terça-feira, 23 de dezembro de 2014

Café de máquinas residenciais com cápsulas

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Querido amigo Hugo,

Caramba, virou moda já, mas não é que descobri que essas cápsulas de café tem dois problemas sérios, óbvios mas não tão óbvios, porque vivemos na inconsciência. Voilà:

1)      o que fazer com o resíduo? (  ) Mandar para marte? ( ) Acumular mais esse lixo num planeta já soterrado por lixo (como por exemplo resíduo da energia nuclear que não tem destino final até hoje) (  ) Fingir que somos sustentáveis e atirar tudo no oceano? (  ) Por que não podemos tratar a Terra como uma lixeira, que mal há nisso? (  ) Ajudar na contaminação da água num país que trata quase nada do seu esgoto? (  ) Todas as alternativas, sempre que só houver custo para o contribuinte otário...

2)      o café ali depositado, que desmatou uma floresta, consumiu água, solapou biodiversidade, queimou lotes e lotes de combustível para o transporte estúpido em caminhões, desse total que há na cápsula, 1/3 não é utilizado. Abra uma e veja você mesmo... Devíamos doar as cápsulas usadas para os necessitados.

Sabe esse monte de TV pendurado nas paredes de tudo quanto é canto dos espaços públicos, hotéis, hospitais, necrotérios, etc., ligados para ninguém ver ou ouvir ou usufruir? Então os exemplos de desperdício são a única forma agora desse sistema colapsado sobreviver um pouco mais.

O desperdício é nosso rei, junto com a obsolescência e o convencimento de consumir aquilo que não precisamos.  Realmente somos uma espécie que parte do princípio que não há mais amanhã ou que talvez acreditam que não precisamos do amanhã.  Estamos sem norte e sem modelo crível que funcione. A caminho do colapso agora de forma frenética, Paris não vai dar em nada, o tratado do Kyoto e os créditos do carbono previsivelmente terminaram em nada e em fraudes.  Sensacional! 

Mas existe trabalho grande daqueles que querem otimizar esse sistema a caminho do precipício com suas idéias ainda dentro do mesmo esquema da teoria neoclássica, pela qual o sistema econômico é um sistema isolado equivalente ao universo.  Mudança? Não, apenas desenvolvimento sustentável. Até a OCDE assina esse capricho... alguma frase em mente? A do Einstein: querer fazer sempre o mesmo esperando resultados diferentes...

O sucesso é medido pelo distanciamento material uns dos outros (só seremos bem sucedidos se comprarmos uma casa de 3.000 metros quadrados igual a da Gisele Bunchen ou do Luciano Hulk), não pelo bem que podemos fazer uns aos outros.  Esse distanciamento material é muito menor nas celebridades ou cenourinhas como Gisele Bunchen ou Luciano Hulk, do que quando olharmos os capitães do processo ou a superclasse de poucos indivíduos.

E esse distanciamento material só é obtido através da única forma de avaliar as economias: crescimento do PIB.  Pelo menos 80% do PIB é ineficiência, desperdício e coisas desnecessárias e eu estou impressionado com o assassinato do bom senso nesse planeta, mesmo nos lugares onde ainda não há guerras, como na Syria (e lá o motivo foi falta de água durante cinco anos, um pouco talvez de ponta do iceberg do que pode acontecer com o resto do mundo se não revorgarmos a teoria neoclássica, se a megalomania e a ganância não for estancada e se não dermos atenção às ciências dignas na Terra...).

Não sou católico, mas lhe desejo um bom Natal.  Tenta beber um pouco, eu sei que você não bebe, mas acho que é hora de beber um pouco,

Seu amigo idoso que o admira muito,

Virasin Ohmin

PS: Descarte sua máquina de café de cápslas, se você fez a burrice de comprar e volte para o coador de pano da vovó… Ah, transformar energia elétrica em calor (é o que esse troço faz) é extremamente ineficiente, prometo que aquecer água com o seu gás encanado é muito melhor...

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