Por favor se comentar deixe um email para contato.
A transformação do Brasil em celeiro do mundo, para abastecer povos que transbordaram suas necessidades ambienteis e entraram em colapso está longe de ser algo benigno ou benfazejo para o país. As atividades agropecuárias de larga escala no nosso país estão diretamente associadas com resultados sociais e ambientais incrivelmente ruins. Adicionalmente a isso, a monocultura reduziu 95% da oferta de alimentos a 21 espécies, 14 vegetais e 7 animais, todas monogênicas. Nunca, segundo a FAO, estivemos tão precários em segurança alimentar, esses espécies são muito vulneráveis e quase perdemos o trigo recentemente, não fosse uma nova espécie encontrada num altiplano asiático. O modelo defendido pela Kátia Abreu (ver artigo abaixo) e com respaldo “científico” e seu menosprezo pelas preocupações ambientais de pessoas que também são dotadas de conhecimento científico e não fundamentalismo, é um grande erro.
Vamos voltar somente ao primeiro ponto: a pressão por alimentos e carnes do resto do mundo, que não pode ser abastecida localmente, nada mais significa que a exportação do colapso ambiental para países como o Brasil, que alegremente abraçam a causa de se tornarem celeiros do mundo, sem cobrar nada pela transformação inevitável dos seus ecossistemas. Vamos voltar a outros pontos mais importantes:
1) O produtor sabe que sem solo e água não irá produzir, mas isso não impediu localmente perdas de produção e fugas ambientais em massa diversas vezes na nossa história; agora o risco é global.
2) Não é o produtor que produz, mas a natureza, não é o produtor que dá as regras, mas a natureza, a falsa noção de normalidade e controle será o fim da nossa espécie animal.
3) Porque produzir mais alimentos se jogamos no lixo 25% deles?
4) A intenção de transformar o resto dos ecossistemas em celeiros do mundo impede mudanças necessárias nos hábitos alimentares, como comer menos leites e carnes e mais vegetais (pressão sobre os ecossistemas despenca); cortar excesso de alimentação que colocou 1/3 da população dos países ricos em enorme obesidade; difundir produção de alimentos em áreas urbanas, como aconteceu durante a Grande Depressão com o exemplo da Leonor Roosevelt; aumentar eficiência produtiva onde puder; cortar o desperdício que responde por 25% da produção mundial.
5) A falsa noção que teremos alimentos abundantes com tecnologia e segurança alimentar impede enxergar o limite da Terra.
6) O modelo de crescimento eterno, com base científica, pode mesmo transformar Brasil em celeiros, mas como nós somos a última fronteira agropecuária planetária, é bastante óbvio que essas pessoas tem em mente que os próximos celeiros serão interplanetários ou intergalácticos.
Acho que esses são os primeiros pontos que me ocorrem. Os sofismas, pelo qual as pessoas acreditam estar revelando uma baita verdade, mas estão apenas alimentando sua enorme ignorância com seu interesse mesquinho próprio.
Hugo Penteado
O Estado de S. Paulo
Verdade ambientalista versus fundamentalismo
Kátia Abreu*
O que parecia impossível, acontece: estamos às vésperas de começar a conhecer, com precisão científica, o que o Brasil pode e não pode fazer com suas terras, seus rios, lagos, montanhas e florestas
O que parecia impossível, acontece: estamos às vésperas de começar a conhecer, com precisão científica, o que o Brasil pode e não pode fazer com suas terras, seus rios, lagos, montanhas e florestas. E mantendo o equilíbrio da natureza, preservando as manifestações de vida, animal e vegetal, e, a um só tempo, liderando a produção mundial de alimentos. Todo esse conhecimento será alcançado por cientistas e pesquisadores brasileiros da Empresa Brasileira de Pesquisa agropecuária (Embrapa) e das instituições parceiras, que começaram o trabalho e têm desde já os recursos necessários assegurados.
Ufa! Finalmente, a questão ambiental neste país se desloca da defesa fanática de dogmas para o conhecimento científico sistemático.
Quem está em campo sabe (e como sabemos e sofremos!) que o jogo do ambientalismo e da ecologia no Brasil é um vale-tudo. Não tem regras. Uns poucos se autodenominam defensores da natureza, conseguem franquias de ONGs internacionais ou criam as suas próprias, arrecadam muito dinheiro para definir o bem e o mal e lançar suas sentenças arbitrárias. Isso pode, isso não pode, decidem. Espalham avaliações, frequentemente difamatórias, contra quem escolhem para bode expiatório. O que decidem passa em julgado, sem apelação.
Já a sociedade, perplexa e generosa, preocupada com a qualidade de vida, as mudanças climáticas e a própria sobrevivência do planeta, submete-se a toda sorte de exageros, superstições e invencionices, até mesmo porque as opiniões arbitrárias vêm sempre mescladas com as melhores e mais comoventes prescrições. As próprias leis ambientais brasileiras, mesmo as consensuais, revelam generosidade e ignorância, pois, em sua maioria, não têm nenhuma base científica e experimental.
Por outro lado, ONGs exploram a insegurança, a debilidade institucional e a antropofagia política de uma nação que tardiamente, mas efetivamente, está driblando as suas contradições e avançando no bom caminho da ordem democrática. Os paradigmas que nos querem impor refletem o remorso, a hipocrisia e, principalmente, o poder econômico dos povos até agora ditos desenvolvidos e que através de milênios de História desconstruíram suas paisagens e não têm mais condições de recompô-las. Desta vez, porém, sofrerão um contra-ataque que não esperavam, num país tropical e exótico, como nos olham.
Estou escrevendo sobre o Projeto Biomas, a ser conduzido pela Embrapa, envolvendo 240 pesquisadores de várias instituições e uma história de sucessos - descobertas, invenções, experimentações - que tornaram o Brasil o terceiro maior exportador mundial de alimentos (na verdade, o segundo, pois a União Europeia, hoje em segundo lugar, não é um país, mas a soma de 27 países). O Projeto Biomas é a oportunidade de ouro para a agropecuária brasileira, escorada no conhecimento científico, mostrar seus compromissos éticos e produzir sem medo.
Escolhidos por algumas ONGs, na impostura ecologista que encenam impunemente, para o papel de Judas em Sábado de Aleluia, os produtores rurais apostam na verdade. Por intermédio da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), estão contribuindo com R$ 20 milhões para que a Embrapa, com independência e autoridade acadêmica, desenvolva o Projeto Biomas.
Fui tão longe e esqueci o que devia ter sido o começo da conversa: biomas. O que são biomas? Uma palavra nova, criada há pouco mais de 50 anos - formada por bio, vida, e oma, conjunto -, designa áreas que apresentam uniformidade de paisagens, clima, solo, subsolo e predomínio de espécies vegetais e animais. No Brasil temos seis biomas: Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica, Pampa e Pantanal. O Projeto Biomas pretende reunir, em seis vitrines tecnológicas de 5 milhões de metros quadrados cada (uma em cada bioma), conhecimentos e experiências para consolidar uma espécie de bula, apresentação minuciosa das paisagens e dos solos de cada bioma nos 851 milhões de hectares do Brasil, acompanhada de indicações e modo de usar, apresentando a forma de uso da terra compatível com o potencial ambiental.
O Projeto Biomas tornará disponíveis informações tecnológicas para todos, democrática e gratuitamente, em especial para os pequenos e médios agricultores, que não podem pagar por elas. E contarão, também, com 350 instrutores treinados pelo sistema CNA/Senar (o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural) para orientá-los - são os transferidores de tecnologia. Será a primeira iniciativa que inclui os agropecuaristas como protagonistas de uma importante ação ambiental.
O Projeto Biomas agrega, não alimenta conflito. Vai substituir as opiniões, intuições e a absurda orientação ideológica que transforma dogmas em legislação sobre quantos metros a mais ou a menos de margens de rios e topos de morros devem ser preservados. Agora, prevalecerá a orientação científica, pesquisada e experimentada. É a nossa opção pela ciência e uma declaração da nossa confiança na Embrapa e nos pesquisadores do Brasil.
Os produtores sabem que não há produção sem água ou em solos degradados. Sabem que nada cresce sem o equilíbrio da biodiversidade, tão importante para o controle de pragas e doenças.
Ou, como ouvi outro dia de um velho pesquisador, adaptando inconscientemente um jargão do seu passado socialista à regra de ouro que resultará do Projeto Biomas: A cada bioma, segundo as exigências de preservação da sua natureza; a cada agropecuarista, nos limites estabelecidos para uso econômico das suas propriedades. A utopia fundamentalista não se cumpriu, mas a verdade ambientalista no Brasil será realidade.
*SENADORA (DEM-TO), É PRESIDENTE DA CNA
A transformação do Brasil em celeiro do mundo, para abastecer povos que transbordaram suas necessidades ambienteis e entraram em colapso está longe de ser algo benigno ou benfazejo para o país. As atividades agropecuárias de larga escala no nosso país estão diretamente associadas com resultados sociais e ambientais incrivelmente ruins. Adicionalmente a isso, a monocultura reduziu 95% da oferta de alimentos a 21 espécies, 14 vegetais e 7 animais, todas monogênicas. Nunca, segundo a FAO, estivemos tão precários em segurança alimentar, esses espécies são muito vulneráveis e quase perdemos o trigo recentemente, não fosse uma nova espécie encontrada num altiplano asiático. O modelo defendido pela Kátia Abreu (ver artigo abaixo) e com respaldo “científico” e seu menosprezo pelas preocupações ambientais de pessoas que também são dotadas de conhecimento científico e não fundamentalismo, é um grande erro.
Vamos voltar somente ao primeiro ponto: a pressão por alimentos e carnes do resto do mundo, que não pode ser abastecida localmente, nada mais significa que a exportação do colapso ambiental para países como o Brasil, que alegremente abraçam a causa de se tornarem celeiros do mundo, sem cobrar nada pela transformação inevitável dos seus ecossistemas. Vamos voltar a outros pontos mais importantes:
1) O produtor sabe que sem solo e água não irá produzir, mas isso não impediu localmente perdas de produção e fugas ambientais em massa diversas vezes na nossa história; agora o risco é global.
2) Não é o produtor que produz, mas a natureza, não é o produtor que dá as regras, mas a natureza, a falsa noção de normalidade e controle será o fim da nossa espécie animal.
3) Porque produzir mais alimentos se jogamos no lixo 25% deles?
4) A intenção de transformar o resto dos ecossistemas em celeiros do mundo impede mudanças necessárias nos hábitos alimentares, como comer menos leites e carnes e mais vegetais (pressão sobre os ecossistemas despenca); cortar excesso de alimentação que colocou 1/3 da população dos países ricos em enorme obesidade; difundir produção de alimentos em áreas urbanas, como aconteceu durante a Grande Depressão com o exemplo da Leonor Roosevelt; aumentar eficiência produtiva onde puder; cortar o desperdício que responde por 25% da produção mundial.
5) A falsa noção que teremos alimentos abundantes com tecnologia e segurança alimentar impede enxergar o limite da Terra.
6) O modelo de crescimento eterno, com base científica, pode mesmo transformar Brasil em celeiros, mas como nós somos a última fronteira agropecuária planetária, é bastante óbvio que essas pessoas tem em mente que os próximos celeiros serão interplanetários ou intergalácticos.
Acho que esses são os primeiros pontos que me ocorrem. Os sofismas, pelo qual as pessoas acreditam estar revelando uma baita verdade, mas estão apenas alimentando sua enorme ignorância com seu interesse mesquinho próprio.
Hugo Penteado
O Estado de S. Paulo
Verdade ambientalista versus fundamentalismo
Kátia Abreu*
O que parecia impossível, acontece: estamos às vésperas de começar a conhecer, com precisão científica, o que o Brasil pode e não pode fazer com suas terras, seus rios, lagos, montanhas e florestas
O que parecia impossível, acontece: estamos às vésperas de começar a conhecer, com precisão científica, o que o Brasil pode e não pode fazer com suas terras, seus rios, lagos, montanhas e florestas. E mantendo o equilíbrio da natureza, preservando as manifestações de vida, animal e vegetal, e, a um só tempo, liderando a produção mundial de alimentos. Todo esse conhecimento será alcançado por cientistas e pesquisadores brasileiros da Empresa Brasileira de Pesquisa agropecuária (Embrapa) e das instituições parceiras, que começaram o trabalho e têm desde já os recursos necessários assegurados.
Ufa! Finalmente, a questão ambiental neste país se desloca da defesa fanática de dogmas para o conhecimento científico sistemático.
Quem está em campo sabe (e como sabemos e sofremos!) que o jogo do ambientalismo e da ecologia no Brasil é um vale-tudo. Não tem regras. Uns poucos se autodenominam defensores da natureza, conseguem franquias de ONGs internacionais ou criam as suas próprias, arrecadam muito dinheiro para definir o bem e o mal e lançar suas sentenças arbitrárias. Isso pode, isso não pode, decidem. Espalham avaliações, frequentemente difamatórias, contra quem escolhem para bode expiatório. O que decidem passa em julgado, sem apelação.
Já a sociedade, perplexa e generosa, preocupada com a qualidade de vida, as mudanças climáticas e a própria sobrevivência do planeta, submete-se a toda sorte de exageros, superstições e invencionices, até mesmo porque as opiniões arbitrárias vêm sempre mescladas com as melhores e mais comoventes prescrições. As próprias leis ambientais brasileiras, mesmo as consensuais, revelam generosidade e ignorância, pois, em sua maioria, não têm nenhuma base científica e experimental.
Por outro lado, ONGs exploram a insegurança, a debilidade institucional e a antropofagia política de uma nação que tardiamente, mas efetivamente, está driblando as suas contradições e avançando no bom caminho da ordem democrática. Os paradigmas que nos querem impor refletem o remorso, a hipocrisia e, principalmente, o poder econômico dos povos até agora ditos desenvolvidos e que através de milênios de História desconstruíram suas paisagens e não têm mais condições de recompô-las. Desta vez, porém, sofrerão um contra-ataque que não esperavam, num país tropical e exótico, como nos olham.
Estou escrevendo sobre o Projeto Biomas, a ser conduzido pela Embrapa, envolvendo 240 pesquisadores de várias instituições e uma história de sucessos - descobertas, invenções, experimentações - que tornaram o Brasil o terceiro maior exportador mundial de alimentos (na verdade, o segundo, pois a União Europeia, hoje em segundo lugar, não é um país, mas a soma de 27 países). O Projeto Biomas é a oportunidade de ouro para a agropecuária brasileira, escorada no conhecimento científico, mostrar seus compromissos éticos e produzir sem medo.
Escolhidos por algumas ONGs, na impostura ecologista que encenam impunemente, para o papel de Judas em Sábado de Aleluia, os produtores rurais apostam na verdade. Por intermédio da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), estão contribuindo com R$ 20 milhões para que a Embrapa, com independência e autoridade acadêmica, desenvolva o Projeto Biomas.
Fui tão longe e esqueci o que devia ter sido o começo da conversa: biomas. O que são biomas? Uma palavra nova, criada há pouco mais de 50 anos - formada por bio, vida, e oma, conjunto -, designa áreas que apresentam uniformidade de paisagens, clima, solo, subsolo e predomínio de espécies vegetais e animais. No Brasil temos seis biomas: Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica, Pampa e Pantanal. O Projeto Biomas pretende reunir, em seis vitrines tecnológicas de 5 milhões de metros quadrados cada (uma em cada bioma), conhecimentos e experiências para consolidar uma espécie de bula, apresentação minuciosa das paisagens e dos solos de cada bioma nos 851 milhões de hectares do Brasil, acompanhada de indicações e modo de usar, apresentando a forma de uso da terra compatível com o potencial ambiental.
O Projeto Biomas tornará disponíveis informações tecnológicas para todos, democrática e gratuitamente, em especial para os pequenos e médios agricultores, que não podem pagar por elas. E contarão, também, com 350 instrutores treinados pelo sistema CNA/Senar (o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural) para orientá-los - são os transferidores de tecnologia. Será a primeira iniciativa que inclui os agropecuaristas como protagonistas de uma importante ação ambiental.
O Projeto Biomas agrega, não alimenta conflito. Vai substituir as opiniões, intuições e a absurda orientação ideológica que transforma dogmas em legislação sobre quantos metros a mais ou a menos de margens de rios e topos de morros devem ser preservados. Agora, prevalecerá a orientação científica, pesquisada e experimentada. É a nossa opção pela ciência e uma declaração da nossa confiança na Embrapa e nos pesquisadores do Brasil.
Os produtores sabem que não há produção sem água ou em solos degradados. Sabem que nada cresce sem o equilíbrio da biodiversidade, tão importante para o controle de pragas e doenças.
Ou, como ouvi outro dia de um velho pesquisador, adaptando inconscientemente um jargão do seu passado socialista à regra de ouro que resultará do Projeto Biomas: A cada bioma, segundo as exigências de preservação da sua natureza; a cada agropecuarista, nos limites estabelecidos para uso econômico das suas propriedades. A utopia fundamentalista não se cumpriu, mas a verdade ambientalista no Brasil será realidade.
*SENADORA (DEM-TO), É PRESIDENTE DA CNA
Um comentário:
Aqui estou mais uma vez ...
Peço desculpas pelo longo texto. Mas não resisti.
Incrível, mas os fatos são seqüenciais...
Imagino algumas questões:
- Como a EMPRABA será imparcial sendo os 20 milhões financiados pela Confederação Nacional da Agricultura (CNA);
- Pelo que acompanho em noticiários, a bancada ruralista é a maior interessada em flexibilizar o Código Florestal (Lei 4771/65 e suas alterações);
- Sendo a Katia Abreu, presidente da CNA e umas das interessadas da bancada ruralista no senado, qual será o resultado do projeto BIOMAS ?
Faço uma relação com o publicado dia 22/03/2010 no jornal Folha de São Paulo, caderno dinheiro.
“Blitz flagra irregularidade em agrotóxicos”
Como informa o texto - Fiscalização feita pelo governo federal nas principais produtoras de agrotóxicos do Brasil encontra irregularidades que vão do uso de substâncias proibidas a mudanças de formulas sem autorização.
O texto ainda informa, e vejam a relação com o “celeiro do mundo” - o país, um dos lideres agrícolas do planeta, é o maior consumidor de agrotóxicos do mundo.
Agora chamo a atenção para o que entendo de fatos seqüenciais – vou escrever parte do texto na íntegra, conforme página B3 do mesmo caderno.
“ A reavaliação toxicológica de 14 substancias usadas em mais de 200 agrotóxicos é outro ponto de atrito entre a Anvisa e as empresas do setor.
Nos últimos dias, a senadora KATIA ABREU (DEM-TO), presidente da Confederação Nacional da Agricultora (CNA), enviou oficio à Casa Civil pedindo que o Ministério da Agricultura e do Meio Ambiente participem do processo.
Ela alega que o veto às substâncias aumentará o custo da produção”
Nesses momentos fico sem ação e me lembro de um reflorestamento em uma área em Americana, divisa com Paulínia, estado de São Paulo – às margens de uma plantação de cana-de-açúcar. Plantio de 4000 mudas em Área de Preservação Permanente (áreas protegidas pelo código florestal, destinadas a recuperação, formação de mata ciliar), um córrego totalmente assoreado devido à falta de cuidados técnicos com o plantio – os trabalhadores da área se negam a entrar em contato com a água, pois afirmar estar contaminada por agrotóxicos e fertilizantes.
Ainda segundo o texto, as pessoas mais vulneráveis são os produtores rurais. Isso, sem contabilizar as questões ambientais.
Mais uma lembrança para encerrar – meus pais foram produtores rurais em minha cidade, isso há 15 anos – eles eram bataticultores, produtores de batatas – nesse tipo de lavoura muitos agrotóxicos são aplicados, me recordo quando meu pai contava que uma fração da lavoura era destinada a família, nesta fração, não era costumeiro se aplicar agrotóxicos. Ou seja, para nosso consumo. Hoje eles têm outra ocupação, por sorte, pois me lembro das diversas vezes em que ele (meu pai) chegava intoxicado em casa, além das vezes em que foi internado no hospital, fato esse rotineiro entre os produtores. Não os culpo pelos exageros, mas o mercado sempre exigiu mercadoria exuberante, no caso, a batata gigante, formosa e lisa, aquela em que geralmente a dona de casa dá preferência nos mercados.
Empresas citadas na matéria do jornal – Bayer, Syngenta, Nufarm, Basf, lharabras, Milenia Agrociências.
Vejam a matéria na íntegra, porém, é necessário ser assinante - http://search.folha.com.br/search?q=agrotoxicos&site=jornal
Vagner Trentino – Biólogo
vatrentino@ig.com.br
Postar um comentário