segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Fracasso do COP15 deriva do fracasso do modelo econômico

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Assusta e muito a forma como estamos sendo incapazes de enxergar os limites da Terra para a humanidade, não só no quesito clima, mas em muitos outros. Existe uma passagem na bíblia na qual Deus pergunta a Joh: “Por ventura foste tu que deste lei à luz da manhã?” A cegueira dos economistas então nem se fale, quando faço essas perguntas, eles oferecem um silêncio ignominioso, embora esteja mais do que provado há mais de 50 anos que a teoria econômica tem todos os seus postulados e princípios de conservação que modelam todas as suas pilastras na mecânica clássica. O significado disso é um dos maiores erros teóricos que se teve notícia: dentro desse corpo teórico, a economia é vista como totalmente independente do meio ambiente e, para piorar, o meio ambiente é considerado inesgotável. A salvação tecnológica é a pá de cal desse modelo contrário a todas as evidências da realidade socioambiental. Nem a restrição territorial (o tamanho dos países é constante) é levada em conta e sobre um mesmo território cometemos o absurdo de adicionar estruturas crescentes, como carros e construções e casas, a maior parte deles absolutamente desnecessária, ruindo com os 20 serviços ecológicos que dão sustentação à vida. Não é só o clima que nos ameaça, aquecimento global não é o problema, mas um dos problemas. E não é o planeta que está ameaçado, somos nós, a ponto de Stephen Jay Gould ter dito sobre a maior extinção da vida registrada agora em curso: “É muita ingenuidade achar que essa extinção jamais irá se voltar contra os causadores.” A humanidade provocou a maior extinção de espécies animais e vegetais dos últimos 65 milhões de anos, a terceira maior de todas.

O erro segue sem correção: para os economistas, a economia pode ser maior que o planeta, ou na verdade, eles consideram o planeta um subsistema da economia. Alguém desse grupo tem noção do quanto isso é completamente fora da realidade? Essa visão econômica tem agradado os interlocutores gananciosos (nossa sociedade se tornou extremamente gananciosa) e criou a idéia falsa de escassez. Só existe escassez quando há ganância e necessidades ilimitadas, para um crescimento de coisas e pessoas também ilimitado. Embora a economia seja uma irmã siamesa bem menos desenvolvida que a física clássica, ignorou seus avanços e não se adaptou às novas formas de realidade sistêmica que vieram nos últimos 200 anos. Isso é mais surreal do que o fiasco da COP15. Essa visão equivocada é a razão desse fiasco.

Sinto calafrios quando ouço o discurso dos nossos políticos, imantado nessa visão megalomaníaca suicida dos economistas que criaram a economia como um bicho que não tem boca nem estômago (de onde vem os recursos pouco importa), nem intestino nem reto (para onde vão os resíduos pouco importa). É um sistema circulatório apenas, sem contato com as extremidades, poderia estar flutuando em marte e mesmo assim não precisaríamos adaptar a teoria em nada. Daí deriva a nossa adoração pelo deus crescimento econômico e aquilo que é considerado solução dos nossos problemas, é seu agravante. E o agravo é tal agora que não podemos contar mais com a possibilidade da vida ser sustentada pela Terra. Na verdade temos um conflito de identidade horroroso, não sabemos se somos deuses ou apenas mais uma espécie animal. Se formos o último e se a vida está ameaçada, não podemos contar que sairemos ilesos. Essa forma filosófica de encarar a questão é semelhante a dizermos: “Nunca morri até agora e isso significa que nunca irei morrer” ou “o planeta nunca expulsou a humanidade inteira, portanto isso nunca acontecerá.”

Na lista das excentricidades, dias antes da COP15, os Estados Unidos aprovaram seu orçamento militar de 2010: US$ 630 bilhões. Os chineses possuem só 16 ogivas nucleares, porque sabem que elas são suficientes para destruir a humanidade duas vezes. Os Estados Unidos possuem 60.000, pois o plutônio, subproduto da energia nuclear, é comprado continuamente como única forma de financiar a energia nuclear. A cada 10 anos, as ogivas têm que ser refeitas, um negócio, por assim dizer, da China, que talvez copie o modelo quando abandonar o carvão a favor do urânio. Por ora, carvão não é abandonado nem na China, nem no estado de Dakota nos Estados Unidos, porque os governantes dizem que se mudarem a matriz apenas por questões ambientais, isso inviabilizaria a economia. É a mágica das externalidades, custos relacionados ao nosso sistema que são socializados com todos e com o futuro, se fossem reconhecidos, descobriríamos que mais da metade do nosso progresso é falso e o sistema inteiro é insustentável. Esse mesmo mesmo argumento aparece na questão ambiental e agrícola da Amazônia. Graças aos economistas e seus modelos, tudo é regido pela total separação mesquinha: quanto mais viável economicamente for uma atividade, mais ambientalmente inviável ela é. Os economistas não se preocupam com isso, porque acreditam que nada é feito com o meio ambiente e os recursos da natureza são insignificantes e possuem substitutos perfeitos através da engenhosidade humana. Os físicos caem de costas ao ouvirem essas baboseiras.

Mas um ponto não pode passar despercebido: a total falta de finalidade de se ter 60.000 ogivas é equivalente a quantidade enorme de veículos, consumo estúpido, quantidade de lixo a cada minuto grotesca, casas gigantescas e obras absurdas como Dubai, transposição do Rio São Francisco, usina das Três Gargantas ou construção de novas usinas hidrelétricas na Amazônia. Tudo isso feito lado a lado com o colapso do transporte nas cidades, quando 50% da energia é desperdiçada no mundo todo, quando não existe mais relação alguma entre crescimento econômico e qualidade de vida ou bem estar. Se falta energia no mundo, é porque falta “produzir” mais energia, não é porque há excesso de demanda nem porque há desperdício. Se há fome no mundo, é porque falta “produzir” alimentos, não é porque há excesso de gente, desperdício e enormes ineficiências, como o consumo de carne. Adeus ecossistemas e a vida na Terra, esse será o resultado final da nossa visão de mundo. Estamos céleres a caminho desse resultado e tudo indica que somente quando o planeta revidar os estragos que fizemos, iremos repensar esse modelo que passou por uma degeneração socioambiental opressiva e acelerada, principalmente nos últimos 40 anos, mas que perto do que virá pela frente, será nada.

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Fracasso da economia: como insistimos nos mesmos erros de sempre

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Enquanto ia para o aeroporto, conversando com o motorista, ele me relatou as quedas d´água do Rio Tietê. Eu havia acabado de mencionar a luta de um clube de iatistas idosos a margem do rio que estava para ser desativado. O motorista devia ser uma década mais velho que eu e então me dei conta que nossa sociedade e nosso ambiente foi totalmente destruído nesse curto lapso de tempo, ou seja, durante a minha vida.

Quando nasci em 1965, minha família paterna e materna moravam em São Paulo e nós em Santos. Na subida da serra, só existia a Anchieta. Toda a parte do Casqueiro, no sopé da serra e a serra propriamente dita não tinham os milhões de moradores nem todo aquele desastre ambiental. Mais adiante, quando íamos ao sítio de Cotia do meu saudoso tio Manoel, não havia uma casa na Raposo. Era só verde. Da casa do sítio víamos as matas ainda intactas. Hoje a casa foi cercada por um ziguilhão de casebres, a feiúra que tomou conta das cidades brasileiras é opressiva.

Nada mais pode ser opressivo do que a morte do Rio Tietê. Cheguei em Recife, cidade turística linda, que deixa São Paulo nos pés, no entanto, a população aprendeu a cuidar só do seu quintal e quando digo população, falo do mundo inteiro. No nosso individualismo, os espaços coletivos não existem e é onde chafurdam os menos afortunados. O calçamento de Recife a uma quadra da praia, lugar para se aproveitar o mar e a natureza, é horrível, os prédios amontoados, um acinte a boa imaginação. A única coisa que restou de bonito foi Olinda, justamente onde ainda há o calçamento antigo e a população prestimosa, mesmo que sem recursos cuidando de tudo. O mais importante é que ricos e pobres hoje não tem mais noção de espaço coletivo e a única coisa que nos importa é nossos carros e nossas casas. Se o resto tiver todo podre e corroído, feio de dar dó, ignoramos.

Quando chegávamos em São Paulo, na casa da nossa saudosa tia Lourdes, os prédios da região da avenida Paulista não tinham grades. Na verdade, o prédio da Tilú era misto, comercial e residencial e unido pela Brigadeiro Luís Antônio e a rua de trás, Santa Branca. As pessoas passavam por ali e nenhum morador tinha medo. Hoje os prédios tem grades e guaritas por todos os lados. Essa é a maior prova da degradação social e do fracasso econômico, tudo isso aconteceu durante meu tempo de vida no qual vivemos o milagre econômico, mas os economistas, com seus modelos frios como tampas de mármores de túmulos, vão dizer que não, que seria pior sem o tal milagre. Um dia, quando mortos, eles verão as variáveis esquecidas. O banco de auto-atendimento, quando foi lançado, funcionava 24 horas. Hoje com a onda de seqüestros relâmpago que acontece a plena luz do dia, os bancos não são mais 24 horas. A campanha do Unibanco era o do banco 30 horas, 6 horas das agências mais as 24 horas dos caixas automáticos. Ninguém se lembra disso, como não se lembram do Rio Tietê de águas reluzentes 30 ou 40 anos atrás, nem a forma maluca como as transformações ocorreram ao nosso redor e nem lamentamos por elas.

Quando o taxista me contou que no rio Tietê ele e a molecada nadavam e brincavam no rio e que ali, onde passávamos, naquela rua cheia de fumaça, milhões de carros e gentes tristes era o lugar que ele passava a infância, nós dois quase choramos. “Moro em Bragança, lá é muito bom, mas as cidades pequenas querem ficar como São Paulo. Nosso presidente acha que desenvolvimento é isso.” Ganância e cegueira são nossos deuses, pensei. Junta a isso uma pitada de individualismo e de ignorância e temos a receita do nosso colapso. Iremos desaparecer da Terra. Não quis alertar o taxista sobre o nosso fim, apesar da evidência claraali diante dos nossos olhos do quanto insustentáveis nos tornamos e o quanto estamos destruindo a cada minuto a possibilidade da Terra continuar nos abrigando. Nem queria alertá-lo ao fato que é o planeta que dá as regras e não nós e qualquer religião será útil se melhorarmos nosso relacionamento entre nós e com o planeta e isso significa entender que somos interdepentendes, limitados, que o planeta é finito, que todos os seres vivos dependem de todos os seres vivos e que é divina essa relação misteriosa e indiscutível que sustenta nossas vidas.

Em Santos dormíamos de portas abertas, na praia, íamos à noite justamente porque era escuro, não tinha iluminação e minha mãe tocava violão com seus amigos enquanto a criançada dormia por ali mesmo e, de forma boêmia, íamos embora todos muito tarde, debaixo de um céu ainda estrelado e no ruído das ondas. Sem saber tudo aquilo estava no fim. A praia ganhou iluminação extensa, por causa da criminalidade, drogas principalmente. Tudo ficou muito perigoso, ter um filho por aí, é não ter mais a certeza de nada. Nunca tivemos, mas agora, nunca foi tão incerto como antes. Nós e a molecada tínhamos o hábito de dizer: “Mãe, tou indo brincar na rua.” E íamos, depois da escola e dos deveres da escola, ficamos na rua com as brincadeiras de sempre: pipa, bicicleta, bolinha de gude, figurinhas, esconde-esconde, pega-pega, bola. Que criança brinca na rua hoje em dia?

O Rio Tietê foi canalizado, seco, direcionado. As várzeas foram tomadas por construções e os prédios possuem bombas para drenar a água que brota continuamente do solo. Nas chuvas e fase de enchentes do rio, tudo é inundado, não importa, é a natureza que manda. Nós decidimos fazer a transposição do Rio São Francisco com a mesma visão de 50 anos atrás, quando uma técnica mostrou que aquilo que foi feito com o rio Tietê era a visão da época, que se mostrou errada. No mundo todo existe a preocupação de devolver os rios para os seus leitos originais, nós vamos na direção oposta, ainda acreditando que mandamos na natureza. A colheita dos nossos erros mal começou e ainda insistimos neles, com a impermeabilização de mais pistas nas marginais e construção do Rodoanel no meio da APA Bororé, com a finalidade de viabilizar o já completamente insustentável modelo de transporte por caminhões e carros particulares.

O rio Tietê morreu. Ninguém foi no seu velório. Só as imagens do meu amigo taxista restaram do rio com seus peixes, que na época da sua reprodução, lutavam como loucos para subir as quedas d´água. Hoje não há nenhum peixe, como nos mares do norte da Europa e da China ou em vários lugares do Canadá e dos Estados Unidos, por conta da nossa poluição e lixo incansável inundando diária e continuamente nossas terras, águas e oceanos.

E os economistas e os governos dizem que estão trabalhando para melhorar nas nossas vidas. Fazendo as mesmas coisas que eles fizeram e acreditam nos últimos 40 anos. E esperando resultados diferentes. Na verdade eles trabalham para manter o piorar os problemas que existem à nossa volta como única forma de justificarem a sua existência ou importância e nós, burramente, aceitamos.

Einstein escreveu que se as abelhas sumissem, os animais sumiriam e com eles os homens, em quatro anos. Depois ele escreveu que o maior sintoma de loucura dos tempos atuais é querer fazer sempre as mesmas coisas esperando resultados diferentes. E que a imaginação é mais importante que o conhecimento.

Hugo Penteado

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Faxineiros são mais valiosos para a sociedade do que banqueiros, diz estudo

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Mas alguém tinha dúvida disso? E jogador de futebol e as giseles bunchens, anas marias bregas e xuxas da vida? porque eles ganham milhões, constroem iates e neverlands, quando um professor de escola pública tem que arcar com seus próprios recursos para ter o mínimo para dar aula???

O valor, por causa das nossas almas pequenas que gostam de carros grandes, está onde a gente não vê.

E quando a gente quiser ver, parece que vai ser tarde demais, ou já é tarde demais.

Esse é o nosso papel no planeta - direto das crueldades para a via das injustiças e destruição planetária.

Parece sonho, que um dia espero acordar.

Faxineiros são mais valiosos para a sociedade do que banqueiros, diz estudo

Martin Shankleman

Da BBC News

Faxineiros em hospitais gerariam mais valor que banqueiros

Pessoas que trabalham fazendo faxina em hospitais têm mais valor para a sociedade do que os funcionários de alto escalão de um banco, concluiu um estudo britânico.

A pesquisa, feita pelo instituto de pesquisas New Economics Foundation, concluiu que o faxineiro de um hospital gera cerca de R$ 30 de valor para cada R$ 3 que recebe.

Já o funcionário do banco (aquele com salário anual a partir de RS$ 1,5 milhão) é um peso para a sociedade por conta dos danos que a categoria causou para a economia global, diz o estudo.

Os especialistas envolvidos no trabalho calculam que este trabalhador destrói cerca de R$ 21 para cada R$ 3 que ganham.

Recomendações

Altos executivos de agências de publicidade, por outro lado, "criam estresse", porque são responsáveis por campanhas que geram insatisfação e infelicidade, além de encorajar consumo excessivo.

E contadores prejudicam o país ao criar esquemas para diminuir a quantidade de dinheiro disponível para o governo, diz a pesquisa.

Já os profissionais em atividades como cuidar de crianças ou reciclar lixo estão fazendo trabalhos que geram riqueza para o país.

A equipe da New Economics Foundation usou uma nova fórmula para avaliar diferentes profissões e calcular a contribuição total que cada uma oferece à sociedade, incluindo, pela primeira vez, seu impacto sobre a comunidade e o meio ambiente.

A porta-voz da fundação, Eilis Lawlor, disse: "Faixas salariais com frequência não refletem o valor real que está sendo gerado. Enquanto sociedades, precisamos de uma estrutura de pagamentos que recompense os trabalhos que geram mais benefícios para a sociedade, não aqueles que geram lucro às custas da sociedade e do meio ambiente".

"Deveria haver uma relação entre o que recebemos e o valor que o nosso trabalho gera para a sociedade. Encontramos uma forma de calcular isso", completa.

O estudo da New Economics Foundation também faz recomendações para uma política de maior alinhamento dos salários com o valor do trabalho.

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Tesouro perderá R$ 10 bi com anistia a desmatador

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Infelizmente os governantes do mundo todo ainda não entenderam a contribuição inigualável e irreproduzível da natureza e do planeta.

Ainda não entenderam que quem dá as regras é o planeta e não eles, nem a economia, nem os economistas cegos que falam o que todos querem ouvir: CRESCER CRESCER CRESCER e morrer como vírus asfixiado.

Não há uma só variável no modelo dos economistas - e por conseguinte no plano dos nossos governantes - que contabilize sequer a contribuição da água sem a qual não teríamos nada, quiça todos os serviços ecológicos que nos sustentam e que não podemos prescindir deles.

Economia separada totalmente do meio ambiente, como se o ser humano pudesse estar separado do ar que respira, é um dos erros principais dos nossos "famosos" economistas.

Hugo

São Paulo, sexta-feira, 11 de dezembro de 2009


Tesouro perderá R$ 10 bi com anistia a desmatador

Meio Ambiente diz que medida não estava prevista em acordo com Agricultura

Decisão foi incluída em programa que também adia punição a produtor rural com desmate ilegal; "Vou pedir para mudar" diz Minc

MARTA SALOMON

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Além de adiar até 2012 a punição de proprietários rurais que desrespeitaram o limite de corte de vegetação nativa em suas terras, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu suspender a cobrança de multas aplicadas aos desmatadores que passarem a cumprir a lei. O valor da anistia é estimado em R$ 10 bilhões e é similar à despesa anual do Bolsa Família.

O cálculo foi feito com base nas multas aplicadas pelo Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis). O instituto cobra cerca de R$ 13 bilhões em multas, e a maior parte delas pune desmate ilegal.

A anistia faz parte do programa Mais Ambiente, criado por decreto presidencial a ser publicado na edição de hoje do "Diário Oficial da União".

O programa é a resposta de Lula à pressão de ruralistas, que resistiam a cumprir a exigência de registro da área de reserva legal de suas propriedades. A reserva varia entre 20% e 80% do tamanho da propriedade, dependendo da região do país. Na Amazônia é de 80%.

As punições deveriam ter entrado em vigor no ano passado. Decreto presidencial já havia adiado o prazo em um ano. Amanhã, o diário oficial dará mais tempo aos ruralistas.

Até junho de 2011, não haverá nenhuma punição. A partir daí, o decreto ainda prevê prazo de até um ano e quatro meses para a notificação dos infratores e a adesão ao programa de regularização. Só depois haverá cobrança de multas diárias de até R$ 500 por hectare de terra desmatada ilegalmente.

A intenção do decreto é abrir caminho para que proprietários de terra do país comecem a cumprir o que diz o Código Florestal, desde 1965. Segundo a CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil), mais de 90% dos produtores não registraram a reserva legal porque não detêm mais áreas equivalentes de vegetação nativa em suas propriedades.

Os ruralistas pressionavam pelo fim da exigência da reserva legal. O ministro Reinhold Stephanes defendia adiar todo o decreto de punição de crimes ambientais por dois anos. Os ambientalistas resistiam. A decisão final de Lula foi tomada em reunião anteontem à noite.

Verdade inconveniente

Ontem, ao tomar conhecimento de detalhes do decreto lidos pela assessoria da Casa Civil à Folha, o ministro Carlos Minc (Meio Ambiente) reagiu à anistia aos produtores multados. "Se for isso, vou pedir para mudar, o acordo não era esse, isso vai ter de ser corrigido."

Segundo a Casa Civil, ao firmar compromisso de recompor a reserva legal ou compensar o desmatamento, o proprietário rural "terá suspensa a cobrança de multas aplicadas" em várias situações de desmatamento, e não apenas a falta de registro da reserva legal.

Minc defendeu as demais facilidades aos proprietários que aceitem regularizar suas terras. "É desagradável adiar, mas a verdade inconveniente é que não se cumpria a lei no país." Procurado pela Folha, Stephanes disse que só se manifestará após a publicação do decreto.

O combate ao desmatamento responde pela principal parcela da meta de corte das emissões de gases de efeito estufa do país. A meta só aguarda a sanção de Lula para virar lei.

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Novos Mitos

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A discussão sobre a questão ambiental planetária até agora não revogou – ou criticou duramente – o paradigma econômico atual e, ao contrário, criou novos mitos que o reforçam, como sustentabilidade, energia limpa, empregos verdes, investimentos em meio ambiente, economia de baixo carbono, metas de redução dos gases do efeito estufa. É muito simples entender porque cada um desses temas tão caros para o debate são novos mitos: eles seguem reafirmando a necessidade de crescimento econômico eterno como salvação ambiental e social. Até os graves problemas da China com a adição contínua de 70 nova-iorques por ano são vistos como benesses, onde a impossibilidade de preservação ambiental local e a enorme pressão sobre ecossistemas globais via comércio internacional são completamente ignoradas.

O mundo inteiro segue com projetos megalomaníacos e suicidas de crescimento e caminha para um colapso possivelmente total de sustentação da vida na Terra. Não haverá um centímetro quadrado sequer do planeta a salvo dessa transformação já em curso e que a elite pensante e iluminada ignora porque seus níveis de conforto continuam inalterados, ao lado de massas cada vez maiores de expropriados socioambientais.

Como revogar esses mitos e criar um novo paradigma? O caminho parece bem claro: ênfase no local, no conhecimento das diversas culturas, estancamento imediato do crescimento populacional e material, com moratória imediatamente decretada de construções e produções impactantes. Atenção a planos sociais ligados a atividade produtiva, com ênfase às três únicas áreas geradoras de empregos no mundo todo: a microempresa, o auto-emprego e os produtos sem marca. Desmaterialização da economia, com alteração de rotas importantes, do transporte privado para o coletivo e público, fim do desperdício que gera uma pressão insustentável e injustificável sobre os estoques de matéria e energia, cujo desgaste e esfacelamento dos serviços ecológicos são evidentes demais para insistirmos no mesmo erro que precisamos de mais para ter mais, quando na verdade temos menos.

Acato sugestões, há algumas por aí?

Hugo Penteado

domingo, 6 de dezembro de 2009

Por que Marina Silva?

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Por que Marina Silva?

Porque é a única candidata e está entre os poucos políticos desse país capaz de se preocupar com o meio ambiente de forma sistêmica, como um problema econômico, social, como parte das nossas atividades e através da busca de um diálogo, saindo do lugar comum que basta a economia crescer que tudo estará bem, como vemos presente nas idéias e discursos de Dilma Roussef, José Serra, Lula, Fernando Henrique Cardoso, Paulo Maluf, Orestes Quércia e tantos outros.

O crescimento deveria ser um subproduto não buscado do modelo de desenvolvimento, cuja finalidade maior deveria ser o equilíbrio social e ambiental local, acima do global e acima dos interesses dos grandes centros econômicos e políticos. Até porque mesmo esses grandes centros tem sua sustentação dependente do que vamos fazer de agora em diante para reverter a enorme degradação social e ambiental à nossa volta – ou alguém ainda acha normal um jovem, um ser humano semelhante a nós, entrar num ônibus e jogar uma bomba para explodi-lo numa cidade que foi escolhida como sede das Olímpiadas? Ou alguém acha normal o Brasil ser sede das Olímpiadas quando a maior parte das escolas públicas não tem nem quadra poli-esportiva para serem usadas e os professores de educação física arcam com equipamentos do próprio bolso? Pois é, precisamos mostrar como anda a situação de esportes para os jovens das escolas públicas, só o ufanismo de termos sido escolhidos para sediar os jogos não basta.

A proposta de lei do Cristovam Buarque de obrigar os políticos a colocar seus filhos na escola pública (http://nossofuturocomum.blogspot.com/2009/11/projeto-de-lei.html) tem que se apoiada. Mais que isso: o transporte e os hospitais públicos deveriam ser obrigatórios para todos os políticos. A merenda escolar deveria ser entregue também para os filhos dos políticos: essa é a única forma deles provarem que prestam um bom serviço à população.

Só vamos melhorar o Brasil e a qualidade dos serviços públicos que o governo nos oferece e ao mesmo tempo mudar o modelo de desenvolvimento econômico que entrega de graça nossas florestas ao resto do mundo ganancioso e já em colapso, como a China e os Estados Unidos, com uma pessoa como a Marina Silva. Ela tem um histórico e um rico conhecimento sobre o quanto é importante redimensionar as idéias malucas dos economistas que acreditam ainda que o planeta é um subsistema das economias e que a economia pode ser maior que a Terra e preconizam o crescimento eterno esfacelador de todos os serviços ecológicos que nos sustentam como solução para todos os nossos males.

Sim, Marina Silva agora é a nossa única esperança. Quando penso na morte da Amazônia, que pode acontecer de uma hora para outra se insistirmos no seu desmatamento contínuo e na política de desenvolvimento suicida que já criou um deserto maior que a França e o Reino Unido dentro da nossa floresta, lembro imediatamente da Marina Silva, na sua ligação com Chico Mendes, na sua atitude heróica. A Amazônia é continuamente destruída e a cada dia amanhecemos com menos florestas, o mesmo ritmo de destruição dos países como a China e os Estados Unidos, que esgotaram tudo e só não entraram em colapso por conta do comércio internacional, que lhes dá acesso gratuito aos recursos da natureza de países cegos como o nosso, que não mudam o debate internacional cego à nossa volta e ainda elogiam suas investidas contra nós e nosso meio ambiente.

Só Marina Silva reduziria a pressão para construção de usinas hidrelétricas totalmente desnecessárias, pois basta cortar o desperdício e fazer atualização tecnológica da infra-estrutura de energia já existente (a Folha de São Paulo publicou várias matérias a esse respeito) e a oferta dobraria sem ser necessário nem Rio Madeira nem Belo Monte. É o planeta que dá as regras e não nós e há um limite que ainda não enxergamos para nossas atividades, bem como há uma total falta de sentido em manter um sistema econômico no qual de cada 150 dólares adicionados à riqueza mundial só 60 centavos chegam aos mais pobres. Ou alguém ainda acha que o crescimento econômico está voltado à liberdade e o desenvolvimento individual, à criação de empregos permanentes bem remunerados e não apenas temporários? Quando alguém vai entender que o emprego só se justifica quando a economia cresce e desaparece imediatamente no contrário e que não importa qual nível material a economia atinja, ele só se justifica se a economia for capaz de atingir um nível maior. Isso é um absurdo físico e planetário que assusta os cientistas, porque podemos deixar a Terra ainda banhada em sol entregue apenas à vida bacteriana se continuarmos nessa rota.

Só Marina Silva é capaz de entender e revogar esses absurdos. Mais ninguém. Os demais políticos e candidatos querem acabar com o Cerrado e a Amazônia e com o pouco que nos resta, para exportar o que não precisamos para nosso consumo próprio e manter a megalomania de nações que ainda não entenderam que a conta chegou através das atuais mudanças climáticas, da contínua extinção da vida (a maior dos últimos 65 milhões de anos) e da ruína dos serviços ecológicos, como polinização e água.

Só Marina Silva.


Hugo Penteado

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Centrar o debate no aquecimento global é um erro maior do que duvidar dele

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Segue abaixo texto do João Pereira Coutinho e minha resposta.
Abraço a todos Hugo

JOÃO PEREIRA COUTINHO

Santos e pecadores

Não se pode transformar o aquecimento global em uma nova religião


SOU ALTAMENTE suspeito. Aquecimento global? Talvez exista. Cientistas vários garantem que o mundo aqueceu 0,5ºC desde 1975. Não duvido. Como não duvido que o mundo arrefeceu entre 1940 e 1975. Como não duvido que aqueceu entre 1920 e 1940. Como não duvido que arrefeceu, e arrefeceu brutalmente, entre os séculos 17 e 18. Como não duvido que aqueceu no século 11, proporcionando um período de verdadeira explosão demográfica, econômica e técnica na Idade Média que só seria repetida com a Revolução Industrial. E daí?
Variações climatéricas fazem parte da nossa história na Terra. Aliás, da nossa Pré-História. A questão está em saber se o aquecimento global é produto da ação humana e, em caso afirmativo, se repousa nas mãos dos homens a chave para salvar a nossa vida coletiva.
Acompanho os debates. Leio com interesse. Pondero. Uma única certeza: não existem certezas. E é literalmente impossível avaliar a real contribuição do homem para as concentrações de dióxido de carbono na atmosfera (a natureza, por exemplo, é responsável pela maior parcela de emissões).
A juntar a tudo isso, alguns cientistas garantem que a atividade solar, variável em sua intensidade cíclica, tem uma palavra sobre o assunto. E não é de excluir que a estabilização da temperatura desde o início do presente século (um desconfortável mistério que tem dividido a comunidade científica) seja resultado direto dessas variações. Que fazer?
Um conselho: não transformar o aquecimento global em nova religião da humanidade. Não é fácil, eu sei: com o declínio das teologias tradicionais no Ocidente cristão, os homens sempre se apressaram a preencher o vazio ideológico com causas redentoras.
O marxismo foi uma delas, com a sua promessa de substituir o reino de Deus pelo reino do Proletariado.
Com a falência da utopia vermelha, veio a utopia verde. E com vantagens: o aquecimento global oferece, em linguagem "científica", algumas das pragas bíblicas mais entranhadas na consciência comum. Basta ouvir os catastrofistas para imaginar glaciares que derretem, águas que sobem. Só falta mesmo Noé e a arca.
O meu conselho final seria deixar para a ciência uma discussão que é sobretudo científica. Acontece que a ciência dá sinais de manipulação e fraude. No momento em que o mundo se prepara para discutir o futuro do clima em Copenhague, o sistema informático da Universidade de East Anglia foi atacado por "hackers" que divulgaram na internet cerca de mil e-mails e 3.000 documentos da reputada Unidade de Pesquisa do Clima.
Esclarecimento prévio: a Unidade de Pesquisa do Clima de East Anglia é o centro nevrálgico da discussão climatérica atual. É com base nas suas "pesquisas" e "projeções" que o aquecimento global entrou na agenda política das Nações Unidas e dos 192 países que se irão encontrar na capital da Dinamarca.
Infelizmente, as revelações são assustadoras (para dizer o mínimo).
Lendo os e-mails, cuja autenticidade não foi desmentida, encontramos "cientistas" que, em nome da sua "cruzada" (uso o termo no sentido próprio), manipulavam os dados para garantir um quadro de indesmentível aquecimento; que recusavam o acesso de outros cientistas às suas investigações (alegando, por vezes, perda ou destruição de dados); e que conspiravam para impedir a publicação de ensaios "céticos" sobre o aquecimento global em revistas da especialidade.
Todos sabemos que os cientistas não são santos, como dizia Marcelo Leite nesta Folha. Fato. Mas existe uma diferença entre não ser santo e pertencer à família Soprano.
E agora? Agora, o mundo prepara-se para reunir em Copenhague e garantir uma redução de 50% nas emissões de CO2 até 2050, tendo como referência os valores anteriores a 1990.
Não vale a pena repetir as consequências econômicas desastrosas que uma medida dessas teria para todos os envolvidos, e em especial para os países em vias de desenvolvimento: o uso de energias mais caras e "limpas" condenaria largas parcelas da humanidade a novos ciclos de pobreza, fome e doença.
O problema é mais básico e urgente: confrontados com um escândalo científico dessa proporção, qualquer decisão política e econômica sobre o aquecimento global antropogênico não pode ser tomada com base em falsidades.
Antes de limpar o mundo, o mundo deveria exigir que os cientistas limpassem as suas cabeças primeiro. P.S. O colunista vai de férias em dezembro. Regressa dia 5 de janeiro.

jpcoutinho@folha.com.br

minha resposta

Prezado João Pereira Coutinho,

Você tem toda razão, aquecimento global não deve ser transformado em religião, até porque ele não é o nosso único problema nem o principal. Pouco se fala da maior extinção em massa de espécies animais e vegetais dos últimos 65 milhões de anos causada pela humanidade que, assim como a questão do clima, vem sendo estudada há décadas. Essa extinção é assustadora, porque de acordo com Stephe Jay Gould é muita ingenuidade achar que jamais irá se voltar contra os causadores. Por dia, perdemos dezenas senão centenas de espécies. Aqui na Terra todos os seres vivos dependem de todos os seres vivos. Toda espécie animal que não for capaz de compartilhar o meio ambiente com as demais espécies está fadada ao desaparecimento, segundo a autora do livro Biomimicry. As civilizações anteriores desapareceram da Terra sem emitir um quilograma sequer de gases do efeito estufa.

Em relação à denúncia sobre os estudiosos do clima até agora não consegui verificar a veracidade dos fatos e acho que é seu dever buscar esse levantamento do que simplesmente acreditar naquilo que pode fazer parte de uma conspiração. Toda a indústria do carvão e de combustíveis fósseis já se levantou contra o assunto aquecimento global e mudança climática (ambos não são a mesma coisa e não necessariamente estão relacionados). Uma descoberta minha que me assustou foi a questão do buraco da camada de ozônio. Quando os cientistas provaram que eram os gases fluorcarbonetos (CFC) que causavam a destruição do ozônio, a indústria reagiu negando. O maior produtor mundial de CFC conseguiu através de campanhas e lobbies retardar a ação para evitar esse estrago durante 10 anos. Detalhe que não pode ser ignorado: se o Ozônio desaparecer da Terra, toda a vida desaparece, o DNA é destruído pela radiação ultravioleta que o ozônio filtra. Era isso que estava em jogo, tanto quanto na questão do aquecimento global: a vida na Terra.

Existe uma diferença muito grande em relação ao desaparecimento de civilizações anteriores, buraco do ozônio e aquecimento global: os colapsos ambientais anteriores foram locais e restritos a pequenos povos ou setores industriais. O problema ambiental atual não está apenas relacionado com o aquecimento global nem com questões de energia, mas com um sistema econômico que pretende ser maior que o planeta e que ignora a sua extrema dependência em relação à natureza, até porque se baseia numa teoria econômica falsa. O risco é agora global e ele vai acontecer se não mudarmos esse conflito entre o sistema econômico e o meio ambiente, cuja escala atual e contínuo crescimento de estruturas, coisas e pessoas significa o atual colapso dos 20 serviços ecológicos dos quais dependemos para viver. Não é só uma questão de aquecimento global e mesmo os que acreditam nele deveriam ficar sumamente preocupados, porque todo o resto (como a ruína da água e o fim das florestas) é mais assustador. A extinção da vida já em curso mostra isso.

Centrar o debate no aquecimento global é um erro maior do que duvidar dele.

Poderia escrever muito mais, mas convido-o para um almoço para conversarmos.

Abraço

Hugo

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

“Marina vê o meio ambiente como oportunidade, Lula como empecilho”

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Por José Paulo Kupfer

Ninguém confirma, mas é quase um segredo de polichinelo que o empresário Guilherme Leal foi convidado pela senadora Marina Silva para vice-presidente na chapa em que ela pretende concorrer à presidência da República, em 2010, pelo Partido Verde. Não é por coincidência que Leal se filiou recentemente ao PV e tem sido visto ao lado de Marina Silva em muitas das atividades pré-eleitorais da senadora.

O paulista Guilherme Peirão Leal, 59 anos, não é um cristão novo na defesa das questões ambientais e do desenvolvimento sustentável. Leal é um dos três co-presidentes da Natura, gigante brasileira do setor de cosméticos e higiene pessoal, com presença de destaque em mercados latino-americanos. A Natura, que opera no sistema de venda porta-a-porta e conta com um milhão de vendedoras, é mundialmente conhecida pela preocupação com o uso sustentável dos recursos naturais – e, mais do que isso, pela difusão ativa de um modelo de negócios em que as questões sócio-ambientais ocupam lugar central.

Um dos 12 brasileiros na lista de bilionários da revista Forbes, Guilherme Leal, com formação em administração de empresas, fez fortuna relativamente rápido. Hoje, afastado do dia-a-dia da Natura, despacha num elegante escritório, decorado com móveis escuros de linhas contemporâneas e tapetes persas, que ocupa dois andares num prédio imponente, situado em área comercial nobre da zona sul de São Paulo.

Durante uma hora, na semana passada, Guilherme Leal conversou com blog sobre eleições, política, economia e, obviamente, meio ambiente e Marina Silva.

Leia a entrevista aqui.

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