quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Xisto

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Amigas/os,

Aqui trechos de um mail nos avisando que estão prospectando gas de xisto no Mosaico de Grande Sertão Veredas. Em anexo, maiores detalhes sobre isso.
Vejam o link de Cidades e Solução, bastante assustador. Anuncia grandes leilões incluindo gás de xisto ainda p este ano, na Caatinga, norte do Cerrado, Sul, Recôncavo, etc. 

Essa já é pauta muito importante da questão ambiental no Brasil. Mais uma...

Acredito que seria muito importante uma mobilização das ONGs, especialmente em MG. 

Repassem, facebookem, twittem para os seus contatos mais estratégicos. 


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.... Segue link sobre a exploração de Gás de Xisto, causando enormes impactos ambientais e risco de contaminação do solo e da água. A existência desse gás na região é comprovada, e já foi citada até na obra de Guimarães Rosa. Algumas empresas estão fazendo a prospecção desse material aqui na região, sendo elas a Shell e a Petra. Acho importante começarmos a nos informar sobre esse processo para discutirmos enquanto Mosaico. Penso que esse desafio será ainda maior e mais complicado do que as PCHs. O Governo do Estado está apoiando as ações de prospecção desse gás por aqui. Enfim...

Vejam o vídeo no Link abaixo. Com certeza não é isso que queremos para o nosso território.

http://g1.globo.com/globo-news/cidades-e-solucoes/platb/2013/05/02/inedito-gas-de-xisto-problema-ou-solucao/
 Chocante!!!

Sobre isso em MG:


  
O próprio Guimarães em Grande Sertão Veredas já fazia menção dos indícios de que aquela região de Minas havia o que hoje os especialistas chamam de hidrocarbonetos. “Em um lugar, na encosta, brota do chão um vapor de enxofre, com estúrdio barulhão, o gado foge de lá, por pavor”, escreveu o autor ainda nas primeiras páginas de seu livro mais famoso. Nas pequenas cidades por onde Guimarães passou, até hoje os sertanejos tem causos e lendas a contar envolvendo o gás. Como Marcolino Ferreira, gari da cidade de Buritizeiro, que garante ter visto seu pai cozinhar peixe na beira do rio com o gás que brota da terra. “Lá na localidade de Remanso do Fogo é assim, o gás vaza do chão”, conta ele”.

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Infelizmente, enquanto o modelo econômico for regido por uma teoria econômica falsa, conforme apontado por  Nicholas Georgescu Roegen há muitas décadas atrás, qualquer esforçom nosso será em vão.  As ONGs fazem um esforço louvável para defender o meio ambiente, mas nenhum para mudar o modelo econômico do qual também acabam, como todos nós, fazendo parte. Estamos presos, ou melhor, emasculados.  As únicas palavras que são ouvidas são crescimento econômico ou “Economia do Meio Ambiente” que são dois nomes para praticamente a mesma coisa, quando se olha a equação de matéria e energia.  A cada dia surgem novas idéias mirabolantes sobre como fazer para acelerar a destruição.  Mineração submarina também é de dar calafrios. E simpósios de sustentabilidade e desenvolvimento sustentável num forte exemplo de impulso colossal da economia do alto carbono e de consumo excessivo com viagens transoceânicas como a Rio+20? 

Hoje o cenário dos EUA é endeusado pelos iluminados do mercado financeiro justamente pela redução dos custos de energia via óleo de xisto, o que aumenta a competitividade do país e o crescimento econômico, únicas variáveis dentro dessa ficção que movimenta o mundo. Não há uma palavra sequer sobre seus custos ambientais.  Vale o lembrete que a precificação ou pagamento dos serviços ambientais terão impacto desprezível quando 100% da realidade é regida por um sistema de preços no qual uma teoria econômica falsa que agrada muito nosso conjunto de valores diz que os processos econômicos são neutros para a natureza, além de previsíveis e reversíveis.  Além da certeza injustificável sobre a neutralidade, surge a perfeita substituição, quando numa certa manhã o famigerado Robert Solow afirma que o capital produzido pelo homem é um perfeito substituto dos serviços da natureza.  Sua teoria errada é estudada até hoje com outras baboseiras nas escolas de economia e nós não retrucamos em absoluto.  O resultado é exatamente esse: uma total loucura disseminada e desconectada da realidade, levando toda a vida una desse planeta – e nós mesmos - para uma dolorosa extinção.  Uma viagem que não vai ser fácil, nem tranquila, muito provavelmente suscetível à amargas surpresas cada vez mais lancinantes.


Hugo

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