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terça-feira, 8 de junho de 2010

ONU: Carne é um alimento antiecológico

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Além de ser vegetariano, há outras idéias: evitar andar de carro (esse hábito terrível faz com que diante dos nossos olhos o desperdício energético seja tão grande que podemos ver só no trânsito de São Paulo várias usinas Belo Monte que seriam desnecessárias), evitar andar de avião (idem), focar o consumo em produtores locais e pequenos, perseguir decentralização governamental (a idéia de deixar nas mãos dos governos locais decisões sobre sociedade e meio ambiente deveria ir avante), abandonar o consumo desenfreado de bens inúteis, etc.

Nossa sociedade agora foca nos carros-caminhões (os horrorosos e perigosos SUVs), porque carro não é um meio de transporte, mas um mecanismo de divisão social, segundo Goura Nataraj e Andre Kaon Lima. Quanto mais as classes baixas acessam automóveis médios, mais as mais altas precisam se distanciar com carros maiores. O objetivo é a divisão, não o uso.

Não podemos nem devemos produzir mais coisas e sim devemos cortar o desperdício e o desnecessário. Não é de mais energia que precisamos, mas do fim do desperdício, em primeiro lugar, e de um modelo econômico onde as pessoas e o planeta existissem e não fossem apenas números (descartáveis como os bens que nosso sistema produz).

Detesto falar de mim mesmo e usar o pronome na primeira pessoa, mas eu já sou vegetariano há 10 anos. Não suporto a idéia da crueldade feita contra os animais pela indústria toda, além da questão ecológica (a ineficiência ecológica do consumo de carne em relação aos vegetais é gigante). Também sou um ciclista urbano (quase suicida) na cidade de São Paulo, onde o desrespeito monumental das autoridades e das pessoas é um desafio enorme. Não há acesso nem lugares para estacionar as bicicletas em quase todos os pontos urbanos, comerciais ou governamentais. Ciclovias nem se fale, não existem praticamente. Tudo é voltado para o transporte particular de carros de três toneladas para poucos. O resto que se vire.

Mas, o mais importante é colocar o peso da mudança nas instituições e nas empresas: eles respondem por 90% da pegada ecológica. Os indivíduos participam com 10%. Ou seja, aquilo que podemos mudar no dia a dia só irá resolver 10% do problema. Mas claro que a mudança dos indivíduos (com a recusa de produtos com impacto muito grande e de lixo que não tem destino), se disseminada, irá mudar o mundo. Mas estamos muito longe disso acontecer, nem sabemos mais se dará tempo.

Hugo Penteado

ONU: Carne é um alimento antiecológico.



ONU recomenda dieta vegana para compater mudança climática

Posted: 04 Jun 2010 12:57 PM PDT

Uma mudança global para uma dieta vegana é vital para salvar o mundo da fome, pobreza de combustíveis e os piores impactos da mudança climática, diz um novo relatório da ONU. A previsão é de que a populção mundial chegue a 9.1 bilhões de pessoas em 2050 e o apeite por carne e laticínios é insustentável, diz o relatório do programa ambiental da ONU (UNEP).
A agricultura, particularmente produtos de carne e laticínios, é responsável pelo consumo de cerca de 70% da água doce do mundo, 38% do uso de terra e 19% das emissões de gases estufa, diz o relatório que foi lançado para coincidir com o dia do meio ambiente no próximo sábado (05 de junho).
Diz o relatório: “Espera-se que os impactos da agricultura cresçam sustancialmente devido ao crescimento da população e o crescimento do consumo de produtos animais. Ao contrário dos combustíveis fósseis, é difícil producar alternativas: as pessoas têm que comer. Uma redução substancial de impactos somente seria possível com uma mudança de dieta, eliminando produtos animais.”

O painel de especialistas categorizou produtos, recursos e atividades econômicas e de transporte de acordo com seus impactos ambientais. A agricultura se equiparou com o consumo de combustível fóssil porque ambos crescem rapidamente com o mais crescimento econômico, eles disseram.
Professor Edgar Hertwich, o principal autor do relatório, disse: “Produtos animais causam mais dano que produzir minerais de construção como areia e cimento, plásticos e metais. Biomassa e plantações para animais causam tanto dano quanto queimar combustíveis fóssil.”
Ernst von Weizsaecker, um dos cientistas que lideraram o painel, disse: “Crescente afluência está levando a um maior consumo de carne e laticínios – os rebanhos agora consomem boa parte das colheitas do mundo e, por inferência, uma grande quantidade de água doce, fertilizantes e pesticidas.”
Fonte: Guardian / via Lobo Repórter

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Consumo de carnes e peixes representa desperdício, diz relatório da ONU

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Se a questão ambiental não fosse uma externalidade fora do sistema de preços e se as gerações futuras contassem e se não fôssemos individualistas suicidas, o preço da carne seria 20 vezes seu valor atual, o da gasolina, 100 vezes, e por aí vai.

Fácil gerar progresso em cima de externalidades e do genocídio das gerações futuras. Fácil manter progressos inúteis e injustificáveis de países já em colapso como China e Estados Unidos exportando seu colapso para o resto do mundo de graça via comércio global.

O problema vai ser resolvido, mas não via mudança de comportamento e sim via desaparecimento de parte de nós, se tivermos sorte, pois há o risco de desaparecimento total da vida.

Vai ver é a evolução do Universo...

23/02/2010 - 12h18

Consumo de carnes e peixes representa desperdício, diz relatório da ONU

ANNE CHAON
da France Presse, em Paris

Atualizado às 12h44.

Acostumados ao título de "topo absoluto da cadeia alimentar", os seres humanos se dão ao luxo de comer de tudo, mas a um preço elevado: a pesca massiva está levando as espécies marinhas à extinção, e a piscicultura polui a água, o solo e a atmosfera. São importantes motivos para mudança de hábitos.

Alimentar a humanidade --nove bilhões de indivíduos até 2050, segundo as previsões da ONU-- exigirá uma adaptação de nosso comportamento, sobretudo nos países mais ricos, que precisarão ajudar os países em desenvolvimento.

Segundo um relatório da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO), publicado nesta terça-feira (23), a produção mundial de carne deverá dobrar para atender à demanda mundial, chegando a 463 milhões de toneladas por ano.

A situação se agrava com a ocidentalização de hábitos e o enriquecimento: um chinês que consumia 13,7 kg de carne em 1980, por exemplo, hoje come em média 59,5 kg por ano. Nos países desenvolvidos, o consumo chega a 80 kg per capita.

"O problema é como impedir que isso aconteça. Quando a renda aumenta, o consumo de produtos lácteos e bovinos segue o mesmo caminho: não há exemplo em contrário no mundo", destacou o cientista Hervé Guyomard.

Ele é diretor científico em Agricultura do Instituto Nacional de Pesquisa Agrônima da França (INRA), responsável pelo relatório Agrimonde sobre "os sistemas agrícolas e alimentares mundiais no horizonte de 2050".

Desperdício com ração

Atualmente, a agricultura produz 4.600 quilocalorias por dia e por habitante, o suficiente para alimentar seis bilhões de indivíduos.

Deste total, no entanto, 1.500 são dedicadas à alimentação dos animais --que só restituem em média 500 calorias na mesa--, 800 se perdem no campo (pragas, insetos, armazenamento), e 800 são desperdiçadas nos países desenvolvidos de outras formas.

O desperdício é grande, pois mais de um terço (37%) da produção mundial de cereais serve para alimentar o gado --56% nos países ricos-- segundo o World Resources Institute.

O gado custa caro ao ambiente: 18% das emissões de gases causadores do efeito estufa, segundo a FAO (mais que os transportes) ou 51%, segundo o World Watch Institute (mais que a geração de energia).

A pecuária também custa 8% do consumo de água e 37% do metano, que colabora para o aquecimento global 21% mais que o CO2 emitido pelas atividades humanas.

Não rentável

E, mesmo que seja uma possível fonte de proteínas, a carne bovina não é "rentável" do ponto de vista alimentar: "são necessárias três calorias vegetais para produzir uma caloria de carne de ave, sete para uma caloria de porco e nove para uma caloria bovina", explicou Guyomard.

Substituir o consumo de carne de animais terrestres pela carne de peixe não seria ainda uma alternativa adequada.

"Os oceanos não podem ser considerados uma despensa inesgotável", estimou Philippe Cury, diretor de pesquisas do Instituto de Pesquisas para o Desenvolvimento (IRD).

O número de pescadores é duas a três vezes superior à capacidade de reconstituição das espécies.

No atual ritmo, a totalidade das espécies comerciais terá desaparecido em 2050.

Ativistas como do grupo paulista Veddas defendem como solução o veganismo, abstenção de todo tipo de produto derivado de animais.

Justificam que, além de haver o impacto ambiental gerado pela pecuária, "animais têm o direito à vida e à liberdade, livres da exploração humana".

Com Folha Online


terça-feira, 13 de outubro de 2009

Uma mudança simples de atitude

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Uma mudança simples de atitude
Uma breve nota após leitura do livro Beyond Growth de Herman Daly

Como resolver a equação entre pobreza e a capacidade do planeta sustentar a vida na Terra?

O caminho é reconhecer o limite - não podemos expandir o fluxo de matéria e energia para atender nossas demandas sempre crescentes e há os que falam que na verdade já é necessário retroceder.

Se isso for verdade - o limite existe (desculpa a condicional, é óbvio que o limite existe!) - caímos no segundo problema: como dar àqueles que não tem nada o conforto e a liberdade que merecem se não podemos mais crescer aqueles fluxos?

Muito simples, através de políticas de distribuição de renda, de eficiência e de redução de desperdício.

Os ganhos que podemos fazer aí são gigantes. O nosso desperdício de matéria e energia é monumental. Estima-se no Brasil ganhos com corte de desperdício e ineficiência que evitariam a necessidade de construir qualquer usina destruidora mesmo as pequenas centrais hidrelétricas e com isso dobrar a oferta de energia. Por que sempre optamos pelas opções mais burras e ineficientes? Porque ainda não acordamos para o fato que aquilo que consideramos dado - água, energia, clima, comida - está ameaçado e irá desaparecer inteiramente - junto conosco - se continuarmos agindo dessa forma: como um câncer sempre crescente num sistema fechado e finito como a Terra.

Na parte de distribuição de renda e riqueza, o espaço também é gigante. Assim como não é necessário um multibilionário ter mais bilhões, a concentração de riqueza, principalmente nos países ricos, é imoral e vergonhosa. Para se ter uma idéia, nos EUA desde os anos 70 a única renda que subiu (após impostos e inflação) e quase dobrou foi a dos 1% mais ricos (um bom livro sobre isso é Wealth and Democracy de Kevin Philips). Os dois quintis mais pobres viu sua renda na mesma conta cair quase um quarto. E há ainda quem acredita nesse modelo, algo que só se explica por interesse próprio, pois não é só a concentração de riqueza que existe, há também os comensais dela. Um pequeno problema de ética e responsabilização que ainda iremos enfrentar e tudo indica que faremos isso da pior forma.

Achar que crescimento é a única forma de resolver o problema de pobreza é condenar a humanidade e a vida desse planeta à morte. Achar que sem crescimento iremos cristalizar as diferenças sociais é inverter a relação causal: o crescimento hoje, tal como ele é feito e mensurado, é um importante mecanismo de diferenciação social e não o contrário. Isso nos remete à mesma tolice de achar que a economia não tem fronteiras planetárias nem limites - idéias econômicas que regem o mundo inteiro socioambiental se esfacelando à nossa volta. O desafio de mudança é bem grande, começa com as mentes de quase todos, pois por uma burrice impressionante, interesseira, diária e maníaca, nos debates atuais o único tema que se fala são oportunidades de lucros e crescimento, dentro da filosofia que "não posso abrir mão do lucro, mas posso abrir mão do planeta." Nada de discutir - nem mostrar - quem são os reais beneficiários disso tudo e qual é o contrato social e ambiental desse projeto.

Hugo Penteado

Colaboradores