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Muito, mas muito bom, e corajoso, porque ele tem coragem de dizer a verdade, embora tudo seja contra essa verdade, principalmente os interesses dos nossos empresários e políticos travestidos de verde...
Quem dera houvessem mais homens e mulheres como ele.
Comovente, quando sabemos que ningúem irá mudar até a corda arrebentar por completo, pelo menos aqui, diante dos meus monitores, não há uma só vírgula na direção da sustentabilidade e os mercados financeiros seguem no mesmo faz de conta dos economistas: "Iremos povoar Marte em breve", um dos capítulos mais curtos da série: "Querida, acho que destruí o mundo."
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Tim Jackson e sua fúria ambiental
Stephen Leahy*
*A fúria às vezes é a resposta adequada*, afirma Tim Jackson, referindo-se à falta de compromisso dos líderes mundiais que não conseguiram articular um novo tratado climático na cúpula de Copenhague. Jackson entende que o Acordo de Copenhague, resultante da 15ª Conferência das Partes da Convenção Marco das Nações Unidas sobre Mudança Climática (COP15), revelou não apenas que a governabilidade ambiental global é uma ficção como também demonstrou um apego cego ao mantra do crescimento econômico.
..
Professor de Desenvolvimento Sustentável e diretor do Grupo de Pesquisas sobre Estilos de Vida, Valores e Meio Ambiente na britânica Universidade de Surrey, também é encarregado da direção econômica da Comissão de Desenvolvimento Sustentável da Grã-Bretanha. E é assessor do governo nessa área. Além disso, é dramaturgo e produziu numerosos roteiros de rádio para a rede BBC, com sede em Londres.
O Terramérica entrevistou Jackson por telefone sobre seu novo e controvertido livro, *Prosperity without Growth - Economics for a Finite Planet* (Prosperidade sem Crescimento: Economia para um Planeta Finito), assunto sobre o qual já havia dado uma entrevista na capital dinamarquesa. Também abordou o Acordo de Copenhague e as perspectivas de um tratado climático real.
TERRAMÉRICA: Em seu livro, você afirma que o crescimento econômico nos países industrializados está deixando as pessoas menos felizes e destruindo a terra.
TIM JACKSON: A contínua busca pelo crescimento coloca em risco os ecossistemas dos quais dependemos para uma sobrevivência de longo prazo. Também há ampla evidência de que uma riqueza material maior nos países industrializados não faz seus habitantes felizes, muito pelo contrário. Além de determinado nível de renda, não existe uma correlação de que isso seja diretamente proporcional à felicidade.
TERRAMÉRICA: Se a era do crescimento terminou, o que ocupará seu lugar?
TJ: É necessário redefinir a riqueza e a prosperidade com base nos parâmetros de *capacidade de florescimento* de Amartya SEN (ganhador do Nobel de Economia em 1998). O florescimento se define como ter o suficiente para comer, ser parte de uma comunidade, ter um emprego que valha a pena, uma moradia decente, acesso a educação e serviços médicos.
TERRAMÉRICA: E o que acontece com os países em desenvolvimento?
TJ: As nações industrializadas precisam dar essa virada para criar um espaço que permita ao mundo em desenvolvimento melhorar o desempenho de sua economia. Este crescimento tem de ser sustentável e estar dentro dos limites ecológicos. A atual desigualdade entre nações ricas e pobres é uma razão primordial para que o mundo industrializado necessite fazer esta correção de rumo.
TERRAMÉRICA: Por que o desagrada tanto a COP-15 ter acabado em um acordo de dez páginas em lugar de um tratado internacional vinculante?
TJ: É um documento cheio de ar quente e promessas vazias, cozinhado pelas duas grandes superpotências mundiais. Realmente, isso é o melhor que temos para mostrar após 17 anos de negociações? É uma política climática dos canhões. O tratado climático não foi o único fracasso em Copenhague. A governabilidade mundial foi ao fundo do poço.
TERRAMÉRICA: Quais temas essenciais não fizeram parte das negociações da COP-15?
TJ: O debate sobre o crescimento não figurou. Tanto esta questão como uma distribuição justa do espaço ecológico têm de estar na mesa. De outro modo, as negociações não saem do lugar.
TERRAMÉRICA: O que pensa dos atuais esforços para reduzir as emissões de carbono usando mecanismos como a limitação de emissões contaminantes e o comércio de créditos?
TJ: Não é possível conseguir uma economia baixa em carbono sem uma mudança importante na própria economia. Pequenos ajustes não funcionarão. As corporações veem o clima como a nova oportunidade de negócios. Os mecanismos de mercado agora são as ferramentas predominantes percebidas como uma mudança e que são boas para as empresas, mas são ruins para o público. Consideremos a bastante divulgada ideia de que o crescimento pode continuar desde que suas emissões de carbono (e outros impactos ambientais) diminuam em grande proporção. Em 2050, em um mundo de nove bilhões de habitantes, onde todos vão querer um estilo de vida ocidental, a intensidade do carbono de cada dólar de produção deverá ser, pelo menos, 130 vezes menor do que agora. Isso é simplesmente impossível.
TERRAMÉRICA: O que acontecerá até as negociações da COP-16, em dezembro, no México?
TJ: Penso que deve haver maior pressão internacional e um impulso em relação a questões políticas fundamentais, como a regulação dos mercados financeiros, os sistemas de contas nacionais e a óbvia pressão para criar um fórum viável para a governabilidade climática, bem como a medição do progresso social (no estilo do informe da Comissão de Medida do Desempenho Econômico e do Progresso Social da França, encomendado em 2009 a Sem e ao também Nobel de Economia Joseph Stiglitz). É necessário que Estados Unidos e China participem dos debates mais amplos sobre crescimento e justiça. É interessante que neste momento haja, por exemplo, um pouco mais de humildade e abertura no Fórum Econômico Social, como não ocorreu até agora. Sinais de esperança? Possivelmente.
Artigo produzido para o Terramérica, projeto de comunicação dos Programas das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) e para o Desenvolvimento (Pnud), realizado pela Inter Press Service (IPS) e distribuído pela Agência Envolverde.
(Envolverde/Terramérica)
Muito, mas muito bom, e corajoso, porque ele tem coragem de dizer a verdade, embora tudo seja contra essa verdade, principalmente os interesses dos nossos empresários e políticos travestidos de verde...
Quem dera houvessem mais homens e mulheres como ele.
Comovente, quando sabemos que ningúem irá mudar até a corda arrebentar por completo, pelo menos aqui, diante dos meus monitores, não há uma só vírgula na direção da sustentabilidade e os mercados financeiros seguem no mesmo faz de conta dos economistas: "Iremos povoar Marte em breve", um dos capítulos mais curtos da série: "Querida, acho que destruí o mundo."
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Tim Jackson e sua fúria ambiental
Stephen Leahy*
*A fúria às vezes é a resposta adequada*, afirma Tim Jackson, referindo-se à falta de compromisso dos líderes mundiais que não conseguiram articular um novo tratado climático na cúpula de Copenhague. Jackson entende que o Acordo de Copenhague, resultante da 15ª Conferência das Partes da Convenção Marco das Nações Unidas sobre Mudança Climática (COP15), revelou não apenas que a governabilidade ambiental global é uma ficção como também demonstrou um apego cego ao mantra do crescimento econômico.
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Professor de Desenvolvimento Sustentável e diretor do Grupo de Pesquisas sobre Estilos de Vida, Valores e Meio Ambiente na britânica Universidade de Surrey, também é encarregado da direção econômica da Comissão de Desenvolvimento Sustentável da Grã-Bretanha. E é assessor do governo nessa área. Além disso, é dramaturgo e produziu numerosos roteiros de rádio para a rede BBC, com sede em Londres.
O Terramérica entrevistou Jackson por telefone sobre seu novo e controvertido livro, *Prosperity without Growth - Economics for a Finite Planet* (Prosperidade sem Crescimento: Economia para um Planeta Finito), assunto sobre o qual já havia dado uma entrevista na capital dinamarquesa. Também abordou o Acordo de Copenhague e as perspectivas de um tratado climático real.
TERRAMÉRICA: Em seu livro, você afirma que o crescimento econômico nos países industrializados está deixando as pessoas menos felizes e destruindo a terra.
TIM JACKSON: A contínua busca pelo crescimento coloca em risco os ecossistemas dos quais dependemos para uma sobrevivência de longo prazo. Também há ampla evidência de que uma riqueza material maior nos países industrializados não faz seus habitantes felizes, muito pelo contrário. Além de determinado nível de renda, não existe uma correlação de que isso seja diretamente proporcional à felicidade.
TERRAMÉRICA: Se a era do crescimento terminou, o que ocupará seu lugar?
TJ: É necessário redefinir a riqueza e a prosperidade com base nos parâmetros de *capacidade de florescimento* de Amartya SEN (ganhador do Nobel de Economia em 1998). O florescimento se define como ter o suficiente para comer, ser parte de uma comunidade, ter um emprego que valha a pena, uma moradia decente, acesso a educação e serviços médicos.
TERRAMÉRICA: E o que acontece com os países em desenvolvimento?
TJ: As nações industrializadas precisam dar essa virada para criar um espaço que permita ao mundo em desenvolvimento melhorar o desempenho de sua economia. Este crescimento tem de ser sustentável e estar dentro dos limites ecológicos. A atual desigualdade entre nações ricas e pobres é uma razão primordial para que o mundo industrializado necessite fazer esta correção de rumo.
TERRAMÉRICA: Por que o desagrada tanto a COP-15 ter acabado em um acordo de dez páginas em lugar de um tratado internacional vinculante?
TJ: É um documento cheio de ar quente e promessas vazias, cozinhado pelas duas grandes superpotências mundiais. Realmente, isso é o melhor que temos para mostrar após 17 anos de negociações? É uma política climática dos canhões. O tratado climático não foi o único fracasso em Copenhague. A governabilidade mundial foi ao fundo do poço.
TERRAMÉRICA: Quais temas essenciais não fizeram parte das negociações da COP-15?
TJ: O debate sobre o crescimento não figurou. Tanto esta questão como uma distribuição justa do espaço ecológico têm de estar na mesa. De outro modo, as negociações não saem do lugar.
TERRAMÉRICA: O que pensa dos atuais esforços para reduzir as emissões de carbono usando mecanismos como a limitação de emissões contaminantes e o comércio de créditos?
TJ: Não é possível conseguir uma economia baixa em carbono sem uma mudança importante na própria economia. Pequenos ajustes não funcionarão. As corporações veem o clima como a nova oportunidade de negócios. Os mecanismos de mercado agora são as ferramentas predominantes percebidas como uma mudança e que são boas para as empresas, mas são ruins para o público. Consideremos a bastante divulgada ideia de que o crescimento pode continuar desde que suas emissões de carbono (e outros impactos ambientais) diminuam em grande proporção. Em 2050, em um mundo de nove bilhões de habitantes, onde todos vão querer um estilo de vida ocidental, a intensidade do carbono de cada dólar de produção deverá ser, pelo menos, 130 vezes menor do que agora. Isso é simplesmente impossível.
TERRAMÉRICA: O que acontecerá até as negociações da COP-16, em dezembro, no México?
TJ: Penso que deve haver maior pressão internacional e um impulso em relação a questões políticas fundamentais, como a regulação dos mercados financeiros, os sistemas de contas nacionais e a óbvia pressão para criar um fórum viável para a governabilidade climática, bem como a medição do progresso social (no estilo do informe da Comissão de Medida do Desempenho Econômico e do Progresso Social da França, encomendado em 2009 a Sem e ao também Nobel de Economia Joseph Stiglitz). É necessário que Estados Unidos e China participem dos debates mais amplos sobre crescimento e justiça. É interessante que neste momento haja, por exemplo, um pouco mais de humildade e abertura no Fórum Econômico Social, como não ocorreu até agora. Sinais de esperança? Possivelmente.
Artigo produzido para o Terramérica, projeto de comunicação dos Programas das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) e para o Desenvolvimento (Pnud), realizado pela Inter Press Service (IPS) e distribuído pela Agência Envolverde.
(Envolverde/Terramérica)
Um comentário:
*A fúria às vezes é a resposta adequada*
Eu afirmo com veemencia a frase acima e ainda acrescento que, no caso da MÃE NATUREZA, SEMPRE TERÁ QUE EXISTIR FÚRIA P COSERTAR O QUE O PREDADOR SER HUMANO DESTRÓI SEM LIMITES OU RESPEITO PELO PLANETA.
O terremoto no Haiti é a resposta imediata p os governantes corruptos que só pensam em quanto irão receber de lucro em qualquer acordo.
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