeia alimentar. Os predadores no topo da cadeia, que somos nós, estamos comendo plástico também", alerta Suzzane Fraser.

O casal toma notas, calcula as quantidades, recolhe o equipamento de pesca para saber os pesos e as medidas de cada tipo de poluição. Não é pessimismo. Por enquanto, praticamente nada está sendo feito e não dá para dizer que existe um ou outro culpado. Estamos todos com as mãos completamente sujas de plástico.

Maldivas têm ilha só de lixo

Haveria depósito de lixo em cinco régios dos oceanos. Nas Ilhas Maldivas, no Oceano Índico, uma nova ilha está sendo criada. É uma ilha de lixo. Em pouco menos de duas décadas, a ilha já tem 50 mil metros quadrados e abriga indústrias e depósitos. Caminhões chegam em barcos o tempo todo.

O lixo orgânico é queimado na hora. Garrafas de plástico e pedaços de metal são separados e exportados para Índia, onde são reciclados. O resto forma a base do território que avança sobre o oceano.

O nativos das Maldivas se recusam a fazer esse tipo de trabalho. Eles ganham mais se passarem o dia inteiro na praia, só pescando. Por isso, os trabalhadores do lixão são 150 imigrantes de Bangladesh, que aceitam trabalhar ganhando o equivalente a US$ 60 e US$ 100 por mês.

A maior parte do lixo vem da capital, Malé, que concentra 100 mil habitantes, um terço da população do país. Mas os 10 mil turistas que visitam as ilhas por dia provocaram uma explosão na produção de lixo e a criação da ilha das Maldivas que ninguém quer visitar.

Fonte: Globo.com

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

segunda-feira, 9 de junho de 2008

Mais essa do senado estadunidense

09/06/2008 - 10h59
Senado dos EUA derruba lei antipoluição
CLAUDIO ANGELOEditor de Ciência da Folha de S.Paulo
A última esperança de ver os Estados Unidos tomarem alguma providência contra a mudança climática antes de o próximo presidente assumir foi sepultada na sexta-feira. Os republicanos no Senado americano vetaram o projeto de lei que limitaria as emissões de gases de efeito estufa no país que mais polui o planeta.
A lei foi proposta pelos senadores democratas Barbara Boxer e Joe Lieberman e pelo republicano John Warner. Ela criaria um sistema de comércio de emissões no país, forçando empresas que emitissem acima da cota a comprar créditos de carbono das que tivessem conseguido exceder a meta de redução de CO2.
Após três dias de discussões sobre o projeto no Senado, os democratas quiseram colocar a lei em votação final, uma moção que precisaria de 60 votos para ser aprovada. Apenas 48 senadores votaram a favor, o que joga para o ano que vem a discussão da medida.
Críticos da legislação, entre eles vários senadores republicanos, disseram que a lei aumentaria o preço da energia nos EUA, incluindo o preço do petróleo. E não há tema mais sensível no momento: com o preço da gasolina numa alta recorde e o desemprego em ascensão em pleno ano eleitoral, falar em aumento do valor dos combustíveis é suicida, na visão de vários parlamentares.
Mas a lei também tem críticos do outro lado do espectro político. Para estes, a proposta permitiria a algumas indústrias prosperar, forçando ao mesmo tempo o americano médio a pagar mais pela energia.
Se aprovada neste ano, a lei americana contra o aquecimento global poderia dar um tom mais esperançoso às negociações do acordo que substituirá e ampliará o Protocolo de Kyoto a partir de 2013.
O novo acordo vem sendo discutido no âmbito da Convenção do Clima das Nações Unidas, mas tem enfrentado uma enorme resistência do governo George W. Bush.
As negociações oficiais do texto começam no fim deste ano na Polônia, quando o próximo presidente já estará eleito mas o governo Bush ainda não terá acabado. Nesse contexto, a ação do Congresso seria uma sinalização política importante sobre o tamanho das metas de corte de carbono que os EUA estariam dispostos a negociar. Barack Obama, virtual candidato democrata à Casa Branca, criticou a liderança republicana no Senado pelo veto.
Com "The New York Times"

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