sábado, 9 de agosto de 2008

Dia de luto, mais uma guerra


Se você não enxergar Deus no próximo ser que cruzar seu caminho, pode desistir de procurar por ele. Gandhi


Essa foto fala mais do futuro da humanidade do que qualquer teoria econômica que nada diz sobre nós, nossa sociedade, nosso planeta.

Essa segunda foto fala mais do que nós somos capazes de fazer contra a vida, do que qualquer idéia errada concebida a nosso respeito.


Essas fotos, essas guerras, esse sistema irá cair sobre todos nós, sem exceção.

Enquanto continuamos vendo as Olímpiadas do governo cruel da China como se isso não tivesse nada a ver conosco, enquanto vemos os outros sendo cruelmente açoitados pelo destino, como se isso não tivesse nada a ver conosco, o mundo vai descendo fundo até o limite de não ter mais volta alguma. Para ninguém.
Comentário pós-leitura de Ricardo Peres: Existe uma correlação causal entre estilo de vida neoliberal e as guerras. A questão sempre volta para nós mesmos e nossas escolhas como seres humanos produtores de cultura, como um bumerangue. No final, é aquilo que o Bismarck dizia: "Ninguém quer as guerras, mas ninguém está disposto a viver sem aquelas coisas que só a guerra é capaz de trazer".

4 comentários:

Leonardo la Janz disse...

Hugo,

As fotos são realmente uma tragédia... Na verdade, só engrossam a multiplicidade das mesmas que se aumentam dia a dia...

Alias, como gancho, deixe-me dizer um pouco sobre esta outra matéria postada anteriormente: "a falsa dicotomia entre economia e meio-ambiente"...

É de fato uma calamidade ouvir tais idiotices demagógicas justamente do alto escalão de nosso 'poder central'. Assim como você e outros mais honestos e 'afiados', eu como bom postulante á filósofo, não posso deixar de dizer que, em resumo, nosso atual estado de coisas e essa degradante imagética popular coletiva, se deve a nada mais nada menos do que a infeliz e contraditória idéia de Soberania Nacional, ainda em voga.

Eqto se fizer crer na existência de um Estado e uma Economia soberanas, a despeito do total e indiscutível comando exercido pelo Mercado (como Senhor maior de todos os povos) essa bestialidade geral só tende a aumentar.

Isto porque, enqto se acredita piamente no sofisma do crescimento econômico e enriquecimento de um país, automaticamente se sustentam os meios de produção, a destruição, o poder do "mercado" e subsequente destruição desenfreada em todos os sentido...

Logo, como você bem enfatiza frequentemente, a dicotomia, em verdade, só existe mesmo nas mentes que as teorizam e mantem a seu próprio benefício.

Tão longe as pessoas não despertarem para essa cruel e desumana realidade de que, quem manda e desmanda em todos os cantos do globo é o Mercado, tão longe nós veremos continuadamente o aumento do caos.

Abraço, L. Janz.

Biah disse...

Mais uma tragédia para o mundo. E o pior, como estamos em "olimpíadas" as pessoas mal se dão conta da matança que ocorre daquele lado.
Fotos fortes - assim como a realidade.

Seu blog é maravilhoso.
Sou sua fã!
Ah, se todos os economistas no mundo fossem iguais a você... (quase um plágio rsrsrs)

Unknown disse...

Hugo,
Estou terminando de ler seu livro "Ecoeconomia" ainda mais anestesiada pela ignorância humana! No entanto, muitas vezes fecho a janela do carro, ignorando a crueldade vivida por tantos outros por temer minha segurança ... Como se isso me tornasse segura ou dividisse o mundo cruel de um mundo pretensamente virtuoso. É como se "passasse rápido as páginas" de cenas como essas postadas, tentando afastar tamanho sofrimento de perto de mim!! É ... passar pelo ponto do desapego e "fazer parte" é muito mais difícil do que adotar práticas sustentáveis no dia a dia. Imprescindíveis, mas dentro da atual cultura dominante ...
Você acredita em alguma solução?

Biah disse...

Hugo,
Li uma coisa e achei que faz sentido com as dicussões daqui, é do Leonardo Boff (que eu sou super fã!)
"Ninguém sabe para onde estamos indo. O certo é que o prolongamento da viagem da nave espacial Terra, limitada em recursos e avariada em muitos pontos, pode provocar um desastre coletivo. (...) Leva à revolta contra o excesso de materialismo, de espírito utilitarista na relação para com a natureza, inflação do esprito de géométrie pascaliano, dominação burocrática e desencanto do mundo. Leva à melancolia face à anemia espiritual dominante na cultura, ausência da razão sensível e cordial que funda o respeito à alteridade, a ética do cuidado e a responsabilidade universal."
E acaba assim "Eis uma utopia necessária, mensagem perene do romantismo. Bem termina Michael Löwy sua obra: "a utopia ou será romântica ou não será'".

Será que a solução é uma utopia?

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