quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

MEDIDAS SIMPLES REDUZEM CONSUMO DE ENERGIA

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Todos nesse grupo sabem o quanto marretei nessa idéia. Não é só as enormes limitações tecnológicas do grande mito da energia limpa que são duramente ignoradas, mas o fato que a redução do desperdício no consumo da energia, com as tecnologias existentes, é o caminho mais eficaz para descarbonizar nossa economia. Óbvio ululante, mas gente ilustrada fica gastando tempo com coisas impossíveis de serem obtidas - energia limpa - e com exemplos impossíveis de serem universalizados - países nórdicos "limpos" - e perderam tempo em não se concentrar e aprofundar essa idéia. Na verdade, agora começa a ficar bem claro que grande parte das ditas idéias sustentáveis estão sob o mesmo regime megalomaníaco e suicida do modelo atual e não nos levarão a lugar algum, exceto ao despenhadeiro.

Hugo

MEDIDAS SIMPLES REDUZEM CONSUMO DE ENERGIA

New Scientist - 27/jan/2011

Um estudo da Universidade de Cambridge (Reino Unido) mostra que a energia global poderia ser economizada em 73% com a adoção de medidas simples e o uso de tecnologias existentes.

As discussões sobre a redução das emissões de gás-estufa geralmente se concentram em formas de gerar energia limpa, sem mexer no consumo mundial, e não no aproveitamento do que já está disponível.

Para chegar a esse número dos 73%, Julian Allwood e colegas de Cambridge analisaram prédios, veículos e indústrias, aplicando uma política de como aproveitá-los melhor.

As alterações em casas e edifícios incluem instalação de vidros triplos para melhorar o isolamento térmico, utilização de tampas de panelas ao cozinhar e redução da temperatura de máquinas de lavar roupa e louça, entre outras mudanças. No transporte, também é indicado que o peso dos carros seja limitado a 300 quilos.

"Se podemos promover uma redução séria de nossa demanda por energia", diz Allwood, "todas as opções [de fornecimento de energia] vão parecer mais realísticas".

Nick Eyre, líder do grupo Futuro de Baixo Carbono, da Universidade de Oxford, diz que alguns pressupostos da equipe de Cambridge são conservadoras demais. Há edifícios que hoje podem consumir, com o aquecimento, menos de 15 quilowatt-horas por metro quadrado a cada ano.

Ele, contudo, apoia Cambridge: "As ideias convencionais sobre o sistema energético e a política do setor precisam ser ampliadas e incluir a maneira como a energia é usada, e não somente a maneira como ela é obtida."

Um comentário:

Cláudio_Loes disse...

Hugo, você sempre lembrou bem essa questão da energia. As medidas devem ser simples porque é assim que elas acontecem no dia a dia. Podemos um dia dialogar mais sobre isso. O problema é o nosso modelo mental. Sendo linear, acaba sendo simplista e aí está o perigo de perpetuar somente aquilo que conhecemos. A ideia simplista é trocar uma fonte suja por uma limpa e viva o lucro e o ganho de dividendos. Um modelo mental, complexo, sistêmico, gera ideias simples onde todos podem cooperar e ao mesmo tempo se beneficiar. Você apresentou esta ligada à questão energética. Tenho uma que você também já conhece porque venho insistindo com ela. Hoje o lixo que vai para lixões, aterros sanitários e outros têm em média 60% de matéria orgânica. Uma ideia simples é fazer compostagem, incorporando novamente à matéria orgânica nos ciclos naturais. No entanto, o que vemos é um interesse maior por aparecer na foto e inaugurar mais um aterro sanitário. Se fizermos as contas, essa redução daria uma vida útil maior para os aterros já existentes e evitaria que aqueles que estão implantando precisam gastar fortunas com isso. Mas, o problema continua sendo o modelo e o nosso modelo só reconhece quem é bem sucedido financeiramente.

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