Graças aos economistas que acreditam piamente na falta de transversalidade entre a dimensão econômica, social e ambiental e pregam aos quatro ventos crescimento econômico como única salvação social e renovação ambiental, somos obrigados a ler textos como o que transcrevo abaixo.
Para o leitor mais atento vale duas observações:
- consumo per capita de recursos naturais não pode ser medida de transição para um ambiente mais limpo, são os números absolutos que importam, a menos que se acredite que o espaço físico planetário seja inesgotável.
- a falsa dicotomia entre economia, empregos e planeta tem o seguinte recado implícito: não abro mão dos lucros corporativos, mas abro mão do planeta.
Estamos só lidando com mitos e deuses e um bando de pavões ou elite iluminada cantando alegres canções sobre a mudança da humanidade...
Carta da China - Ano 6 - 17 de abril de 2009
Edição Nº 46 | 5
www.cebc.org.br
Meio ambiente perde relevância – Programas de incentivo a despoluição e redução de emissão de gases nocivos, lançados pelo governo com o intuito de amenizar críticas internacionais quanto à degradação ambiental na China durante os Jogos Olímpicos de 2008, demonstraram resultados. Embora o país ainda tenha longo caminho a percorrer para tornar-se exemplo, a China conseguiu reduzir em 2008 significativos 5,95% a emissão anual de dióxido sulfúrico e em 4,42% a demanda por oxigênio químico, valores respectivamente inferiores 1,29 p.p. e 1,28 p.p. ao registrado em 2007. O consumo de energia per capita, por sua vez, também apresentou redução, de 1,32 p.p. se comparado a 2007 e 3,36 p.p. com base em 2006, encerrando 2008 com queda de 4,59%. Com o aparente sucesso de campanhas para uso consciente de recursos energéticos no período pré-olímpico, governo central pretende lançar nova campanha nacional de incentivo à economia de energia em 2009.
Durante as reuniões do 11º Congresso, o tema meio ambiente não obteve o mesmo destaque dos dois últimos anos. Ao contrário do que vinha sendo observado, não foi mencionada qualquer intenção de aumentar esforços governamentais para punir indústrias excessivamente poluentes, restringindo-se somente a promessa de maior fiscalização das mesmas. Com a desaceleração econômica do país, proteção ambiental parece voltar a ser ônus o qual Pequim não pretende necessariamente somar ao setor empresarial chinês, tampouco ao orçamento governamental, visto que desde o lançamento do pacote de estímulo em novembro de 2008 o montante destinado ao meio ambiente já foi reduzido.
Para o leitor mais atento vale duas observações:
- consumo per capita de recursos naturais não pode ser medida de transição para um ambiente mais limpo, são os números absolutos que importam, a menos que se acredite que o espaço físico planetário seja inesgotável.
- a falsa dicotomia entre economia, empregos e planeta tem o seguinte recado implícito: não abro mão dos lucros corporativos, mas abro mão do planeta.
Estamos só lidando com mitos e deuses e um bando de pavões ou elite iluminada cantando alegres canções sobre a mudança da humanidade...
Carta da China - Ano 6 - 17 de abril de 2009
Edição Nº 46 | 5
www.cebc.org.br
Meio ambiente perde relevância – Programas de incentivo a despoluição e redução de emissão de gases nocivos, lançados pelo governo com o intuito de amenizar críticas internacionais quanto à degradação ambiental na China durante os Jogos Olímpicos de 2008, demonstraram resultados. Embora o país ainda tenha longo caminho a percorrer para tornar-se exemplo, a China conseguiu reduzir em 2008 significativos 5,95% a emissão anual de dióxido sulfúrico e em 4,42% a demanda por oxigênio químico, valores respectivamente inferiores 1,29 p.p. e 1,28 p.p. ao registrado em 2007. O consumo de energia per capita, por sua vez, também apresentou redução, de 1,32 p.p. se comparado a 2007 e 3,36 p.p. com base em 2006, encerrando 2008 com queda de 4,59%. Com o aparente sucesso de campanhas para uso consciente de recursos energéticos no período pré-olímpico, governo central pretende lançar nova campanha nacional de incentivo à economia de energia em 2009.
Durante as reuniões do 11º Congresso, o tema meio ambiente não obteve o mesmo destaque dos dois últimos anos. Ao contrário do que vinha sendo observado, não foi mencionada qualquer intenção de aumentar esforços governamentais para punir indústrias excessivamente poluentes, restringindo-se somente a promessa de maior fiscalização das mesmas. Com a desaceleração econômica do país, proteção ambiental parece voltar a ser ônus o qual Pequim não pretende necessariamente somar ao setor empresarial chinês, tampouco ao orçamento governamental, visto que desde o lançamento do pacote de estímulo em novembro de 2008 o montante destinado ao meio ambiente já foi reduzido.
3 comentários:
Olá
Achei muito legal vosso blog!
Se vcs quiserem fazer troca de link com o blog "Desenvolvimento Sustentável" me avisem viu!
http://sustentavel-desenvolvimento.blogspot.com/Abraços
Não é só na China.
Se não reduzirmos a população mundial com a educação sexual e incentivar a redução de consumo, não teremos as condições de sobreviver no planeta. Parece que muitos governos não sabem disso e todos os nossos herdeiros irão colher este "fruto".
Boa sorte aos sobreviventes.
J.Botelho, eu e a Cláudia vamos olhar o blog e colocar como os blogs seguidos. Bom trabalho! abraço Hugo
Wa Mor: que pena que todos não pensem como você. Outro dia saiu um estudo da pegada ecológica que leva em conta o número de filhos que as pessoas desejam ter. Bom, isso virou rastilho de pólvora na comunidade pensante... Os governos não sabem absolutamente nada em relação ao nosso futuro e isso é o que mais me assusta, porque as pessoas acham que não precisam fazer nada, porque as instituições (uma delas os governos) irão cuidar de tudo. Isso faz parte de duas filosofias: NIMB (não vai acontecer nada no meu quintal - not in my backyard) e "seja feliz sozinho". O problema é que as instituições refletem nossas ações, elas são o que somos e não algo diferente do que somos. Abraço Hugo
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