sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Ted Trainer: cuidado com as bobagens das energias renováveis

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Amigos da Economia Ecológica,

Um bom livro sobre esse enorme mito das energias renováveis - que não estão sendo produzidas em substituição às energias tradicionais, mas em adição às energias tradiconais - é o do Ted Trainer, do ano passado: "Renewable Energy Cannot Sustain a Consumer Society".

O capítulo 9 é particularmente interessante porque revela a farsa da energia nuclear: 1) emite gás carbônico até dizer chega; 2) todos os resíduos da produção das últimas décadas estão em compartimentos provisórios, 3) não há urânio para produzir em quantidade segura e suficiente. George Monbiot é nosso novo Bjon Lomborg. E pior que tem gente que abraça as suas idéias. Ele não é de todo ruim, mas embarcou no seu excesso de vaidade, do qual se tornou a sua principal vítima. Nenhuma das energias renováveis propostas oferece solução viável para a falta de energia no instante zero, para a demanda atual, quiçá para a demanda que se acredita aumentar com os emergentes.

Alguns excertos do livro do Ted Trainer:

"There is nan overwhelmingly powerful,never questioned, assumption that all these problems [redução cavalar da emissão de gases do efeito estufa da matriz energética atual] can and will be solved by moving to renewable energy sources. That is, it is generally believed that sources such as the sun and the wind can replace fossil fuels, providing the quantitites of energy that consumer society will need, in the forms and at the times that they are needed [o desafio de atender os países emergentes dentro de uma demanda igual a dos países ricos]. Surprisingly, no literature has explored whether this is possible. Wildly optmistic and highly challengeable claims are often encountered."

"However renewables face formidable problems with respect to the two forms of energy which consumer society demands in enormous quantitites, viz. electricity and liquid fuels. The fundamental issue in both cases has to do with the quantity of energy that can be delivered reliably, not dollar cost or "energy return"."

"Exxagerated, misleading, questionable and demosntrably false claims are often encountered in the promotional literature. Minor technical advances which might or might not become significant in the long run are announced as miraculous solutions. Doubts regarding the potential of renewable technologies are rarely if ever heard from within these fields."

O mito de termos só problema de energia é largamente difundido. Trainer escreve: "For forty years the argument has been accumulating that our resource consuming and environmentally expensive way of life is grossly unsustainable, for many reasons besides energy difficulties." Bingo! "All our problems will rapidly become worse if we continue to be obsessed with constantly increasing production and consumption, living standards and the GDP. Yet these are the fierce and supreme commitments of just about all governments, economists and people, and we have an economic system that cannot work without them." Bingo novamente: os reais defensores de um novo modelo deviam estar estudando a forma de desvincular a saúde financeira dos sistemas econômicos que nos sustentam a todos da necessidade estúpida de crescimento que é um fim em si mesmo. O mais incrível de tudo isso é que esse mito é abraçado por pessoas que dizem ter uma proposta diferente a tudo que foi feito pela teoria econômica tradicional teórica e aplicada. Não conseguem perceber o erro que é não admitir que produzir mais energia apenas reforça o modelo atual, sem alteração alguma da sua formulação e paradigma.

O que nós podemos dizer da situação atual? O cenário nos próximos 40 anos serão de mudanças perturbadoras no planeta. Nunca jamais atingiremos um nível justo e equilibrado das populações na prosperidade econômica se tentarmos replicar o modelo dos países ricos, possível apenas para 200.000.000 de terráqueos, para o resto da população global. A população humana irá recuar e jamais irá atingir as projeções de 9,5 bilhões de habitantes em 2050. Nenhum dos indicadores ambientais, econômicos e planetários irão melhorar: haverá aumento em termos absolutos da concentração de gases do efeito estufa na atmosfera, do lixo, da poluição, de resíduos, do desmatamento ou desnaturalização dos ecossistemas, extinção contínua da vida, mais mudanças climáticas, tudo isso com perda de bem estar, instabilidade políticas com guerras e ou crises econômicas.

Essa é a rota enquanto dormimos abraçados com os mitos de energias renováveis, de termos só um problema de energia, o mito da escassez (quando desperdiçamos matéria e energia alucinadamente), com a meta universal de crescimento econômico a qualquer custo e necessária para a salvação social de todos enquanto um par de chineses constroem réplicas do Taj Mahal para morar...

Leia o artigo do Ted Trainer, recomendo fortemente o livro dele.

Abraço a todos,


Hugo


Energia eólica já é mais barata que térmica a gás no Brasil


AGNALDO BRITO
DE SÃO PAULO

O custo da energia eólica no Brasil, uma das principais fontes renováveis do mundo, já é menor do que o da energia elétrica obtida em termelétricas a gás natural.

O governo classificou essa situação como o novo paradigma do setor elétrico brasileiro. Em alguns casos, a energia eólica também tem custo inferior ao das usinas movidas a biomassa de cana.

Esse foi o principal resultado dos dois leilões realizados pelo governo entre quarta e ontem, em São Paulo.

A Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) organizou leilões para garantir a oferta de energia às distribuidoras a partir de 2014. Foram contratados 1.929 MW em nova capacidade, que terá de ser montada em três anos.

Hoje, dos 110 mil MW de potência instalada no Brasil, 5.700 MW são provenientes de energia eólica.

Os preços dessa energia surpreenderam. Os valores por MWh (megawatts/hora) oscilaram entre R$ 99,54 e R$ 99,57 (a térmica a gás, em geral, está acima de R$ 120). Em leilões anteriores, o preço da eólica estava acima de R$ 130 o MWh.

Há pouco mais de dois anos, o valor passava de R$ 200 por megawatt-hora.

AEROGERADORES

A situação do setor começou a virar neste ano. Só com a contratação de ontem, o Brasil viabilizou a montagem de mil aerogeradores.

Segundo Maurício Tolmasquim, presidente da EPE (Empresa de Pesquisa Energética), existem hoje quatro empresas produzindo aerogeradores no Brasil.

"Nos certificamos se essa demanda contratada nos dois leilões poderia ser atendida pela indústria local. E a resposta é que há capacidade para atender", diz.

As quatro fábricas têm capacidade anual para montar 2,8 mil MW em aerogeradores, ou 1.400 unidades.

Além dessas fábricas, o governo informou que outras quatro empresas discutem com o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) a instalação de unidades industriais.

O consumidor será beneficiado com essa redução de preço, mas o efeito ainda será residual na conta de luz

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