Esse é o ponto que ninguém tem coragem de dizer: o crescimento econômico, que é um fim em si mesmo, acarreta uma geração de empregos que é uma mera decorrência tautológica dele, é completamente efêmero e temporário, além de não produzir desenvolvimento pessoal (e social), liberdade e bem estar. O mais espantoso que para gerar empregos temos que construir uma economia maior que o planeta, pois todas as atividades por trás desse crescimento são baseadas em mais construção e produção de coisas que sobrecarregam os ecossistemas e seus serviços ecológicos continuamente. Inclua aí, por favor, a produção de energia limpa, posto que ela vai na mesma direção e faz parte do mesmo modelo suicida.
Para entender melhor, vamos fazer de conta que os dois únicos setores que existem na Terra são casas e carros. Para manter os empregos de todos, temos que construir mais casas e carros que a superfície terrestre seja capaz de suportar. Quer ficar mais preocupado? Para revolver esse problema a solução proposta cega será sempre a mesma: crescimento eterno, como se a economia pudesse ser maior que o planeta.
Hugo
1,6 milhão de brasileiros volta às classes D e E
Classe C foi a única a encolher em 2008
Lino Rodrigues - O GLOBO, 02-07-2009
SÃO PAULO. Após crescer dez pontos percentuais entre 2006 e 2007, período de forte expansão da economia brasileira, a classe C registrou, no ano passado, uma queda de 46% para 45% da população do país. Com isso, 1,6 milhão de brasileiros retornou para as classes D e E ao longo de 2008. Os dados fazem parte da quarta edição da pesquisa Observador, divulgada ontem pela financeira Cetelem (ligada ao banco francês BNP Paribas), em parceria com o Ipsos-Public Affairs. Eles vão na contramão do levantamento anterior (2006/2007), quando cerca de 20 milhões de pessoas haviam migrado para a classe média, elevando sua participação de 36% para 46%. O estudo mostra que, enquanto a classe média encolheu de 86,207 milhões para 84,621 milhões de
pessoas, as camadas A e B, mais abastadas, e D e E, menos favorecidas, cresceram: A e B, de 28,078 milhões para 29,377 milhões; e D e E, de 72,941 milhões para 75,822 milhões. Segundo Marcos Etchegoyen, vice-presidente da Cetelem no Brasil, a redução da fatia da classe C na população não deve ser creditada aos efeitos crise, mas ao processo de consolidação dos números. Ele diz que “não dá para crescer indefinidamente” e que o desafio é fazer com que a consolidação da renda das famílias se mantenha.
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