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Sobre o artigo do Valor (EUA resistem a largar vício em carvão e petróleo
- 11/08/09), não devemos esquecer de Dakota, onde 93% energia está em cima do carvão. Existe uma China energéticamente ruim dentro dos EUA e o carvão não é abandonado, porque "inviabilizaria" a economia. Ou seja, não abrimos mão do lucro, mas abrimos mão do planeta. Surrealista, falta de entendimento do que somos em cima desse planeta: totalmente vulneráveis, dependentes dos demais seres vivos e todas as circunstâncias que deram origem à vida não só não as criamos, como não as respeitamos. Deus pergunta a Joh numa passagem bíblica: "Por ventura foste tu que deste lei à luz da manhã?" Resposta dos cientistas: um sonoro não.
Mas isso prova que quanto mais viável for economicamente uma atividade, mais ambientalmente inviável ela será. Desafio para os economistas divergentes que se arvoram em cima da mesma economia neoclássica mecanicista e da cornucópia tecnológica, que entre outras coisas, prega que o planeta cresce (ou pelo menos assume isso nas teorias, principalmente naquelas ditas heterodoxas...).
Ah, não devemos ignorar também a crise energética do Reino Unido em plena recessão forte. Na última edição do The Economist saíram dois artigos sobre isso. Por quê?
Em primeiro lugar, porque não há limite para a demanda de energia que sempre cresce, nem ênfase no fim do desperdício e no reconhecimento de que o planeta é finito, para coisas e pessoas, para manutenção da vida e da economia.
Em segundo lugar, porque acreditamos que só temos problema de energia e não de matéria. É como se a energia demandada (e limpa) fosse usada para nada e não para construir coisas, carros, cacarecos que irão transitar soterrando os ecossistemas dos quais dependemos para viver, num espaço finito, onde água e solo são e sempre serão finitos, ou talvez decrescentes, quando os oceanos subirem em função do aquecimento global (mas mesmo que isso não ocorra, não muda nada o problema mencionado).
Em terceiro lugar, porque acreditamos em exemplos de determinados países pequenos que cresceram sem consumir mais energia, simplesmente porque desmantelaram setores industriais energeticamente intensivos e transferiram esse consumo para outros países exportadores com ainda alguma natureza para oferecer. Usar isso como exemplo do que é possível ser feito no planeta inteiro é um erro crasso, inimaginável, tendencioso, cego, para dizer o mínimo. Outro engano é usar essa evidência para evitar o duro reconhecimento que a economia não pode ser maior que o planeta e que transbordamos já todos os seus limites possíveis e estamos à caminho de um colapso civilizatório em função da nossa cegueira. Ou será que todos teimosamente ignoram a maior extinção da vida na Terra dos últimos 65 milhões de anos causada pelo homem e em décadas e que é, segundo os paleontólogos, muita ingenuidade achar que essa extinção jamais irá se voltar contra os causadores. Darwin escreveu que nada diferencia o ser humano dos demais animais, as ciências da Terra mostram que todos os seres vivos dependem de todos os seres vivos e dos ecossistemas, que estão sendo diária e continuamente destruídos. Conclusão: se 1/3 da vida do planeta está à caminho da extinção para sempre, isso deveria ser um alerta ameaçador para nossa espécie animal, a menos que não sejamos animais e sim deuses...
Evitar o fim coletivamente, dada a rota de colisão insistentemente perseguida por nossos hábitos diários e nas decisões de governos e empresas do mundo todo é ainda improvável e talvez já impossível, mas individualmente podemos evitar ser um dos causadores desse enorme mal imperdoável, para quem sabe voltarmos a viver em alguma outra dimensão mais razoável que essa da Terra. Transformar a Terra, uma jóia raríssima do Universo, em um planeta ainda banhado em sol entregue apenas à vida bacteriana, a qual não faremos nem mossa, é uma tragédia de fazer lamentar o mais duro dos corações que existem nesse mundo.
Salvo raríssimas exceções que apenas tangenciam o problema do planeta, todo esse blábláblá de sustentabilidade não passa de uma boutique que se abriu para melhorar a imagem enquanto mais do mesmo é feito e fez renascer das cinzas três frases importantes:
- Quanto mais as coisas mudam, mais elas continuam as mesmas (ditado francês).
- O maior sintoma de loucura dos tempos atuais é querer fazer sempre as mesmas coisas e esperar resultados diferentes (Einstein).
- Quando nossos interesses estão em foco, somos os piores juízes das nossas ações (Aristóteles).
O planeta não cresce, a economia não pode ser maior que o planeta e a filosofia do "não podemos abrir mão do lucro, mas podemos abrir mão do planeta" é irracional demais para ser levada a sério. Enquanto isso, em muitos países, a regra é: "não iremos permitir mudança dos nossos estilos de vida." Opa, mas é justamente esse estilo de vida - individualista, perdulário, irresponsável, oneroso para a maior parte das populações humanas e para toda as gerações futuras - que é a raiz de todos os problemas. Se isso não pode ser alterado, então vamos esperar o nosso requiém, é só isso que nos resta fazer.
Sobre o artigo do Valor (EUA resistem a largar vício em carvão e petróleo
- 11/08/09), não devemos esquecer de Dakota, onde 93% energia está em cima do carvão. Existe uma China energéticamente ruim dentro dos EUA e o carvão não é abandonado, porque "inviabilizaria" a economia. Ou seja, não abrimos mão do lucro, mas abrimos mão do planeta. Surrealista, falta de entendimento do que somos em cima desse planeta: totalmente vulneráveis, dependentes dos demais seres vivos e todas as circunstâncias que deram origem à vida não só não as criamos, como não as respeitamos. Deus pergunta a Joh numa passagem bíblica: "Por ventura foste tu que deste lei à luz da manhã?" Resposta dos cientistas: um sonoro não.
Mas isso prova que quanto mais viável for economicamente uma atividade, mais ambientalmente inviável ela será. Desafio para os economistas divergentes que se arvoram em cima da mesma economia neoclássica mecanicista e da cornucópia tecnológica, que entre outras coisas, prega que o planeta cresce (ou pelo menos assume isso nas teorias, principalmente naquelas ditas heterodoxas...).
Ah, não devemos ignorar também a crise energética do Reino Unido em plena recessão forte. Na última edição do The Economist saíram dois artigos sobre isso. Por quê?
Em primeiro lugar, porque não há limite para a demanda de energia que sempre cresce, nem ênfase no fim do desperdício e no reconhecimento de que o planeta é finito, para coisas e pessoas, para manutenção da vida e da economia.
Em segundo lugar, porque acreditamos que só temos problema de energia e não de matéria. É como se a energia demandada (e limpa) fosse usada para nada e não para construir coisas, carros, cacarecos que irão transitar soterrando os ecossistemas dos quais dependemos para viver, num espaço finito, onde água e solo são e sempre serão finitos, ou talvez decrescentes, quando os oceanos subirem em função do aquecimento global (mas mesmo que isso não ocorra, não muda nada o problema mencionado).
Em terceiro lugar, porque acreditamos em exemplos de determinados países pequenos que cresceram sem consumir mais energia, simplesmente porque desmantelaram setores industriais energeticamente intensivos e transferiram esse consumo para outros países exportadores com ainda alguma natureza para oferecer. Usar isso como exemplo do que é possível ser feito no planeta inteiro é um erro crasso, inimaginável, tendencioso, cego, para dizer o mínimo. Outro engano é usar essa evidência para evitar o duro reconhecimento que a economia não pode ser maior que o planeta e que transbordamos já todos os seus limites possíveis e estamos à caminho de um colapso civilizatório em função da nossa cegueira. Ou será que todos teimosamente ignoram a maior extinção da vida na Terra dos últimos 65 milhões de anos causada pelo homem e em décadas e que é, segundo os paleontólogos, muita ingenuidade achar que essa extinção jamais irá se voltar contra os causadores. Darwin escreveu que nada diferencia o ser humano dos demais animais, as ciências da Terra mostram que todos os seres vivos dependem de todos os seres vivos e dos ecossistemas, que estão sendo diária e continuamente destruídos. Conclusão: se 1/3 da vida do planeta está à caminho da extinção para sempre, isso deveria ser um alerta ameaçador para nossa espécie animal, a menos que não sejamos animais e sim deuses...
Evitar o fim coletivamente, dada a rota de colisão insistentemente perseguida por nossos hábitos diários e nas decisões de governos e empresas do mundo todo é ainda improvável e talvez já impossível, mas individualmente podemos evitar ser um dos causadores desse enorme mal imperdoável, para quem sabe voltarmos a viver em alguma outra dimensão mais razoável que essa da Terra. Transformar a Terra, uma jóia raríssima do Universo, em um planeta ainda banhado em sol entregue apenas à vida bacteriana, a qual não faremos nem mossa, é uma tragédia de fazer lamentar o mais duro dos corações que existem nesse mundo.
Salvo raríssimas exceções que apenas tangenciam o problema do planeta, todo esse blábláblá de sustentabilidade não passa de uma boutique que se abriu para melhorar a imagem enquanto mais do mesmo é feito e fez renascer das cinzas três frases importantes:
- Quanto mais as coisas mudam, mais elas continuam as mesmas (ditado francês).
- O maior sintoma de loucura dos tempos atuais é querer fazer sempre as mesmas coisas e esperar resultados diferentes (Einstein).
- Quando nossos interesses estão em foco, somos os piores juízes das nossas ações (Aristóteles).
O planeta não cresce, a economia não pode ser maior que o planeta e a filosofia do "não podemos abrir mão do lucro, mas podemos abrir mão do planeta" é irracional demais para ser levada a sério. Enquanto isso, em muitos países, a regra é: "não iremos permitir mudança dos nossos estilos de vida." Opa, mas é justamente esse estilo de vida - individualista, perdulário, irresponsável, oneroso para a maior parte das populações humanas e para toda as gerações futuras - que é a raiz de todos os problemas. Se isso não pode ser alterado, então vamos esperar o nosso requiém, é só isso que nos resta fazer.
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