Economistas como Affonso Celso Pastore, doutrinados telepaticamente pela teoria neoclássica onde vigora o total esquecimento da herança mecanicista e a total separação da economia com o planeta, seus ecossistemas, a biodiversidade, conseguem extrair do seu conhecimento idéias estranhas como a do artigo anexo. Para eles, o único limite ao crescimento é a capacidade de poupança de determinadas economias. Para ele, uma vez superada essa limitação, o crescimento poderá ser maior e, acima de tudo, indefinido. Crescimento indefinido significa acreditar que a economia pode ser maior que o planeta. Não é só ele que acredita nesse disparate, mas Joseph Stiglitz, Paul Krugman e os mais hereges, como José Goldemberg, Nicholas Stern, Ignacy Sachs, esses últimos adicionando nas suas idéias os mitos da sustentabilidade, da economia do baixo carbono e energia limpa. Para a sustentabilidade (ambiental, econômica e social) ser atingida, seria necessária a revogação quase completa da teoria econômica, proposta que começou a nascer a partir da crítica de Nicholas Georgescu Roegen, até hoje sem seguimento. Muitos dos seus seguidores sequer entenderam perfeitamente bem qual foi a sua mensagem e nem foram até hoje capazes de dar sequência. A crítica foi tão profunda que os economistas ao invés de assumirem os erros dramáticos das suas teorias, resolveram ignorar Roegen e só não puderam ignorar eternamente, por conta de ter sido ele o primeiro homem a prever as conseqüências planetárias do modelo econômico regido pelo descarte, desperdício, concentração de riqueza e crescimento eterno. Roegen a seu tempo previu que a Terra seria entregue ainda banhada em sol apenas à vida bacteriana. Entre os seguidores que conseguiram manter a linha, temos Herman Daly e outros, que mostram com clareza e percepção como muitas das propostas dos economistas e dos ditos mais iluminados ligados a sustentabilidade simplesmente não revoga o atual ecosuicídio da humanidade. O silêncio sepulcral sobre essa verdade é um misto de covardia e interesses cruzados, apenas isso justifica o confronto das idéias econômicas estafúrdias propostas pelos governos no mundo todo e totalmente contrárias às evidências das ciências mais puras, com conclusões robustas não só na área do clima (outro erro concentrar todos os nossos débâcles planetários em apenas um item a ser resolvido com apenas uma parte do problema que é energia).
Um comentário:
Claudia e Hugo, sabe o que eu adoraria ver aqui? Uma análise sobre os programas políticos dos nossos presidenciáveis, e se eles podem, de fato, levar a uma quebra desses paradigmas, criando uma nova teoria econômica.
Se o resto do mundo não acolher um novo olhar sobre o que é economia, aceitando que, de fato, ela não pode ser maior do que a natureza, o Brasil teria condições de fazer isso sozinho?
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