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São Paulo - | 16/9/2008 |
É necessário repensar o modelo econômico, afirma estrategista de investimentos do ABN
O economista Hugo Penteado defende que o futuro da humanidade depende da mudança de paradigmas da economia
Hugo Penteado |
Esse ponto de vista é defendido pelo economista Hugo Penteado, estrategista de investimentos do ABN AMRO Asset Management, que se reuniu com o Conselho Superior de Meio Ambiente (Cosema) da Fiesp nesta terça-feira (16).
Autor do livro Ecoeconomia - Uma Nova Abordagem, lançado em 2003, Penteado não tem medo de suscitar polêmicas e aponta a busca pelo “crescimento eterno” como o grande equívoco da economia mundial: “Busca-se o aumento da produção sem levar em conta que os recursos naturais são finitos”, afirma.
Por recursos finitos, leiam-se a água, o solo e o próprio equilíbrio climático-ecológico entre as espécies vivas, sem os quais a existência na Terra seria inviável.
Lembrando que o sistema econômico está sendo submetido a um crescimento exponencial, Penteado alerta: “Alguém ainda vai ganhar um Prêmio Nobel ao provar que o território americano tem um tamanho constante de 9,3 milhões de km², sobre o qual é impossível adicionar um fluxo crescente de carros, casas e coisas”.
Rever o PIB
Reunião do Cosema |
Penteado declara ser impossível desvincular a economia da questão ambiental e assegura que o risco econômico reside na necessidade de crescer para garantir a saúde financeira de três sistemas principais: o mercado financeiro, previdenciário e fiscal. “Dado que o crescimento econômico é impossível do ponto de vista do espaço físico e ambiental, esses sistemas estão fadados à falência”, acrescenta.
Na visão de Penteado, é imprescindível realinhar o sistema para uma rota de equilíbrio, no qual os valores humanos, sociais e ambientais passem a fazer parte da equação. “Até o cálculo do PIB deveria ser rediscutido, para que passasse a levar em conta essas variáveis”, conclui o economista.
Sílvia Lakatos, Agência Indusnet Fiesp
Fotos: Kênia Hernandes
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